22/10/2023

Dia Mundial das Missões 2023

Neste domingo (22), a Igreja celebra o Dia Mundial das Missões, uma data instituída pelo Papa Pio XI em 1926 e celebrada anualmente no penúltimo domingo de outubro. No entanto, no Brasil, essa celebração ganhou ainda mais força e amplitude, uma vez que o país dedica o mês inteiro para conscientização sobre a missão ad gentes por meio da Campanha Missionária Nacional.

Inspirados pelo coração missionário de Dom Bosco e de Madre Mazzarello, os Salesianos e Salesianas são conhecidos por seu compromisso com a educação e formação de jovens em todo o mundo, e também pelo papel importante que desempenham na missão ad gentes, levando a mensagem do Evangelho a áreas remotas e carentes. Confira, logo abaixo, histórias emocionantes de alguns missionários (as) salesianos (as).

 

Irmã Anna Maria Ortelli, missionária da Inspetoria Madre Mazzarello – BMM

"A recompensa é viver e ter a certeza de que ‘Deus me colocou no mundo para os outros’. Por isso, sou muito feliz e realizada como missionária"

Com 70 anos de vida missionária no Brasil, a religiosa Ir. Anna Maria Ortelli, que agora conta com 94 anos de idade, compartilha suas experiências missionárias. "Desde a infância, ouvia falar do sofrimento do povo africano, e a partir daí, no meu coração, nasceu e cresceu o desejo de ajudá-los," comenta a religiosa.

A primeira missão de Ir. Anna Maria foi deixar a Itália e vir para o Brasil, obedecendo e contrariando o desejo que ela tanto ansiava: ir para a África. Em um novo país, a religiosa salesiana contribuiu significativamente com o povo brasileiro. Nos primeiros 10 anos, ela foi responsável pela formação do aspirantado (período de orientação e discernimento vocacional). Logo depois, passou mais seis anos no economato da Inspetoria Madre Mazzarello, em Belo Horizonte (MG).

O Bispo de Araçuaí fez um pedido à Madre Geral para enviar irmãs para sua Diocese no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais. Em 1974, foram enviadas três irmãs, e a partir desse ano até 1982, Ir. Anna Maria serviu em várias paróquias do Vale, passando períodos em cada uma delas, auxiliando no serviço pastoral, como a catequese, a liturgia e na preparação dos leigos para assumirem diversas pastorais e Comunidades Eclesiais de Base (CEBs). Por motivos de saúde, a religiosa teve que permanecer na cidade de Minas Novas.

Ser missionário(a) requer dedicação, tempo e carinho nas obras do Senhor. Foi diante dessa necessidade que a religiosa percebeu que, na cidade de Minas Novas e em várias comunidades, com a ajuda de uma amiga italiana, construíram a Obra Promocional Salesiana, que continua a acolher crianças, adolescentes e famílias até hoje, contribuindo para amenizar a pobreza e a vulnerabilidade das crianças. Com o coração cheio de gratidão, a religiosa afirma: "Minha família e amigos ficaram felizes ao me ver realizada na minha vocação missionária," conclui.

            

 

Antônio Stefani, missionário da Inspetoria São Domingos Sávio - BMA

"Ser missionário é uma alegria imensa que não tem preço! Revisando meus 53 anos de missão, me sinto feliz e realizado. É maravilhoso ver quantas coisas bonitas o Senhor fez por meio deste servo inútil"

Sendo o caçula de 4 irmãos, o missionário Salesiano, Antônio Stefani, nasceu em Turim, na Itália, em 1939. Respondendo ao chamado de Deus, ele já teve a oportunidade de ser missionário na Prelazia de Humaitá, no Amazonas, passando pelo aspirantado de Ananindeua, no estado do Pará, e logo em seguida, foi para Humaitá na Obra Social Centro do Menor, São Gabriel da Cachoeira, no Rio Negro, entre outras missões.

