22/01/2024

Aprofundar a atualidade do “Sonho dos Nove Anos”

Aprofundar a atualidade do “Sonho dos Nove Anos”

Na sexta-feira, 19 de janeiro, os Dias de Espiritualidade da Família Salesiana 2024 (DEFS 2024) foram dedicados ao debate instigante sobre a importância do “Sonho dos Nove Anos”. Depois de uma visão geral oferecida pelo Reitor-Mor no primeiro dia, os quase 400 participantes presentes em Valdocco (juntamente com os 4.000 conectados on-line) ouviram depoimentos selecionados para aprender a traduzir, em fatos, o conteúdo da Estreia. Além da escuta, a experiência concreta das origens por meio de visitas, à tarde, aos lugares onde nasceu a Obra de Dom Bosco, foi parte constitutiva desse dia.

A manhã começou com a apresentação do vídeo da vida de Dom Giuseppe Cognata, Fundador das Salesianas Oblatas do Sagrado Coração de Jesus (SOSC): uma justa homenagem ao primeiro aniversário do Decreto de Validade Jurídica pelo Dicastério para as Causas dos Santos, do processo de beatificação do Bispo de Bova (11 de janeiro de 2023), mas também um exemplo de como a resposta às necessidades de uma população abandonada a si mesma, do ponto de vista espiritual, encontrou uma resposta generosa, de acordo com Dom Bosco, apoiando-se no sonho da criação, no período entre as duas guerras, de uma comunidade de religiosas dedicadas aos mais pobres na Calábria.

O Pe. Tulio Lucca, da Associação de Maria Auxiliadora (ADMA), apresentou, por sua vez, os quatro integrantes da mesa-redonda: o Pe. Bruno Ferrero, Emilde Cuda (Argentina), o Pe. Rafael Bejarano (Colômbia) e Blažka Nerkac (Eslovênia). Coube a eles apresentar considerações abrangentes sobre o tema do Sonho dos Nove Anos e, em seguida, responder a uma pergunta do moderador.

A reflexão do Diretor do Boletim Salesiano da Itália, Pe. Ferrero, foi emocionante e envolvente. "A vocação é a coisa mais importante que existe", disse, e a de Dom Bosco deve ser considerada no contexto em que se manifestou. "Sua família era pobre, a casa onde moravam era pouco mais do que um casebre para se abrigar à noite. Mamãe Margarida lutava contra as dificuldades financeiras e chegou a ser cobrada judicialmente por uma dívida. Mas Joãozinho recebeu um chamado que pareceu tirá-lo daquele contexto e abrir uma perspectiva completamente diferente. Não se tratava de um chamado passível de recusa. O Pe. João Batista Lemoyne, primeiro biógrafo de Dom Bosco, conta que o advérbio usado para descrever o tom com que Jesus se expressou no sonho é "imperiosamente": e o menino parte, obedecendo ao comando "segue-me" sem saber com certeza para onde ia. Com o método de Maria, ternura e mansidão, ele adentra o deserto dos jovens de seu tempo. Um deserto que hoje é feito de aridez de sentimentos.

O caminho foi cansativo e, às vezes, decepcionante, mas o jovem sacerdote não desanimou: da mesma forma que, para poder pagar as despesas de seus estudos, ele pedia comida para levar à despensa do seminário, ele continuou a mendigar recursos para poder servir seus meninos. Com a mesma modalidade de estender a mão, construiu para eles o Oratório de Valdocco e a Casa de Maria Auxiliadora. Dirigindo-se aos presentes, o Pe. Ferrero recomendou: "Lembremo-nos de que, toda vez que entramos na Basílica de Maria Auxiliadora, entramos no sonho de Dom Bosco. Saibam que vocês também estavam no sonho. O que ele escreveu para descrevê-lo, o fez por nós".

