O bispo de Vittorio Veneto Dom Corrado Pizziolo dedicou um editorial a Albino Luciani, o Papa João Paulo I que será beatificado no dia 4 de setembro em missa realizada na Praça São Pedro presidida pelo Papa Francisco.
Santidade normal
O Bispo de Vittorio Veneto, Dom Pizziolo define o Papa João Paulo I como uma pessoa de uma "santidade normal". A poucos dias da beatificação de João Paulo I, que foi bispo de Vittorio Veneto e depois patriarca de Veneza, Dom Pizziolo dedicou-lhe o editorial do semanário diocesano L'Azione, definindo "um grande dom de graça ter, no mesmo ano, a beatificação de dois membros de nossa Igreja diocesana: Padre Cosma Spessotto e Dom Albino Luciani".
O bispo de Vittorio Veneto recorda que pensando na santidade de Dom Albino Luciani, "podemos certamente dizer que foi uma santidade muito normal, vivida nos ritmos e formas de uma vida comum. Não encontramos fatos particularmente clamorosos em sua existência ou fatos que despertaram espanto e admiração - continua Dom Pizziolo - exceto por sua morte súbita e inesperada. Quanto ao resto, sua vida foi a de um cristão que soube responder com generosidade e fidelidade, em sua vida diária, ao chamado do Senhor, mesmo quando este chamado foi especificado no caminho do sacerdócio e, depois, das outras responsabilidades que, pouco a pouco, lhe foram confiadas, até a do Pontificado".
Humilitas
Albino Luciani, assegura o bispo, "nunca procurou um cargo ou promoção. No entanto, quando foram colocadas sobre seus ombros grandes responsabilidades sempre maiores, ele as vivia com grande confiança e serenidade, confiando na presença fiel do Senhor. O lema episcopal escolhido por ele, Humilitas é verdadeiramente expressão de uma vida espiritual que dependia exclusivamente da paterna e fiel providência do Senhor".
Comunicador
Mas Luciani também era "um comunicador imediato e eficaz da boa nova do Evangelho". A facilidade "com que transmitia conteúdos até mesmo desafiadores e difíceis da fé cristã certamente decorria da sua preparação teológica, mas mais profundamente da sua experiência de fé originada (como ele costumava dizer) nos joelhos de sua mãe e sempre mantida fielmente". Uma história espiritual, observa Dom Pizziolo, que "constitui um grande encorajamento para que cada batizado viva sua vida cristã como um chamado à santidade". O próximo beato nos lembra que este chamado não se realiza buscando experiências ou explorações extraordinárias, mas acolhendo e vivendo, no curso ordinário da vida, o chamado do Senhor Jesus: 'Vinde! Não tenhais medo! Se permanecerdes unidos a mim, tereis muitos frutos!".
Falando sobre a iminente beatificação do dia 4 de setembro, o prelado conclui: "Não só poderemos olhar e imitar seu exemplo, mas também invocar sua intercessão. E será de fato muito belo o invocar como nosso patrono, seguros da sua proteção, aquele que por onze anos foi o pastor e guia da nossa Igreja”.