Rede Salesiana Brasil participa de painel na COP30 sobre educação, impacto social e sustentabilidade, promovido pelo Instituto Selo Social
17/11/2025

Rede Salesiana Brasil participa de painel na COP30 sobre educação, impacto social e sustentabilidade, promovido pelo Instituto Selo Social

Rede Salesiana Brasil participa de painel na COP30 sobre educação, impacto social e sustentabilidade, promovido pelo Instituto Selo Social

Professor Ary Barbosa Correia Júnior representou a Rede Salesiana Brasil no debate promovido pelo Instituto Selo Social

A Rede Salesiana Brasil (RSB) participou, nesta segunda-feira (17), do painel “Educação, impacto social e sustentabilidade: o papel das universidades”, promovido pelo Instituto Selo Social dentro da programação oficial da COP30, em Belém (PA). Representando a RSB, o professor Ary Barbosa Correia Júnior apresentou experiências, reflexões e práticas que evidenciam como a educação salesiana tem contribuído para a formação de uma geração mais consciente, crítica e comprometida com o cuidado da Casa Comum.

A presença da RSB no evento reforça seu compromisso histórico com a educação integral, com a promoção humana e com a construção de um futuro ambientalmente responsável. Como patrocinadora do Instituto Selo Social, a Rede reafirma seu papel como agente formador e articulador de ações que unem ciência, fé, juventude e transformação social.

Educação, ciência e compromisso socioambiental: um olhar salesiano na COP30

O painel promovido pelo Selo Social destacou como universidades, redes educativas e instituições de pesquisa podem impactar diretamente a transição para modelos mais sustentáveis. A participação da RSB, por meio do professor Ary, ampliou esse debate ao trazer a perspectiva salesiana, profundamente enraizada na missão de Dom Bosco e Madre Mazzarello: educar para a vida, para o bem comum e para o cuidado com a criação.

Segundo o professor Ary, fortalecer o papel dos jovens na agenda climática exige investir em formação sólida e espaços de participação real.

“O mais importante é garantir que os nossos jovens tenham acesso à informação a partir de um letramento climático. Precisamos que participem de projetos reais em suas escolas e tenham espaço para falar, propor e decidir.”

As experiências salesianas apresentadas na COP30

Durante o painel, o professor Ary apresentou um conjunto de projetos realizados no Colégio Mazzarello Recife, que integram educação climática, inovação e protagonismo juvenil. Entre eles estão:

Projeto Ecocapibaribe – iniciativa de leitura do território e preservação ambiental;
Projeto Telhado Verde – experiência prática de sustentabilidade, mitigação térmica e educação ecológica;
Protótipo do aplicativo Econect – ferramenta desenvolvida com estudantes para monitoramento e engajamento em ações ambientais.

“Essas ações envolvem educação climática, projetos de sustentabilidade, leitura do território e atividades práticas com os estudantes. É a educação transformando a realidade a partir da vivência.”

Impacto e legado: a educação como chave para um futuro sustentável

A participação na COP30 também foi um momento de inspiração e renovação de compromisso. Para o professor Ary, a experiência reafirmou a potência da juventude e o papel da educação salesiana na construção de caminhos de esperança.

“Levo um sentimento de responsabilidade ainda maior. Volto para casa com novas ideias, novas parcerias e a certeza de que a educação é uma das chaves para enfrentar a crise climática. E, acima de tudo, levo a inspiração de ver tantos jovens engajados, mostrando que o futuro já está acontecendo agora.”

A atuação da RSB nesta COP30 reforça sua missão de formar pessoas boas e honestas, capazes de cuidar de outras pessoas, do território e da Casa Comum, unindo valores, ciência, espiritualidade e compromisso social.

Parceria com o Instituto Selo Social

Como patrocinadora da iniciativa do Instituto Selo Social, a RSB reforça seu compromisso com parcerias que ampliam o impacto social, fortalecem o protagonismo juvenil e incentivam projetos institucionais voltados à responsabilidade socioambiental. A participação no painel integra um conjunto de ações que expressam, de forma concreta, o compromisso salesiano com a defesa da Casa Comum e com caminhos educativos que promovam inclusão, esperança e transformação.

