01/12/2023

Fórum Salesiano de Comunicação aprofunda o documento “Caminhar com os Jovens na Cultura Digital”

Fórum Salesiano de Comunicação aprofunda o documento “Caminhar com os Jovens na Cultura Digital”

 A Comissão Nacional de Comunicação Salesiana (CONAC) formada pelos Delegados Inspetoriais de Comunicação realizou na manhã desta quarta-feira (29/11) o Fórum Salesiano de Comunicação. O evento on-line reuniu 80 pessoas que atuam direta ou indiretamente na área da comunicação nas presenças salesianas das seis Inspetorias do Brasil e teve a participação do Conselheiro Geral para a Comunicação Social, P. Gildasio Mendes. O objetivo foi aprofundar o documento “Caminhar com os Jovens na Cultura Digital”. 

De acordo com o Coordenador do CONAC, P. João Carlos Ribeiro, o Fórum Salesiano de Comunicação é uma continuação dos trabalhos e estudos realizados há meses durante a Escola Salesiana de Comunicação. “A proposta vai na linha do ‘Fórum Dom Bosco’, um espaço criado pelos salesianos para reunir jovens e educadores para tratar do tema da comunicação”, afirmou o P. João Carlos, na abertura do Fórum.

Os trabalhos começaram com a oração e meditação propostas pelo Delegado Inspetorial para a Comunicação da Inspetoria de Porto Alegre, Thiago Caminada. O grupo rezou unido a oração do comunicador, baseado na tradicional ‘Oração de São Francisco’.

O Conselheiro Geral para a Comunicação Social, P. Gildasio Mendes, autor do documento aprofundado, fez uma pequena introdução ao tema. Ele lembrou que o Brasil hoje é uma das referências mundiais da comunicação salesiana. Por isso destacou a importância da realização do Fórum. “Este fórum é um espaço de sinodalidade. Momento para escutar o que os leigos têm a falar como foi a proposta do ‘Dom Bosco Digital Fórum’. Este é o primeiro grupo na congregação que se reúne para aprofundar o documento”, afirmou.

Em seguida, fez uma contextualização do momento atual em todo o mundo, quando a comunicação é uma ferramenta fundamental para empresas e governos, o que não pode ser diferente também dentro da Igreja e da Congregação Salesiana. “A comunicação hoje digital e a inteligência artificial são o centro, o motor que comanda as sociedades. A economia, a politica, a religião, a sociedade e, até a guerra, dependem da comunicação. Comunicação é geopolítica, economia, gestão, é tudo. Todos os grandes políticos no mundo pensam em primeiro lugar em como gerir a comunicação”, declarou.

Padre Gildasio apontou para a necessidade de fazer uma contextualização do momento da comunicação também no mundo salesiano, porque os impactos das ações de comunicação realizadas, mesmo no menor ambiente de uma presença salesiana, têm impactos semelhantes aos das grandes corporações e governos pelo mundo. “Atenção aos que fazem as notícias na sua inspetoria, porque têm um grande poder de interpretar e publicar as notícias. O digital é poder, é comunicação, é rede. Este é o primeiro princípio”, alertou indicando a tecnologia da inteligência artificial como um fator sensível a ser estudado e treinado para utilizar como ferramenta de comunicação nos ambientes salesianos. “Como comunicadores, é importante ler e orientar os Inspetores sobre como nos preparar e dialogar bem com a inteligência artificial. Identificar qual é a ética (da I.A.) para o mundo, quais são os valores que ela agrega”, orientou.

Em seguida, os participantes do Fórum foram divididos em grupos para aprofundar e apontar os itens que consideraram mais relevantes do documento. Entre as conclusões apresentadas das reflexões pode-se destacar a necessidade de que todo salesiano, religioso ou leigo, por ser um comunicador conforme o carisma de Dom Bosco, precisa conhecer e dominar a linguagem do mundo digital, encontrar as crianças e jovens nesse mundo virtual e realizar o ‘sacramento da presença’, com ‘amorevolezza’, para incutir os valores salesianos na vida real, que continua apesar do mundo digital.