Atualmente, o missionário reside na Comunidade Dom Bosco, na periferia da cidade de Manaus, e compartilha dessas lindas histórias missionárias. "Quando criança, eu e meus 3 irmãos frequentávamos o oratório salesiano Miguel Rua, que se tornou para nós como uma segunda casa. Participávamos de todas as atividades do oratório, tais como coroinhas, escola cantorum, banda musical, amigos de Domingos Sávio, grupo juvenil e grupo de jovens", comentou o missionário Salesiano.

Foi no grupo jovem, liderado por um Salesiano muito ativo e dinâmico, que Antônio, seu irmão e muitos outros jovens foram atraídos pelo carisma Salesiano. Desde o seu sim, o missionário tem dedicado sua vida em prol da evangelização. Na maior parte das obras onde ele trabalhou exerceu a função de ecônomo, cuidando e zelando pelo pagamento de funcionários. Além disso, quando Antônio esteve em Humaitá, animava uma comunidade na periferia, criando clube de mães e dando aulas no Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL). Em Belém, participou da criação do Comitê Dorothy, do qual ainda faz parte. Amante da Palavra de Deus, foi participante do Centro de Estudos Bíblicos (CEBI) em Belém, elaborando vários grupos de reflexão. Com seu carisma cativante, o missionário alegra crianças, adolescentes e jovens realizando apresentações de mágica, como um bom filho de Dom Bosco, padroeiro dos mágicos.

               

 

Ir. Maria Guadalupe Lara Briceño, missionária da Inspetoria Nossa Senhora Aparecida – BAP

"Decidi abrir cercas e muros para me encontrar com outros irmãos! Quando realizei minha profissão religiosa, pedi para ser missionária, para anunciar a todos que somos irmãos uns dos outros. E esse pedido foi aceito! Sempre desejei ter muitos filhos espirituais, e Deus também me concedeu isso"

Nascida no México, a Ir. Maria Guadalupe Lara Briceño está atualmente em missão na Casa Betânia, na cidade de Guaratinguetá (SP). Desde pequena, a família da religiosa tinha o hábito de praticar a solidariedade e ajudar pessoas em situação de vulnerabilidade social. O carinho e a compaixão pelo próximo sempre estiveram presentes na casa da missionária.

"Eu fui e sou missionária da Metrópole São Paulo, pois dediquei meus melhores anos a esta capital. Já fui professora, diretora de escola e administradora, mas sempre trabalhei na área social. Trabalhei com meninos de rua na Praça da Sé por 7 anos. Também tive a oportunidade de atuar na Pastoral da Criança e do Menor nas três grandes periferias de São Paulo, além de ajudar mulheres em alta vulnerabilidade nos motéis da Avenida Celso Garcia, em São Paulo", relembra Ir. Maria Guadalupe.

Pertencente à Congregação das Filhas de Maria Auxiliadora (FMA), a religiosa ama estar reunida em comunidade com as demais Irmãs religiosas. Ela conta que já participou das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), lutou por melhores condições de vida, saúde e educação nas periferias, e fez parte do 1º Conselho Municipal da Criança e do Adolescente de São Paulo. Em outras duas gestões, levaram Ir. Maria Guadalupe para representar São Paulo na Conferência que ocorreu em Brasília, na capital federal do Brasil. Ela também fez parte do Conselho da Assistência Social em Araras, entre outras ações.

"A maior recompensa é algo profundo que não sei explicar. Tenho uma alegria profunda, uma gratidão imensa por ter dedicado um pouco da minha vida, do que sou, aos outros. E os dons que o bom Deus me deu de graça para distribuir aos irmãos que amo de verdade, especialmente aqueles que sempre me procuram," conclui.