Assista a transmissão ao vivo da abaixo:

Comunicação da Rede Salesiana Brasil

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Delegação do Dom Bosco Green participa do “Simpósio Internacional - Igreja Católica na COP30”, em Belém

A Igreja Católica promoveu, na tarde do dia 12 de novembro, o “Simpósio Internacional – Igreja Católica na COP30”, que reuniu aproximadamente 500 lideranças de diferentes regiões do Brasil e do mundo, com o objetivo de refletir e dialogar sobre os caminhos da ecologia integral, a justiça climática e a conversão ecológica. O evento foi realizado durante a Conferência das Partes sobre as Mudanças Climáticas (COP30), sediada na Amazônia brasileira. Ele integrou o itinerário de reflexões promovido pela Igreja Católica, chamado Pré-COP, que percorreu as cinco macrorregiões do Brasil, onde diferentes interlocutores refletiram e dialogaram sobre o compromisso com a justiça climática e a ecologia integral. O simpósio teve início com a bênção de Nossa Senhora de Nazaré, conduzida pelo arcebispo de Belém (PA), Dom Júlio Akamine, que também foi o primeiro a saudar os participantes, atuando como anfitrião do encontro na mesa de abertura. A mesa contou com a participação de Dom Giambattista Diquattro (Núncio Apostólico no Brasil), Dom Jaime Spengler (presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB), Cardeal Filipe Neri (presidente das Conferências Episcopais da Ásia), Cardeal Fridolin Ambongo (presidente do Simpósio das Conferências Episcopais da África e Madagáscar – SECAM), Cardeal Ryan Rimenes (presidente da Conferência Episcopal do Pacífico) e Cardeal Ladislav Nemet (vice-presidente do Conselho das Conferências Episcopais da Europa – CCEE).Durante a mesa, os participantes refletiram sobre temas como “Transição energética e cuidado dos pobres”, “O ser humano no centro de uma nova economia”, “Ilhas submersas no Pacífico” e “Igreja na Europa e a conversão ecológica”. Na sequência da abertura, foi realizado o painel “Diálogos pela Ecologia Integral”, mediado por Dom Vicente de Paula Ferreira, presidente da Comissão Especial para a Mineração e a Ecologia Integral. Participaram da mesa: Marinez Rosa dos Santos Bassotto, bispa da Igreja Anglicana do Brasil, que abordou o tema “Ecoespiritualidade e missão profética da Igreja na Amazônia”; Cardeal Leonardo Steiner, arcebispo de Manaus (AM), que aprofundou o tema “Caminhos da Ecologia Integral para a Conversão Ecológica”; Kleber Karipuna, representante da APIB, que falou sobre “A presença dos povos originários da Amazônia brasileira com suas lutas e perspectivas”; e a professora e ecóloga Ima Vieira, que apresentou um diagnóstico científico sobre as mudanças climáticas, com evidências e soluções práticas. Representando a Inspetoria São João Bosco (ISJB) na delegação da Dom Bosco Green na COP 30 , Camila de Paula destacou a importância do simpósio e dos demais momentos de diálogo que vêm acontecendo durante a COP30.Segundo ela, “nesses dias estamos sendo convidados a ampliar nossa percepção sobre a crise climática, especialmente em relação aos efeitos provocados pela forma como habitamos o planeta Terra e nos relacionamos com toda a criação”. Após esse momento de reflexão e diálogo, os participantes realizaram uma procissão em memória dos mártires que lutaram pela defesa dos povos originários e da vida no bioma amazônico, em direção à Basílica de Nossa Senhora de Nazaré. O evento foi concluído com a Celebração Eucarística presidida pelo Cardeal Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre e presidente da CNBB e do Conselho Episcopal Latino-Americano e do Caribe (CELAM). Em sua homilia, Dom Jaime convidou à conversão interior, diante da crescente crise ambiental e humana que afeta o planeta.   Assessoria de Imprensa da Inspetoria São João Bosco   ‍

2º Encontro On-line de Boas Práticas Comunicacionais e Produção Cultural destaca a força da comunicação salesiana em rede