Do passado para o presente, da dimensão educativa para a dimensão social. Emilde Cuda, Professora de ciências políticas e teóloga, chefe da Pontifícia Comissão para a América Latina, insistiu na estreita relação entre o "sonho" de cada pessoa de se tornar a "imagem de Deus" e o empenho coletivo de construir a esperança. Está em andamento um vasto processo de diálogo, desejado pelo Papa, entre jovens universitários de todos os continentes, justamente para fazer emergir seus sonhos. Mas há situações - como aquela expressa por um estudante do Haiti que, em uma assembleia, repetiu "não posso sonhar" - em que falta a base da dignidade humana: "Não se pode viver sem sonhar - reiterou a professora Cuda - enquanto observamos que as tecnologias, os mundos virtuais e o consumismo propõem avançar na direção daquilo que é - como bem descreve o próprio Francisco com um paradoxo - uma comunidade individualista".

O Pe. Bejarano, do Setor para a Pastoral Juvenil, fez uma reflexão sobre os aspectos de se tornar “humilde, forte e robusto”: é um verdadeiro “plano programático” para toda a Família Salesiana. À luz do ensinamento do Papa Francisco, é capaz de ultrapassar o âmbito do carisma de Dom Bosco para se tornar estilo e estratégia de toda a Igreja contemporânea. Lá onde aparecem “rachaduras”, a referência ao “Joãozinho do sonho” ajuda a soldar: personalismo, genericismo, ativismo, desintegração, improvisação são fissuras no serviço aos jovens que se curam com comunidade, conversa, estudo, partilha. O desafio atual é planejar em conjunto em vez de buscar diversas respostas, para não acabar com um modelo que une de modo artificial intenções divergentes.

Blažka Merkac, colaboradora das Filhas de Maria Auxiliadora para as tarefas educativas destinadas aos jovens em dificuldade, apresentou a sua experiência - exemplo de caminhada que pode muito bem ser percorrido pelos leigos envolvidos no carisma salesiano. Para ela, tudo começou num acampamento de verão inspirado na vida de Laura Vicuña: um simples convite acabou por se tornar vocação, passando pela influência de mais de um "pastor" que "me guiou, mas deixando-me livre para escolher, no final, o caminho a seguir". Outra religiosa reconheceu nela um coração salesiano. O difícil equilíbrio entre o respeito pela pessoa e a sua necessidade de ser ajudada a se orientar na vida é a qualidade do educador, que os jovens sabem captar: "Eles apreciam a honestidade, a autenticidade, a ausência de falsidade. Eles reconhecem imediatamente quem está ‘com eles e para eles’", enfatizou.

As Filhas de Maria Auxiliadora também estavam no foco do testemunho seguinte, apresentado em vídeo, do grupo de Ex-Alunos das FMA (EXA-FMA). "Mãos no mundo, raízes no coração", a frase (e o gesto) que representa o espírito de Madre Mazzarello também se perpetuou no presente. Quando o Pe. Filipe Rinaldi lançou a pedra fundamental dessa associação, o foco da ação foi identificado nas atividades de formação, nos cuidados com a saúde, em tudo o que hoje é considerado a implementação dos direitos humanos, seguindo o exemplo de Mamãe Margarida, que não só reconheceu, no sonho de João, a vocação, mas também o ajudou a acolhê-la.

Você pode assistir à gravação dos Dias de Espiritualidade da Família Salesiana, com tradução para a língua portuguesa, no canal oficial da Família Salesiana no YouTube.

