Como aconteceu a Fundação da Congregação Salesiana
18/12/2022

Como aconteceu a Fundação da Congregação Salesiana

Como aconteceu a Fundação da Congregação Salesiana

O dia 18 de dezembro de 1859 era um domingo. Dom Bosco encerrou a trabalhosa jornada festiva vivida entre os jovens, como na festa da Imaculada e em todos os domingos. Depois, chamou aqueles que se tinham decidido a participar da Pia Sociedade de São Francisco de Sales. Eram 21 horas, após as orações da noite. Em poucos minutos os presentes eram dezoito com Dom Bosco. Só dois não vieram. Os que se reuniram ao redor de Dom Bosco eram dezessete: um sacerdote (47 anos), um diácono (24 anos), um subdiácono (22 anos), treze clérigos (de 21 a 15 anos) e um juveníssimo estudante.

A austera ata, firmada pelo Pe. Alasonatti e com a assinatura de Dom Bosco, "é um documento de encantável simplicidade, que contém o primeiro ato oficial da Sociedade Salesiana";nele se lê:

"(Estavam reunidos) todos com o escopo e em um só espírito de promover e conservar o espírito de verdadeira caridade que se requer na obra dos Oratórios para a juventude abandonada e periclitante, a qual nestes tempos calamitosos é seduzida de mil maneiras, com prejuízo da sociedade, e precipitada na impiedade e na irreligião.

Aprouve, portanto, aos mesmos Congregados erigir-se em Sociedade ou Congregação que, tendo em mira a ajuda recíproca para a própria santificação, se propusesse promover a glória de Deus e a salvação das almas especialmente das mais necessitadas de instrução e de educação; e aprovado de comum acordo o projeto proposto, feita breve oração e invocadas as luzes do Espírito Santo, procediam à eleição dos Membros que deviam constituir a direção da sociedade para esta e para novas congregações, se aprouver a Deus favorecer seu desenvolvimento.

Pediram, portanto, unanimemente que (Dom Bosco), iniciador e promotor, aceitasse o cargo de Superior Maior como aquele que em tudo Lhe era conveniente; o qual tendo aceito com a reserva da faculdade de nomear o prefeito (Vigário e Administrador), como ninguém se opôs, pronunciou que lhe parecia não se devesse remover do cargo de prefeito quem escreve (Pe. Alasonatti), o qual exercia tal encargo até agora na casa.

Passou-se então à eleição dos outros Sócios que concorrem à Direção, e se concordou em adotar a votação com sufrágio secreto como o mais breve caminho para constituir o Conselho, o qual devia ser composto por um Diretor Espiritual, pelo Ecônomo e por três Conselheiros, em companhia dos dois já eleitos, descritos acima (o Superior Maior e o Prefeito).

[...] na eleição do Diretor Espiritual (resultou), por unanimidade, a escolha do Clérigo Subdiácono Miguel Rua que não se recusou a aceitar. O que se repetiu para o Ecônomo, tendo sido eleito e reconhecido o Diácono Ângelo Savio, o qual prometeu também assumir o relativo encargo.

Faltava ainda eleger os três conselheiros; como primeiro dos quais, tendo-se feito como de costume a votação foi (eleito) o clérigo João Cagliero. Como segundo conselheiro saiu o clérigo João Bonetti. Para o terceiro e último, tendo saído iguais os sufrágios a favor dos clérigos Carlos Ghivarello e Francisco Provera, feita outra votação a maioria resultou para o clérigo Ghivarello, e assim foi definitivamente constituído o corpo de administração para a nossa Sociedade (que foi depois denominado 'Capítulo Superior').

O qual fato, como veio complexivamente exposto até aqui, foi lido em plena reunião de todos os acima mencionados Sócios e superiores por agora nomeados, os quais uma vez reconhecida a sua veracidade, concordes fixaram que se conservasse esse original, o qual para a autenticidade assinaram o Superior Maior e o Secretário”.

Parte da carta do Reitor-Mor, Pe. Ángel Fernández Artime, pelo 150° aniversário de fundação da Congregação Salesiana (ACG 404)

Confira o texto na íntegra clicando aqui.