Na manhã desta quarta-feira, 12 de novembro, a Rede Salesiana Brasil promoveu o 2º Encontro On-line de Boas Práticas Comunicacionais e Produção Cultural, reunindo comunicadores, educadores e colaboradores de diversas presenças salesianas do país. O encontro, foi marcado pelo espírito de comunhão, partilha de experiências e fortalecimento da missão comunicacional que sustenta a presença salesiana no ambiente digital e cultural. A abertura foi conduzida pela Ir. Kelly Gaioso, Coordenadora de Comunicação da Inspetoria Maria Auxiliadora, que animou o grupo com uma acolhida fraterna e lembrou que comunicar, no carisma salesiano, é sempre um gesto de proximidade, esperança e serviço educativo. A comunicação, em suas palavras, continua sendo “um lugar de missão”. Podcasts que evangelizam e conectam O encontro apresentou iniciativas inspiradoras que mostram a criatividade e a atualidade da comunicação salesiana. O Pe. Antônio João do Nascimento Neto, SDB, da Inspetoria Salesiana do Nordeste, compartilhou o processo de criação, produção e objetivo pastoral do podcast “Vamos Juntos”, que busca dialogar com jovens e educadores a partir de temas formativos e espirituais. Clique e acesse aqui o link do podcast "Vamos Juntos".   Na sequência, representantes das rádios parceiras apresentaram o podcast “Minuto Salesiano em Rede”, um projeto colaborativo que integra diversas emissoras ligadas ao carisma: Marcos Mariano, Coordenador das Rádios Parceiras - Rádio AMA Wilson Firmo, Diretor da Rádio Amanhecer Online - Rádio AMA Jamil Feitosa, Coordenador de RH - FM Dom Bosco de Fortaleza/CE Francisco Mário, Gerente – FM Padre Cícero (Juazeiro/CE) Thais Cândido, Jornalista – FM Padre Cícero (Juazeiro/CE) Angélica Novais, Analista de Comunicação - Escritório da RSB O grupo apresentou os bastidores da produção, a metodologia de trabalho em rede e os impactos positivos da iniciativa, que já se tornou um espaço de formação e informação salesiana no ambiente radiofônico. Acesse aqui o "Minuto Salesiano em Rede".   A Inspetoria São João Bosco trouxe ao encontro a experiência do Estúdio da Pastoral Juvenil Salesiana (PJS) e do “Boa Noite Podcast”, mostrando como os jovens e as equipes de comunicação estão protagonizando novos formatos de evangelização. Albanusa Costa, Analista de Comunicação da PJS contextualizou a origem da iniciativa de criar um estúdio de gravação da PJS, bem como o objetivo do “Boa Noite Podcast” e o processo de definição de pautas. A proposta demonstra como o ambiente digital pode ser um verdadeiro “pátio”, onde a linguagem, o estilo e a presença comunicativa se moldam ao universo juvenil, sem perder a profundidade da espiritualidade salesiana. Acesse aqui o “Boa Noite Podcast”. Caminho de rede, avaliação e próximos passos Ao longo do encontro, os participantes registram feedback e sugestões, reforçando o compromisso com a construção colaborativa e transparente das ações comunicacionais da RSB. A diversidade das experiências apresentadas confirma que a comunicação salesiana permanece viva, dinâmica e missionária, um espaço de evangelização, cultura, diálogo e criatividade, fiel ao espírito de Dom Bosco e de Madre Mazzarello.   Comunicação da Rede Salesiana Brasil

