04/10/2024

O Sínodo sobre a Sinodalidade: Uma Jornada de Escuta e Renovação

O Sínodo sobre a Sinodalidade: Uma Jornada de Escuta e Renovação
Foto: Vatican Media

A segunda sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, que teve início em 2 de outubro de 2024, traz o tema da sinodalidade ao centro da reflexão da Igreja. O evento, que reúne bispos, leigos e consagrados de todo o mundo, tem como objetivo aprofundar o conceito de "Igreja sinodal", discutindo formas de fortalecer a comunhão, a participação e a missão. Em um momento marcado por desafios globais, como a guerra e a crise humanitária, o Papa Francisco convoca a Igreja a refletir sobre seu papel no mundo contemporâneo e a buscar um caminho de unidade e paz.

No dia de abertura, o Papa Francisco celebrou a missa na Praça São Pedro, marcando o início oficial da Assembleia. Inspirado pela celebração dos Santos Anjos da Guarda, o Pontífice propôs à reflexão três imagens centrais: a voz, o refúgio e a criança. A escuta da "voz do anjo" simboliza a necessidade de discernimento espiritual, onde a Igreja é chamada a ouvir atentamente as vozes que surgiram ao longo dos três anos de preparação para o Sínodo. Francisco destacou que o caminho sinodal não é um exercício parlamentar, mas sim uma jornada de comunhão.

Ao falar sobre o refúgio, o Papa utilizou a imagem das asas protetoras, simbolizando um espaço de paz e abertura, onde todos são chamados a se expressar com liberdade, sem se fecharem em convicções rígidas. A criança, por sua vez, foi apresentada como um lembrete de que, apesar dos temas complexos e universais que o Sínodo aborda, é essencial manter a humildade e a abertura ao próximo.

CONVITE À ORAÇÃO E JEJUM PELA PAZ
Diante dos conflitos que assolam o mundo, o Papa Francisco fez um apelo global durante a celebração, convocando os fiéis para um dia de oração e jejum pela paz no dia 7 de outubro. Ele também anunciou que, no dia 6, rezará o Santo Rosário na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, convidando os participantes do Sínodo e todos os cristãos a se unirem nessa súplica pela paz.

ABERTURA DOS TRABALHOS SINODAIS
Na tarde de 2 de outubro, foi realizada a Primeira Congregação da Assembleia na Sala Paulo VI. Em seu discurso de abertura, o Papa enfatizou que o Sínodo é um processo de aprendizado, onde a Igreja se conhece melhor e discerne os caminhos pastorais mais adequados à sua missão. "O Espírito Santo é o guia seguro desse processo", afirmou Francisco, destacando que a Igreja deve se libertar de arrogâncias e pretensões de exclusividade na escuta da voz de Deus.

O Cardeal Jean-Claude Hollerich, relator geral do Sínodo, também saudou os participantes e reforçou que a segunda sessão, embora seja uma continuação da primeira, tem um caráter distinto: agora, o foco está em discernir as direções para onde a Igreja deve caminhar como uma "Igreja sinodal missionária".

O PAPEL DOS GRUPOS DE ESTUDO
Uma das inovações desta edição do Sínodo é a criação de dez Grupos de Estudo, que se debruçam sobre temas específicos relacionados à sinodalidade. Entre os tópicos abordados estão o papel das mulheres na Igreja, a evangelização no ambiente digital, o diálogo ecumênico e a relação entre os bispos e o povo de Deus. Esses grupos representam um esforço da Igreja em aprofundar teologicamente e pastoralmente os desafios contemporâneos.

O CAMINHO SINODAL: UNIDADE E DIVERSIDADE
O processo sinodal é um caminho de escuta e discernimento, onde todas as vozes são chamadas a contribuir. O Papa Francisco ressaltou a importância de não transformar as contribuições individuais em "agendas a impor", mas sim buscar a unidade no Espírito Santo. "Somos convidados a exercitar-nos juntos numa arte sinfônica", afirmou o Papa, destacando a diversidade de ministérios e carismas presentes na Igreja.