Um dos grupos também fez uma análise das mídias digitais com o ‘mito da caverna’, de Platão. “Isso levou a nos questionarmos como nós, salesianos, "projetamos" a nossa sombra a ponto de ajudar o jovem a compreender a realidade em que ele se encontra, seja por meio do desenvolvimento do senso crítico, da busca pela verdade e da ética”, afirmou o Tirocinante salesiano Joshua Gabriel Ribeiro, em nome de um dos grupos.

Após as apresentações dos grupos, o P. Gildasio fez uma conclusão em que lembrou que o mundo da comunicação é sempre ambíguo e contraditório. “O mundo hoje está buscando o básico. O mundo digital precisa trazer o jovem para o real. As pessoas querem uma família, querem caminhar nas ruas. As pessoas estão cansadas de ficar sentadas à frente do computador”, afirmou.

Outro ponto destacado pelo Conselheiro Geral para a Comunicação Social foi a identificação de que, assim como em um mundo real, a validação dos conteúdos dentro do mundo digital se dá pelos critérios de originalidade, veracidade e criatividade. “O evangelizar no mundo digital é partilhar no mundo on-line o que é original, autêntico e verdadeiro, e que é fruto de uma experiência, tal como visitar uma favela, os doentes, os pobres. A força evangelizadora no mundo digital deve nascer da experiência. Toda vez que um grupo de jovens fala a partir de uma experiência, consegue evangelizar on-line”, declarou.

Na finalização, P. Gildasio apresentou um esquema para identificar os níveis de comunicação a partir de Jesus Cristo, adotado como modelo para uma comunicação eficiente e autêntica. São cinco níveis:

5) Multidão - Jesus proclamou as bem-aventuranças para uma multidão, mas nem todos o entenderam, apesar da mensagem ser clara.

4) Grupo escolhido – Jesus falou para os 72 discípulos, um grupo em que conhece mais as pessoas, selecionadas pela confiança. Foram os primeiros evangelizadores.

3) Os doze apóstolos – Jesus chama cada um pelo nome, trabalha uma comunicação de grupo restrito, em que há muito mais comprometimento.

2) Os mais próximos – Jesus, na transfiguração proporciona a um grupo muito mais próximo uma comunicação mais profunda, interpessoal.

1) Pessoal – Jesus conversa com Madalena, com a Samaritana, com Nicodemos e realiza uma comunicação totalmente pessoal.

“Quando vamos comunicar no mundo digital, precisa ter atenção a esses níveis para não ter decepção. Esses critérios podem ajudar a desenvolver a comunicação digital. É preciso trabalhar nos diversos níveis. Humanizar o mundo digital, criar espaços para as pessoas criarem as experiências de comunicação”, finalizou.

 

Fonte: ANS 

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O último dia do Encontro Nacional da Ação Social Salesiana - ENAS 2025, realizado nesta sexta-feira (4 de julho), em Aparecida, foi marcado por um profundo espírito de comunhão, partilha e envio. Encerrando quatro dias intensos de escuta, discernimento e construção conjunta, os participantes vivenciaram um momento significativo de consolidação das diretrizes que nortearão a caminhada da Ação Social da Rede Salesiana Brasil para a próxima década. A manhã teve início com a acolhida e oração conduzidas por Ir. Fábio Julio de Souza, coordenador da Ação Social da Inspetoria Santo Afonso Maria de Ligório, e por Jessica Jesus Silva, coordenadora da Ação Social da Inspetoria Nossa Senhora Auxiliadora. A oração, marcada por gratidão e esperança, preparou os corações para o fechamento dos trabalhos com o mesmo espírito de fé e fraternidade que permeou todo o encontro. Em seguida, o assessor Eduardo dos Santos Batista apresentou a síntese dos quadros da Ação Social para os próximos 10 anos em Rede, resultado do caminho percorrido ao longo do ENAS. Este momento foi mais do que uma apresentação técnica: foi a materialização do sonho coletivo, cuidadosamente construído a partir das escutas, análises e partilhas vividas nos dias anteriores. O olhar lançado ao futuro vem acompanhado de compromissos concretos, alicerçados nos princípios da missão salesiana e nas necessidades emergentes das juventudes. Na continuidade da programação, os participantes foram convidados à construção dos objetivos da Ação Social, reforçando o protagonismo coletivo e a corresponsabilidade na missão. Com escuta atenta, diálogo fraterno e horizonte comum, delinearam-se metas que darão continuidade à caminhada em rede, sempre com o olhar voltado à promoção da vida, da dignidade humana e da educação integral de crianças, adolescentes e jovens. A plenária final foi um momento tocante de interação e gratidão. Representantes de diferentes inspetorias expressaram suas impressões sobre o encontro, partilharam sentimentos de renovação vocacional e reafirmaram o compromisso com uma atuação social que transforma realidades e constrói pontes de esperança. A alegria salesiana esteve presente nos gestos, nos sorrisos e nas palavras de gratidão que encerraram essa etapa formativa. O ENAS 2025 foi concluído com a Celebração Eucarística de envio, às 11h, marcada por forte espiritualidade e emoção. Diante do altar, os participantes renovaram o compromisso com a missão salesiana, inspirados pela presença viva de Dom Bosco, Madre Mazzarello e Maria Auxiliadora. A missa foi um verdadeiro momento de consagração da caminhada feita e do envio para continuar a transformar o mundo com coragem, fé e amor educativo. O ENAS 2025 chega ao fim, mas deixa como herança um novo tempo para a Ação Social Salesiana no Brasil: mais integrada, mais consciente, mais ousada na caridade e na profecia. Com o coração ardente e os pés no caminho, seguimos em rede, movidos pelo lema de Dom Bosco: "Da mihi animas, caetera tolle."   Acesse as fotos deste quarto dia abaixo: Angélica Novais da Comunicação da RSB