MENSAGEM DO SANTO PADRE LEÃO XIV PARA O IX DIA MUNDIAL DOS POBRES

MENSAGEM DO SANTO PADRE LEÃO XIVPARA O IX DIA MUNDIAL DOS POBRES XXXIII Domingo do Tempo Comum16 de novembro de 2025 ___________________________   Tu és a minha esperança (cf. Sl 71,5) 1. «Tu és a minha esperança, ó Senhor Deus» (Sl 71,5). Essas palavras emanam de um coração oprimido por graves dificuldades: «Fizeste-me sofrer grandes males e aflições mortais» (v. 20), diz o Salmista. Apesar disso, o seu espírito está aberto e confiante, porque firme na fé reconhece o amparo de Deus e o professa: «És o meu rochedo e a minha fortaleza» (v. 3). Daí deriva a confiança inabalável de que a esperança n’Ele não decepciona: «Em ti, Senhor, me refugio, jamais serei confundido» (v. 1). No meio das provações da vida, a esperança é animada pela firme e encorajadora certeza do amor de Deus, derramado nos corações pelo Espírito Santo. Por isso, ela não decepciona (cf. Rm 5, 5) e São Paulo pode escrever a Timóteo: «Pois se nós trabalhamos e lutamos, é porque pomos a nossa esperança no Deus vivo» (1 Tm 4, 10). O Deus vivo é, verdadeiramente, o «Deus da esperança» (Rm 15, 13), que em Cristo, pela sua morte e ressurreição, se tornou a «nossa esperança» (1 Tm 1, 1). Não podemos esquecer que fomos salvos nesta esperança, na qual precisamos permanecer enraizados. 2. O pobre pode tornar-se testemunha de uma esperança forte e confiável, precisamente porque professada numa condição de vida precária, feita de privações, fragilidade e marginalização. Ele não conta com as seguranças do poder e do ter; pelo contrário, sofre-as e, muitas vezes, é vítima delas. A sua esperança só pode repousar noutro lugar. Reconhecendo que Deus é a nossa primeira e única esperança, também nós fazemos a passagem entre as esperanças que passam e a esperança que permanece. As riquezas são relativizadas perante o desejo de ter Deus como companheiro de caminho porque se descobre o verdadeiro tesouro de que realmente precisamos. Ressoam claras e fortes as palavras com que o Senhor Jesus exortou os seus discípulos: «Não acumuleis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem os corroem e os ladrões arrombam os muros, a fim de os roubar. Acumulai tesouros no Céu, onde a traça e a ferrugem não corroem e onde os ladrões não arrombam nem furtam» (Mt 6, 19-20). 3. A pobreza mais grave é não conhecer a Deus. Recordou-nos isso o Papa Francisco quando escreveu na Evangelii gaudium: «A pior discriminação que sofrem os pobres é a falta de cuidado espiritual. A imensa maioria dos pobres possui uma especial abertura à fé; tem necessidade de Deus e não podemos deixar de lhe oferecer a sua amizade, a sua bênção, a sua Palavra, a celebração dos Sacramentos e a proposta dum caminho de crescimento e amadurecimento na fé» (n. 200). Há aqui uma consciência fundamental e totalmente original sobre como encontrar em Deus o próprio tesouro. Realmente, insiste o apóstolo João: «Se alguém disser: “Eu amo a Deus”, mas tiver ódio ao seu irmão, esse é um mentiroso; pois aquele que não ama o seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê» (1 Jo 4, 20). É uma regra da fé e um segredo da esperança: embora importantes, todos os bens desta terra, as realidades materiais, os prazeres do mundo ou o bem-estar económico não são suficientes para fazer o coração feliz. Frequentemente, as riquezas iludem e conduzem a situações dramáticas de pobreza, sendo a primeira dessas ilusões pensar que não precisamos de Deus e conduzir a nossa vida independentemente d’Ele. Vêm-me à mente as palavras de Santo Agostinho: «Seja Deus todo motivo de presumires. Sente necessidade d’Ele para que Ele te cumule. Tudo o que possuíres fora d’Ele é imensamente vazio» (Enarr. in Ps. 85,3). 4. A esperança cristã, à qual a Palavra de Deus remete, é certeza no caminho da vida, porque não depende da força humana, mas da promessa de Deus, que é sempre fiel. Por isso, desde os primórdios, os cristãos quiseram identificar a esperança com o símbolo da âncora, que oferece estabilidade e segurança. A esperança cristã é como uma âncora, que fixa o nosso coração na promessa do Senhor Jesus, que nos salvou com a sua morte e ressurreição e que retornará novamente no meio de nós. Esta esperança continua a indicar como verdadeiro horizonte da vida os «novos céus» e a «nova terra» (2 Pe 3, 13), onde a existência de todas as criaturas encontrará o seu sentido autêntico, visto que a nossa verdadeira pátria está nos céus (cf. Fl 3, 20). Consequentemente, a cidade de Deus compromete-nos com as cidades dos homens, que, desde agora, devem começar a assemelhar-se àquela. A esperança, sustentada pelo amor de Deus derramado nos nossos corações pelo Espírito Santo (cf. Rm 5, 5), transforma o coração humano em terra fértil, onde pode germinar a caridade para a vida do mundo. A Tradição da Igreja reafirma constantemente esta circularidade entre as três virtudes teologais: fé, esperança e caridade. A esperança nasce da fé, que a alimenta e sustenta, sobre o fundamento da caridade, que é a mãe de todas as virtudes. E precisamos de caridade hoje, agora. Não é uma promessa, mas uma realidade para a qual olhamos com alegria e responsabilidade: envolve-nos, orientando as nossas decisões para o bem comum. Em vez disso, quem carece de caridade não só carece de fé e esperança, mas tira a esperança ao seu próximo. 