16/03/2023

Rede Salesiana Brasil e o domingo de Ramos

Rede Salesiana Brasil e o domingo de Ramos

Jesus participava do sonho de todo o povo de Israel que via em Jerusalém a cidade da promessa de paz e plenitude futura, lugar da acolhida, ambiente fecundo onde ninguém passaria fome, pois todos teriam o direito de participar da “grande mesa do pão”. A tradição profética havia anunciado uma “subida” dos povos, que viriam a Jerusalém para iniciar um caminho de comunhão e justiça e adorar a Deus no Templo, que estaria aberto para todos. Toda a cidade se converteria num grande Templo, lugar da inclusão e da partilha, onde se cumpririam as esperanças dos povos. Com sua entrada em Jerusalém, Jesus quis recuperar a cidade como lugar do encontro e da comunhão, como espaço da paz e da solidariedade..., desalojando aqueles que se fechavam a qualquer tentativa de mudança. Por isso, seu gesto provocativo e escandaloso de entrar na cidade montado num jumentinho, símbolo da simplicidade e do despojamento de qualquer pretensão de poder e força, causou violenta reação naqueles que se beneficiavam da estrutura política e religiosa da cidade. Jesus entrou em Jerusalém rodeado pelo povo simples. Este povo, escravo e oprimido, o aclamou porque viu n’Ele uma luz de esperança, de vida, de libertação; escutou seus ensinamentos e viu seus feitos durante alguns anos; sentiu-se tocado pelas palavras de vida, de justiça, de amor, de misericórdia, de paz... Também viu seus gestos de cura dos enfermos, de defesa dos fracos, de oferta de alimento aos famintos, de reabilitação dos desprezados, de acolhimento dos marginalizados, de denúncia dos opressores... Jesus quis continuar anunciando e realizando na cidade de Jerusalém aquilo que fizera na região excluída da Galiléia; quis também humanizar esta cidade para que ela fosse sol de justiça e paz para todos os povos. Esta é a cidade que Deus deseja: uma praça da alimentação, uma mesa celebrativa para todos. A praça é de todos e todos podem ter acesso a ela, todos podem circular livremente, criar relações e convivência, fazendo a experiência de serem aceitos e reconhecidos como humanos. A mesa, no centro da praça, é lugar de hospitalidade, de festa e de memória, lugar da partilha do pão e dos frutos da terra. Ali ninguém passa fome. Compartilhar a mesa é o grande símbolo da convivialidade, da reconciliação e da inclusão. O ritual da mesa rompe as distâncias e garante a proximidade, estabelece o estreitamento dos vínculos com o diferente. Junto à mesa, cada um se coloca diante do outro, não importando as diferenças de vida, de opções. A comunhão acontece por meio de um gesto que não é de poder, mas de esvaziamento, não é de apropriação, mas de partilha, não é de fechamento, mas de abertura das mãos que acolhem, que distribuem... A mesa da refeição se torna lugar de humanização do ser humano. Espaço de verdadeira reserva de humanidade. Muitos são aqueles que sabem abrir as mãos, partir o pão, saciar a fome do irmão. Com o gesto do “repartir” se estabelece uma rede de relações entre as pessoas que aceitam conspirar, coinspirar, o mesmo ar, o mesmo sonho, a mesma causa. E nada fica como estava... encantamento que faz ressuscitar a vida que já estava morta; refeição que transforma os desertos em mananciais de água. Fazer memória da entrada de Jesus em Jerusalém pode ser uma ocasião privilegiada para transitarmos por nossa Jerusalém interior, um bom espaço onde encontrar a nós mesmos, identificar-nos com os diferentes personagens e sentir-nos parte daquela história. O relato da Paixão de Jesus revela ser também a história de cada um de nós. Porque, afinal de contas, é uma história que aconteceu no passado e continua acontecendo também hoje em nossa interioridade. E é a partir do hoje que nós temos de vive-la, numa atitude contemplativa. E é a partir de nós, e não a partir daqueles personagens de então, que teremos de assumi-la. Vamos, então, com Jesus montado num jumentinho, transitar pelas ruas de nossa Jerusalém interna, reconhecendo os diferentes personagens