24/08/2022

Santa Teresa de Calcutá e seu coração de “mãe”

Santa Teresa de Calcutá e seu coração de “mãe”

Por, Francesca Sabatinelli - Vatican News

 

A mais pobre entre os pobres, Santa Teresa de Calcutá, nascida com o nome de Anjëzë Gonxhe Bojaxhiu, faleceu na Índia alguns dias após completar 87 anos. Era o dia 5 de setembro de 1997 e deixou o mundo inteiro em grande comoção, além de 5 mil irmãs da Congregação das Missionárias da Caridade, 400 conventos ativos a serviço dos últimos entre os últimos, em todos os continentes. Hoje, no dia da sua memória litúrgica, em Calcutá, onde as missionárias têm 19 casas, a celebração é grande e é acompanhada pela inauguração de uma nova estrutura para meninos de rua na Park Street, no centro da cidade. As portas também estão abertas para a Missa e homenagem no túmulo da Santa, enquanto em todo o país haverá cerimônias para recordá-la. Em Pristina em Kosovo, as cerimônias também recordarão o quinto aniversário da consagração do novo Santuário dedicado à Santa em uma terra que a ama, já que seus pais eram kosovares, e foi lá que o jovem Aniezë se sentiu chamada ao serviço dos pobres.

O legado de Madre Teresa
Madre Teresa, que recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1979, proclamada Beata por João Paulo II em 2003 e canonizada por Francisco em 4 de setembro de 2016, ainda hoje é chamada de "madre". "Continuamos a levar adiante o legado da Madre, oferecendo gratuitamente todo o bem que podemos", diz Irmã Mary Joseph, Superiora Geral da ordem desde o início deste ano. Foi assim que ela foi conhecida na Índia e é assim que é lembrada por quem esteve próximo a ela por mais de 20 anos: Padre Brian Kolodiejchuk, dos Irmãos Missionários da Caridade, Postulador da Causa de Canonização de Madre Teresa de Calcutá.

Entrevista

Como explicar a figura e a obra fundada por Santa Madre Teresa?

Quando se olha para sua vida inteira, Madre Teresa parece uma figura extraordinária, e em alguns aspectos ela é. Quem teria iniciado uma congregação com milhares de irmãs? Ela foi uma grande "Diretora executiva", por organizar tudo isso e fazer tudo funcionar. Foi algo verdadeiramente extraordinário. Ela costumava dizer: "Não estou tentando ser bem sucedida, estou tentando ser uma fiel". De qualquer forma ela tinha muito sucesso. Uma vez estivemos aqui, em Roma, em uma sacristia. Lembro-me de ela dizer: "As pessoas gostam de ver este compromisso", falando de si mesma e de toda a atenção que recebia. Portanto sabia que era um exemplo. Mas não lhe subiu à cabeça. Acho que uma de suas grandes virtudes foi a humildade. Também certamente a caridade e a fé.

O senhor compartilhou vinte anos da sua vida com Madre Teresa, o que pode nos dizer sobre ela?

Comigo ela era verdadeiramente materna. Uma mãe. Lembro-me na época da sua canonização em uma entrevista a uma estação de rádio e televisão nos Estados Unidos me fizeram esta mesma pergunta: "Como foi sua experiência com ela"? E dei alguns exemplos, como quando em Nova York fomos buscá-la no aeroporto. Ela vinha de Roma e nós fomos ao convento. Após alguns minutos, sentávamos na sala de estar e imediatamente Madre Teresa vinha com uma bandeja com biscoitos, café e chá. Então ela colocava a bandeja no chão e dava a cada um de nós um copo. Éramos três. Assim como uma mãe. Ela queria ser uma mãe. Em uma de suas primeiras cartas nos anos 60 a um arcebispo, ela escreveu: "O título de superiora geral não significa nada para mim. Eu quero ser mãe". Ela tinha um grande coração, o coração de uma mãe. Qualquer pessoa que a conhecia, mesmo uma só vez, logo a chamava de “madre”. Ela era verdadeiramente materna. Uma verdadeira mãe.

