30/01/2024

Padre Gildásio Mendes e a importância de se entender a Lógica Digital

Padre Gildásio Mendes e a importância de se entender a Lógica Digital
Foto: Divulgação

Por meio de uma videoconferência, diretamente de Roma, o Conselheiro Geral para a Comunicação Social da Congregação, Pe. Gildásio Mendes dos Santos, concedeu uma entrevista para a equipe de Comunicação da Rede Salesiana Brasil (RSB) na qual abordou a importância de habitar o mundo digital com sabedoria e criatividade.

Pe. Gildásio, sacerdote salesiano e membro do Conselho Geral dos Salesianos tem Doutorado em Realidade Virtual (Michigan and Wayne State University, USA), é autor de 25 livros em português, inglês e italiano, artigos científicos, professor e pesquisador na área de mídia digital - redes e interações humanas.

Para os membros da Família Salesiana, educadores, leigos e jovens, o Pe. Gildásio vem colaborando com reflexões importantes e atuais sobre os aspectos psicológicos, educativos e pastorais de todos que vivem a chamada cultura digital (internet, redes sociais, inteligência artificial).

Em maio de 2023, participando do I Encontro Nacional de Comunicação (ENAC) da RSB, o Conselheiro falou sobre o tema “Caminhar na corda das coisas sólidas e da leveza das coisas para comunicar no tempo das grandes mudanças”, trazendo a dimensão comunicativa de Dom Bosco para a evangelização dos jovens de sua época que continua atual dentro das propostas do carisma salesiano.

Logo em seguida, ele publicou, em nível mundial, o livro “Dom Bosco e a Realidade Digital”, publicado pela Editora Elle di Ci. O lançamento também foi seguido pela publicação da carta “Caminhar com os jovens na cultura digital” que está nos Atos do Conselho Geral da Congregação.

Atualmente, Pe. Gildásio está trabalhando em um novo documento para o Setor de Comunicação, o que culminou em uma entrevista para o Boletim Salesiano da Itália, trazendo uma visão mais detalhada sobre como o mundo digital tem refletido na realidade das juventudes e como fica o papel da família, da pastoral juvenil e do educador salesiano nesta realidade.

Na entrevista concedida à equipe da Rede Salesiana Brasil para introduzir a longa entrevista que ele concedeu à revista italiana “Bollettino Salesiano”, o Conselheiro Geral fez questão de dizer que “Nós, do Setor de Comunicação da Congregação Salesiana, estamos acompanhando atentamente e com participação de mais de 200 pessoas em todos os países onde os salesianos têm obras, o fenômeno humano e cultural do digital. Estamos escutando, tomando nota, escrevendo, compartilhando e divulgando oficialmente o que temos descoberto nas nossas pesquisas e diálogos com os jovens, educadores e familiares sobre como as crianças, jovens e adultos estão vivendo, trabalhando, se comunicando e fazendo suas histórias dentro do digital”.

Ele ainda enfatizou que sua entrevista ao Bollettino Salesiano nasceu de perguntas feitas por pais, educadores e jovens que estão questionando alguns pontos sobre como viver em nível emocional, social e espiritual no mundo virtual.

“Todo o caminho percorrido até o momento não é simplesmente uma reflexão intelectual, mas é o fruto de uma escuta atenta feita durante minhas viagens pelo mundo inteiro, nas quais tive a oportunidade de visitar colégios, universidades, paróquias, obras sociais, entre as diversas presenças salesianas existentes, trazendo muito fortemente a necessidade de se questionar sobre os desafios dos novos tempos”.

 

A HUMANIZAÇÃO DO MUNDO DIGITAL

Um ponto que Pe. Gildásio enfatiza na sua entrevista é que “A internet se alimenta daquilo que nós somos e fazemos. Se não fossem os seres humanos, a rede estaria vazia. Ninguém entraria lá. Então, nessa visão de que somos nós que alimentamos as redes, existe uma questão que devemos compreender: é o ser humano. Nós jogamos na internet aquilo que é da nossa vida real, então tem alegria, tem tristeza, tem briga, tem frustração, tem fofoca, tem boas notícias, isto é, não podemos pensar que o mundo digital é um mundo ilusório; ele reflete muito daquilo que nós somos como seres humanos”.

