01/06/2025

59º dia mundial das comunicações sociais

Mensagem de sua santidade Papa Francisco para o LIX dia mundial das comunicações sociais

Partilhai com mansidão a esperança que está nos vossos corações (cf. 1 Pd 3,15-16)

Queridos irmãos e irmãs! Neste nosso tempo marcado pela desinformação e pela polarização, no qual alguns centros de poder controlam uma grande massa de dados e de informações sem precedentes, dirijo-me a vós consciente do quanto, hoje mais do que nunca, é necessário o vosso trabalho de jornalistas e comunicadores. Precisamos do vosso compromisso corajoso em colocar no centro da comunicação a responsabilidade pessoal e coletiva para com o próximo.

Ao pensar no Jubileu que estamos a celebrar como um período de graça em tempos tão conturbados, com esta Mensagem gostaria de vos convidar a ser comunicadores de esperança, começando pela renovação do vosso trabalho e missão segundo o espírito do Evangelho.

Desarmar a comunicação

Hoje em dia, com demasiada frequência, a comunicação não gera esperança, mas sim medo e desespero, preconceitos e rancores, fanatismo e até ódio. Muitas vezes, simplifica a realidade para suscitar reações instintivas; usa a palavra como uma espada; recorre mesmo a informações falsas ou habilmente distorcidas para enviar mensagens destinadas a exaltar os ânimos, a provocar e a ferir. Já várias vezes insisti na necessidade de “desarmar” a comunicação, de a purificar da agressividade. Nunca dá bom resultado reduzir a realidade a slogans. Desde os talk shows televisivos até às guerras verbais nas redes sociais, todos constatamos o risco de prevalecer o paradigma da competição, da contraposição, da vontade de dominar e possuir, da manipulação da opinião pública.

Há ainda um outro fenómeno preocupante: poderíamos designá-lo como a “dispersão programada da atenção” através de sistemas digitais que, ao traçarem o nosso perfil de acordo com as lógicas do mercado, alteram a nossa percepção da realidade. Acontece, portanto, que assistimos, muitas vezes impotentes, a uma espécie de atomização dos interesses, o que acaba por minar os fundamentos do nosso ser comunidade, a capacidade de trabalhar em conjunto por um bem comum, de nos ouvirmos uns aos outros, de compreendermos as razões do outro. Parece que, para a afirmação de si próprio, seja indispensável identificar um “inimigo” a quem atacar verbalmente. E quando o outro se torna um “inimigo”, quando o seu rosto e a sua dignidade são obscurecidos de modo a escarnecê-lo e ridicularizá-lo, perde-se igualmente a possibilidade de gerar esperança. Como nos ensinou D. Tonino Bello, todos os conflitos «encontram a sua raiz no desvanecer dos rostos» [1]. Não podemos render-nos a esta lógica.

Na verdade, ter esperança não é de todo fácil. Georges Bernanos dizia que «só têm esperança aqueles que ousaram desesperar das ilusões e mentiras nas quais encontravam segurança e que falsamente confundiam com esperança. [...] A esperança é um risco que é preciso correr. É o risco dos riscos» [2]. A esperança é uma virtude escondida, pertinaz e paciente. No entanto, para os cristãos, a esperança não é uma escolha, mas uma condição imprescindível. Como recordava Bento XVI na Encíclica Spe salvi, a esperança não é um otimismo passivo, antes pelo contrário, é uma virtude “performativa”, capaz de mudar a vida: «Quem tem esperança, vive diversamente; foi-lhe dada uma vida nova» (n. 2).

Dar com mansidão a razão da nossa esperança

Na Primeira Carta de São Pedro (cf. 3, 15-16), encontramos uma síntese admirável na qual se relacionam a esperança com o testemunho e a comunicação cristã: «no íntimo do vosso coração, confessai Cristo como Senhor, sempre dispostos a dar a razão da vossa esperança a todo aquele que vo-la peça; com mansidão e respeito». Gostaria de me deter em três mensagens que podemos extrair destas palavras.

«No íntimo do vosso coração, confessai Cristo como Senhor». A esperança dos cristãos tem um rosto: o rosto do Senhor ressuscitado. A sua promessa de estar sempre connosco através do dom do Espírito Santo permite-nos esperar contra toda a esperança e ver, mesmo quando tudo parece perdido, as escondidas migalhas de bem.

A segunda mensagem pede-nos para estarmos dispostos a dar razão da nossa esperança. É interessante notar que o Apóstolo convida a dar conta da esperança «a todo aquele que vo-la peça». Os cristãos não são, antes de mais, aqueles que “falam” de Deus, mas aqueles que fazem ressoar a beleza do seu amor, uma maneira nova de viver cada pequena coisa. É o amor vivido que suscita a pergunta e exige uma resposta: porque é que viveis assim? Porque é que sois assim?