   

Fonte: Agenzia Info Salesiana (ANS)

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ENAC 2025: Tarde do terceiro dia destaca tecnologias emergentes e promove formação prática em oficinas temáticas

O terceiro dia do III Encontro Nacional de Comunicação da Rede Salesiana Brasil (ENAC 2025), realizado nesta sexta-feira (08/08), foi marcado por uma intensa programação formativa voltada para a reflexão e a prática da comunicação em sintonia com as tecnologias emergentes e os desafios contemporâneos da missão salesiana. No período da tarde, os participantes se dividiram em salas para vivenciar duas rodadas de oficinas temáticas, que abordaram conteúdos fundamentais para o aprimoramento da atuação nas presenças locais: A oficina de “Captação de recursos e inovações no mercado da ação social”, com Sandra Sahd, convidou os participantes a refletir sobre a premissa de que “captar recursos é, antes de tudo, construir vínculos” e que, sem comunicação, não há vínculo possível. Sandra destacou a importância do storytelling e da prestação de contas como diferencial para resultados sustentáveis. Confira o relato de alguns participantes da oficina:- Giuliano: “Montar um plano, além do planejamento, e saber comunicar seus objetivos é fundamental para a captação, reforçando nosso trabalho na captação para nossas frentes de trabalho”.- Karina Bilhalva da Cunha: “Se entenda como potência! Se é para captar recursos ou mobilizar pessoas, que o sonho seja grande como tudo o que envolve Dom Bosco!”. “Captação de alunos e inovações no mercado da educação”, com Renato da Rocha, convidou a olhar o ambiente externo (político, econômico, social, ecológico) como variável estratégica na construção da imagem e na captação. Renato ressaltou a necessidade de monitoramento de cenários e de clareza sobre o contexto que envolve cada instituição. Confira o relato de uma participante da oficina:- Tábata Corso: “O quanto temos clareza do que acontece, um pouco mais distante da nossa escola, mas que impacta diretamente… temos que monitorar esses cenários para fortalecer comportamentos de consumo. 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A palestra mostrou como a IA pode ser grande aliada na criação de estratégias, ajudando a entender o comportamento do público, personalizar conteúdos e tomar decisões com mais agilidade e precisão.”Reberson Ricci Ius: “Nós somos responsáveis por como queremos ser medidos.” "Lei Geral de Proteção de Dados – LGPD": diretrizes práticas para a realidade salesiana, com Frank Ned, ofereceu orientações aplicáveis ao cotidiano das obras salesianas, com foco em procedimentos práticos, responsabilização e proteção de dados de alunos, famílias e colaboradores. A oficina buscou traduzir a legislação para rotinas institucionais e enfatizar a necessidade de políticas claras e prevenção. Confira o relato de um participante da oficina:Euclides Fernandes: A partir da descrição do tema da lei geral de proteção de dados, foi apresentada a definição de que o objetivo da lei é a proteção do indivíduo. 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O palestrante conduziu uma excelente palestra, com muitos tópicos práticos da nossa realidade e dicas importantes para conduzir crises da melhor forma possível.” As oficinas ofereceram um espaço de escuta, partilha e aprofundamento técnico, promovendo o fortalecimento das competências comunicacionais em todas as frentes da missão: educação, pastoral, ação social e gestão institucional, reafirmando o compromisso da Rede Salesiana Brasil com a qualidade, a identificação carismática e a presença efetiva junto aos jovens e às comunidades. O dia foi encerrado com a tradicional “Boa Noite Salesiana”, conduzida pelos coordenadores Eduardo Rogério Schmitz (Inspetoria São Pio X) e Euclides Fernandes Brites (Inspetoria Santo Afonso Maria de Ligório), reforçando o sentido de comunhão e corresponsabilidade no compromisso de comunicar com autenticidade, zelo pastoral e fidelidade ao carisma de Dom Bosco e Madre Mazzarello. O ENAC 2025 seguiu até sábado (09/08), aprofundando temas estratégicos da comunicação e consolidando redes de cooperação e protagonismo entre os comunicadores das diversas presenças salesianas do Brasil.     Acesse as fotos da tarde deste terceiro dia abaixo:   Angélica Novais da Comunicação da Rede Salesiana Brasil

ENAC 2025: Manhã do terceiro dia discute como a inteligência artificial pode fortalecer a comunicação nas presenças salesianas