 

A IMPORÂNCIA DE SE ENTENDER A LÓGICA DIGITAL

Pe. Gildásio fala da lógica digital na sua entrevista. Esta é praticamente uma chave importante para compreender aspectos educacionais, como por exemplo, falar com crianças e adolescentes sobre o tempo que passam nas redes, como saber lidar de modo saudável com a velocidade e o ritmo constante de contatos nas redes.

“Eu penso que é importante para quem vai ler essa entrevista, professores, pais..., conversar com as crianças e jovens sobre como é a lógica digital. Por exemplo, no digital a lógica é matemática. O que é a internet? A internet é uma grande rede de números, tudo o que é digitalizado, as informações, elas passam por essa numeração, essa organização e os adolescentes sabem. Se você dá para uma criança uma senha, ela aprende que para entrar em qualquer conta digital, para fazer um download, etc., ela tem que usar corretamente os códigos”.

Ele ressalta ainda que as crianças, adolescentes e jovens são excelentes na lógica digital. “Eles sabem tudo, os números, onde entrar..., e eles vivem, eles sabem essa lógica. Então seria bom discutir a lógica digital, como ela funciona.  Como age um robô, o que é um avatar... e com isso falar também daquilo que é totalmente humano: a sensibilidade, a imaginação e a criatividade.  Falar dessas coisas ajuda a entrar nas questões reais da vida de todos nós: os nossos relacionamentos e sentimentos, a dor humana, o sofrimento, a saudade, o amor, a responsabilidade, a morte, uma grande esperança, a bondade”.

 

O TEMPO VIRTUAL E O TEMPO NATURAL

Como um pioneiro na utilização dos termos “Tempo Virtual” e “Tempo Natural”, Pe. Gildásio Mendes também comenta sobre a urgente necessidade de se compreender a diferença entre esses dois momentos da vida humana atual.

“O tempo natural é aquele tempo em que você desliga tudo, olha nos olhos, conversa... O tempo virtual é muito rápido e muito preciso, é mais acelerado e coloca a gente numa outra dimensão. O tempo natural é o tempo de dormir, de comer junto, de conversar, de partilhar. Então a dica que eu dou é exatamente essa: é preciso uma educação que faça o jovem vivenciar mais o tempo natural, porque é no tempo natural que a gente tem mais conexão com o que a gente é mais profundamente, com os outros e com a realidade. Não é fazer dicotomia, dualismo, mas é compreender que hoje o mundo, o tempo natural e o tempo virtual se complementam, mas é preciso saber a diferença. Então, é bom para a saúde, para a criatividade e as pessoas estão descobrindo isso”.

 

DOM BOSCO E MADRE MAZZARELLO SE UTILIZARIAM DO DIGITAL PARA EVANGELIZAR AS JUVENTUDES?

“Sim. Dom Bosco tem uma frase muito bonita que é ‘caminhar com os tempos’, porque veja, onde estão os jovens nós temos que estar presentes, seja para Dom Bosco ou para Mazzarello. Está é a grande questão: Onde estão os jovens? Estão nas redes sociais? Então, vamos lá!”

Porém, o Conselheiro alerta que não basta estar dia e noite on-line, ter muitos seguidores e não ser capaz de ser educador.

“Onde estão os jovens, nós estamos, e evidentemente, que a grande pergunta que surge é essa: Nós estamos em que modo? Nós estamos como educadores! Isso é fundamental para nós, porque se nós não temos essa missão de estar ali como educadores, a gente perde uma grande oportunidade e a nossa missão é ser educador. Os adolescentes de hoje, daqui a 30, 40 anos, muitos deles vão ser pais. É bom recordar aos seus filhos e estudantes. Todos vão se tornar idosos um dia, de modo que é importante também discutir com os jovens assim: Como você gostaria que fossem seus filhos? Como é que você educaria seu filho para o mundo digital, da inteligência artificial, etc.? Portanto, é um tempo maravilhoso de fazer perguntas e de dialogar. Agora não pode cair no moralismo e não pode cair no dualismo. Veja que o que temos conversado até agora é sobre buscar sentido, significado, fazer perguntas para buscar sentido e significado e isso é muito bonito. A inteligência artificial está chegando muito forte, ela também vai mudar muito nos próximos anos e vão surgir as mesmas coisas: perguntas. Quem é meu avatar? Quem sou eu? O que é minha privacidade? Quem copiou isso de mim? [...]. E vamos ter muito disso também: avatar, pessoas com duas ou três personalidades..., e tudo isso vai exigir uma ética para o digital!”, comenta Pe. Gildásio. 

