30/05/2023

Começa o I Encontro Nacional de Comunicação da Rede Salesiana Brasil

Começa o I Encontro Nacional de Comunicação da Rede Salesiana Brasil

Na manhã de hoje (30), pela plataforma Zoom, teve início o I Encontro Nacional de Comunicação (ENAC) da Rede Salesiana Brasil. O evento busca potencializar os espaços de formação, interação, debates, partilhas e construção colaborativa de propostas que contribuam para a inovação nos processos comunicacionais e educomunicacionais da ação educativa em Rede e, para tanto, traz como tema “Navegando em Rede, conectados com o carisma salesiano: criando e comunicando valores”.

Já em sua primeira edição, o ENAC é inédito em seu formato e conteúdo, uma vez que se configura como um evento aberto a todas as equipes das presenças salesianas, não se limitando apenas às equipes de Comunicação. “Entendemos que era necessário abraçar todas as presenças. Não é um encontro só para comunicadores, é um encontro para todos, porque todos somos comunicadores”, comenta a Coordenadora Nacional de Comunicação da Rede Salesiana Brasil, Ir. Maike Loes.

A manhã desta terça-feira trouxe o lema “Vivências educomunicativas que inspiram: o sacramento da presença em Dom Bosco e Madre Mazzarello” e foi aberta pela Oração Inicial, comandada pela Coordenadora de Comunicação da Inspetoria Nossa Senhora da Amazônia, Ir. Luzinete Rego Freitas, juntamente com o Coordenador de Comunicação da Inspetoria Maria Auxiliadora, Flávio C. Medeiros do Nascimento. Em seguida, os participantes puderam ouvir uma palavra de animação dos Inspetores Referentes para a Comunicação Salesiana no Brasil, Ir. Maria Carmelita de Lima Conceição e Pe. Francisco Inácio Vieira Júnior.

 

Antes da primeira palestra do dia, Ir. Maike trouxe uma breve contextualização do evento. “Este encontro é um encontro inédito, sim, muito inédito! É um encontro inédito porque é o primeiro encontro de comunicação que reúne o Brasil salesiano de norte a sul. É inédito também porque não é apenas um encontro nacional. O ENAC se tornou um evento internacional. Temos também participantes de fora do Brasil”, comenta Ir. Maike evidenciando a presença dos primeiros palestrantes do dia. Pela primeira vez juntos em um evento salesiano, diretamente de Roma, na Itália, compareceram ao ENAC os Conselheiros Gerais para a Comunicação Salesiana das Filhas de Maria Auxiliadora (FMA) e dos Salesianos de Dom Bosco (SDB), respectivamente, Ir. Maria Ausilia De Siena e Pe. Gildásio Mendes dos Santo.

Abrindo as palestras do dia, Pe. Gildásio abordou o tema “Caminhar na corda das coisas sólidas e da leveza das coisas para comunicar no tempo das grandes mudanças”, trazendo a dimensão comunicativa de Dom Bosco para a evangelização dos jovens de sua época que continua atual dentro das propostas do carisma salesiano. “Ele [Dom Bosco] foi o primeiro e o maior comunicador dos jovens do seu tempo e da sua cultura, quando viveu em Turim. Dom Bosco entra na lista dos maiores comunicadores da humanidade.

Somos filhos e filhas de um grande comunicador que soube caminhar sobre ‘as cordas’ com grande visão, empenho, criatividade e empreendedorismo. Tudo a favor da missão!”, comenta Pe. Gildásio em sua fala.

Antes do início da segunda palestra, Ir. Maike trouxe uma saudação do Conselheiro Geral para a Região América Cone Sul, Pe. Hector Gabriel Romero, que está em Manaus apoiando os trâmites de escolha do novo Inspetor local, mas que fez questão de evidenciar sua conexão em Rede com o Encontro Nacional de Comunicação da RSB.