O terceiro dia do III Encontro Nacional de Comunicação da Rede Salesiana Brasil (ENAC 2025), realizado nesta sexta-feira (08/08), foi marcado por uma intensa programação formativa voltada para a reflexão e a prática da comunicação em sintonia com as tecnologias emergentes e os desafios contemporâneos da missão salesiana. As atividades foram iniciadas com um momento de oração conduzido pela Ir. Kelly Gaioso de Andrade, Coordenadora de Comunicação da Inspetoria Maria Auxiliadora, que acolheu os participantes no Centro de Eventos Padre Vitor Coelho de Almeida, em Aparecida/SP. “Somos comunicadores no tempo do cansaço, mas escolhemos semear esperança. Esperança que nasce do Evangelho, que se traduz em gestos simples, em palavras que consolam, em redes que se aproximam”, disse Ir. Kelly durante a oração. A espiritualidade salesiana norteou a abertura do dia, lembrando que comunicar é também um ato de esperança, de fé e de compromisso com os jovens. Na sequência, o workshop conduzido por Felipe Rodrigues, com o tema “Tecnologias emergentes e IAs que potencializam o trabalho salesiano”, proporcionou uma imersão nas possibilidades de uso da inteligência artificial na comunicação institucional, educativa e pastoral.  Felipe mostrou que a IA já é uma realidade presente em diversos setores e destacou a importância de utilizá-la com intencionalidade, ética e discernimento. “A IA não é um gênio da lâmpada, mas um adolescente genial que precisa de orientação”, afirmou, alertando para o risco da dependência tecnológica sem criticidade. Segundo ele, o diferencial humano, como a criatividade, o senso de propósito e a escuta sensível, permanece insubstituível, especialmente em ambientes educativos carismáticos como os da missão salesiana.  Felipe convidou os participantes a refletirem sobre como a IA pode ser usada para ampliar a personalização do ensino, otimizar tarefas administrativas e potencializar a comunicação sem perder de vista aquilo que é essencial: o relacionamento próximo, a presença ativa e a formação integral dos jovens. “A inteligência artificial já não é mais futuro, ela está entre nós, moldando como buscamos informações, consumimos conteúdo e nos relacionamos com o mundo digital. O desafio não é mais adotar ou não, mas como fazer isso com responsabilidade e propósito” Destacou-se, ainda, um estudo recente do MIT, que comparou o desempenho de pessoas que escreveram textos com ou sem o apoio de ferramentas de IA. A pesquisa revelou que aqueles que recorreram diretamente à inteligência artificial apresentaram menor conectividade cerebral, menos senso de autoria sobre o que escreveram e dificuldade em lembrar ou citar suas próprias produções.  Para Felipe, o dado é um alerta: “A IA não é para preguiçosos. Ela pode ser uma aliada poderosa, desde que venha depois do pensamento crítico e da ativação da nossa própria inteligência”. Inspirado por essa lógica, o palestrante propôs uma reflexão: como Dom Bosco utilizaria a IA hoje? A resposta, segundo ele, passa pelo uso virtuoso e educativo da tecnologia, automatizando tarefas repetitivas, personalizando o aprendizado e ampliando a comunicação, sem jamais substituir o relacionamento humano. Entre os principais insights deixados por Felipe Rodrigues, destacam-se: “Se algo é repetitivo, pode ser automatizado. Isso não é um problema, é uma oportunidade para que comunicadores dediquem mais tempo ao essencial: o relacionamento humano.” “A inteligência artificial já não é mais futuro, ela está entre nós, moldando como buscamos informações, consumimos conteúdo e nos relacionamos com o mundo digital. O desafio não é mais adotar ou não, mas como fazer isso com responsabilidade e propósito.” A manhã do ENAC 2025, assim, reforçou o papel estratégico da comunicação como ponte entre o carisma salesiano e as transformações do nosso tempo, com os olhos no futuro, mas os pés firmes na missão de educar e evangelizar jovens.     Acesse as fotos da manhã deste terceiro dia abaixo:   Angélica Novais da Comunicação da Rede Salesiana Brasil

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