que ali atuam e que significam diferentes atitudes vividas por cada um de nós. Cada personagem do evangelho é um espelho onde nos vemos. Jerusalém não é só uma cidade geográfica, situada na Palestina. Domingo de Ramos nos motiva a fazer o percurso em direção à nossa Jerusalém interior. Mas, para descer em direção a esta cidade é preciso despojar-nos da vaidade, do prestígio e do poder, montado no jumentinho da simplicidade. Nossa Jerusalém interior é também lugar das contradições e ambiguidades; ali dentro experimentamos a trama de relações conflitivas, ali nos deparamos com as angústias, carências e dúvidas... É preciso cuidar o coração da nossa “Jerusalém interior”, esvaziá-lo, limpá-lo, aquecê-lo, transformá-lo em humilde e acolhedor espaço, para que o Espírito do Senhor possa aí descer e habitar, transmitindo-lhe vida, luz, calor, paz, ternura... É preciso voltar a pôr o “coração de Deus no coração de nossa Jerusalém”. Faz-se necessária uma opção corajosa, como Jesus, para entrar e estar no interior de nossa Jerusalém, para aí descobrir o verdadeiro coração de Deus, que pulsa no ritmo dos excluídos, dos sofredores, dos sedentos. A Campanha da Fraternidade deste ano quer despertar em nós uma sensibilidade solidária com aqueles que são vítimas de uma estrutura social e política que concentra os bens nas mãos de poucos, de maneira especial os alimentos. “Fraternidade e fome” denuncia a vergonhosa chaga social dos famintos em um país que é grande produtor de alimentos. A fome clama aos céus e ressoa em nosso coração; ela é expressão de uma profunda incoerência dos cristãos que se dizem seguidores d’Aquele que veio multiplicar os alimentos. Estamos muito distantes das primitivas comunidades cristãs que “tinham tudo em comum, partiam o pão pelas casas com alegria e simplicidade de coração” (At 2,46). Nosso coração deve se revelar como “praça da alimentação”. O lema da Campanha da Fraternidade deste ano – “dai-lhes vós mesmos de comer” – nos revela que nosso interior é uma reserva de “alimentos humanizadores”: compaixão, desejos nobres, dons originais, criatividade, espírito de busca... São alimentos que plenificam e dão sabor à nossa vida. É preciso extraí-los e multiplicá-los para que a fome de sentido e de esperança das pessoas seja saciada. Ninguém tem o direito de armazenar nos seus celeiros o “trigo” doado por Aquele que é fonte de todo “alimento salutar”. Afinal, alimento guardado é alimento que apodrece. Vida partilhada é vida abundante. “Dai-lhes vós mesmos de comer”: este apelo nos inquieta, ativa nossa sensibilidade e nos faz ampliar a visão em direção à grande multidão de famintos, presentes em nossas cidades: famintos de alimento, de proximidade, de justiça, de comunhão, de afeto... Para Jesus, uma humanidade constituída por nações, cidades, instituições ou pessoas comprometidas em alimentar os famintos, vestir os desnudos, acolher os imigrantes, atender os enfermos e visitar os presos, é o melhor reflexo do coração de Deus e a melhor concretização de seu Reino. Esta é a utopia do Reino; tudo está reconciliado: o cosmos, com a natureza verde e em paz; os produtos do trabalho humano, da generosidade do mar e da terra; e as pessoas, numa relação harmoniosa entre elas mesmas e com Deus, sem exclusões, competições nem privilégios. Isto é possível porque todos se deixam afetar pelo dom do mesmo Reino que cresce já no coração de todos. Texto bíblico: Mt 21,1-11 Na oração: procure descobrir os sinais do Reino de Deus no meio da aparente confusão de sua Jerusalém interior: lugar da partilha? Espaço aberto e acolhedor?... – Como recriar, no coração da cidade interior, o ícone da Nova Jerusalém, a cidade cheia de humanidade e comunhão, o lugar da justiça e fraternidade? - Você já parou para pensar na abundância de recursos e nutrientes em seu coração e que poderia compartilhar com os outros? Em seus celeiros interiores há abundância de alimentos que humanizam. - “Diga-me como você habita sua cidade interior e eu lhe direi como é sua presença no seu espaço urbano”.


