A missa, que contou com a participação de Irmãs residentes no Estado de São Paulo, membros das comunidades educativas, estudantes, ex-alunas/os, representantes da Família Salesiana, foi presidida por Dom Hilário Moser sdb, bispo emérito de Tubarão (SC), e concelebrada por Dom Fernando Legal sdb, bispo emérito de São Miguel Paulista (SP). Também participaram outros Salesianos de Dom Bosco, entre eles, Padre Justo Ernesto Piccinini, Inspetor da Inspetoria Nossa Senhora Auxiliadora, de São Paulo.
O Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora celebrou o seu Jubileu nas 97 nações onde está presente, com momentos bastante variados e criativos. No entanto, o que predominou foi a Celebração Eucarística, definida como a “Celebração do Sim”, na qual muitas das Irmãs Salesianas puderam renovar sua Profissão religiosa diante da comunidade eclesial reunida.
A escolha da BAP pelo Santuário Nacional de Aparecida, um dos maiores Santuários da América Latina e centro propulsor da espiritualidade mariana – foi bem motivada. Além da “feliz coincidência” do nome, tanto a BAP quanto o Santuário têm como padroeira Nossa Senhora Aparecida, o Santuário está situado na região onde, em 16 de março de 1892, chegaram as primeiras Missionárias para dar vida ao “espírito de Mornese” em terras brasileiras. Portanto, o Jubileu de fundação do Instituto também foi oportunidade para celebrar os 130 anos de presença das Filhas de Maria Auxiliadora no Brasil.
Alguns momentos marcaram profundamente a Celebração do dia 5 de agosto: a procissão de entrada teve como protagonista a imagem da Virgem Aparecida que, em seguida, foi colocada no altar central entre os quadros de Dom Bosco e de Madre Mazzarello. Da procissão de entrada também participaram a Inspetora, Ir. Alaíde Deretti, as Conselheiras inspetoriais presentes e outras Irmãs representando as demais FMA da Inspetoria Nossa Senhora Aparecida.
Após a homilia de Dom Hilário Moser, as FMA renovaram sua Profissão religiosa diante do povo de Deus presente no Santuário. A renovação da Profissão encontrou eco nas palavras do presidente da Celebração. De fato, Dom Hilário – em sua homilia – disse que celebrar os 150 anos do Instituto é fazer memória da “história de salvação da juventude”. O Instituto teve origens muito humildes, mas «que, graças ao espírito missionário [...], hoje é frondosa árvore que estende seus ramos pelo mundo... enfim, é toda essa “história de salvação” que hoje nos reúne na Casa da Mãe Aparecida para colocar sobre o altar da Eucaristia nosso coração agradecido».
O bispo emérito também destacou a presença de Maria na vida de Dom Bosco e do Instituto, recordando que, para o Santo fundador, não foi suficiente construir a Basílica de Turim, ele quis também oferecer a Maria Auxiliadora um monumento vivo: «Vós vos gloriais de serdes Filhas de Maria Auxiliadora; na verdade, vós não sois somente Filhas, sois também Irmãs, sois também Mães: por isso, em tudo deveis parecer-vos com Maria».
Na categoria “mãe”, Dom Hilário falou sobre as Bodas de Caná, evidenciando que as FMA são convidadas «a ter coração e olhos maternais para estar atentas às necessidades da juventude», compadecendo-se dos mais necessitados, usando de misericórdia com os que erram, amparando os que caem, socorrendo «as muitas misérias do nosso mundo».
Também fez referência ao XXIV Capítulo Geral das FMA, destacando o título do Documento capitular: “Com Maria, ser ‘presença’ que gera vida”. Disse: «com Maria e como Maria, vós sois convidadas a serdes Mães, a abrir o vosso coração aos cuidados próprios de uma mãe para com os próprios filhos. Jovens aos milhares vivem na orfandade e precisam de mãe! Sede vós suas Mães: nisto consiste a vossa missão».
Para Dom Hilário Moser, a melhor forma para celebrar os 150 anos do Instituto é: «Comprometer-vos a viver e a trabalhar como verdadeiras Filhas, Irmãs e Mães [...] e fazer do futuro uma “história da salvação da juventude”. Na certeza de que também no futuro se haverá de proclamar: “Foi Maria quem tudo fez”». A homilia foi concluída com um augúrio: no futuro certamente «Maria continuará a caminhar pelas vossas casas, recomendando-vos: “Fazei tudo o que meu Filhos vos disser”».
Antes da conclusão da Eucaristia, a Inspetora Ir. Alaíde Deretti, dirigiu sua mensagem aos presentes, destacando que «celebrar 150 anos de história é olhar para trás, recordar o passado e fecundar a vida de gratidão! É olhar para o hoje do nosso tempo, abraçar o presente e confiar no horizonte! É olhar para frente, acolher a novidade e espalhar esperança! É olhar para o Alto, receber de graça a Graça divina e renovar nosso sim: “Eis-nos aqui!”. É escutar de Nossa Senhora aquele primeiro e sempre novo “A ti as confio” e, sob o seu manto - de Aparecida e de Auxiliadora - devolver a ela a vida e a essência das juventudes: “A ti as confio”.
