Anualmente, no dia 1º de agosto, a Igreja Católica celebra o Dia de Santo Afonso Maria de Ligório, um dos grandes Doutores da Igreja, cuja vida e legado continuam a inspirar milhares de fiéis ao redor do mundo. Canonizado pelo Papa Gregório XVI em 1839, Santo Afonso é lembrado não apenas por sua profunda espiritualidade, mas também por suas contribuições significativas à teologia moral e à pastoral.
Nascido em 27 de setembro de 1696, em Nápoles, Itália, Afonso foi um prodígio desde a infância. Aos 16 anos, obteve um doutorado em Direito Civil e Canônico, iniciando uma carreira promissora como advogado. No entanto, decidiu abandonar a advocacia e dedicar sua vida ao serviço de Deus.
Aos 30 anos, Afonso foi ordenado sacerdote e rapidamente se destacou por seu zelo pastoral e habilidade como pregador. Em 1732, fundou a Congregação do Santíssimo Redentor, mais conhecida como os Redentoristas, com o objetivo de evangelizar e prestar assistência espiritual às populações mais marginalizadas e pobres.
INSPETORIA SALESIANA SANTO AFONSO MARIA DE LIGÓRIO
Fundada em 1894, a centenária Inspetoria Santo Afonso Maria de Ligório presta um precioso serviço às juventudes da região Centro-Oeste do Brasil, fomentando também um necessário trabalho de fortalecimento dos povos originários locais.
A escolha do santo ao qual a Inspetoria foi dedicada se dá pela referência que Santo Afonso foi para Dom Bosco. “Foi uma referência de nobre valor na formação de Dom Bosco, sobretudo após a sua ordenação sacerdotal, quando no Colégio Eclesiástico de Turim bebeu das águas profundas das escolas de São Francisco de Sales e de Santo Afonso Maria de Ligório. Há época, nesse Instituto, Dom Bosco tinha como Diretor espiritual o Pe. José Cafasso, onde ali exercia o ofício de Reitor o Pe. Luís Guala, ambos plenamente sensíveis às práticas morais e espirituais desses santos mestres”, conta o Inspetor, Pe. Ricardo Carlos. “Nesse período, Dom Bosco começou a ter contato com os meninos mais pobres da grande Turim e passava algum tempo com eles na catequese e nas brincadeiras. Nas visitas aos cárceres, se sensibilizou com os mais pobres. Ao escutá-los na confissão e, a partir do método de Santo Afonso, chegava a tocar os corações deles. Dessa maneira, além de Santo Afonso ser considerado Doutor da Igreja, também é consagrado como mestre da vida espiritual. De certo, faz-se evidente a familiaridade de sua espiritualidade com a nossa Congregação, tendo em vista a atenção às regras, a dedicação aos mais pobres e a devoção mariana popular e juvenil”, completa.
Pe. Ricardo também conta que Dom Bosco indicava aos jovens por ele assistidos a assídua leitura das obras de Santo Afonso e, até mesmo, utilizou-se dos seus escritos clássicos para ter inspiração no aperfeiçoamento da terceira edição italiana das Constituições da Sociedade de São Francisco de Sales, realizada em 1885. Os escritos de Santo Afonso Maria de Ligório acompanham a juventude salesiana desde os primeiros contatos de Dom Bosco com os jovens, tendo em vista a sua formação e afeição pelo testemunho de vida de Santo Afonso. “Além de Dom Bosco se inspirar nas publicações de Santo Afonso, indicava-as constantemente aos jovens para leituras e reflexões. Entre tantas, destaco as temáticas clássicas que envolvem os males que a juventude deve evitar, a exemplo do ócio, assim como conteúdos sobre a vida consagrada, práticas de piedade, a devoção mariana e o culto à Eucaristia, todas ideais para o desenvolvimento e direcionamento espiritual do jovem”, conta.
O LEGADO DE MISERICÓRDIA E JUSTIÇA
Proclamado Doutor da Igreja em 1871 pelo Papa Pio IX, Santo Afonso Maria de Ligório deixou um legado duradouro. Seu exemplo de vida, marcado por uma profunda compaixão e dedicação aos mais necessitados, continua a inspirar não apenas os membros da Congregação Redentorista, mas todos aqueles que buscam viver uma fé autêntica e comprometida com a justiça social.
Escrito por Janaína Lima / Fotos: Canção Nova (capa) e Inspetoria Santo Afonso Maria de Ligório