Fonte: Padre Adroaldo

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36ª Assembleia Geral Ordinária da Rede Salesiana Brasil reforça unidade e planejamento nacional

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Salesianos do Brasil Realizam 29ª Assembleia Geral Ordinária da CISBRASIL em Brasília

Unidade e planejamento em destaque para o futuro da missão salesiana Aconteceu nesta quinta-feira, 21 de novembro, na sede da Rede Salesiana Brasil (RSB), em Brasília (DF), a 29ª Assembleia Geral Ordinária da Conferência Interinspetorial dos Salesianos do Brasil (CISBRASIL). Reunindo representantes das seis inspetorias do país, o encontro abordou aspectos carismáticos, congregacionais e jurídicos, com o objetivo de discutir, discernir e definir as atividades de interesse comum para o próximo ano. O evento contou com a participação de lideranças fundamentais da congregação, como o Pe. Hector Gabriel Romero, Conselheiro Regional para a América Cone-Sul; o Pe. Ricardo Carlos, Presidente da CISBRASIL e Inspetor da Inspetoria Santo Afonso Maria de Ligório; e o Pe. Sergio Augusto Baldini, Secretário Executivo da CISBRASIL. Além disso, marcaram presença os coordenadores nacionais de diversas áreas estratégicas: Pe. Francisco Alves de Lima, coordenador nacional da comissão de paróquias e santuários salesianos, responsável pelas 70 paróquias salesianas no Brasil; Pe. José Ricardo Mole, Coordenador da Comissão Nacional da Pastoral Juvenil Salesiana; Pe. Ademir Lima de Oliveira, Coordenador Nacional da Comissão de Formação. Os inspetores de cada região também participaram, reforçando a unidade entre as inspetorias: Inspetoria São João Bosco (BBH) – Pe. Natale Vitali Forti; Inspetoria Santo Afonso Maria de Ligório (BCG) – Pe. Ricardo Carlos; Inspetoria São Domingos Sávio (BMA) – Pe. Felipe Robert Jean Bauziere; Inspetoria São Pio X (BPA) – Pe. Ademir Ricardo Cwendrych; Inspetoria São Luiz Gonzaga (BRE) – Pe. Francisco Inácio Vieira Júnior; Inspetoria Nossa Senhora Auxiliadora (BSP) – Pe. Alexandre Luís de Oliveira. Os participantes discutiram estratégias para fortalecer as ações da Rede Salesiana no Brasil, especialmente no âmbito da pastoral juvenil, formação, educação e evangelização. Entre os temas destacados, a partilha das atividades de cada inspetoria e a integração do trabalho pastoral foram pontos-chave, evidenciando o compromisso conjunto em expandir a missão de Dom Bosco no país. A Assembleia reforçou o papel da CISBRASIL como articuladora das atividades salesianas em todo o território nacional, destacando o valor da união, da partilha e do planejamento estratégico para enfrentar os desafios contemporâneos da educação e da evangelização. A 29ª Assembleia Geral Ordinária da CISBRASIL reafirmou o compromisso dos Salesianos com a formação integral de jovens, especialmente os mais vulneráveis, alinhando-se ao carisma salesiano e à busca por construir uma sociedade mais justa e solidária. “O grande objetivo desta assembleia é acompanharmos todos os projetos que foram priorizados para 2025 e avaliar a dimensão educativo-pastoral salesiana em todo o âmbito nacional.” destacou o Pe. Ricardo Carlos, Presidente da CISBRASIL. Assessoria de Comunicação da RSB

