Lançamento da 3ª edição do Relatório de Impacto Social da Inspetoria São João Bosco
13/10/2025

Lançamento da 3ª edição do Relatório de Impacto Social da Inspetoria São João Bosco

Lançamento da 3ª edição do Relatório de Impacto Social da Inspetoria São João Bosco

No dia 7 de outubro, aconteceu o lançamento da 3ª edição do Relatório de Impacto Social da Inspetoria São João Bosco (ISJB).

O evento reuniu cerca de 180 colaboradores das presenças salesianas em Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Goiás, Tocantins e Distrito Federal, promovendo um importante momento de diálogo e reflexão sobre a ação educativa pastoral desenvolvida com crianças, adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade social.

A nova edição do Relatório traz como novidade as editorias:

  • ‍Espaços de incidência e representatividade
  • Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), conectando-se com os princípios do Cuidado com a Casa Comum e da ecologia integral.

    Segundo o Padre Inspetor Natale Vitali, SDB, "Este relatório social quer contribuir para a mudança urgente de proteção à nossa casa comum. Os jovens exigem de nós, adultos, uma mudança; interrogam-se como se pode pretender construir um futuro melhor, sem pensar na crise do meio ambiente e nos sofrimentos dos excluídos."

Neste ano, a Congregação Salesiana celebra o Jubileu Ordinário de 2025, proclamado pelo Papa Francisco sob o lema Spes non confundit (Rm 5,5) – A esperança não engana, além dos 150 anos da Primeira Expedição Missionária Salesiana enviada por Dom Bosco à Argentina.

O Padre Sedney Manja, novo Vigário do Inspetor e Diretor da Casa Inspetorial, reforçou a identidade salesiana destacando o Artigo 6 das Constituições Salesianas, que define a missão como evangelizadora, educativa e a serviço dos mais pobres e excluídos.

Carolina Neves, Gerente da Ação Social da ISJB, enfatizou:
“Tudo o que fazemos, na vida e no trabalho, precisa ser feito com amor e excelência, porque fazemos para Deus e para os jovens, especialmente os mais pobres. Cada relatório, cada número e cada história aqui representada são reflexo de mãos, corações e sonhos a serviço da vida.”

Além de apresentar os principais resultados das ações da ISJB, o Relatório de Impacto Social também busca estreitar o relacionamento com organizações dos setores público, privado e do terceiro setor, fomentando parcerias, projetos e captação de recursos que fortaleçam a missão salesiana.‍

Clique aqui e conheça a 3ª edição do Relatório de Impacto Social da Inspetorial São João Bosco.

Mais Recentes

“Dilexi te”: Papa Leão XIV recorda Dom Bosco em exortação sobre o amor aos pobres

