16/03/2023

131 anos das Filhas de Maria Auxiliadora no Brasil

131 anos das Filhas de Maria Auxiliadora no Brasil

O grande intermediador da visão de Dom Bosco para a vinda das Filhas de Maria Auxiliadora (FMA) para o Brasil foi Monsenhor João Filippo, nascido em 1845, em São Vicenzo de Cosenza, Itália, que após a sua ordenação sacerdotal escolheu o Brasil, mais precisamente, a cidade de Guaratinguetá, no Estado de São Paulo, como seu campo de missão e apostolado sacerdotal. Preocupado com a educação, fundou um colégio para meninos e construiu o Colégio do Carmo para as meninas com a intenção de entregá-lo às Filhas de Maria Auxiliadora.

Monsenhor Filippo, durante a construção do Colégio, manteve-se em contato com Dom Lasagna, Inspetor Geral das Missões na América, encarregado da expansão da obra salesiana nos países da América do Sul, por intermédio dos Salesianos estabelecidos no Rio de Janeiro, e solicitou-lhe a presença das Filhas de Maria Auxiliadora no Brasil, mais precisamente, em Guaratinguetá, oferecendo o Colégio para acolher as tão esperadas educadoras segundo o espírito de Dom Bosco, assim descrito no primeiro livro de Crônicas do Colégio Nossa Senhora do Carmo:

“(…) O Collegio de Nossa Senhora do Carmo, cuja construção fora iniciada em 1887 e terminada em 1891, ergue-se sobre trezentos palmos de comprimento e cento e quarenta e cinco de largura. É defendido das faíscas electricas por três para-raios de superior qualidade, com boquel de ponta de platina, sendo um de seis metros, outro de quatro metros e outro de três com corda conductor ligando o para-raio da torre aos outros até a chapa do edifício, sendo a corda de sete cordões de sete fios cada um. O Collegio é um sobrado que tem acomodações para mais de 400 meninas, com vastíssimos salões perfeitamente arejados reunindo todos os requisitos das mais escrupulosa hygiene, servido por uma canalisação de água potável de primeira qualidade e abundante, exclusivamente do Collegio. No centro há uma área espaçosa no meio da qual levanta-se uma colunna que serve de chafariz. A Capella é de optimo gosto, elegante, avarantada podendo as alunnas ouvir missa e assistir aos demais officios do culto, do pavimento superior. (…)”

Dom Lasagna apresentou a Dom Rua, então Superior da Congregação, que aceitou a solicitação e a generosa oferta de Monsenhor João Filippo e, no ano de 1892, começa a história das Filhas de Maria Auxiliadora no Brasil:

“No ano de Nosso Senhor Jesus Cristo de mil oito centos e noventa e um,[...] o Reverendíssimo Padre João Filippo, oriundo da cidade de Cosenza em Itália e residente na cidade de Guaratinguetá há uns vinte anos. Ofereceu à Congregação Salesiana, um vasto e belo edifício situado sobre a pitoresca colina de S. Gonçalo próximo à cidade, com o fim de ser aberta uma casa de educação para meninas. O Reitor Maior da Congregação Salesiana, o Reverendíssimo Padre Miguel Rua e a Superiora Geral das Filhas de Maria Auxiliadora, a Reverenda Madre Catharina Daghero representados, o primeiro no Inspetor das Casas Salesianas do Uruguay e Brazil, o Reverendíssimo Padre Luiz Lasagna e segunda na Visitadora das Casas das Filhas de Maria Auxiliadora do Uruguai a Reverenda Madre Emilia Borgna, aceitaram a offerta bem como a de uma casa em Lorena e outra em Pindamonhangaba para idêntico fim.
No dia cinco de março de mil oito centos e noventa e dois, partiram de Montevideo, capital da Republica Oriental do Uruguai, doze Irmãs, Filhas de Maria Auxiliadora com o fim de abrir as ditas três Casas. Foi nomeada Superiora, representante da Visitadora a Reverenda Madre Tereza Rinaldi. Vieram em sua companhia as Irmãs Florinda Bittencourt, Helena Hospital, Paula Zuccarino, Joanna Narizano, Dolores Machin, Anna Couto, Dilecta Maldarin, Justina Gros, Francisca Garcia e as Noviças Mathilde Bouvier Maria Luiza Schillino. A expedição veio acompanhada pelo Rev.mo Padre Domingos Albanello que tinha sido nomeado Prefeito do Colégio de São Joaquim em Lorena e pelo Rev.mo Padre Thomé Barale.
O Rev.mo Padre Inspetor Luiz Lasagna, em razão da sua próxima partida para Itália onde ia assistir ao Capitulo Geral, não pode, como intencionava, acompanhar a expedição.”