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Reflexão sobre a mensagem do Papa Francisco para o 59º Dia Mundial das Comunicações Sociais

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Uma palavra de esperança entre os ruídos da guerra Em sua mensagem, publicada em 24 de janeiro de 2025, o Papa Francisco nos convida a nos tornarmos “comunicadores de esperança”, enraizados em Cristo, “o comunicador perfeito” [1], e nos adverte contra uma comunicação que alimenta o medo, o ódio ou o desespero, uma retórica que desumaniza e divide. “A esperança é um risco que vale a pena correr”, escreve. “É uma virtude escondida, tenaz e paciente”. Mas a esperança – insiste -, deve ser comunicada com verdade, reverência e compaixão. De Emaús a Gaza: Que tipo de comunicadores somos? A pergunta do Papa ressoa com força em uma terra onde uma única imagem pode acender chamas de raiva e uma única palavra pode consolar um coração partido: “Que tipo de comunicação praticamos?”. Ele compara o comunicador cristão àquele que peneira o ouro entre os grãos de areia. Em uma terra marcada por histórias dolorosas, os comunicadores são chamados a contar histórias de esperança, não para embelezar a realidade, mas para revelar a beleza que habita também nas trevas. O Papa Francisco destaca três traços essenciais da comunicação cristã, inspirados na Primeira Carta de Pedro: Escolher ver o bem mesmo quando tudo parece perdido, graças ao dom do Espírito Santo. Devemos estar prontos para explicar o motivo da nossa esperança: Cristo mesmo. Devemos falar com doçura e respeito, não com agressividade ou medo. O Cristo ressuscitado na estrada de Emaús nos ofereceu um modelo de verdadeira comunicação, que começa com a escuta. Jesus primeiro caminhou ao lado dos discípulos em sua confusão e dor, ouvindo pacientemente suas dores antes de reacender suavemente sua esperança. Da mesma forma, somos chamados a caminhar com os outros, começando não com palavras, mas com a presença. 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Não é guiada por reações instintivas, mas pelo amor, que transforma as palavras em instrumentos de cura. Fala de uma comunicação que brota de corações fundados em Cristo, criando laços de comunhão em vez de muros de isolamento. Esta visão é particularmente urgente na Terra Santa, onde as histórias de esperança são uma âncora de salvação e cada palavra pode reabrir feridas ou começar a curá-las. Os cristãos como testemunhas nos meios de comunicação A todos os cristãos da Terra Santa – clero, jovens, jornalistas, pais e estudantes – a sua voz é importante. Numa terra onde cada palavra ressoa em corações frágeis, escolham o amor. Numa região frequentemente dominada pelo desespero, escolham falar de esperança. E num mundo habituado à indignação, ousem ser gentis. Podemos ser narradores de esperança, lembrando ao mundo que mesmo nas trevas Cristo caminha conosco e nossas palavras podem se tornar instrumentos de sua paz. 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