Calcula-se que entre 10 a 20% dos jovens ao redor do mundo sofrem de distúrbios mentais; não são corretamente diagnosticados e tratados; e há dados preocupantes sobre as taxas de automutilação e suicídio. Crianças e jovens com distúrbios mentais são especialmente suscetíveis de marginalização social, o que leva a discriminação, problemas de aprendizado, comportamento arriscado, problemas de saúde física, infrações contra os direitos humanos.
Ainda hoje, o estigma relacionado à saúde mental persiste na sociedade e nos contextos educativos, onde se faz necessário fomentar uma perspectiva isenta de preconceitos e incorporar o bem-estar emocional em todas as esferas. “A felicidade dos nossos jovens é um percurso, não um fim. Assim, num mundo que exige que sejamos fortes o tempo todo, é fundamental lembrarmos que é normal não ser sempre forte. O P. García Morcuende, Ex-Conselheiro para a Pastoral Juvenil Salesiana e Autor e Editor do manual para educadores sobre saúde mental de jovens, lembra que a vulnerabilidade é um sinal de coragem.
Os dados concretos repercutem em todos os educadores; será que os jovens possuem locais e instrumentos seguros para discutir essas questões em escolas, centros de juventude, associações, serviços sociais e universidades, locais em que se concentram a maior parte de suas experiências?
Esse GUIA PARA EDUCADORES, editado pelo Setor de Pastoral da Juventude, rompe o silêncio em torno da saúde mental, desafiando preconceitos e promovendo a conscientização e o apoio educacional por meio de:
- a interpretação de situações
- identificação de sinais de alarme
- e o planejamento de ações.
As casas salesianas são muito mais do que simples lugares de aprendizado. São ambientes de crescimento, de relacionamentos e, muitas vezes, o primeiro lugar onde os sinais de sofrimento psicológico se manifestam nos jovens. Para a pedagogia de Dom Bosco, o crescimento integral dos jovens, incluindo sua saúde mental, é tão essencial para seu bem-estar quanto sua saúde física. Uma boa educação também fornece uma base sólida para os principais fatores que protegem seu bem-estar: hábitos saudáveis, conexões sociais de apoio, a capacidade de lidar com os desafios que a vida apresenta...
A contribuição elaborada pelo Departamento de Pastoral Juvenil destaca a relevância de fomentar o bem-estar em ambientes educativos. O foco está no contexto, que é o ambiente frequentado não apenas por crianças, adolescentes e jovens mas também por pessoas consagradas, educadores, trabalhadores, pais, avós e outras figuras significativas que trazem consigo ensinamentos, saberes, valores e, principalmente, emoções.
Promover uma visão global, estimulando uma colaboração entre as diversas figuras significativas que acompanham o crescimento das crianças, permite a cocriação não só de novos saberes mas também de novos cenários educativos. A saúde mental não se resume só na ausência de enfermidades mas também num estado de bem-estar que nos possibilita atingir nosso potencial, lidar com os obstáculos da vida, estabelecer relações significativas. A saúde mental é um bem valioso que precisa ser resguardado e apreciado. "Priorizemos nosso bem-estar pessoal e o bem-estar dos jovens", sugere a Dra. Antonella Sinagoga, uma das cocriadoras e parceiras do projeto.
Fonte: Agência Info Salesiana - ANS