Assim vinham do Uruguai e não diretamente da Itália, as primeiras Irmãs de Maria Auxiliadora ao Brasil. Eram missionárias italianas, uruguaias e o que há de mais interessante, uma delas, Ir. Anna Couto, era brasileira – havia entrado na Congregação no Uruguai e, por motivo de saúde, fora enviada ao Brasil, para ver se os “ares nativos” poderiam curá-la.

As Irmãs chegaram ao Rio de Janeiro pelo navio Sud América, no dia 10 de março de 1892 e se hospedaram no Asylo Sancta Leopoldina das Irmãs de São Vicente de Paulo. Às quatro horas da tarde do dia 13 de março chegaram a Lorena; no dia 15, receberam a visita do Padre João Filippo. Somente no dia 16 chegaram a Guaratinguetá, São Paulo, acolhidas pelo grande benfeitor, autoridades, povo, como escreveu a superiora Madre Teresa Rinaldi ao Superior Geral, Dom Miguel Rua:

“Faz um mês que nos encontramos nesta República: creio que o Senhor terá sabido por outros a recepção que tivemos. Em todo caso lhe direi que parecem coisas do outro mundo, e que ficamos muito confusas ao ver-nos assim acolhidas. Atribuímos tudo à maior glória de Deus, e da cara congregação salesiana, à qual estamos felizes de ser agregadas. Nas três paradas que fizemos, nos veio receber um mundo de gente com música e procissão, e com todas as autoridades eclesiásticas e civis. Oh! Como amam Dom Bosco nestas regiões!” 10

  

O Vale do Paraíba é o berço da Obra das FMA no Brasil. As cidades situadas na região apresentavam aspecto tipicamente interiorano. A Igreja era símbolo da religião católica, elemento integrante da formação social luso-brasileiro. Os proprietários de terras e de escravos controlavam a vida pública. Os moradores tinham, em geral, horizontes culturais bastante restritos. Era pequena a área de influência dessas cidades, pois, os habitantes preocupavam-se quase que apenas com os seus assuntos locais devido à distância dos centros mais importantes: São Paulo e Rio de Janeiro.

É dentro dessas perspectivas limitadas que as Irmãs passam a realizar a sua atividade educacional e assistencial. Em consequência da cultura, sobretudo cafeeira, as diversas localidades do Vale ofereciam instrução elementar para as crianças, mas, em razão da situação de dependência da mulher, dava-se mais importância à escolarização dos meninos. Portanto, na região do Vale do Paraíba, a presença das FMA foi fundamental para a educação feminina.

A formação cristã das meninas era, sem dúvida, a razão principal da atividade educativa das Irmãs. Além da educação da fé, havia outros objetivos principais: a formação moral, a preparação para a vida e a preocupação com a orientação para uma possível vida consagrada. As Irmãs abriram também externatos e Oratórios Festivos onde primava a Associação das Filhas de Maria.

Em 1892, Irmã Teresa Rinaldi foi nomeada Superiora e representante da Visitadora, Madre Emilia Borgna, com o título de Vice-Visitadora. Em 1893, tendo sido criada a nova Visitadoria do Brasil, Madre Emilia Borgna voltou ao Uruguai e no dia 15 de outubro, Dom Lasagna apresentou “a Visitadora do Brasil na pessoa da Reverenda Madre Teresa Rinaldi”. A festa de Santa Teresa, no dia 15 de outubro de 1895, em Araras, em homenagem a Madre Teresa Rinaldi contou com a presença de vários sacerdotes e do próprio Lasagna. Poucos dias depois, a Visitadora partia para Minas Gerais com a expedição organizada por Dom Lasagna para fundação de Casas naquele Estado. Tanto ela como o prelado foram vítimas do desastre ocorrido em Juiz de Fora a 05 de novembro de 1895. Com a morte de Madre Rinaldi, a Irmã Ana Masera, mestra das noviças, foi designada como diretora interina do Colégio do Carmo. Na época do acidente, Don Luis Lasagna estava em tratativas para a fundação da Obra das FMA no Estado de Minas Gerais; assim sendo, tal Obra só foi iniciada no ano de 1896 com a fundação da Santa Casa de Ouro Preto e do Colégio Nossa Senhora Auxiliadora de Ponte Nova.