Por fim, na expressão de São Pedro encontramos uma terceira mensagem: a resposta a este pedido deve ser dada “com mansidão e respeito”. A comunicação dos cristãos – e eu diria até a comunicação em geral – deve ser feita com mansidão, com proximidade: eis o estilo dos 2 companheiros de viagem, na peugada do maior Comunicador de todos os tempos, Jesus de Nazaré, que ao longo do caminho dialogava com os dois discípulos de Emaús, fazendo-lhes arder os corações através do modo como interpretava os acontecimentos à luz das Escrituras.

Por isso, sonho com uma comunicação que saiba fazer de nós companheiros de viagem de tantos irmãos e irmãs nossos para, em tempos tão conturbados, reacender neles a esperança. Uma comunicação que seja capaz de falar ao coração, de suscitar não reações impetuosas de fechamento e raiva, mas atitudes de abertura e amizade; capaz de apostar na beleza e na esperança mesmo nas situações aparentemente mais desesperadas; de gerar empenho, empatia, interesse pelos outros. Uma comunicação que nos ajude a «reconhecer a dignidade de cada ser humano e a cuidar juntos da nossa casa comum» (Carta enc. Dilexit nos, 217).

Sonho com uma comunicação que não venda ilusões ou medos, mas seja capaz de dar razões para ter esperança. Martin Luther King disse: «Se eu puder ajudar alguém enquanto caminho, se eu puder alegrar alguém com uma palavra ou uma canção... então a minha vida não terá sido vivida em vão» [3]. Para isso, precisamos de nos curar da “doença” do protagonismo e da autorreferencialidade, evitar o risco de falarmos de nós mesmos: o bom comunicador faz com que quem ouve, lê ou vê se torne participante, esteja próximo, possa encontrar o melhor de si e entrar com estas atitudes nas histórias contadas. Comunicar deste modo ajuda a tornarmo-nos “peregrinos de esperança”, como diz o lema do Jubileu.

Esperar juntos

A esperança é sempre um projeto comunitário. Pensemos, por um momento, na grandeza da mensagem deste ano de graça: estamos todos – realmente todos! – convidados a recomeçar, a deixar que Deus nos reerga, nos abrace e inunde de misericórdia. E entrelaçadas com tudo isto estão a dimensão pessoal e a dimensão comunitária. É em conjunto que nos pomos a caminho, peregrinamos com tantos irmãos e irmãs, e, juntos, atravessamos a Porta Santa.

O Jubileu tem muitas implicações sociais. Pensemos, por exemplo, na mensagem de misericórdia e esperança para quem vive nas prisões, ou no apelo à proximidade e à ternura para com os que sofrem e estão à margem. O Jubileu recorda-nos que todos os que se tornam construtores da paz «serão chamados filhos de Deus» (Mt 5, 9). E, deste modo, abre-nos à esperança, aponta-nos a necessidade de uma comunicação atenta, amável, refletida, capaz de indicar caminhos de diálogo. Encorajo-vos, portanto, a descobrir e a contar tantas histórias de bem escondidas por detrás das notícias; a imitar aqueles exploradores de ouro que, incansavelmente, peneiram a areia em busca duma pequeníssima pepita. É importante encontrar estas sementes de esperança e dá-las a conhecer. Ajuda o mundo a ser um pouco menos surdo ao grito dos últimos, um pouco menos indiferente, um pouco menos fechado. Que saibais sempre encontrar as centelhas de bem que nos permitem ter esperança. Este tipo de comunicação pode ajudar a tecer a comunhão, a fazer-nos sentir menos sós, a redescobrir a importância de caminhar juntos.

Não esqueçais o coração

Queridos irmãos e irmãs, perante as vertiginosas conquistas da técnica, convido-vos a cuidar do coração, ou seja, da vossa vida interior. O que é que isto significa? Deixo-vos algumas pistas.

Sede mansos e nunca esqueçais o rosto do outro; falai ao coração das mulheres e dos homens ao serviço de quem desempenhais o vosso trabalho.

Não permitais que as reações instintivas guiem a vossa comunicação. Semeai sempre esperança, mesmo quando é difícil, quando custa, quando parece não dar frutos.

Procurai praticar uma comunicação que saiba curar as feridas da nossa humanidade.