Em seguida, Ir. Maria Ausilia trouxe o tema “Em Rede com Maria Mazzarello”, acompanhada de algumas cenas do filme “Maín - A casa da Felicidade” para ilustrar a missão de Madre Mazzarello que já era bastante salesiana com as meninas de Mornese antes mesmo de unir forças em prol da juventude com Dom Bosco. “A formação integral da pessoa é o projeto educativo de Dom Bosco e de Madre Mazzarello [...] Toda pessoa seriamente engajada na fascinante missão da educação, no estilo salesiano, inevitavelmente se questiona continuamente para garantir que sua ação nesse campo seja realmente eficaz e alcance o coração das crianças, dos jovens e dos adolescentes”, comenta Ir. Ausilia.

  

Seguindo o evento, o Diretor Executivo da Rede Salesiana Brasil, Pe. Nivaldo Luiz Pessinatti, trouxe uma fala que corrobora toda a proposta de ação em Rede que vem desde a época de Dom Bosco e Madre Mazzarello. “É uma experiência muito gratificante mais uma vez experimentar essa riqueza do nosso carisma. Nós que somos salesianos nos sentimos muito enriquecidos por Dom Bosco, mas como Salesianos e Salesianas estamos enriquecidos em dupla por Dom Bosco e Madre Mazzarello [...] Por isso, mais do que palavras, é externar uma forte alegria por nos sentirmos tão irmanados carismaticamente”.

O momento de ressonâncias foi comandado pelo Coordenador de Comunicação da Inspetoria São Pio X, Thiago Amorim Caminada, o qual moderou as perguntas enviadas pelos participantes do evento aos Conselheiros Gerais.

Fechando o primeiro dia do ENAC, Ir. Maike Loes trouxe uma palavra que impeliu a todos os presentes a necessidade de retorno à essência salesiana para que a missão se fortaleça todos os dias. “De hoje em diante, é impossível continuarmos como antes. De hoje em diante, nossa vida, nosso ser e missão deverão se espelhar ainda mais em Dom Bosco e Madre Mazzarello que, com os meios disponíveis do seu tempo, foram criativos, proativos, inovadores... e com um detalhe: sem perder o essencial de suas vidas, a meta, o horizonte: a salvação da juventude!”.

O I Encontro Nacional de Comunicação da Rede Salesiana Brasil contou com traduções simultâneas protagonizadas pela Diretora Institucional da Escola Salesiana Brasília (ESB), em Brasília (DF), Ir. Ivanette Duncan de Miranda (tradução do italiano para o português); e da Referente do Âmbito para a Pastoral Juvenil de Roma, Ir. Ivone Goulart (tradução do português para o italiano). A moderação de todo o evento ficou por conta da Gestora de Projetos Formativos da RSB, Ana Paula Costa e Silva, e o evento ainda conta com o apoio das equipes de Comunicação da RSB, representada pelos Analistas de Comunicação Janaína Lima e Thiago Silva Santos, e pelo Designer Gráfico, Pedro de Moraes Freitas; a equipe do Centro Salesiano de Formação, representada pela Assistente de Atendimento, Sarah T. Rodrigues de Oliveira; a equipe do Serviço de Atendimento à Rede (SAR), representada pela Auxiliar Administrativa, Ana Maria Dantas Marçal, e a equipe de Tecnologia e Inovação, representada pelo Assistente de TI, Diogo Alves de França.

O I ENAC continua amanhã (31), a partir das 09h (horário de Brasília), para todos os inscritos das presenças da Rede Salesiana Brasil.

  

Por Equipe de Comunicação da Rede Salesiana Brasil

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Compartilhemos essa esperança - com fidelidade, coragem e ternura - do coração da Terra Santa até os confins do mundo. Como cristão da Terra Santa, escrevi este artigo como reflexão sobre o 59º Dia Mundial das Comunicações Sociais, em resposta ao convite do Dicasterio para a Comunicação Social para contribuir a compartilhar e promover a mensagem do Papa Francisco: “Compartilhem com mansidão a esperança que há em seus corações” (cf. 1 Pedro 3, 15-16). [1] “communio et progressio” sobre os meios de comunicação social, redigida por ordem do Concílio Vaticano II, parágrafo 11. Fonte: Vatican News