A NOVA CONFIGURAÇÃO DAS INSPETORIAS DAS FMA NO BRASIL

A organização das presenças salesianas é dividida em províncias, ou inspetorias como são nomeadas no Brasil. Na introdução do terceiro volume de “As Filhas de Maria Auxiliadora no Brasil: cem anos de História”, Riolando Azzi (2003) afirma que as décadas de 40 e 50 são marcadas pela expansão das obras das Salesianas, por todo o território nacional. Essa expansão provoca uma nova organização territorial nas Obras por meio da criação de Inspetorias:

Inspetoria Imaculada Auxiliadora – Campo Grande – 1941;

Inspetoria Maria Auxiliadora – Recife – 1941;

Inspetoria Madre Mazzarello – Belo Horizonte – 1948;

Inspetoria Laura Vicuña – Manaus – 1961;

Inspetoria Nossa Senhora Aparecida – Porto Alegre – 1967;

Inspetoria Nossa Senhora da Penha – Rio de Janeiro – 1984;

Inspetoria – Nossa Senhora da Paz – Cuiabá – 1993;

Inspetoria Santa Teresinha – Manaus – 2005.

Em 02 de fevereiro de 2021, com a intenção de ressignificar o carisma e qualificar ainda mais a presença e missão das Filhas de Maria Auxiliadora (FMA) no Brasil, as nove Inspetorias das Irmãs Salesianas unificaram-se em quatro novas inspetorias: Inspetoria Nossa Senhora da Amazônia, Inspetoria Maria AuxiliadoraInspetoria Madre Mazzarello e Inspetoria Nossa Senhora Aparecida.

Atualmente, as Inspetoras de cada inspetoria são:

Ir.Maria Carmelita de Lima Conceição - Inspetoria Nossa Senhora da Amazônia

Ir. Maria Adriana Gomes da Silva - Inspetoria Maria Auxiliadora 

Ir. Teresinha Ambrosim - Inspetoria Madre Mazzarello

Ir. Alaide Deretti - Inspetoria Nossa Senhora Aparecida

 

MEMORIAL DAS FILHAS DE MARIA AUXILIADORA 

Em março de 2019, foi o Memorial “Filhas de Maria Auxiliadora no Brasil”, localizado na Casa do Puríssimo Coração de Maria (Antigo Orfanato), em Guaratinguetá (SP). O “Orfanato”, como é conhecido por todos, foi inaugurado por Monsenhor João Filippo, em 1923 e hoje abriga a história das FMA. O memorial conta com um acervo riquíssimo em detalhes e promove uma experiência sensorial que registra a história de maneira afetiva, cultural e religiosa.

“O Memorial oferece aos visitantes a possibilidade de fazer a experiência de uma imersão no carisma das FMA, percorrendo a sucessão histórica dos fatos contextualizados dentro da História da Igreja e do Brasil, e sucessivamente nas 4 salas temáticas onde aprofundamos a experiência carismática, sua expansão na América e no mundo, o impacto da ação educativa evangelizadora das Irmãs na sociedade Brasileira e o segredo deste impulso apostólico. A experiência termina com uma romaria até Aparecida, passando antes por Guaratinguetá, onde fazemos Memória de Monsenhor João Filippo no mesmo local onde ele viveu seus últimos 3 anos e onde veio a falecer. Terminamos na sala dos Romeiros onde o visitante tem uma visão das metas de peregrinações de Aparecida a Cachoeira Paulista. Entre estas 47 metas está a Gruta Nossa Senhora de Lourdes, na entrada da Casa do Puríssimo Coração de Maria, a casa onde nasceu o 1º santo brasileiro, Frei Antonio de Santana Galvão e, finalmente, o grande Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida. Na capela o visitante pode visitar o mausoléu onde repousam os restos mortais de Monsenhor João Filippo e os restos mortais da Madre Teresa Rinaldi, das 3 FMA e da leiga todas mortas no desastre ferroviário de Juiz de Fora, como também os restos mortais de Madre Emilia Borgna, missionária italiana e 1ª Inspetora do Brasil.
Além desta experiência carismática, o Memorial realiza seminários on-line para animar e qualificar nas Irmãs e colaboradores o gosto pelo registro histórico e, em colaboração com a ACSSA, ajudar as cronistas e secretárias a melhorarem a escritura das Crônicas das casas. O próximo seminário será sobre a organização, identificação e conservação das fotos existentes nas Casas. No Memorial está sendo montada uma sala que contará e História e evolução da comunicação em nossas obras. Existe também uma biblioteca histórica que estamos organizando com a Ir. Analia Luberti. O Memorial participa também de um Projeto Formativo, em nível mundial, que visa animar a dimensão missionária nas FMA, nos colaboradores e jovens. Trata-se do Projeto de Espiritualidade Missionária (PEM). Reunimos grupos de Irmãs e leigos que visitam os primeiros lugares onde chegaram as missionárias e os missionários salesianos na América. Esse Projeto contempla 4 percursos: 1º: Bacia do Prata que visita nossas primeiras fundações na América: Uruguay e Buenos Aires. 2º: percurso: Patagônia norte (Bahia Blanca, onde estão os restos mortais de Laura Vicuña), Viedma, sede episcopal de Dom Cagliero e onde viveu e se santificou Artemide Zatti e Carmen de Patagones, primeira presença nossa na Patagônia, visita à terra natal de Zeferino Namucurá, e terminamos nas Cordilheiras dos Andes em Jinin de los Andes onde viveu e se santificou Laura Vicuña. 3º: Patagônia sul (Puntarenas, Estreito de Magalhães, Terra do Fogo). 4º: Brasil: São Paulo, Guaratinguetá, Aparecida.Rio de Janeiro, Juiz de Fora”, comenta a Curadora do Memorial, Ir. Dulce Hirata.