Daí espaço à confiança do coração que, como uma flor frágil mas resistente, não sucumbe no meio das intempéries da vida, mas brota e cresce nos lugares mais inesperados: na esperança das mães que rezam todos os dias para rever os seus filhos regressar das trincheiras de um conflito; na esperança dos pais que emigram, entre inúmeros riscos e peripécias, à procura de um futuro melhor; na esperança das crianças que, mesmo no meio dos escombros das guerras e nas ruas pobres das favelas, conseguem brincar, sorrir e acreditar na vida.

Sede testemunhas e promotores de uma comunicação não hostil, que difunda uma cultura do cuidado, construa pontes e atravesse os muros visíveis e invisíveis do nosso tempo.

Contai histórias imbuídas de esperança, tomando a peito o nosso destino comum e escrevendo juntos a história do nosso futuro.

Tudo isto podeis e podemos fazê-lo com a graça de Deus, que o Jubileu nos ajuda a receber em abundância. Por isto, rezo por cada um de vós e pelo vosso trabalho, e vos abençoo.

Roma, São João de Latrão, na Memória de São Francisco de Sales, 24 de janeiro de 2025

Francisco

[1] “La pace come ricerca del volto”, in Omelie e scritti quaresimali, Molfetta 1994, 317.

[2] Georges Bernanos, La liberté, pour quoi faire?, Paris 1995.

[3] Sermão“ The Drum Major Instinct”, 4 de fevereiro de 1968.

Copyright © Dicastero per la Comunicazione - Libreria Editrice Vaticana

Mais Recentes

Reflexão sobre a mensagem do Papa Francisco para o 59º Dia Mundial das Comunicações Sociais

Comunicar a esperança em tempos de crise Reflexão sobre a mensagem do Papa Francisco para o 59º Dia Mundial das Comunicações Sociais.   Miral Atik - Patriarcado Latino de Jerusalém Em um momento em que a guerra, a divisão e o sofrimento atravessam a Terra Santa, a mensagem do Papa Francisco para o 59º Dia Mundial das Comunicações Sociais – celebrado no dia 1º de junho, domingo antes de Pentecostes – chega como um apelo urgente: “Compartilhem com mansidão a esperança que há em seus corações” (1 Pedro 3, 15-16). As palavras do Papa ressoam com um profundo significado pastoral e profético, convidando todos os cristãos – não apenas aqueles que trabalham na mídia – a refletir sobre como usamos a comunicação social. É um instrumento de paz ou mais um combustível para os conflitos? Uma palavra de esperança entre os ruídos da guerra Em sua mensagem, publicada em 24 de janeiro de 2025, o Papa Francisco nos convida a nos tornarmos “comunicadores de esperança”, enraizados em Cristo, “o comunicador perfeito” [1], e nos adverte contra uma comunicação que alimenta o medo, o ódio ou o desespero, uma retórica que desumaniza e divide. “A esperança é um risco que vale a pena correr”, escreve. “É uma virtude escondida, tenaz e paciente”. Mas a esperança – insiste -, deve ser comunicada com verdade, reverência e compaixão. De Emaús a Gaza: Que tipo de comunicadores somos? A pergunta do Papa ressoa com força em uma terra onde uma única imagem pode acender chamas de raiva e uma única palavra pode consolar um coração partido: “Que tipo de comunicação praticamos?”. Ele compara o comunicador cristão àquele que peneira o ouro entre os grãos de areia. Em uma terra marcada por histórias dolorosas, os comunicadores são chamados a contar histórias de esperança, não para embelezar a realidade, mas para revelar a beleza que habita também nas trevas. O Papa Francisco destaca três traços essenciais da comunicação cristã, inspirados na Primeira Carta de Pedro: Escolher ver o bem mesmo quando tudo parece perdido, graças ao dom do Espírito Santo. Devemos estar prontos para explicar o motivo da nossa esperança: Cristo mesmo. Devemos falar com doçura e respeito, não com agressividade ou medo. O Cristo ressuscitado na estrada de Emaús nos ofereceu um modelo de verdadeira comunicação, que começa com a escuta. Jesus primeiro caminhou ao lado dos discípulos em sua confusão e dor, ouvindo pacientemente suas dores antes de reacender suavemente sua esperança. Da mesma forma, somos chamados a caminhar com os outros, começando não com palavras, mas com a presença. Ao partilhar histórias de coragem, misericórdia e fé resistente, não gritamos a esperança ao mundo, mas despertamo-la silenciosamente, através de um testemunho compassivo. O Papa Francisco exorta-nos a contar histórias que descubram a beleza e a luz num mundo oprimido pelo sofrimento, narrativas que aprofundem a nossa humanidade partilhada. Do coração: Uma comunicação que cura O Papa imagina um estilo de comunicação que nos torne “companheiros de viagem”, caminhando juntos nos momentos difíceis, semeando esperança enraizada na misericórdia, em vez de no medo ou na raiva. Este tipo de comunicação, especialmente em um período de guerra e divisão, é um ato profético: aproxima os corações, revela o bem silencioso que se manifesta mesmo no sofrimento e favorece a unidade em vez da divisão. Esta comunicação resiste à redução das pessoas a slogans ou ideologias. Abraça a sua humanidade e promove a beleza e a solidariedade. Não é guiada por reações instintivas, mas pelo amor, que transforma as palavras em instrumentos de cura. Fala de uma comunicação que brota de corações fundados em Cristo, criando laços de comunhão em vez de muros de isolamento. Esta visão é particularmente urgente na Terra Santa, onde as histórias de esperança são uma âncora de salvação e cada palavra pode reabrir feridas ou começar a curá-las. Os cristãos como testemunhas nos meios de comunicação A todos os cristãos da Terra Santa – clero, jovens, jornalistas, pais e estudantes – a sua voz é importante. Numa terra onde cada palavra ressoa em corações frágeis, escolham o amor. Numa região frequentemente dominada pelo desespero, escolham falar de esperança. E num mundo habituado à indignação, ousem ser gentis. Podemos ser narradores de esperança, lembrando ao mundo que mesmo nas trevas Cristo caminha conosco e nossas palavras podem se tornar instrumentos de sua paz. Compartilhemos essa esperança - com fidelidade, coragem e ternura - do coração da Terra Santa até os confins do mundo. Como cristão da Terra Santa, escrevi este artigo como reflexão sobre o 59º Dia Mundial das Comunicações Sociais, em resposta ao convite do Dicasterio para a Comunicação Social para contribuir a compartilhar e promover a mensagem do Papa Francisco: “Compartilhem com mansidão a esperança que há em seus corações” (cf. 1 Pedro 3, 15-16). [1] “communio et progressio” sobre os meios de comunicação social, redigida por ordem do Concílio Vaticano II, parágrafo 11. Fonte: Vatican News