Em sua primeira exortação apostólica, intitulada Dilexi te (“Eu te amei”), o Papa Leão XIV convida toda a Igreja a redescobrir o amor pelos pobres como um caminho de fidelidade ao Evangelho e de renovação da missão cristã. Publicado em 4 de outubro de 2025, o documento retoma o coração da mensagem de Jesus: “tudo o que fizerdes ao menor dos meus irmãos, é a mim que o fazeis”  e propõe que o amor preferencial pelos pobres seja vivido como dimensão constitutiva da fé. Ao longo do texto, o Papa afirma que amar os pobres não é uma opção opcional, mas parte essencial da identidade cristã: “A fé que não se traduz em amor concreto corre o risco de se tornar palavra vazia”. O Santo Padre reforça que o cuidado com os pobres deve ir além da assistência, buscando transformar estruturas de injustiça, promover dignidade e fazer com que os excluídos sejam protagonistas de sua própria história. Dom Bosco: o amor educativo que gera dignidade Entre as referências históricas que ilustram o amor ativo e transformador, o Papa Leão XIV cita São João Bosco, reconhecendo nele um exemplo luminoso de evangelização e serviço aos mais pobres: “Com o mesmo espírito, na Itália, São João Bosco iniciou a grande obra salesiana, fundamentada sobre os três princípios do método preventivo: razão, religião e amabilidade.” Ao recordar o fundador dos Salesianos, o Papa destaca o valor da educação como forma de caridade social, expressão concreta de amor que liberta e gera oportunidades. Dom Bosco compreendeu que os jovens pobres e abandonados não precisavam apenas de pão, mas de um projeto de vida, de acompanhamento e esperança. Seu método preventivo, baseado no diálogo, na confiança e na presença amorosa, continua sendo um caminho eficaz para prevenir o mal e promover a dignidade. Assim como Dilexi te propõe uma “Igreja para os pobres”, Dom Bosco sonhou com uma Igreja dos jovens e dos simples, onde ninguém se sentisse excluído do amor de Deus. Para ele, educar era evangelizar; e evangelizar era amar — especialmente os mais frágeis. O carisma salesiano em sintonia com o apelo do Papa O documento do Papa Leão XIV encontra profunda sintonia com o carisma salesiano, cuja missão é “formar bons cristãos e honestos cidadãos”. Ao falar de conversão pastoral e estrutural, o Santo Padre reforça aquilo que move a Rede Salesiana Brasil: a educação integral que transforma vidas, promove justiça e constrói uma sociedade mais fraterna. A Dilexi te também retoma a Espiritualidade Juvenil Salesiana, ao indicar que o amor deve ser vivido de modo alegre, criativo e encarnado na realidade concreta, uma espiritualidade “Sempre; Alegre; Com Cristo; Na Igreja; Para o mundo; Como Maria”, expressão tão próxima da experiência salesiana de fé e ação. Um chamado à missão Acreditamos que, para a Família Salesiana, esta exortação é mais que um documento: é um chamado à coerência entre fé e vida, entre oração e compromisso. O Papa Leão XIV recorda que amar os pobres é amar Cristo, e que toda obra educativa, pastoral ou social deve ser lugar de encontro, justiça e fraternidade. Assim, o testemunho de Dom Bosco e o apelo do Papa se unem num mesmo horizonte: fazer do amor um projeto educativo e missionário, capaz de transformar realidades e renovar corações. “Não se pode separar a fé do amor pelos pobres. É ali que a Igreja reencontra o rosto vivo de Cristo.” (Dilexi te, Papa Leão XIV). Leia a exortação apostólica completa pelo link Dilexi te — Sobre o amor para com os pobres (vatican.va).

A caminho da canonização de Ir. Maria Troncatti: subsídios ajudam a conhecer mais sobre a futura santa salesiana