Confira o vídeo com um tour pelo Memorial e alguns depoimentos de quem já o visitou. Clique aqui.

   

Por Equipe de Comunicação da Rede Salesiana Brasil, com informações de salesianas.org.br

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ENAS 2025: Quarto dia celebra o envio da missão com esperança e compromisso renovados

O último dia do Encontro Nacional da Ação Social Salesiana - ENAS 2025, realizado nesta sexta-feira (4 de julho), em Aparecida, foi marcado por um profundo espírito de comunhão, partilha e envio. Encerrando quatro dias intensos de escuta, discernimento e construção conjunta, os participantes vivenciaram um momento significativo de consolidação das diretrizes que nortearão a caminhada da Ação Social da Rede Salesiana Brasil para a próxima década. A manhã teve início com a acolhida e oração conduzidas por Ir. Fábio Julio de Souza, coordenador da Ação Social da Inspetoria Santo Afonso Maria de Ligório, e por Jessica Jesus Silva, coordenadora da Ação Social da Inspetoria Nossa Senhora Auxiliadora. A oração, marcada por gratidão e esperança, preparou os corações para o fechamento dos trabalhos com o mesmo espírito de fé e fraternidade que permeou todo o encontro. Em seguida, o assessor Eduardo dos Santos Batista apresentou a síntese dos quadros da Ação Social para os próximos 10 anos em Rede, resultado do caminho percorrido ao longo do ENAS. Este momento foi mais do que uma apresentação técnica: foi a materialização do sonho coletivo, cuidadosamente construído a partir das escutas, análises e partilhas vividas nos dias anteriores. O olhar lançado ao futuro vem acompanhado de compromissos concretos, alicerçados nos princípios da missão salesiana e nas necessidades emergentes das juventudes. Na continuidade da programação, os participantes foram convidados à construção dos objetivos da Ação Social, reforçando o protagonismo coletivo e a corresponsabilidade na missão. Com escuta atenta, diálogo fraterno e horizonte comum, delinearam-se metas que darão continuidade à caminhada em rede, sempre com o olhar voltado à promoção da vida, da dignidade humana e da educação integral de crianças, adolescentes e jovens. A plenária final foi um momento tocante de interação e gratidão. Representantes de diferentes inspetorias expressaram suas impressões sobre o encontro, partilharam sentimentos de renovação vocacional e reafirmaram o compromisso com uma atuação social que transforma realidades e constrói pontes de esperança. A alegria salesiana esteve presente nos gestos, nos sorrisos e nas palavras de gratidão que encerraram essa etapa formativa. O ENAS 2025 foi concluído com a Celebração Eucarística de envio, às 11h, marcada por forte espiritualidade e emoção. Diante do altar, os participantes renovaram o compromisso com a missão salesiana, inspirados pela presença viva de Dom Bosco, Madre Mazzarello e Maria Auxiliadora. A missa foi um verdadeiro momento de consagração da caminhada feita e do envio para continuar a transformar o mundo com coragem, fé e amor educativo. O ENAS 2025 chega ao fim, mas deixa como herança um novo tempo para a Ação Social Salesiana no Brasil: mais integrada, mais consciente, mais ousada na caridade e na profecia. Com o coração ardente e os pés no caminho, seguimos em rede, movidos pelo lema de Dom Bosco: "Da mihi animas, caetera tolle."   Acesse as fotos deste quarto dia abaixo: Angélica Novais da Comunicação da RSB

