Na quinta-feira, 13 de março, os participantes do 29º Capítulo Geral (CG29) estiveram envolvidos em duas tarefas fundamentais: a escuta e a expressão. Por um lado, dedicaram atenção paciente aos relatórios das seis Comissões, que elaboraram um texto detalhado sobre os temas do Núcleo Temático 1; por outro lado, analisaram o caminho percorrido até agora, permitindo que cada um se reconhecesse no processo por meio da aprovação das atas e deliberações.
A esse compromisso somou-se a necessidade de intensificar a troca de ideias, inclusive nos momentos informais, para esclarecer os próprios pensamentos e compreender melhor os dos outros. De fato, o Capítulo pode ser comparado a uma grande oficina, onde as três “linhas de produção” (ou seja, os núcleos temáticos) se entrelaçam, mantendo, contudo, sua especificidade em termos de conteúdo e peso. Isso exige dos participantes grande flexibilidade mental e boa resistência: precisam manter distintos os “desenhos técnicos” e as “peças” a serem montadas, sem perder de vista a visão unificada e coerente que transformará essas reflexões no “produto final”.
Uma Visão Reforçada para o Conselho Geral
Um aspecto central do trabalho de hoje foi o fortalecimento da visão do Conselho Geral, garantindo que ele represente adequadamente os Setores e as Regiões. Foi delineado o objetivo de uma coordenação mais estrita, voltada para uma ação mais unificada e reconhecível, juntamente com o fortalecimento da capacidade de planejamento desse organismo.
Ao mesmo tempo, foram reafirmados os traços essenciais a serem reconhecidos nos irmãos chamados a funções de responsabilidade, tanto em nível mundial quanto nas inspetorias. Essas confirmações foram enriquecidas com nuances importantes, alinhadas às orientações que o CG29 está traçando para o próximo sexênio.
Centralidade de Cristo e Fidelidade à Vocação
As Comissões e seus relatores apresentaram textos sobre dois temas centrais: a centralidade de Cristo e o cuidado das vocações, e a escuta, a interpretação e as escolhas para a vida dos salesianos. Essas reflexões ofereceram uma avaliação franca e aprofundada do estado espiritual, psicológico e organizacional das comunidades salesianas.
Não houve hesitação em destacar as limitações pessoais e estruturais, e a convergência das observações provenientes dos diferentes grupos atesta a veracidade e, por vezes, a severidade das análises. O objetivo é claro: o salesiano de hoje deve reafirmar sua fidelidade à vocação, passando dos ideais e abstrações à autenticidade interior e a prática concreta.
Isso significa reexaminar os métodos e práticas da vida comunitária, que devem ser pensados como famílias capazes de ouvir e compreender as dificuldades de cada irmão e enfrentar juntos as inevitáveis crises recorrentes. Os salesianos, imersos no mundo contemporâneo, são influenciados por ele e constantemente questionados, muitas vezes até “provocados” pelos seus desafios.
O conjunto de documentos elaborados até agora, que faz parte do patrimônio do CG29, permite redefinir a direção do caminho a seguir. Esse caminho deve servir autenticamente ao crescimento humano e cristão de cada irmão, favorecendo a formação permanente num clima de autenticidade e alegria.
No horizonte, surge a imagem do oratório como paradigma de uma relação fraterna e acolhedora. Um lugar onde cada pessoa possa ser ouvida e ajudada, onde se desenvolva a criatividade necessária para responder às necessidades do coração e aos recursos disponíveis. O oratório, de fato, representa um modelo capaz de favorecer a reunião e a educação dos jovens, o testemunho evangélico aos pobres e a construção da paz.
O 29º Capítulo Geral continua o seu trabalho com determinação, esforçando-se para traduzir essas reflexões em diretrizes concretas para o futuro da missão salesiana. Os desafios são grandes, mas também é grande a esperança de construir comunidades mais autênticas, fiéis ao chamado e capazes de responder com coerência às necessidades do nosso tempo.
Fonte: Agência Info Salesiana - ANS