 

“Nunca pensei que poderia mudar o mundo. Eu só tentei ser uma gota de água limpa em que pudesse brilhar o amor de Deus. (Santa Madre Teresa)”

 

Oração de Santa Teresa de Calcutá

"Ó Jesus, Tu que sofres,
Faz com que hoje e todos os dias
Eu saiba ver-te na pessoa dos teus doentes.
Oferecendo-lhe os meus cuidados
Que eu te possa servir.
Faz com que,
Mesmo oculto
Sob o disfarce pouco atraente
Da ira, do crime ou da loucura,
Eu saiba ver-te e dizer:
Ó Jesus como é doce servir-te
A ti que sofres!
Dá-me, Senhor, esta visão de fé
E o meu trabalho
Nunca será monótono.
Encontrarei alegria satisfazendo
As pequenas veleidades e desejos
De todos os pobres que sofrem.
Amado doente,
És mais amado ainda para mim
Porque representas Cristo.
Que grande privilégio o meu
Por poder cuidar de ti!
Ó Deus,
Tu que és Jesus que sofre
Digna-te ser também para mim
Um Jesus paciente,
Indulgente com as minhas faltas,
Não vendo senão as minhas intenções,
Que são de Te amar e servir
Na pessoa dos teus filhos
Que sofrem.
Senhor,
Aumenta a minha fé.
Abençoa os meus esforços e trabalhos,
Agora e sempre.
Amém!

Mais Recentes

Canções e Missão: Festival do Hino do 150º Aniversário das FMA

No dia 24 de novembro de 2024, em transmissão ao vivo de Roma, o Festival missionário com as canções que chegaram à final do concurso para a criação do hino do 150º aniversário da 1ª expedição missionária. Roma (Itália). No dia 24 de novembro de 2024, será transmitido ao vivo de Roma, da Casa Geral do Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora, o Festival missionário com a apresentação das canções que chegaram à final do concurso para a criação do hino do 150º aniversário da primeira expedição missionária (14 de novembro de 1877). No dia 14 de novembro de 2024, na transmissão ao vivo seguida por todo o mundo, a Superiora Geral, Madre Chiara Cazzuola, abriu oficialmente o Triênio de preparação ao 150º aniversário da primeira expedição missionária.  O tema “É tempo de reavivar o fogo!”, conhecida expressão de Maria Mazzarello (C 27,8), tem levado muitas pessoas de todo o mundo a aprofundar a paixão missionária, recordando a história das primeiras FMA que, com coragem e audácia, sulcaram o oceano para fazer conhecer em terras distantes o amor de Deus a cada homem, anunciado com o estilo típico do Carisma salesiano. O aprofundamento do tema traduziu-se em expressões artísticas pelos numerosos participantes do concurso lançado para a criação do logotipo e do hino, pelos quais a Madre, as Conselheiras Gerais e a Comissão de Avaliação (constituída por FMA, leigos e jovens) expressam sincera gratidão e grande apreço pelas competências artísticas demonstradas, bem conjugadas a uma acentuada sensibilidade missionária e a um grande senso de pertença ao Instituto. Muito apreciados alguns comentários enviados pelos participantes para se congratular com os vencedores. Entre estes, o de uma “feliz Ex-aluna” permite colher o espírito do concurso: “O importante é ter participado e sentir o amor de todo o mundo pelo carisma bonito e sublime das filhas de Maria Auxiliadora. A chama já começou a se reacender e, de todo o mundo, uniremos a nossa voz uruguaia, com o mesmo amor com que aquelas Irmãs deixaram Mornese. Cabe a nós somente continuar a reacender o fogo. Graças mil”. Congratulações ainda aos já conhecidos vencedores, pelo logotipo: Valentina Calabrese, Gaia Greco, Angélica Buanne, Ilaria Fara, FMA, Anna Maria Spina, FMA, Gabriel Maria Calabrese, SDB; um grupo de animação missionária da Itália Central, pelo hino: Susana Diaz, FMA e Yinett Contreras, Noviça, da Inspetoria chilena São Gabriel Arcanjo (CIL). Durante o momento celebrativo do dia 14 de novembro, os vencedores foram envolvidos numa bonita e significativa entrevista online, concluída com a entrega da placa-prêmio a Valentina Calabrese, presente na sala, representando o grupo de animação missionária da Itália Central, e à Irmã Doménica González, da Inspetoria chilena, uma das participantes da Conferência internacional das FMA Formadoras, que viveram presencialmente o evento. São Paulo recorda que “nas corridas de estádio todos correm, mas um só conquista o prêmio”, mesmo que os outros concorrentes atinjam níveis significativos. Do desejo de valorizar a produção dos outros artistas concorrentes pelo hino, nasce a ideia do Festival missionário, que será transmitido ao vivo no domingo, 24 de novembro de 2024, às 17h, horário de Roma. Serão executadas as canções que alcançaram os 10 primeiros lugares da classificação, acompanhadas por um vídeo e uma breve apresentação dos autores. A data escolhida para o festival não é casual, mas homenageia Irmã Maria Troncatti, grande missionária entre os Shuar, no aniversário da sua beatificação, acontecida em 24 de novembro de 2012 em Macas, Equador, com o rito presidido pelo Cardeal Ângelo Amato, Salesiano de Dom Bosco, então Prefeito da Congregação das Causas dos Santos. Estavam presentes a Superiora Geral do tempo, Madre Yvonne Reungoat, a Secretária Geral, Irmã Piera Cavaglià, a Postuladora geral das Causas dos Santos da Família Salesiana, Pe. Pierluigi Cameroni, a Vice-postuladora, Irmã Sylwia Ciezkowska, FMA, Inspetora da Inspetoria equatoriana Sagrado Coração (ECU) e uma vasta representação de FMA, membros da comunidade educativa, jovens, crianças e famílias, também de etnia Shuar. Madre Yvonne, para comunicar a notícia da sua beatificação, no dia 29 de maio de 2012 escrevia a todo o Instituto: «É particularmente necessário ajudar as jovens e os jovens a se aproximar desta maravilhosa missionária que, com fé operosa, generosidade audaz e alegre esperança, anunciou e testemunhou a todos o amor de Jesus”. É precisamente este o espírito do festival, que quer alimentar em muitos outros jovens a paixão missionária, que caracteriza o verdadeiro discípulo do Senhor! Fonte: Site do IFMA