Em preparação para a canonização da Irmã Maria Troncatti, Filha de Maria Auxiliadora (FMA), que será celebrada no próximo domingo, 19 de outubro de 2025, diversas Inspetorias salesianas pelo mundo têm desenvolvido subsídios formativos para apresentar sua vida e espiritualidade a diferentes públicos. Reconhecida como missionária incansável e artesã da paz, Ir. Maria Troncatti deixou um testemunho de fé e doação que continua a inspirar a Família Salesiana. Seu lema de canonização, “Mãe de todos, missionária incansável e artesã da paz”, traduz a essência de sua santidade cotidiana, vivida entre os mais simples e marcada pela alegria evangélica. Na Itália, as jovens Irmãs da Inspetoria Sagrada Família das FMA da Lombardia (ILO), junto com postulantes, noviças e seminaristas, prepararam materiais educativos voltados para crianças, adolescentes e jovens. Os conteúdos, que podem ser usados em encontros de catequese, momentos de oração ou no tradicional bom-dia salesiano, apresentam uma biografia breve da Irmã Troncatti, reflexões sobre sua fé, maternidade espiritual e compromisso com a paz, sempre adaptados à linguagem de cada faixa etária. Além dos subsídios formativos, destaca-se a produção de uma história em quadrinhos publicada na revista La Fiaccolina, escrita pela jornalista Ylenia Spinelli e ilustrada por Bruno Dolif, com apoio do Pe. Michele Galli, Vice-Reitor do Seminário de Milão. Na América Latina, a Inspetoria Santa Rosa de Lima (PER), do Peru — terra que acolheu a Irmã Troncatti como missionária — elaborou o programa “A Ir. Maria Troncatti e a Espiritualidade Juvenil Salesiana”. O material, disponível em espanhol, italiano e inglês, foi desenvolvido pelas equipes de Pastoral Juvenil e Missões e oferece sete fichas de reflexão voltadas para oratórios, centros juvenis, grupos vocacionais e comunidades educativas. Com base na Espiritualidade Juvenil Salesiana (EJS), o itinerário convida os jovens a mergulhar na vida da Ir. Troncatti e a encontrar nela um espelho de fé, alegria e esperança, refletindo sobre como seguir o mesmo caminho: “Sempre; Alegre; Com Cristo; Na Igreja; Para o mundo; Como Maria.” Esses materiais, frutos do amor e da criatividade da Família Salesiana, têm como objetivo fortalecer a formação integral de crianças e jovens, despertando neles o desejo de viver com generosidade, alegria e fé, assim como fez a Irmã Maria Troncatti — que, inspirada por Dom Bosco e Madre Mazzarello, respondeu com coragem ao chamado de Deus e fez da sua vida um dom. Mais informações sobre a canonização e os materiais disponíveis podem ser encontradas no site oficial: 👉 www.mariatroncatti.org Comunicação da Rede Salesiana Brasil com informações da ANS

Papa Leão XIV publica a primeira Exortação Apostólica: “Dilexi te”