          

 

Joseph Tran Van Lich, missionário da Inspetoria Santo Afonso Maria de Ligório – BCG

"É tão gratificante quando conseguimos ver que uma pequena mudança está transformando a vida dos assistidos. Às vezes, nem é possível enxergar qualquer alteração, mas a vida missionária é um convite para semear, não para colher"

O missionário Joseph Tran Van Lich, natural do Vietnã, um pequeno país da Ásia, teve a oportunidade de conhecer a história de vida de Dom Bosco por meio da história de São Domingos Sávio. Após se aprofundar na história de Dom Bosco, Joseph ficou encantado com a bela trajetória do padre italiano e teve o desejo de adotar o mesmo estilo de vida: doar sua vida pelos mais necessitados, oferecendo-a pela educação dos jovens abandonados e em situação de vulnerabilidade social.

"Após aprender mais sobre a vida deste santo dos jovens por meio de livros e filmes, finalmente encontrei a presença salesiana em meu país e descobri a presença de Nossa Senhora Auxiliadora e a orientação do Espírito Santo em minha jornada vocacional. Graças a Deus, tornei-me um Salesiano em uma Inspetoria que, atualmente, conta com quase 400 salesianos, incluindo mais de 100 missionários ad gentes ao redor do mundo”, comenta o missionário.

                       

 

João Pedro Maximiano, missionário da Inspetoria São João Bosco – BBH

"Minha motivação como missionário sempre foi impulsionada pela famosa frase de Dom Bosco: 'Viemos para servir e não para sermos servidos'"

Segundo o pensamento do missionário João Pedro Maximiano, a vida missionária proporcionou ao jovem momentos mais enriquecedores e formativos que o ajudaram a contribuir com as missões realizadas até o momento atual. “Essas experiências não apenas me ensinaram lições valiosas, mas também me permitiram crescer como indivíduo. Portanto, acredito firmemente que essa motivação é um poderoso catalisador em minha vida, orientando minhas ações e escolhas”, comenta o jovem missionário.

Em 2022, João teve a experiência de estar em missão. Dessa vez, ele serviu na missão salesiana de Brasília, com atuação constante na presença do Núcleo Bandeirante (DF) e com participações também na presença do Plano Piloto. “Neste momento, estou vivendo uma experiência enriquecedora na Presença Salesiana na Ilha de Malta. Estou residindo em Sliema, onde estou envolvido em um projeto dedicado ao acolhimento de jovens refugiados, pessoas em situação de rua e indivíduos em condições sociais desfavorecidas”, diz João.

Foram muitas as contribuições que o jovem missionário realizou ao longo de sua caminhada de fé. “Acredito que a maior contribuição que ofereci foi, na realidade, uma lição valiosa que recebi. Ocorreu durante minha jornada, aprendi a enxergar a presença de Deus nas pequenas coisas e, principalmente, nas pessoas. Ao vivenciar diferentes realidades e momentos na vida delas, pude crescer e evoluir como indivíduo. Essa mudança interna, esse crescimento pessoal, teve um efeito notável em meu entorno. As transformações positivas que ocorreram à minha volta não foram impostas, mas sim consequência natural desse processo. Isso resultou em um ambiente de bem-estar e positividade para todos à minha volta”, lembra o missionário.

          

 

Ir. Antonio Cibin, missionário da Inspetoria São Luiz Gonzaga – BRE

"Dom Bosco ensinou a amar o que os jovens gostam, para que eles possam chegar a amar o que nós oferecemos para a sua formação"

Quanto ao Ir. Antonio Cibin, conhecido como Ir. Toni, é natural da Itália, mais especificamente de San Doná di Piave. Sua vocação surgiu na Itália, precisamente no Oratório Salesiano "Più Bello del Mondo". Foi lá que o Ir. Toni iniciou sua vocação religiosa com os salesianos da época. "Desde criança, frequentei o oratório para realizar o catecismo e as missas festivas. Apesar da distância da minha casa e das idas e vindas, o caminho era longo, e os salesianos, padres e irmãos, sempre ativos e dedicados aos jovens, me entusiasmaram, fazendo com que sentisse um forte desejo de seguir seus exemplos", comenta.