[SDB] A Congregação Salesiana saúda o Papa Leão XIV, Farol de Esperança para a Igreja

Com mui jubilosa e grata alegria, a Congregação Salesiana acolhe a eleição do Papa Leão XIV, Robert Francis Prevost, como 267º Sucessor de São Pedro. Da Varanda da Basílica do Príncipe dos Apóstolos, suas primeiras palavras - “A paz esteja convosco. Deus ama a todos!” - ressoaram nos corações dos Fiéis de todo o Mundo. Missionário por vocação, filho de Santo Agostinho e Ex-Prefeito do Dicastério para os Bispos, o Papa Leão XIV traz humildade, serenidade, proximidade pastoral ao seu novo ministério. Eleito por 133 cardeais de todos os Continentes, suas raízes abrangem a França, a Itália, a Espanha e as Américas. A escolha do nome Leão recorda Leão XIII, pioneiro da doutrina social da Igreja. Saudou o mundo em italiano, espanhol e latim, convidando todos à unidade, à oração, ao serviço. Em nome da Congregação Salesiana e de toda a Família Salesiana, o Reitor-Mor dirige sinceros votos ao Santo Padre no início de seu pontificado. Em sua Mensagem, o Reitor-Mor assegura ao novo Papa a nossa devoção e orações, pedindo ao Espírito Santo que o guie com sabedoria e força, para que seu Ministério seja um farol de esperança, unidade e paz tanto para a Igreja quanto para o Mundo. Seguindo o exemplo de Dom Bosco, reafirmamos que todo o empenho é pouco quando se trata da Igreja e do Papado, confiando o Papa Leão XIV a Maria SS. Auxiliadora. «Ad multos anos!», Santo Padre!  Acesse a carta nos links abaixo: A_Sua_SantitaY_LEONE_XIV.pdf  To_His_Holiness_LEO_XIV_ENG.pdf  Fonte: Agência Info Salesiana