59º dia mundial das comunicações sociais

Mensagem de sua santidade Papa Francisco para o LIX dia mundial das comunicações sociais Partilhai com mansidão a esperança que está nos vossos corações (cf. 1 Pd 3,15-16) Queridos irmãos e irmãs! Neste nosso tempo marcado pela desinformação e pela polarização, no qual alguns centros de poder controlam uma grande massa de dados e de informações sem precedentes, dirijo-me a vós consciente do quanto, hoje mais do que nunca, é necessário o vosso trabalho de jornalistas e comunicadores. Precisamos do vosso compromisso corajoso em colocar no centro da comunicação a responsabilidade pessoal e coletiva para com o próximo. Ao pensar no Jubileu que estamos a celebrar como um período de graça em tempos tão conturbados, com esta Mensagem gostaria de vos convidar a ser comunicadores de esperança, começando pela renovação do vosso trabalho e missão segundo o espírito do Evangelho. Desarmar a comunicação Hoje em dia, com demasiada frequência, a comunicação não gera esperança, mas sim medo e desespero, preconceitos e rancores, fanatismo e até ódio. Muitas vezes, simplifica a realidade para suscitar reações instintivas; usa a palavra como uma espada; recorre mesmo a informações falsas ou habilmente distorcidas para enviar mensagens destinadas a exaltar os ânimos, a provocar e a ferir. Já várias vezes insisti na necessidade de “desarmar” a comunicação, de a purificar da agressividade. Nunca dá bom resultado reduzir a realidade a slogans. Desde os talk shows televisivos até às guerras verbais nas redes sociais, todos constatamos o risco de prevalecer o paradigma da competição, da contraposição, da vontade de dominar e possuir, da manipulação da opinião pública. Há ainda um outro fenómeno preocupante: poderíamos designá-lo como a “dispersão programada da atenção” através de sistemas digitais que, ao traçarem o nosso perfil de acordo com as lógicas do mercado, alteram a nossa percepção da realidade. Acontece, portanto, que assistimos, muitas vezes impotentes, a uma espécie de atomização dos interesses, o que acaba por minar os fundamentos do nosso ser comunidade, a capacidade de trabalhar em conjunto por um bem comum, de nos ouvirmos uns aos outros, de compreendermos as razões do outro. Parece que, para a afirmação de si próprio, seja indispensável identificar um “inimigo” a quem atacar verbalmente. E quando o outro se torna um “inimigo”, quando o seu rosto e a sua dignidade são obscurecidos de modo a escarnecê-lo e ridicularizá-lo, perde-se igualmente a possibilidade de gerar esperança. Como nos ensinou D. Tonino Bello, todos os conflitos «encontram a sua raiz no desvanecer dos rostos» [1]. Não podemos render-nos a esta lógica. Na verdade, ter esperança não é de todo fácil. Georges Bernanos dizia que «só têm esperança aqueles que ousaram desesperar das ilusões e mentiras nas quais encontravam segurança e que falsamente confundiam com esperança. [...] A esperança é um risco que é preciso correr. É o risco dos riscos» [2]. A esperança é uma virtude escondida, pertinaz e paciente. No entanto, para os cristãos, a esperança não é uma escolha, mas uma condição imprescindível. Como recordava Bento XVI na Encíclica Spe salvi, a esperança não é um otimismo passivo, antes pelo contrário, é uma virtude “performativa”, capaz de mudar a vida: «Quem tem esperança, vive diversamente; foi-lhe dada uma vida nova» (n. 2). Dar com mansidão a razão da nossa esperança Na Primeira Carta de São Pedro (cf. 3, 15-16), encontramos uma síntese admirável na qual se relacionam a esperança com o testemunho e a comunicação cristã: «no íntimo do vosso coração, confessai Cristo como Senhor, sempre dispostos a dar a razão da vossa esperança a todo aquele que vo-la peça; com mansidão e respeito». Gostaria de me deter em três mensagens que podemos extrair destas palavras. «No íntimo do vosso coração, confessai Cristo como Senhor». A esperança dos cristãos tem um rosto: o rosto do Senhor ressuscitado. A sua promessa de estar sempre connosco através do dom do Espírito Santo permite-nos esperar contra toda a esperança e ver, mesmo quando tudo parece perdido, as escondidas migalhas de bem. A segunda mensagem pede-nos para estarmos dispostos a dar razão da nossa esperança. É interessante notar que o Apóstolo convida a dar conta da esperança «a todo aquele que vo-la peça». Os cristãos não são, antes de mais, aqueles que “falam” de Deus, mas aqueles que fazem ressoar a beleza do seu amor, uma maneira nova de viver cada pequena coisa. É o amor vivido que suscita a pergunta e exige uma resposta: porque é que viveis assim? Porque é que sois assim? Por fim, na expressão de São Pedro encontramos uma terceira mensagem: a resposta a este pedido deve ser dada “com mansidão e respeito”. A comunicação dos cristãos – e eu diria até a comunicação em geral – deve ser feita com mansidão, com proximidade: eis o estilo dos 2 companheiros de viagem, na peugada do maior Comunicador de todos os tempos, Jesus de Nazaré, que ao longo do caminho