Atualmente, o missionário reside no noviciado da Comunidade Salesiana em Jaboatão dos Guararapes (PE). Prestes a completar 82 anos de idade, Ir. Toni é o membro mais idoso da comunidade. Quando chegou ao Brasil, seu primeiro destino foi o Rio de Janeiro, em 1978. Naquela época, quatro salesianos foram enviados, incluindo três padres e o Ir. Toni. Eles eram provenientes da Inspetoria Salesiana San Zeno de Verona e faziam parte do projeto missionário "Novas Fronteiras" para uma comunidade na Diocese de Mossoró, Rio Grande do Norte (RN), em Areia Branca. A preparação para a vinda ao Brasil foi um momento de grande sensibilização e animação missionária na Inspetoria de Verona.

Inicialmente, a missão do Ir. Toni tinha um prazo determinado de 5 anos, mas devido às necessidades da missão, eles tiveram que estender por mais alguns anos. "É incrível, nós quatro missionários ainda estamos aqui!  Eu, no oitavo ano, já tinha uma 'ordem religiosa' para retornar à Itália. Minha passagem de volta estava reservada. O inspetor de Verona sugeriu que eu poderia ficar mais um ano ou dois, com um padre que chegaria em breve para uma nova missão em Alagoas, na Matriz de Camaragibe, a fim de iniciar um Oratório. Eu concordei, pensando que seria apenas um ou dois anos. Acredite ou não, acabei ficando 12 anos! Tudo aconteceu de acordo com a vontade de Deus", relata o missionário.

           

 

Pe. Luiz Gonzaga Piccoli, missionário da Inspetoria Nossa Senhora Auxiliadora – BSP

"Para mim, as missões não surgiram de repente; foi um processo que envolveu minha vida missionária, minha vocação e minhas atividades"

O Pe. Luiz Gonzaga Piccoli nasceu na Lapa, em São Paulo. Ele ingressou no aspirantado aos 14 anos, foi ordenado sacerdote em 1974 e trabalhou nas missões ad gentes até 2022. Atualmente, o padre reside e atua na Comunidade Bom Retiro, em São Paulo, e está envolvido em uma obra social na Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora.

"Recordo que, aos 14 anos, quando entrei no aspirantado, fui imediatamente convidado pelo catequista, o Pe. Alfonso Casas Novas, para integrar a equipe missionária. No mesmo ano, também fui convidado para auxiliar na preparação de uma missa missionária – uma das primeiras missas do Pe. Frederico Hernandez Conde. No aspirantado, organizamos uma bela celebração. Essa experiência foi mais um passo significativo em minha jornada missionária."

O missionário relata que durante seu período de formação, especialmente como noviço e pós-noviço, quando estudava filosofia, isso durante três anos, ingressou na equipe missionária. Ele percebeu que essa equipe era uma das menos procuradas e menos escolhidas para animar a comunidade dos noviços ou dos estudantes de filosofia. “Eu ficava muito triste em ver o desconhecimento e o acantonamento da equipe missionária. Então eu mais outros, como o Pe. Tetu (em memória), por exemplo, formamos uma equipe forte e dedicada, liderando a animação de outras equipes na comunidade”, comenta Pe. Piccoli.

O Pe. Piccoli realizou diversos serviços ao longo de sua vida, incluindo dois anos como mestre de noviços e também como Inspetor em São Paulo. Além disso, passou 30 anos em Angola e Moçambique, como missionário ad gentes. Ele relembra que "foram muitas as atividades ao longo desses 30 anos que passei em Angola e Moçambique. Graças a Deus, não faltaram recursos financeiros. A providência divina foi abundante e maravilhosa, e fomos profundamente gratos, chegando a derramar lágrimas de gratidão pelas ajudas que recebemos de várias partes do mundo, incluindo diversas instituições, como a Congregação Salesiana”, lembra o religioso.

                                                              

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