Jubileu dos Jovens será realizado em Aparecida de 3 a 6 de setembro

O Jubileu dos Jovens, promovido pela Comissão Episcopal para a Juventude CNBB, integra as celebrações do Ano Santo com o tema “Peregrinos da Esperança” O Maior Santuário Mariano do Brasil, em Aparecida, SP, será o principal destino da juventude brasileira, entre os dias 3 e 6 de setembro de 2025, durante o Jubileu dos Jovens. A iniciativa busca reunir jovens de todas as regiões do país em um caminho de fé, comunhão e formação. As atividades ocorrerão no auditório do Santuário Nacional de Aparecida e no Centro de Eventos Padre Vítor Coelho de Almeida. A programação do evento inclui encontros formativos, seminário de comunicação e a tradicional Romaria Nacional da Juventude, no Santuário Nacional. Encontro nacional de lideranças - A programação começa no dia 3 com o Encontro Nacional de Responsáveis Diocesanos, Assessores e Líderes Jovens (RDJ2025), que segue até 5 de setembro. A atividade será realizada no auditório do subsolo do Santuário Nacional. O objetivo é oferecer espaço de formação, escuta e planejamento conjunto entre as lideranças que atuam na pastoral juvenil em nível diocesano. Durante os três dias, os participantes refletirão sobre os desafios da evangelização da juventude, a sinodalidade na ação pastoral e o papel dos jovens no contexto social e eclesial. A programação incluirá momentos de espiritualidade, oficinas e partilha de experiências regionais. Seminário de Comunicação -  No dia 5 de setembro, ocorrerá o RISE UP: 3º Seminário de Jovens Comunicadores, também no auditório do subsolo. Voltado aos jovens que atuam com comunicação social (mídias sociais, jornalismo, designer, etc) e evangelização digital, o encontro pretende formar jovens comprometidos com a comunicação ética e evangelizadora, em sintonia com as diretrizes da Igreja. As atividades do seminário abordarão temas como produção de conteúdo, redes sociais, inteligência artificial e missão digital. Romaria Nacional da Juventude - O ponto alto do Jubileu será no sábado, 6 de setembro, com a Romaria Nacional da Juventude. A expectativa é reunir milhares de jovens de diversas dioceses para um dia de celebração e testemunho da fé, marcado por missas, momentos de oração, catequeses e atividades culturais. A programação se concentrará no Centro de Eventos do Santuário Nacional, com procissão ao longo da esplanada. A Romaria é considerada a maior expressão da unidade da juventude católica brasileira. Participação e inscrições - As inscrições estão abertas em: app.ciaticket.com.br/evento/jubileu-das-juventudes-03-09-2025-1127. Cada diocese é incentivada a organizar caravanas. Caminho sinodal e compromisso com a esperança - O Jubileu dos Jovens é parte do caminho sinodal da Igreja, que convida todos os fiéis a viverem a esperança como virtude cristã e compromisso com a transformação da realidade. Para a juventude, trata-se de uma oportunidade de renovar a fé, assumir o protagonismo juvenil e aprofundar a identidade como discípulos missionários. Em Aparecida, os jovens serão acolhidos na Casa da Mãe, confiando à intercessão de Nossa Senhora os desafios e esperanças. Fonte: Jovens Conectados - CNBB

Reflexão sobre a mensagem do Papa Francisco para o 59º Dia Mundial das Comunicações Sociais