dialogava com os dois discípulos de Emaús, fazendo-lhes arder os corações através do modo como interpretava os acontecimentos à luz das Escrituras. Por isso, sonho com uma comunicação que saiba fazer de nós companheiros de viagem de tantos irmãos e irmãs nossos para, em tempos tão conturbados, reacender neles a esperança. Uma comunicação que seja capaz de falar ao coração, de suscitar não reações impetuosas de fechamento e raiva, mas atitudes de abertura e amizade; capaz de apostar na beleza e na esperança mesmo nas situações aparentemente mais desesperadas; de gerar empenho, empatia, interesse pelos outros. Uma comunicação que nos ajude a «reconhecer a dignidade de cada ser humano e a cuidar juntos da nossa casa comum» (Carta enc. Dilexit nos, 217). Sonho com uma comunicação que não venda ilusões ou medos, mas seja capaz de dar razões para ter esperança. Martin Luther King disse: «Se eu puder ajudar alguém enquanto caminho, se eu puder alegrar alguém com uma palavra ou uma canção... então a minha vida não terá sido vivida em vão» [3]. Para isso, precisamos de nos curar da “doença” do protagonismo e da autorreferencialidade, evitar o risco de falarmos de nós mesmos: o bom comunicador faz com que quem ouve, lê ou vê se torne participante, esteja próximo, possa encontrar o melhor de si e entrar com estas atitudes nas histórias contadas. Comunicar deste modo ajuda a tornarmo-nos “peregrinos de esperança”, como diz o lema do Jubileu. Esperar juntos A esperança é sempre um projeto comunitário. Pensemos, por um momento, na grandeza da mensagem deste ano de graça: estamos todos – realmente todos! – convidados a recomeçar, a deixar que Deus nos reerga, nos abrace e inunde de misericórdia. E entrelaçadas com tudo isto estão a dimensão pessoal e a dimensão comunitária. É em conjunto que nos pomos a caminho, peregrinamos com tantos irmãos e irmãs, e, juntos, atravessamos a Porta Santa. O Jubileu tem muitas implicações sociais. Pensemos, por exemplo, na mensagem de misericórdia e esperança para quem vive nas prisões, ou no apelo à proximidade e à ternura para com os que sofrem e estão à margem. O Jubileu recorda-nos que todos os que se tornam construtores da paz «serão chamados filhos de Deus» (Mt 5, 9). E, deste modo, abre-nos à esperança, aponta-nos a necessidade de uma comunicação atenta, amável, refletida, capaz de indicar caminhos de diálogo. Encorajo-vos, portanto, a descobrir e a contar tantas histórias de bem escondidas por detrás das notícias; a imitar aqueles exploradores de ouro que, incansavelmente, peneiram a areia em busca duma pequeníssima pepita. É importante encontrar estas sementes de esperança e dá-las a conhecer. Ajuda o mundo a ser um pouco menos surdo ao grito dos últimos, um pouco menos indiferente, um pouco menos fechado. Que saibais sempre encontrar as centelhas de bem que nos permitem ter esperança. Este tipo de comunicação pode ajudar a tecer a comunhão, a fazer-nos sentir menos sós, a redescobrir a importância de caminhar juntos. Não esqueçais o coração Queridos irmãos e irmãs, perante as vertiginosas conquistas da técnica, convido-vos a cuidar do coração, ou seja, da vossa vida interior. O que é que isto significa? Deixo-vos algumas pistas. Sede mansos e nunca esqueçais o rosto do outro; falai ao coração das mulheres e dos homens ao serviço de quem desempenhais o vosso trabalho. Não permitais que as reações instintivas guiem a vossa comunicação. Semeai sempre esperança, mesmo quando é difícil, quando custa, quando parece não dar frutos. Procurai praticar uma comunicação que saiba curar as feridas da nossa humanidade. Daí espaço à confiança do coração que, como uma flor frágil mas resistente, não sucumbe no meio das intempéries da vida, mas brota e cresce nos lugares mais inesperados: na esperança das mães que rezam todos os dias para rever os seus filhos regressar das trincheiras de um conflito; na esperança dos pais que emigram, entre inúmeros riscos e peripécias, à procura de um futuro melhor; na esperança das crianças que, mesmo no meio dos escombros das guerras e nas ruas pobres das favelas, conseguem brincar, sorrir e acreditar na vida. Sede testemunhas e promotores de uma comunicação não hostil, que difunda uma cultura do cuidado, construa pontes e atravesse os muros visíveis e invisíveis do nosso tempo. Contai histórias imbuídas de esperança, tomando a peito o nosso destino comum e escrevendo juntos a história do nosso futuro. Tudo isto podeis e podemos fazê-lo com a graça de Deus, que o Jubileu nos ajuda a receber em abundância. Por isto, rezo por cada um de vós e pelo vosso trabalho, e vos abençoo. Roma, São João de Latrão, na Memória de São Francisco de Sales, 24 de janeiro de 2025 Francisco [1] “La pace come ricerca del volto”, in Omelie e scritti quaresimali, Molfetta 1994, 317. [2] Georges Bernanos, La liberté, pour quoi faire?, Paris 1995. [3] Sermão“ The Drum Major Instinct”, 4 de fevereiro de 1968. Copyright © Dicastero per la Comunicazione - Libreria Editrice Vaticana