O caminho sinodal é uma das prioridades das salesianas

Assumir a sinodalidade missionária como estilo de vida que gera novos modos de participação, animação e governo é uma das três escolhas prioritárias do Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora traçada em 2021, durante o último Capítulo Geral. O período foi de verificação, reflexão e orientação para uma busca comunitária da vontade de Deus para o Instituto «A sinodalidade para nós é um elemento carismático pois, como Instituto, somos sinodais desde o nascimento. Entendemos a sinodalidade como um modo de ser e de agir, promovendo a participação de todas na missão educativa comum», disse ao Vatican News a Madre Chiara Cazzuola, superiora-geral do Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora. Ela acrescentou que a “sinodalidade” é a expressão da espiritualidade de comunhão que tem o seu fundamento na Trindade e se concretiza na comunhão entre as irmãs e os jovens. A originalidade de Maria Domingas Mazzarello, como madre, educadora e cofundadora, consiste no fato de ter colaborado para criar comunidades sinodais, ou seja, comunidades caracterizadas por trabalhar, rezar, viver e partilhar a vida e a missão “juntas”. A nossa missão entre os jovens Madre Cazzuola sublinha: «somos chamadas a animar e acompanhar, em contínuo discernimento, o crescimento vocacional de cada pessoa que nos é confiada». Nesse sentido, acrescenta, o objetivo prioritário da missão educativa é guiar a juventude ao encontro com Jesus de Nazaré. Os próprios jovens, portanto, tornam-se protagonistas das propostas educativas. Eles pedem-nos para assumir novos estilos e novas estratégias para uma pastoral mais aberta e sinodal em resposta às suas expetativas. «A missão educativa é confiada a toda a comunidade educadora - religiosos, leigos, jovens - e requer a convergência de múltiplas intervenções num projeto global de promoção que, por sua vez, exige a participação de várias vozes e em diferentes níveis de interação: eclesial, social, política. Dando centralidade aos jovens, a comunidade educativa está empenhada em tecer uma rede de solidariedade entre todos aqueles que acreditam e trabalham na missão educativa», observa Madre Cazzuola. Por isso, como ela sublinha, os métodos de intervenção pastoral devem ser procurados, testados e verificados no contexto em que se trabalha, para que sejam respostas às verdadeiras questões que emergem. Ser capaz de se coordenar harmoniosamente garante a sinergia de todos os recursos em volta do projeto comum, para além dos diferentes modos e organismos de animação. «A vida cresce e desenvolve-se se procurarmos juntos alimentá-la, trabalhando com otimismo e caridade pastoral e reforçando a comunhão com Jesus, verdadeira fonte da nossa comunhão» conclui a superiora-geral. Gerir as inevitáveis divergências e conflitos «A caridade deve ser a força poderosa que estimula, anima, reúne tantas pessoas diferentes e as ajuda a superar os inevitáveis conflitos e pobrezas a todos os níveis. É necessário encontrar tempo e ter a oportunidade de se exprimir, de se escutar com atenção e respeito, mesmo e sobretudo quando o outro pensa de forma diferente», diz ao Vatican News a Madre Yvonne Reungoat, superiora-geral emérita, perita e facilitadora da Assembleia Sinodal. Ela acrescenta que esse confronto deve ser sustentado pela firme vontade de procurar o que une para que prevaleça sobre aquilo que divide. «As escolhas e decisões devem sempre amadurecer na reflexão e na oração». Ser pessoas de comunhão e reconciliação Partilhando a sua experiência, a Madre Reungoat sublinha que se chega à convergência e a ser pessoas de comunhão e de reconciliação, apesar da diversidade de pontos de vista, quando se avança no caminho do diálogo, da clareza, da hospitalidade recíproca, na consciência da necessidade de um processo contínuo de conversão do coração e da mente segundo o Evangelho. «A discordância e o conflito não podem ser negados porque, quando são bem geridos, tornam-se preciosas oportunidades de crescimento para todos: provocam reflexão, aprofundamento, impelem-nos sempre a ir mais longe, a verificar se caminhamos de fato nos sulcos do carisma ou se corremos o risco de ficar fechadas numa rigidez de pensamento e presas nos nossos pontos de vista, embora sempre parciais», diz a Madre Reungoat. Sublinha que a «boa gestão do desacordo e do conflito pode ajudar-nos a fazer a passagem pascal do “eu” individualista para o “nós” comunitário/eclesial». E a superiora-geral emérita das Irmãs Salesianas conclui: “Nunca devemos esquecer que somos uma comunidade para a missão.” Fonte: Escrito por Irmã Ausilia De Siena para Vaticannews.va