Fonte: sdb.org

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Leão XIV recebe no Vaticano a Conferência Eclesial da Amazônia

O papa Leão XIV recebeu ontem (29/10) no Vaticano, a delegação da Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA). A delegação viajou a Roma com seu presidente, cardeal Pedro Barreto, para participar do Jubileu das Equipes Sinodais e dos Organismos Participativos, que ocorreu de 24 a 26 de outubro. Embora a reunião no Palácio Apostólico, no Vaticano, tenha ocorrido a portas fechadas e a Santa Sé não tenha divulgado mais informações, um dos temas discutidos foi o Jubileu das Equipes Sinodais e dos Organismos Participativos, convocado pela Secretaria Geral do Sínodo e que reuniu representantes de todos os continentes. Os participantes do Jubileu também fizeram uma peregrinação à porta santa de São Pedro, segundo a CEAMA, como sinal de renovação espiritual e compromisso missionário. “A CEAMA é fruto de uma longa jornada da Igreja, de uma Igreja missionária que caminha ao lado dos povos e comunidades da Amazônia”, disse Mauricio López, vice-presidente da CEAMA, num dos eventos do Jubileu. “É um sinal de comunhão em que bispos, religiosas, leigos e povos indígenas discernem juntos as novas faces da Igreja que o papa Francisco sonhou”. Segundo ele, a organização é resultado do Sínodo da Amazônia de 2019 que incorpora os quatro “sonhos” social, ecológico, cultural e eclesial da exortação pós-sinodal do papa Francisco Querida Amazônia. “A sinodalidade na Amazônia não é um método, é um modo de ser Igreja, onde todos caminhamos juntos em escuta e serviço”, disse López. "Uma experiência eclesial que nasce do território, é alimentada pelo Evangelho e caminha com esperança ao lado daqueles que mais sofrem no coração da Amazônia". Fonte: ACIDigital

O Papa assina a Carta Apostólica “Traçar novos caminhos de esperança” por ocasião do 60° aniversário da “Gravissimum Educationis”

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Derrotar a atrofia espiritual Segundo Leão XIV, "esta mulher curada obtém esperança, porque pode finalmente levantar o olhar e ver algo diferente, ver de uma nova maneira. Isto acontece especialmente quando encontramos Cristo na nossa vida: abrimo-nos a uma verdade capaz de mudar a vida, de nos distrair de nós mesmos, de nos tirar dos nossos fechamentos". “Quem estuda eleva-se, amplia os seus horizontes e as suas perspectivas, para recuperar um olhar que não se fixa apenas no chão, mas é capaz de olhar para o alto: para Deus, para os outros, para o mistério da vida. Esta é a graça do estudante, do pesquisador, do estudioso: receber um olhar amplo, que sabe ir longe, que não simplifica as questões, que não teme as perguntas, que vence a preguiça intelectual e, assim, derrota também a atrofia espiritual.” O Papa recordou que "a espiritualidade precisa deste olhar, para o qual o estudo da teologia, da filosofia e de outras disciplinas contribuem de maneira especial". 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Leão XIV exortou os estudantes universitários e todos aqueles que se dedicam à "pesquisa e ao ensino – a não se esquecerem de que a Igreja de hoje e de amanhã precisa desta visão unificadora". “É importante cultivar esta unidade, para que o que se faz nas salas de aula da universidade e nos ambientes educativos de todos os níveis e graus não permaneça um exercício intelectual abstrato, mas se torne uma realidade capaz de transformar a vida, de nos fazer aprofundar a nossa relação com Cristo, de compreender melhor o mistério da Igreja e de nos tornar testemunhas audazes do Evangelho na sociedade.” Tarefa educativa De acordo com Leão XIV, "ao estudo, à pesquisa e ao ensino está associada uma importante tarefa educativa". Ele exortou as universidades "a abraçarem com paixão e compromisso esta vocação". "Educar assemelha-se ao milagre narrado por este Evangelho, porque o gesto de quem educa significa levantar o outro, colocá-lo de pé como Jesus faz com esta mulher encurvada, ajudá-lo a ser ele mesmo e a amadurecer uma consciência e um pensamento crítico autônomos. As Universidades Pontifícias devem poder continuar este gesto de Jesus", disse ele. “Trata-se de um verdadeiro ato de amor, porque há uma caridade que passa precisamente pelo alfabeto do estudo, do conhecimento, da busca sincera do que é verdadeiro e por aquilo que vale a pena viver. Saciar a fome de verdade e de sentido é uma tarefa necessária, porque sem verdade e significados autênticos pode-se cair-se no vazio e até morrer.” Leão XIV concluiu, dizendo "o que recebemos enquanto buscamos a verdade e nos dedicamos ao estudo nos ajuda a descobrir que não somos criaturas lançadas por acaso no mundo, mas pertencemos a alguém que nos ama e que tem um projeto de amor para a nossa vida".   Fonte: Mariangela Jaguraba - Vatican News

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