[SDB] A Congregação Salesiana saúda o Papa Leão XIV, Farol de Esperança para a Igreja

Com mui jubilosa e grata alegria, a Congregação Salesiana acolhe a eleição do Papa Leão XIV, Robert Francis Prevost, como 267º Sucessor de São Pedro. Da Varanda da Basílica do Príncipe dos Apóstolos, suas primeiras palavras - “A paz esteja convosco. Deus ama a todos!” - ressoaram nos corações dos Fiéis de todo o Mundo. Missionário por vocação, filho de Santo Agostinho e Ex-Prefeito do Dicastério para os Bispos, o Papa Leão XIV traz humildade, serenidade, proximidade pastoral ao seu novo ministério. Eleito por 133 cardeais de todos os Continentes, suas raízes abrangem a França, a Itália, a Espanha e as Américas. A escolha do nome Leão recorda Leão XIII, pioneiro da doutrina social da Igreja. Saudou o mundo em italiano, espanhol e latim, convidando todos à unidade, à oração, ao serviço. Em nome da Congregação Salesiana e de toda a Família Salesiana, o Reitor-Mor dirige sinceros votos ao Santo Padre no início de seu pontificado. Em sua Mensagem, o Reitor-Mor assegura ao novo Papa a nossa devoção e orações, pedindo ao Espírito Santo que o guie com sabedoria e força, para que seu Ministério seja um farol de esperança, unidade e paz tanto para a Igreja quanto para o Mundo. Seguindo o exemplo de Dom Bosco, reafirmamos que todo o empenho é pouco quando se trata da Igreja e do Papado, confiando o Papa Leão XIV a Maria SS. Auxiliadora. «Ad multos anos!», Santo Padre!  Acesse a carta nos links abaixo: A_Sua_SantitaY_LEONE_XIV.pdf  To_His_Holiness_LEO_XIV_ENG.pdf  Fonte: Agência Info Salesiana

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