Conheça os cardeais salesianos que participam do Conclave com direito a voto

Na próxima quarta-feira, dia 7 de maio, terá início o Conclave – a reunião dos cardeais da Igreja Católica que vão eleger o novo Papa. Participam como eleitores 133 cardeais, entre os quais estão cinco salesianos. Saiba mais sobre cada um deles     Cardeal Ángel Fernández Artime Pró-Prefeito do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica. Ángel Fernández Artime foi criado cardeal pelo Papa Francisco em 9 de julho de 2023, e recebeu o barrete e o anel cardinalício no Consistório Público Ordinário de 30 de setembro do mesmo ano. O Reitor-Mor emérito dos Salesianos e X sucessor de Dom Bosco esteve à frente da Congregação Salesiana por dez anos, e renunciou ao cargo, de forma programada, em 16 de agosto de 2024, para cumprir os compromissos assumidos junto à Cúria Romana. Foi a primeira vez na história que um Reitor-Mor dos Salesianos de Dom Bosco foi elevado ao Cardinalato, antes mesmo de se tornar bispo, o que gerou em toda a Família Salesiana um profundo sentimento de gratidão.     Cardeal Cristóbal López Romero Arcebispo de Rabat, Marrocos. O Papa Francisco impôs a barrete e entregou o anel ao Cardeal Cristóbal López Romero, Arcebispo de Rabat, durante o Consistório de 5 de outubro de 2019. Na sua homilia, o Papa sublinhou o testemunho da compaixão do Cardeal López Romero diante da generalização da indiferença que marca a nossa sociedade. Por ocasião da sua nomeação, sempre com uma atitude de humildade, López Romero comentou: “Com esta nomeação o Papa torna visível a pequena Igreja do Norte da África, quase desconhecida pela Igreja universal; e fortalece o diálogo inter-religioso islâmico-cristão”. Como 18º salesiano, em ordem cronológica, a ser admitido entre os cardeais da Igreja Católica, o espanhol Cristóbal López Romero serviu o Povo de Deus em três continentes (Europa, América do Sul e África) e sempre dedicou a sua voz e a sua autoridade aos direitos dos mais fracos, no verdadeiro estilo salesiano.     Cardeal Daniel F. Sturla Berhouet Arcebispo de Montevidéu, Uruguai. O segundo salesiano a ser criado cardeal pelo Papa Francisco foi o uruguaio Daniel Fernando Sturla Berhouet, em 14 de fevereiro de 2015. Estudioso e professor, com um histórico de funções de governo também em sua Inspetoria de origem, teve diversas funções em vários órgãos da Cúria Romana. Por seu serviço à Igreja, o Papa Francisco nomeou-o membro dos Dicastérios para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica; para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos; para a Evangelização; para a Pontifícia Comissão para a América Latina; e para o Departamento de Administração do Patrimônio da Sé Apostólica.     Cardeal Charles Maung Bo Arcebispo de Yangon, Mianmar. O Cardeal Charles Maung Bo é o guia da pequena minoria católica (1% da população) de Mianmar, e uma voz ativa pela paz no país. No final de março, quando Mianmar foi atingido por um terremoto devastador, solicitou um cessar-fogo à junta militar – que se encontra no poder desde o golpe militar de 2021 – para facilitar a distribuição de ajuda humanitária. Exerceu dois mandatos como Presidente da Federação das Conferências Episcopais Asiáticas, e destacou recentemente a “intensa estima” do Papa Francisco pelos povos asiáticos e seu amor pelo oprimido povo de Mianmar. Criado cardeal no consistório de 14 de fevereiro de 2015, Charles Maung Bo foi o primeiro cardeal birmanês da história da Igreja. Defensor dos pobres, com voz ecumênica de grande importância, o Cardeal Bo é um pastor salesiano que sempre esteve empenhado pela paz e harmonia num país que viveu e ainda vive difíceis situações de conflito.   Cardeal Virgílio do Carmo da Silva Arcebispo de Díli, Timor Leste. Nomeado pelo Papa Francisco, o Cardeal Virgílio do Carmo da Silva é um dos membros mais jovens do Colégio de Cardeais (57 anos). Em 11 de setembro de 2019, o Papa Francisco erigiu a Província Eclesiástica de Timor-Leste e elevou a Diocese de Díli a Arquidiocese, sendo Dom Virgílio do Carmo da Silva o seu primeiro Arcebispo Metropolitano. No dia 29 de maio de 2022, no final do ‘Regina Caeli’, o Papa Francisco anunciou sua elevação a cardeal, que ocorreu no Consistório do dia 27 de agosto seguinte. Assim, o salesiano Virgílio do Carmo da Silva foi o primeiro cidadão de Timor-Leste a ser nomeado cardeal. O Timor Leste é um dos poucos países da Ásia de maioria cristã. Estima-se que os católicos representem 97% da população, e é relevante observar que, por ocasião da visita do Papa Francisco ao país, em setembro de 2024, cerca de 600 mil pessoas - de um total de 1,3 milhão de habitantes - saíram às ruas para saudar o Vigário de Cristo.  

Receba as novidades no seu e-mail

O futuro que você merece
Somos Rede

Siga a RSB nas redes sociais:

2025 © Rede Salesiana Brasil