Coordenadores de pastoral, Membros da Equipe Inspetorial de Pastoral (EIP) e Leigos de várias presenças salesianas da Missão Salesiana de Mato Grosso (MSMT/BCG) se reuniram entre os dias 15 e 17 de setembro, na Casa de Retiros da Lagoa da Cruz, em Campo Grande-MS, para um encontro que promete moldar o futuro das atividades pastorais salesianas. O evento conjugou reflexão espiritual com debate sobre os desafios da era digital.
A programação iniciou logo após a chegada dos participantes na segunda-feira (15/09) com um momento de funda espiritualidade. Na Capela, o Delegado da Pastoral Vocacional, P. Aldir da Silva, conduziu a Adoração. Em gesto simbólico, entregou ao SS.mo tanto a Inspetoria quanto a Escolha do novo Inspetor, demonstrando a confiança na Divina Providência para os caminhos futuros da instituição.
Seguiram-se as apresentações, revelando a amplitude geográfica do encontro, com participantes chegando das mui diversas casas da Inspetoria à capital sul-mato-grossense.
Quando a Fé encontra a tecnologia
O grande destaque do encontro foi a palestra -magistral- : “Inteligência Artificial: uma nova mediação na comunicação”, ministrada pelo Professor Alexandre Le Voci Sayad, na terça-feira (16/09). Jornalista e educador especializado em Direitos Humanos, Mestre em IA e Ética, Sayad trouxe uma perspectiva inovadora sobre como a tecnologia pode ser aliada nas ações pastorais.
Três as abordagens fundamentais para o uso da IA na educação:
– educar para a IA: capacitar os usuários para um uso ético e responsável;
– educar acerca da IA: promover a compreensão de seu funcionamento;
– educar com a IA: utilizar a tecnologia como ferramenta educativa potencializante.
Durante os debates, emergiu um exemplo prático já em uso: a aplicação da IA na catequese para tornar a linguagem bíblica mais acessível, sempre com o refinamento humano de sacerdotes a fim de evitar interpretações inadequadas. O debate também tratou de questões sensíveis quais a criação de imagens realistas e o fornecimento de dados para sistemas de IA.
“O olhar para a IA deve ser amplo e sistêmico; a gente não pode entender a IA como um pontinho na grade curricular, com um impacto restrito. Ela exerce um impacto amplo; e a educação também tem que olhá-la e abraçá-la de modo amplo: caso contrário gera-se ruído e uma geração meio escrava das ‘Big Techs’, também escravas do sistema de IA, sem aproveitar o que ela tem de melhor”, destacou Sayad.
O especialista apresentou casos internacionais interessantes, incluindo uma Capela polonesa que utiliza IA para ensinar sobre o catolicismo, demonstrando como a tecnologia já está sendo implementada em contextos religiosos ao redor do mundo.
Os arrazoados se aprofundaram com exercícios práticos, onde grupos problematizaram o uso da IA, promovendo debates sobre benefícios e desafios de sua utilização no âmbito pastoral.
Planejamento e perspectivas futuras
O encontro também serviu qual espaço de planejamento estratégico. A Equipe Inspetorial de Pastoral apresentou ideias para ações em 2026 e discutiu calendários prévios, além de avaliar a execução das atividades de 2025. As conversas abordaram questões práticas como frequência a eventos, recursos financeiros, faixa etária dos participantes, desafios locais específicos.
Vice-inspetor preside Missa
A dimensão espiritual do encontro foi reforçada na Eucaristia presidida pelo Vigário do Inspetor, P. Ademir de Lima. A primeira leitura (1Tm 3,1-13) serviu de base para uma homilia que conectou as responsabilidades pastorais com o espírito salesiana.
As passagens – “Porque, se alguém não sabe governar a sua casa, como poderá cuidar da Igreja de Deus?” e “Porque os que tiverem exercido bem o seu ministério, ganharão para si melhor grau de honra e muita confiança na Fé que têm em Cristo Jesus” – foram refletidas pelo Vice-Inspetor, que relacionou os versículos com o âmbito dos responsáveis pelas pastorais, ressaltando a importância da Pastoral como coração de uma Casa salesiana.
Encontro acaba com comemoração
Como toda boa reunião brasileira que se preze, o encontro “acabou - literalmente - em pizza”. O rodízio noturno proporcionou descontração e confraternização, momento que permitiu o fortalecimento dos laços entre os participantes e a continuidade dos questionamentos em ambiente mais informal, provando que algumas tradições permanecem imutáveis: também em tempos de IA.
Fonte: ANS/MSMT