Ao final da conversa, o Conselheiro Geral recorda que “o mais importante é buscar a essência da vida: felicidade, amar, ser amado, dar significado com fé às questões das perdas, como se sentir responsável pela vida do planeta, o que fazer para a construção de relações mais humanas, de assumir a cidadania com responsabilidade, de viver a vida cristã com grande sentido de fraternidade e cuidado pelos outros”.

Você pode acessar a entrevista completa, em língua portuguesa, do Pe. Gildásio Mendes ao Bollettino Salesiano da Itália clicando aqui.

Por Equipe de Comunicação da Rede Salesiana Brasil

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Jubileu dos Jovens será realizado em Aparecida de 3 a 6 de setembro

O Jubileu dos Jovens, promovido pela Comissão Episcopal para a Juventude CNBB, integra as celebrações do Ano Santo com o tema “Peregrinos da Esperança” O Maior Santuário Mariano do Brasil, em Aparecida, SP, será o principal destino da juventude brasileira, entre os dias 3 e 6 de setembro de 2025, durante o Jubileu dos Jovens. A iniciativa busca reunir jovens de todas as regiões do país em um caminho de fé, comunhão e formação. As atividades ocorrerão no auditório do Santuário Nacional de Aparecida e no Centro de Eventos Padre Vítor Coelho de Almeida. A programação do evento inclui encontros formativos, seminário de comunicação e a tradicional Romaria Nacional da Juventude, no Santuário Nacional. Encontro nacional de lideranças - A programação começa no dia 3 com o Encontro Nacional de Responsáveis Diocesanos, Assessores e Líderes Jovens (RDJ2025), que segue até 5 de setembro. A atividade será realizada no auditório do subsolo do Santuário Nacional. O objetivo é oferecer espaço de formação, escuta e planejamento conjunto entre as lideranças que atuam na pastoral juvenil em nível diocesano. Durante os três dias, os participantes refletirão sobre os desafios da evangelização da juventude, a sinodalidade na ação pastoral e o papel dos jovens no contexto social e eclesial. A programação incluirá momentos de espiritualidade, oficinas e partilha de experiências regionais. Seminário de Comunicação -  No dia 5 de setembro, ocorrerá o RISE UP: 3º Seminário de Jovens Comunicadores, também no auditório do subsolo. Voltado aos jovens que atuam com comunicação social (mídias sociais, jornalismo, designer, etc) e evangelização digital, o encontro pretende formar jovens comprometidos com a comunicação ética e evangelizadora, em sintonia com as diretrizes da Igreja. As atividades do seminário abordarão temas como produção de conteúdo, redes sociais, inteligência artificial e missão digital. Romaria Nacional da Juventude - O ponto alto do Jubileu será no sábado, 6 de setembro, com a Romaria Nacional da Juventude. A expectativa é reunir milhares de jovens de diversas dioceses para um dia de celebração e testemunho da fé, marcado por missas, momentos de oração, catequeses e atividades culturais. A programação se concentrará no Centro de Eventos do Santuário Nacional, com procissão ao longo da esplanada. A Romaria é considerada a maior expressão da unidade da juventude católica brasileira. Participação e inscrições - As inscrições estão abertas em: app.ciaticket.com.br/evento/jubileu-das-juventudes-03-09-2025-1127. Cada diocese é incentivada a organizar caravanas. Caminho sinodal e compromisso com a esperança - O Jubileu dos Jovens é parte do caminho sinodal da Igreja, que convida todos os fiéis a viverem a esperança como virtude cristã e compromisso com a transformação da realidade. Para a juventude, trata-se de uma oportunidade de renovar a fé, assumir o protagonismo juvenil e aprofundar a identidade como discípulos missionários. Em Aparecida, os jovens serão acolhidos na Casa da Mãe, confiando à intercessão de Nossa Senhora os desafios e esperanças. Fonte: Jovens Conectados - CNBB

Reflexão sobre a mensagem do Papa Francisco para o 59º Dia Mundial das Comunicações Sociais