Santa Madalena Morano: Exemplo de dedicação e amor à juventude

Nascida em Chieri (Turim), no dia 15 de novembro de 1847, Madalena Catarina Morano começou, desde muito jovem, um tirocínio pedagógico com as crianças do lugar (Buttigliera); a isso dedicaria toda a sua vida, especialmente depois de ter conseguido o diploma de professora. Rica de experiência didática e catequética, já com trinta anos, aconselhada por Dom Bosco, pôde realizar um desejo de consagração alimentado desde a sua primeira comunhão. Em 1879 já era Filha de Maria Auxiliadora e pediu a Deus a graça de "não morrer antes de ter completado a sua medida da santidade".Destinada à Sicília, em 1881, deu início ali a uma fecunda obra educativa entre as meninas e as jovens das camadas populares. Voltando continuamente "um olhar para a terra e dez para o céu", abriu escolas, oratórios, internatos e oficinas de trabalhos manuais em toda a ilha.Nomeada Superiora provincial, assume também o empenho formativo das numerosas novas vocações, atraídas pelo seu zelo e pelo clima comunitário que se criava ao seu redor.Seu multíplice apostolado era apreciado e encorajado pelos Bispos que entregaram à sua evangélica capacidade empreendedora a Obra dos Catecismos. Com a saúde minada por um tumor, no dia 26 de março de 1908, Ir. Morano encerrou em Catânia uma vida de plena coerência, vivida sempre no intento de "jamais impedir a ação da Graça com concessões ao egoísmo pessoal".Na mesma cidade, João Paulo II a proclamou Bem-aventurada, no dia 05 de novembro de 1994. A celebração da memória cai no dia que recorda o seu nascimento terreno: 15 de novembro. Seus restos mortais são venerados na Capela das Filhas de Maria Auxiliadora, em Alì Terme (Messina). Nascimento: 15/11/1847Venerável: 01/09/1988Beato: 05/11/1994Celebração Litúrgica: 15 de novembroFalecimento (nascimento para o céu): 26/03/1908 Fonte: cgfma.net

Receba as novidades no seu e-mail

O futuro que você merece
O futuro que você merece

Siga a RSB nas redes sociais:

2024 © Rede Salesiana Brasil