Com o início da XVI Assembleia Geral Ordinária, a Igreja dá mais um passo em sua busca por renovação e comunhão, reafirmando seu compromisso com uma sinodalidade que não é apenas um método de trabalho, mas um estilo de vida e de missão.

Escrito por Janaina Lima, com informações do Vatican News

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Celebração Litúrgica de Alexandrina Maria da Costa

Nascimento: 30/03/1904Venerável: 21/12/1995Beatificação: 25/04/2004Celebração Litúrgica: 13 de outubroFalecimento (nascimento para o céu): 13/10/1955 No dia 13 de outubro de 2021, no dia do seu nascimento ao céu, a Família Salesiana celebra a memória litúrgica de Alexandrina Maria da Costa, Salesiana Cooperadora portuguesa, declarada beata pelo Papa João Paulo II em 25 de abril de 2004. Alexandrina nasceu em 30 de março de 1904, em Balasar, na província do Porto. Aos 14 anos, fazendo um gesto de coragem diante de quem tenta atacá-la, pula da janela de casa. As consequências da queda a levaram, cinco anos depois, à paralisia total, constrangendo-a à imobilidade no leito por mais de 30 anos. Pede a graça da cura, mas Nossa Senhora dá-lhe a força para aceitar e abraçar o sofrimento pela salvação das almas. Dizia: “Não tenho outro desejo senão dar glória a Deus e salvar as almas”. Vive uma intensa vida mística, em contínua união com Jesus presente nos Tabernáculos de todo o mundo. A sua missão era, de fato, ser como a lâmpada do Tabernáculo, para fazer companhia a Jesus Eucaristia. Era uma verdadeira alma eucarística: a partir de 27 de março de 1942 deixou de se alimentar, vivendo apenas da Eucaristia. Nos últimos anos da sua vida, muitas pessoas, atraídas pela fama de santidade, fazem-lhe visita e atribuem a própria conversão aos seus conselhos. Desde 1944 o diretor espiritual de Alexandrina é o Pe. Umberto Pasquale, um Salesiano de Dom Bosco que, constatando sua grandeza espiritual, encoraja-a a continuar a ditar o seu diário.  Naquele ano, torna-se Salesiana Cooperadora e pede para colocar o diploma de filiação “de modo a tê-lo sempre sob os olhos”: “Sinto-me unida aos Salesianos e Cooperadores de todo o mundo. Quantas vezes olho o meu diploma de membro e ofereço meus sofrimentos, unida a todos eles, pela salvação dos jovens!”. A 13 de Outubro de 1955 – dia em que em Portugal recorda-se a última aparição de Nossa Senhora aos três Pastorzinhos em Fátima (1917) e se celebra a festa de Nossa Senhora do Rosário – Alexandrina Maria da Costa morre em Balasar, onde é sepultada, de frente para o Tabernáculo. É declarada Venerável em 21 de dezembro de 1995 e beatificada em 25 de abril de 2004 por João Paulo II, que, na homilia, diz: “Permeada e ardente de amor, não quer negar nada ao seu Salvador: com forte vontade, aceita tudo para demonstrar-lhe que o ama. Com o exemplo da Beata Alexandrina, expresso nos três verbos ‘sofrer, amar, reparar’, os cristãos possam encontrar o estímulo e a motivação para elevar tudo o que a vida tem de doloroso e triste através da prova do amor maior: sacrificar a vida por quem se ama”. Um Centro Internacional de Espiritualidade Salesiana e um Centro para Salesianos Cooperadores acolhem jovens e peregrinos, que chegam a Balasar de todas as partes do mundo para rezar nos lugares de Alexandrina e aprofundar a espiritualidade. Fonte: Istituto Figlie di Maria Ausiliatrice

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