Publicada a primeira exortação apostólica de Robert Prevost, um trabalho iniciado por Francisco sobre o tema do serviço aos pobres, em cujo rosto encontramos “o sofrimento dos inocentes”. O Papa denuncia a economia que mata, a falta de equidade, a violência contra as mulheres, a desnutrição, a emergência educacional. Ele faz seu o apelo de Bergoglio pelos migrantes e pede aos fiéis que façam ouvir “uma voz que denuncie”, porque “as estruturas da injustiça devem ser destruídas com a força do bem" Dilexi te, “Eu te amei”. O amor de Cristo que se encarna no amor aos pobres, entendido como cuidado dos doentes; luta contra a escravidão; defesa das mulheres que sofrem exclusão e violência; direito à educação; acompanhamento aos migrantes; esmola que “é justiça restabelecida, não um gesto de paternalismo”; equidade, cuja falta é “a raiz de todos os males sociais”. Leão XIV assina sua primeira exortação apostólica, Dilexi te, texto em 121 pontos que brota do Evangelho do Filho de Deus que se tornou pobre desde sua entrada no mundo e que relança o Magistério da Igreja sobre os pobres nos últimos cento e cinquenta anos. “Uma verdadeira mina de ensinamentos”. Seguindo os passos dos seus antecessores Com este documento assinado a 4 de outubro, festa de São Francisco de Assis, o Pontífice agostiniano segue assim os passos dos seus antecessores: João XXIII com o apelo aos países ricos na Mater et Magistra para que não permaneçam indiferentes perante os países oprimidos pela fome e pela miséria (83); Paulo VI, com a Populorum progressio e o discurso na ONU “como advogado dos povos pobres”; João Paulo II, que consolidou doutrinariamente “a relação preferencial da Igreja com os pobres”; Bento XIV e a Caritas in Veritate, com sua leitura “mais marcadamente política” das crises do terceiro milênio. Por fim, Francisco, que fez do cuidado “pelos pobres” e “com os pobres” um dos pilares do seu pontificado. Um trabalho iniciado por Francisco e relançado por Leão Foi o próprio Francisco que, nos meses que antecederam sua morte, iniciou o trabalho sobre a exortação apostólica. Assim como aconteceu com a Lumen Fidei, de Bento XVI, recolhida em 2013 por Jorge Mario Bergoglio, também desta vez é o sucessor que completa a obra, que representa uma continuação da Dilexit Nos, a última encíclica do Papa argentino sobre o Coração de Jesus. Porque é forte a “ligação” entre o amor de Deus e o amor pelos pobres: através deles, Deus “ainda tem algo a nos dizer”, afirma o Papa Leão. E ele retoma o tema da “opção preferencial” pelos pobres, expressão nascida na América Latina (16) não para indicar “um exclusivismo ou uma discriminação em relação a outros grupos”, mas “a ação de Deus” que se move por compaixão pela fraqueza da humanidade. Os “rostos” da pobreza São numerosos os pontos para reflexão, numerosas as motivações para a ação na exortação de Robert Francis Prevost, na qual são analisados os “rostos” da pobreza. A pobreza daqueles que “não têm meios de subsistência material”, de “quem é marginalizado socialmente e não possui instrumentos para dar voz à sua dignidade e suas capacidades”; a pobreza “moral”, “espiritual”, “cultural”; a pobreza “de quem não tem direitos, nem lugar, nem liberdade” (9). Novas formas de pobreza e falta de equidade Diante desse cenário, o Papa considera “insuficiente” o compromisso de eliminar as causas estruturais da pobreza em sociedades marcadas por “numerosas desigualdades”, pelo surgimento de novas formas de pobreza “mais sutis e perigosas” (10) e por regras econômicas que aumentaram a riqueza, “mas sem equidade”. A falta de equidade é a raiz dos males sociais (94) A ditadura de uma economia que mata “Quando dizem que o mundo moderno reduziu a pobreza, fazem-no medindo-a com critérios doutros tempos não comparáveis à realidade atual”, afirma Leão XIV (13). Deste ponto de vista, ele saúda “com satisfação” o fato de que “as Nações Unidas tenham colocado a erradicação da pobreza como um dos objetivos do Milênio”. No entanto, o caminho é longo, especialmente numa época em que continua a vigorar a “ditadura de uma economia que mata”, em que os ganhos de poucos “crescem exponencialmente”, enquanto os da maioria estão “cada vez mais longe do bem-estar daquela minoria feliz” e em que se difundem “ideologias que defendem a autonomia absoluta dos mercados e a especulação financeira” (92). Cultura do descarte, liberdade de mercado, pastoral das elites Tudo isso é sinal de que ainda