Comunicar a esperança em tempos de crise Reflexão sobre a mensagem do Papa Francisco para o 59º Dia Mundial das Comunicações Sociais.   Miral Atik - Patriarcado Latino de Jerusalém Em um momento em que a guerra, a divisão e o sofrimento atravessam a Terra Santa, a mensagem do Papa Francisco para o 59º Dia Mundial das Comunicações Sociais – celebrado no dia 1º de junho, domingo antes de Pentecostes – chega como um apelo urgente: “Compartilhem com mansidão a esperança que há em seus corações” (1 Pedro 3, 15-16). As palavras do Papa ressoam com um profundo significado pastoral e profético, convidando todos os cristãos – não apenas aqueles que trabalham na mídia – a refletir sobre como usamos a comunicação social. É um instrumento de paz ou mais um combustível para os conflitos? Uma palavra de esperança entre os ruídos da guerra Em sua mensagem, publicada em 24 de janeiro de 2025, o Papa Francisco nos convida a nos tornarmos “comunicadores de esperança”, enraizados em Cristo, “o comunicador perfeito” [1], e nos adverte contra uma comunicação que alimenta o medo, o ódio ou o desespero, uma retórica que desumaniza e divide. “A esperança é um risco que vale a pena correr”, escreve. “É uma virtude escondida, tenaz e paciente”. Mas a esperança – insiste -, deve ser comunicada com verdade, reverência e compaixão. De Emaús a Gaza: Que tipo de comunicadores somos? A pergunta do Papa ressoa com força em uma terra onde uma única imagem pode acender chamas de raiva e uma única palavra pode consolar um coração partido: “Que tipo de comunicação praticamos?”. Ele compara o comunicador cristão àquele que peneira o ouro entre os grãos de areia. Em uma terra marcada por histórias dolorosas, os comunicadores são chamados a contar histórias de esperança, não para embelezar a realidade, mas para revelar a beleza que habita também nas trevas. O Papa Francisco destaca três traços essenciais da comunicação cristã, inspirados na Primeira Carta de Pedro: Escolher ver o bem mesmo quando tudo parece perdido, graças ao dom do Espírito Santo. Devemos estar prontos para explicar o motivo da nossa esperança: Cristo mesmo. Devemos falar com doçura e respeito, não com agressividade ou medo. O Cristo ressuscitado na estrada de Emaús nos ofereceu um modelo de verdadeira comunicação, que começa com a escuta. Jesus primeiro caminhou ao lado dos discípulos em sua confusão e dor, ouvindo pacientemente suas dores antes de reacender suavemente sua esperança. Da mesma forma, somos chamados a caminhar com os outros, começando não com palavras, mas com a presença. Ao partilhar histórias de coragem, misericórdia e fé resistente, não gritamos a esperança ao mundo, mas despertamo-la silenciosamente, através de um testemunho compassivo. O Papa Francisco exorta-nos a contar histórias que descubram a beleza e a luz num mundo oprimido pelo sofrimento, narrativas que aprofundem a nossa humanidade partilhada. Do coração: Uma comunicação que cura O Papa imagina um estilo de comunicação que nos torne “companheiros de viagem”, caminhando juntos nos momentos difíceis, semeando esperança enraizada na misericórdia, em vez de no medo ou na raiva. Este tipo de comunicação, especialmente em um período de guerra e divisão, é um ato profético: aproxima os corações, revela o bem silencioso que se manifesta mesmo no sofrimento e favorece a unidade em vez da divisão. Esta comunicação resiste à redução das pessoas a slogans ou ideologias. Abraça a sua humanidade e promove a beleza e a solidariedade. Não é guiada por reações instintivas, mas pelo amor, que transforma as palavras em instrumentos de cura. Fala de uma comunicação que brota de corações fundados em Cristo, criando laços de comunhão em vez de muros de isolamento. Esta visão é particularmente urgente na Terra Santa, onde as histórias de esperança são uma âncora de salvação e cada palavra pode reabrir feridas ou começar a curá-las. Os cristãos como testemunhas nos meios de comunicação A todos os cristãos da Terra Santa – clero, jovens, jornalistas, pais e estudantes – a sua voz é importante. Numa terra onde cada palavra ressoa em corações frágeis, escolham o amor. Numa região frequentemente dominada pelo desespero, escolham falar de esperança. E num mundo habituado à indignação, ousem ser gentis. Podemos ser narradores de esperança, lembrando ao mundo que mesmo nas trevas Cristo caminha conosco e nossas palavras podem se tornar instrumentos de sua paz. 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