Comunicar a esperança em tempos de crise Reflexão sobre a mensagem do Papa Francisco para o 59º Dia Mundial das Comunicações Sociais.   Miral Atik - Patriarcado Latino de Jerusalém Em um momento em que a guerra, a divisão e o sofrimento atravessam a Terra Santa, a mensagem do Papa Francisco para o 59º Dia Mundial das Comunicações Sociais – celebrado no dia 1º de junho, domingo antes de Pentecostes – chega como um apelo urgente: “Compartilhem com mansidão a esperança que há em seus corações” (1 Pedro 3, 15-16). As palavras do Papa ressoam com um profundo significado pastoral e profético, convidando todos os cristãos – não apenas aqueles que trabalham na mídia – a refletir sobre como usamos a comunicação social. É um instrumento de paz ou mais um combustível para os conflitos? Uma palavra de esperança entre os ruídos da guerra Em sua mensagem, publicada em 24 de janeiro de 2025, o Papa Francisco nos convida a nos tornarmos “comunicadores de esperança”, enraizados em Cristo, “o comunicador perfeito” [1], e nos adverte contra uma comunicação que alimenta o medo, o ódio ou o desespero, uma retórica que desumaniza e divide. “A esperança é um risco que vale a pena correr”, escreve. “É uma virtude escondida, tenaz e paciente”. Mas a esperança – insiste -, deve ser comunicada com verdade, reverência e compaixão. De Emaús a Gaza: Que tipo de comunicadores somos? A pergunta do Papa ressoa com força em uma terra onde uma única imagem pode acender chamas de raiva e uma única palavra pode consolar um coração partido: “Que tipo de comunicação praticamos?”. Ele compara o comunicador cristão àquele que peneira o ouro entre os grãos de areia. Em uma terra marcada por histórias dolorosas, os comunicadores são chamados a contar histórias de esperança, não para embelezar a realidade, mas para revelar a beleza que habita também nas trevas. O Papa Francisco destaca três traços essenciais da comunicação cristã, inspirados na Primeira Carta de Pedro: Escolher ver o bem mesmo quando tudo parece perdido, graças ao dom do Espírito Santo. Devemos estar prontos para explicar o motivo da nossa esperança: Cristo mesmo. Devemos falar com doçura e respeito, não com agressividade ou medo. O Cristo ressuscitado na estrada de Emaús nos ofereceu um modelo de verdadeira comunicação, que começa com a escuta. Jesus primeiro caminhou ao lado dos discípulos em sua confusão e dor, ouvindo pacientemente suas dores antes de reacender suavemente sua esperança. Da mesma forma, somos chamados a caminhar com os outros, começando não com palavras, mas com a presença. Ao partilhar histórias de coragem, misericórdia e fé resistente, não gritamos a esperança ao mundo, mas despertamo-la silenciosamente, através de um testemunho compassivo. O Papa Francisco exorta-nos a contar histórias que descubram a beleza e a luz num mundo oprimido pelo sofrimento, narrativas que aprofundem a nossa humanidade partilhada. Do coração: Uma comunicação que cura O Papa imagina um estilo de comunicação que nos torne “companheiros de viagem”, caminhando juntos nos momentos difíceis, semeando esperança enraizada na misericórdia, em vez de no medo ou na raiva. Este tipo de comunicação, especialmente em um período de guerra e divisão, é um ato profético: aproxima os corações, revela o bem silencioso que se manifesta mesmo no sofrimento e favorece a unidade em vez da divisão. Esta comunicação resiste à redução das pessoas a slogans ou ideologias. Abraça a sua humanidade e promove a beleza e a solidariedade. Não é guiada por reações instintivas, mas pelo amor, que transforma as palavras em instrumentos de cura. Fala de uma comunicação que brota de corações fundados em Cristo, criando laços de comunhão em vez de muros de isolamento. Esta visão é particularmente urgente na Terra Santa, onde as histórias de esperança são uma âncora de salvação e cada palavra pode reabrir feridas ou começar a curá-las. Os cristãos como testemunhas nos meios de comunicação A todos os cristãos da Terra Santa – clero, jovens, jornalistas, pais e estudantes – a sua voz é importante. Numa terra onde cada palavra ressoa em corações frágeis, escolham o amor. Numa região frequentemente dominada pelo desespero, escolham falar de esperança. E num mundo habituado à indignação, ousem ser gentis. Podemos ser narradores de esperança, lembrando ao mundo que mesmo nas trevas Cristo caminha conosco e nossas palavras podem se tornar instrumentos de sua paz. Compartilhemos essa esperança - com fidelidade, coragem e ternura - do coração da Terra Santa até os confins do mundo. Como cristão da Terra Santa, escrevi este artigo como reflexão sobre o 59º Dia Mundial das Comunicações Sociais, em resposta ao convite do Dicasterio para a Comunicação Social para contribuir a compartilhar e promover a mensagem do Papa Francisco: “Compartilhem com mansidão a esperança que há em seus corações” (cf. 1 Pedro 3, 15-16). [1] “communio et progressio” sobre os meios de comunicação social, redigida por ordem do Concílio Vaticano II, parágrafo 11. Fonte: Vatican News

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