5. O convite bíblico à esperança traz consigo o dever de assumir, sem demora, responsabilidades coerentes na história. Com efeito, a caridade é «o maior mandamento social» (Catecismo da Igreja Católica, 1889). A pobreza tem causas estruturais que devem ser enfrentadas e eliminadas. À medida que isso acontece, todos somos chamados a criar novos sinais de esperança que testemunhem a caridade cristã, como fizeram, em todas as épocas, muitos santos e santas. Os hospitais e as escolas, por exemplo, são instituições criadas para expressar o acolhimento aos mais fracos e marginalizados. Eles deveriam fazer parte das políticas públicas de todos os países, mas as guerras e as desigualdades frequentemente ainda o impedem. Hoje, cada vez mais, as casas-família, as comunidades para menores, os centros de acolhimento e escuta, as refeições para os pobres, os dormitórios e as escolas populares tornam-se sinais de esperança: são tantos sinais, muitas vezes ocultos, aos quais talvez não prestemos atenção, mas que são muito importantes para se desvencilhar da indiferença e provocar o empenho nas diversas formas de voluntariado! Os pobres não são um passatempo para a Igreja, mas sim os irmãos e irmãs mais amados, porque cada um deles, com a sua existência e também com as palavras e a sabedoria que trazem consigo, levam-nos a tocar com as mãos a verdade do Evangelho. Por isso, o Dia Mundial dos Pobres pretende recordar às nossas comunidades que os pobres estão no centro de toda a ação pastoral. Não só na sua dimensão caritativa, mas igualmente naquilo que a Igreja celebra e anuncia. Através das suas vozes, das suas histórias, dos seus rostos, Deus assumiu a sua pobreza para nos tornar ricos. Todas as formas de pobreza, sem excluir nenhuma, são um apelo a viver concretamente o Evangelho e a oferecer sinais eficazes de esperança. 6. Este é o convite que emerge da celebração do Jubileu. Não é por acaso que o Dia Mundial dos Pobres seja celebrado no final deste ano de graça. Quando a Porta Santa for fechada, deveremos conservar e transmitir os dons divinos que foram derramados nas nossas mãos ao longo de um ano inteiro de oração, conversão e testemunho. Os pobres não são objetos da nossa pastoral, mas sujeitos criativos que nos estimulam a encontrar sempre novas formas de viver o Evangelho hoje. Diante da sucessão de novas ondas de empobrecimento, corre-se o risco de se habituar e resignar-se. Todos os dias, encontramos pessoas pobres ou empobrecidas e, às vezes, pode acontecer que sejamos nós mesmos a possuir menos, a perder o que antes nos parecia seguro: uma casa, comida suficiente para o dia, acesso a cuidados de saúde, um bom nível de educação e informação, liberdade religiosa e de expressão. Promovendo o bem comum, a nossa responsabilidade social tem o seu fundamento no gesto criador de Deus, que dá a todos os bens da terra: assim como estes, também os frutos do trabalho do homem devem ser igualmente acessíveis. Com efeito, ajudar os pobres é uma questão de justiça, muito antes de ser uma questão de caridade. Como observa Santo Agostinho: «Damos pão a quem tem fome, mas seria muito melhor que ninguém passasse fome e não precisássemos ser generosos para com ninguém. Damos roupas a quem está nu, mas Deus queira que todos estejam vestidos e que ninguém passe necessidades sobre isto» (Comentário à 1 Jo, VIII, 5). Desejo, portanto, que este Ano Jubilar possa incentivar o desenvolvimento de políticas de combate às antigas e novas formas de pobreza, além de novas iniciativas de apoio e ajuda aos mais pobres entre os pobres. Trabalho, educação, habitação e saúde são condições para uma segurança que jamais se alcançará com armas. Congratulo-me com as iniciativas já existentes e com o empenho que é manifestado diariamente a nível internacional por um grande número de homens e mulheres de boa vontade. Confiemos em Maria Santíssima, Consoladora dos aflitos, e com Ela entoemos um canto de esperança, fazendo nossas as palavras do Te Deum: «In Te, Domine, speravi, non confundar in aeternum – Em Vós espero, Meu Deus, não serei confundido eternamente». Vaticano, 13 de junho de 2025, memória de Santo António de Lisboa, Patrono dos pobres LEÃO PP. XIV Acesse a imagem original aqui Copyright © Dicastério para a Comunicação - Libreria Editrice Vaticana

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