persiste – “por vezes bem disfarçada” – uma cultura do descarte que “tolera com indiferença que milhões de pessoas morram de fome ou sobrevivam em condições indignas do ser humano” (11). O Papa condena então os “critérios pseudocientíficos” segundo os quais será “a liberdade do mercado” a levar à “solução” do problema da pobreza, bem como a “pastoral das chamadas elites”, segundo a qual “em vez de perder tempo com os pobres, é melhor cuidar dos ricos, dos poderosos e dos profissionais” (114). Realmente, os direitos humanos não são iguais para todos (94) Mudar a mentalidade O que o Papa invoca é, portanto, uma “mudança de mentalidade”, libertando-se antes de tudo da “ilusão de uma felicidade que deriva de uma vida confortável”. Isso leva muitas pessoas a uma visão da existência centrada na riqueza e no sucesso “a todo custo”, mesmo em detrimento dos outros e por meio de “sistemas político-econômicos injustos” (11). A dignidade de cada pessoa humana deve ser respeitada já agora, não só amanhã (92) Em cada migrante rejeitado está Cristo batendo à porta Leão XIV dedica um amplo espaço ao tema das migrações. Para ilustrar suas palavras, ele usa a imagem do pequeno Alan Kurdi, o menino sírio de 3 anos que se tornou, em 2015, símbolo da crise europeia dos migrantes com a foto de seu corpinho sem vida em uma praia. “Infelizmente, à parte de alguma momentânea comoção, acontecimentos semelhantes estão a tornar-se cada vez mais irrelevantes, como notícias secundárias” (11), constata o Pontífice. Ao mesmo tempo, ele lembra a obra secular da Igreja em favor daqueles que são forçados a abandonar suas terras, expressa em centros de acolhimento, missões de fronteira, esforços da Caritas Internacional e outras instituições (75). A Igreja, como mãe, caminha com os que caminham. Onde o mundo vê ameaça, ela vê filhos; onde se erguem muros, ela constrói pontes. Pois sabe que o Evangelho só é crível quando se traduz em gestos de proximidade e de acolhimento; e que em cada migrante rejeitado, é o próprio Cristo que bate às portas da comunidade (75) Ainda sobre o tema das migrações, Robert Prevost faz seus os famosos “quatro verbos” do Papa Francisco: “Acolher, proteger, promover e integrar”. E do Papa Francisco ele também toma emprestada a definição dos pobres não apenas como objeto de nossa compaixão, mas como “mestres do Evangelho”. Servir aos pobres não é um gesto a ser feito “de cima para baixo”, mas um encontro entre iguais... A Igreja, portanto, quando se curva para cuidar dos pobres, assume sua postura mais elevada (79) Mulheres vítimas de violência e exclusão O Sucessor de Pedro olha então para a atualidade marcada por milhares de pessoas que morrem todos os dias “por causas relacionadas com a desnutrição” (12). “Duplamente pobres”, acrescenta, são “as mulheres que padecem situações de exclusão, maus-tratos e violência, porque frequentemente têm menos possibilidades de defender os seus direitos” (12). “Os pobres não existem por acaso...” O Papa Leão XIV traça uma reflexão profunda sobre as causas da pobreza: “Os pobres não existem por acaso ou por um cego e amargo destino. Muito menos a pobreza é uma escolha, para a maioria deles. No entanto, ainda há quem ouse afirmá-lo, demonstrando cegueira e crueldade”, sublinha (14). “Obviamente, entre os pobres há também aqueles que não querem trabalhar”, mas há também muitos homens e mulheres que, por exemplo, recolhem papelão de manhã à noite apenas para “sobreviver” e nunca para “melhorar” a vida. Em suma, lê-se em um dos pontos centrais da Dilexi te, não se pode dizer “que a maioria dos pobres estão nessa situação porque não obtiveram méritos, de acordo com a falsa visão da meritocracia, segundo a qual parece que só têm méritos aqueles que tiveram sucesso na vida” (14). Ideologias e orientações políticas Em muitas ocasiões, observa o Papa Leão, são os próprios cristãos que se deixam “contagiar por atitudes marcadas por ideologias mundanas ou por orientações políticas e econômicas que levam a injustas generalizações e conclusões enganosas” (15). Há quem continue a dizer: “O nosso dever é rezar e ensinar a verdadeira doutrina”. Mas, desvinculando este aspecto religioso da promoção integral, acrescentam que só o Governo deveria cuidar deles, ou que seria melhor deixá-los na miséria, ensinando-lhes antes a trabalhar (114) A esmola frequentemente desprezada Sintoma dessa mentalidade é o fato de que o exercício da caridade às vezes é “desprezado ou