Como já é tradição no Santuário, também nesta Celebração Eucarística foi recitada a Consagração a Nossa Senhora Aparecida. O Inspetor, Padre Justo Piccinini, ergueu a pequena imagem de Nossa Senhora, para torná-la bem mais visível, e todos os presentes acompanharam a Consagração feita por Dom Hilário Moser. Para as FMA, este foi o momento de consagrar a Nossa Senhora não só a vida e a missão da BAP, mas a vida e a missão de todo o Instituto, também de Madre Chiara Cazzuola e de seu Conselho.
A Celebração dos 150 anos no Santuário de Aparecida foi transmitida ao vivo pela TV Aparecida e por diversas redes sociais para que também as FMA que não puderam estar presentes, por causa das distâncias geográficas, pudessem unir-se em oração e em sintonia de pensamento a todo o Instituto.
Após a missa, as Irmãs deixaram a cidade de Aparecida e foram para Guaratinguetá, onde partilharam o almoço e puderam comemorar, na fraternidade, não só o Jubileu de fundação do Instituto, mas também os 130 anos da chegada das primeiras FMA no Colégio do Carmo, que é a primeira casa aberta no Brasil e na BAP.
08/08/2022
Inspetoria de São Paulo celebra 150 anos da fundação do Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora no Santuário de Aparecida
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A Beata Maria Troncatti FMA será canonizada
No dia 25 de novembro de 2024, o Santo Padre Francisco recebeu em audiência Sua Emcia. Rev.ma o Cardeal Marcello Semeraro, Prefeito do Dicastério para as Causas dos Santos. Durante a Audiência, o Sumo Pontífice autorizou o mesmo Dicastério a promulgar o Decreto sobre: - O milagre atribuído à intercessão da Beata Maria Troncatti, religiosa professa do Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora, nascida em Córteno Golgi (Itália) em 16 de fevereiro de 1883 e falecida em Sucúa (Equador) em 25 de agosto de 1969. Com este ato do Santo Padre, abre-se o caminho para a canonização da Bv. Maria Troncatti. A data da Canonização será decidida pelo Sumo Pontífice durante um Consistório ordinário. “Esta notícia é motivo de gratidão a Deus e de grande alegria para toda a Família Salesiana, em particular para o Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora, para a Diocese de Bréscia, que deu à luz a futura Santa, e para o Vicariato Apostólico de Méndez (Equador), onde Maria Troncatti viveu a sua aventura missionária. A canonização de Maria Troncatti é um sinal de esperança por seu forte testemunho de transmissão de vida e Fé às novas gerações e aos povos indígenas da floresta amazônica - sua “pátria do coração”. Mulher de reconciliação e de paz, tinha o dom de uma maternidade que tocava os corações” - comenta o P. Pierluigi Cameroni SDB, Postulador Geral.Maria Troncatti nasceu em Corteno Golgi (Brescia) no dia 16 de fevereiro de 1883. Devotada à catequese paroquial e aos sacramentos, a adolescente Maria desenvolveu um profundo sentido cristão que a abriu à vocação religiosa. O Boletim Salesiano chegava a Corteno e Maria pensava em sua vocação religiosa. Por obediência ao pai e ao pároco, porém, ela esperou atingir a maioridade para pedir a admissão no Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora. Fez a primeira Profissão em 1908, em Nizza Monferrato. Durante a Primeira Guerra Mundial (1915-1918), a Ir. Maria frequentou cursos de saúde em Varazze e trabalhou como enfermeira da Cruz Vermelha no hospital militar.Durante uma enchente em que arriscou se afogar, Maria prometeu a Nossa Senhora que, se lhe salvasse a vida, teria partido para as missões. A Madre Geral, Caterina Daghero, designou-a para as missões do Equador, em 1922. Permaneceu em Chunchi por três anos. Acompanhada pelo Bispo missionário Dom Comin e por uma pequena expedição, Irmã Maria e outras duas religiosas penetraram na floresta amazônica. O seu campo missionário era a terra do povo Chuar, no sudeste do Equador. Elas se instalam em Macas, uma vila de colonos cercada pela habitação coletiva dos Chuares.Com suas coirmãs, realiza um difícil trabalho de evangelização em meio a riscos de todos os tipos, inclusive de animais da floresta e das correntezas dos rios. Macas, Sevilla Don Bosco, Sucúa são alguns dos “milagres” ainda florescentes da ação de Irmã Maria Troncatti: enfermeira, cirurgiã, ortopedista, dentista, anestesista... Acima de tudo, ela era Catequista e Evangelizadora, rica em recursos maravilhosos de Fé, paciência e amor fraterno. Seu trabalho para a promoção das mulheres chuares floresceu em centenas de novas famílias cristãs, formadas pela livre escolha pessoal dos jovens casais. Ela recebeu o apelido de “a médica da selva”, lutando pelo progresso humano, especialmente das mulheres. Ela é a “madrecita”, sempre solícita em estender a mão não somente aos doentes mas também a todos os que precisavam de ajuda e esperança. De um simples e pobre ambulatório, ela chegou ao ponto de fundar um verdadeiro hospital e formar enfermeiras. Com paciência materna, ouvia, promovia a comunhão entre as pessoas e educava os nativos e os colonos ao perdão. “Olhar para o Crucifixo me dá vida e coragem para trabalhar”: era a certeza da Fé que sustentava sua vida. Em toda atividade, sacrifício ou perigo, ela se sentia amparada pela presença materna de Maria Auxiliadora. No dia 25 de agosto de 1969, em Sucúa (Equador), o pequeno avião que transportava Irmã Maria Troncatti para a cidade caiu poucos minutos após decolar, na orla daquela floresta que fora sua "pátria do coração" por quase meio século, espaço de sua incansável doação entre os chuares. A Irmã Maria viveu sua última decolagem: aquela que a levou ao Céu! Tinha 86 anos, todos passados doando amor. Ela ofereceu sua vida pela reconciliação entre os colonos e os chuares. Escreveu: “Sou cada dia mais feliz com a minha vocação missionária religiosa!”. Foi declarada Venerável em 12 de novembro de 2008 e beatificada sob o pontificado de Bento XVI em Macas (Vicariato Apostólico de Méndez – Equador) em 24 de novembro de 2012. Fonte: Agência Info Salesiana - ANSCenso da Educação Superior Católica 2023 é destaque no Fórum de Reitores em Brasília
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25 de novembro: Um dia para recordar a força, a fé e o legado da mãe dos jovens de Valdocco Neste dia 25 de novembro, a Família Salesiana celebra a memória de Margarida Occhiena, mais conhecida como Mamãe Margarida, figura-chave na formação de São João Bosco e no nascimento da missão salesiana. Com simplicidade, abnegação e fé profunda, Margarida foi a primeira colaboradora do grande sonho de Dom Bosco: cuidar da juventude mais vulnerável. Nascida em 1788, na pequena cidade de Capriglio, Itália, Margarida cresceu em uma família camponesa onde a fé e o trabalho eram pilares. Ainda jovem, casou-se com Francisco Bosco, com quem teve três filhos. Sua vida mudou radicalmente quando, aos 29 anos, ficou viúva, assumindo sozinha a educação dos filhos e a administração do lar. Mesmo em meio às dificuldades, Margarida soube conduzir seus filhos com uma educação baseada na fé, no amor e na sabedoria prática. Como mãe, ela inspirou Dom Bosco com valores que moldaram seu caráter: a confiança em Deus, a perseverança e o zelo pelo próximo. Quando Dom Bosco iniciou seu trabalho com jovens pobres e órfãos em Turim, Margarida deixou sua casa em “I Becchi” para acompanhá-lo. No Oratório de Valdocco, tornou-se mãe de centenas de jovens, oferecendo-lhes o calor de uma família que nunca haviam tido. Ela cozinhava, cuidava dos doentes, aconselhava e, acima de tudo, ensinava com seu exemplo. Margarida transformou o Oratório em um lar. Sua presença era marcada por frases simples, mas profundas, como “Deus te vê” e “Como Deus é bom”. Essa sabedoria prática ecoa até hoje nas obras salesianas espalhadas pelo mundo. Margarida faleceu em 1856, aos 68 anos, vítima de pneumonia. Seu funeral foi acompanhado por inúmeros jovens que a choraram como uma verdadeira mãe. Reconhecendo sua santidade, Bento XVI a proclamou Venerável em 2006, destacando sua importância não apenas como mãe de Dom Bosco, mas como cofundadora espiritual da missão salesiana. Segundo relatos, Mamãe Margarida possuía uma sabedoria única. Suas orientações, relatadas nas Memórias Biográficas de Dom Bosco, mostram uma mulher que educava com mansidão e firmeza. No capítulo VI, quando o biógrafo falava da maneira em que Margarida conduzia a educação de São João Bosco e seus irmãos, relatou que Margarida “vigiava continuamente o comportamento de seus filhos e que sua vigilância não era pesada, recriminadora e desconfiada, mas como queria o Senhor… contínua, prudente e amorosa”. Margarida esforçava-se para que a sua companhia fosse agradável, encaminhando-os com doçura à obediência. “Mamãe Margarida foi um exemplo vivo de que a educação, quando enraizada no amor, é capaz de transformar vidas,” afirmou Pe. Ángel Fernández Artime, Reitor-Mor dos Salesianos, em uma de suas homenagens à Venerável. Celebrar Mamãe Margarida é um convite à reflexão sobre como podemos trazer doçura, paciência e fé para o dia a dia. Que seu exemplo nos inspire a educar com amor e a sermos, como ela, luz e esperança para os jovens. “Com Deus não se brinca, e como Ele é bom!” – Que essas palavras de Mamãe Margarida ecoem em nossos corações e nos guiem na construção de um mundo mais justo e fraterno. Angélica Novais, da comunicação da RSB com informações da ANS e Boletim Salesiano.