Neste 03 de junho, celebramos o Dia Mundial da Bicicleta, data instituída pela ONU para destacar os benefícios desse meio de transporte sustentável, acessível e saudável. Para nós, da Rede Salesiana Brasil, essa data nos convida a lembrar com carinho e admiração de uma figura muito especial: Santo Artêmides Zatti, o “santo da bicicleta”.
Zatti: pedalando com fé pelos caminhos da caridade
Nascido na Itália e atuante na Argentina, Zatti foi um salesiano irmão que dedicou sua vida aos doentes, pobres e marginalizados. Sua inseparável bicicleta não era apenas um meio de locomoção, mas um verdadeiro instrumento missionário. Com ela, Zatti percorria as cidades de Rio Negro, Viedma, Patagones e arredores, levando medicamentos, consolo, apoio espiritual e cuidado humano a todos que precisavam.
Sua bicicleta, simples e fiel, tornou-se símbolo do seu serviço silencioso e incansável. Era com ela que ele visitava casas, hospitais e até mesmo a cadeia pública, acolhendo doentes com ternura, escutando suas dores e sendo presença amiga nos momentos difíceis.
Da enfermagem à santidade: o cuidado como vocação
Zatti não era enfermeiro por formação, mas, movido pelo amor aos doentes, aprendeu a profissão e, mais tarde, tornou-se enfermeiro profissional. Foi um dos grandes precursores da Pastoral da Saúde, unindo fé e cuidado integral ao ser humano: corpo e alma.
Inspirado pelo Evangelho e pelo carisma salesiano, Zatti viveu o que o Papa Francisco chama de “Igreja em saída”: uma fé que vai ao encontro do outro, especialmente dos mais frágeis. Com criatividade, organizava rifas, leilões e campanhas para manter o pequeno hospital que ajudou a fundar, quase sempre sem recursos, mas com abundância de fé e solidariedade.
Um bom samaritano sobre duas rodas
Segundo o Ex Reitor-Mor, e cardeal, Pe. Ángel Fernández Artime, Zatti foi um verdadeiro Bom Samaritano, alguém que viu no outro a presença viva de Cristo sofredor. Sabia que, mesmo quando não se pode curar, sempre é possível cuidar, consolar e amar. Por isso, sua bicicleta o levava onde poucos queriam ir — às periferias existenciais da dor humana.
Zatti entendeu que a santidade pode brotar no cotidiano, nos gestos simples e muitas vezes invisíveis. Sua vida mostra que a caridade começa onde estamos, com os dons que temos. E que uma bicicleta pode, sim, ser veículo de santidade.
Um legado que nos move
Na Rede Salesiana Brasil, o exemplo de Santo Artêmides Zatti nos inspira a ver cada meio — inclusive os mais simples — como oportunidade de missão. Seu legado nos desafia a viver a radicalidade do Evangelho no ordinário da vida, com alegria, entrega e zelo pelos que mais precisam.
Neste Dia Mundial da Bicicleta, que o exemplo de Zatti nos leve a pedalar rumo ao outro com amor, compaixão e fé.