ridicularizado, como se fosse uma fixação somente de alguns e não o núcleo incandescente da missão eclesial” (15). O Papa detém-se longamente na esmola, raramente praticada e frequentemente desprezada (115). Como cristãos, não renunciemos à esmola. Um gesto que pode ser feito de várias maneiras, e podemos tentar fazer da forma mais eficaz, mas que deve ser feito. E será sempre melhor fazer alguma coisa do que não fazer nada. Em todo o caso, tocar-nos-á o coração. Não será a solução para a pobreza no mundo, que deve ser procurada com inteligência, tenacidade e compromisso social. Mas precisamos praticar a esmola para tocar a carne sofredora dos pobres (119) Indiferença por parte dos cristãos Na mesma linha, o Papa destaca “a falta ou mesmo a ausência de compromisso” com a defesa e a promoção dos mais desfavorecidos em alguns grupos cristãos (112). Se uma comunidade da Igreja não coopera para a inclusão de todos, adverte ele, “correrá também o risco da sua dissolução, mesmo que fale de temas sociais ou critique os Governos. Facilmente acabará submersa pelo mundanismo espiritual, dissimulado em práticas religiosas, reuniões infecundas ou discursos vazios” (113). Há que afirmar sem rodeios que existe um vínculo indissolúvel entre a nossa fé e os pobres (36) O testemunho dos santos, beatos e ordens religiosas Para contrabalançar essa atitude de indiferença, há um mundo de santos, beatos e missionários que, ao longo dos séculos, encarnaram a imagem de “uma Igreja pobre e para os pobres” (35). De Francisco de Assis e seu gesto de abraçar um leproso (7) a Madre Teresa, ícone universal da caridade dedicada aos moribundos da Índia “com uma ternura que era oração” (77). E ainda São Lourenço, São Justino, Santo Ambrósio, São João Crisóstomo, seu Santo Agostinho, que afirmava: “Aquele que diz amar a Deus e não se compadece dos necessitados, mente” (45). Leão ainda lembra o trabalho dos Camilianos pelos doentes (49), das congregações femininas em hospitais e casas de repouso (51). Ele lembra o acolhimento nos mosteiros beneditinos a viúvas, crianças abandonadas, peregrinos e mendigos (55). E lembra também os franciscanos, dominicanos, carmelitas e agostinianos que iniciaram “uma revolução evangélica” através de um “estilo de vida simples e pobre” (63), juntamente com os trinitários e mercedários que, lutando pela libertação dos prisioneiros, expressaram o amor de “um Deus que liberta não só da escravidão espiritual, mas também da opressão concreta” (60). A tradição destas Ordens não cessou. Pelo contrário, inspirou novas formas de ação diante das escravidões modernas: o tráfico de pessoas, o trabalho forçado, a exploração sexual, as diversas formas de dependência. A caridade cristã, quando encarnada, torna-se libertadora (61) O direito à educação O Pontífice recorda também o exemplo de São José de Calasanz, que fundou a primeira escola popular gratuita da Europa (69), para salientar a importância da educação dos pobres: “Não é um favor, mas um dever”. Os pequenos têm direito à sabedoria, como exigência básica do reconhecimento da dignidade humana (72) A luta dos movimentos populares Na exortação, o Papa também menciona a luta contra os “efeitos destrutivos do império do dinheiro” por parte dos movimentos populares, conduzidos por líderes “colocados muitas vezes sob suspeita e até perseguidos” (80). Eles, escreve, “convidam a superar aquela ideia das políticas sociais concebidas como uma política para os pobres, mas nunca com os pobres, nunca dos pobres” (81). Uma voz que desperte e denuncie Nas últimas páginas do documento, Leão XIV apela a todo o Povo de Deus para “fazer ouvir, ainda que de maneiras diferentes, uma voz que desperte, denuncie e se exponha mesmo correndo o risco de parecer estúpidos”. As estruturas de injustiça devem ser reconhecidas e destruídas com a força do bem, através da mudança de mentalidades e também, com a ajuda da ciência e da técnica, através do desenvolvimento de políticas eficazes na transformação da sociedade (97) Os pobres, não um problema social, mas o centro da Igreja É necessário que “todos nos deixemos evangelizar pelos pobres”, exorta o Papa (102). “O cristão não pode considerar os pobres apenas como um problema social: eles são uma questão familiar. Pertencem aos nossos”. Portanto, “a relação com eles não pode ser reduzida a uma atividade ou departamento da Igreja” (104). Fonte: Vatican News  

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