Filhas de Maria Auxiliadora Realizam 30ª Assembleia Geral Extraordinária da CIB

Evento reúne lideranças das FMA para alinhamento carismático e congregacional em Brasília. Nesta quinta-feira, 21 de novembro, a sede da Rede Salesiana Brasil (RSB), em Brasília (DF), acolheu a 30ª Assembleia Geral Extraordinária da Conferência das Inspetorias das Filhas de Maria Auxiliadora (CIB). Reunindo as representantes das quatro inspetorias que coordenam as ações da congregação em todo o Brasil, o encontro foi um marco para a partilha, avaliação e projeção dos projetos em comum, seguindo as perspectivas carismática, congregacional e jurídica. A reunião contou com a presença da Conselheira Geral de Roma, visitadora e referente da CIB, Ir. Paola Battagliola; Diretora Executiva da Rede Salesiana Brasil e secretária executiva da CIB, Ir. Silvia Aparecida da Silva, bem como das Inspetoras e representantes de cada uma das quatro Inspetorias das FMA no Brasil: Inspetoria Nossa Senhora Aparecida: Ir. Alaíde Deretti - Inspetora e Presidente da CIB; e Ir. Maria Ivone, Vice-inspetora. Inspetoria Maria Auxiliadora: Ir. Maria Adriana Gomes da Silva - Inspetora; Inspetoria Nossa Senhora da Amazônia: Ir. Carmelita de Lima Conceição - Inspetora; Inspetoria Madre Mazzarello: Ir. Teresinha Ambrosim - Inspetora. Também marcaram presença a Ir. Maria Ivone Ranghetti, Vice-inspetora da Inspetoria Nossa Senhora Aparecida, Ir. Ana Maria Gomes Cordeiro, Coordenadora Inspetorial da Pastoral Juvenil; a Ir. Claudiane Cavalcante, Coordenadora Nacional e Inspetorial para a Pastoral Juvenil; a Ir. Tereza Cristina Domiciano, Coordenadora Inspetorial da Pastoral Juvenil; e a Ir. Maria Américo Rolim, Responsável pela Formação na Inspetoria Madre Mazzarello. Participou de forma online a Ir. Nádia Caetano, Coordenadora Inspetorial para a Pastoral Juvenil. Entre os assuntos abordados, destacou-se o acompanhamento das iniciativas em andamento e os desafios da atuação em rede. Em uma fala inspiradora, a Irmã Alaíde Deretti, destacou que a “expectativa é de muita esperança, pois, como Igreja, queremos ser peregrinos da esperança, e essa não pode faltar em nossa caminhada como Rede, como CIB e em todo nosso processo em nível nacional.” A irmã completou dizendo que para 2025, a CIB planeja avançar no plano de ação pastoral em nível nacional, com expectativas muito positivas. Quanto à educação e à ação social, as propostas serão apresentadas na reunião da Rede, que acontecerá amanhã”,  destacou a Irmã Alaíde Deretti. Ainda, durante o encontro, a Ir. Paola Battagliola destacou a importância dos encontros para fortalecer a unidade e o carisma salesiano. “Nossos encontros como CIB são sempre muito alegres, pois testemunham o nosso desejo de caminhar juntas e de dar pequenos passos em direção à sinodalidade. Cada reunião fortalece o sentido de pertença e nos ajuda a focar no nosso carisma salesiano, buscando sempre dar esperança aos nossos jovens. Nossa busca está sempre voltada para que eles tenham vida e vida em abundância,” afirmou, reforçando o compromisso da congregação com a missão de educar e evangelizar, especialmente os mais vulneráveis. Realizado tradicionalmente em abril e novembro, o evento é um espaço privilegiado para o diálogo e a troca de experiências, buscando fortalecer a missão salesiana em território nacional. Durante a Assembleia, foram discutidas estratégias para aprimorar o trabalho em rede, que une a ação educativa e evangelizadora das Filhas de Maria Auxiliadora nas escolas, obras sociais e paróquias. Avaliação e Projeção para o Futuro - Além da avaliação das ações realizadas ao longo do ano, a Assembleia foi um espaço para projetar novas iniciativas para 2024, alinhadas ao carisma salesiano e às necessidades contemporâneas. A partilha de experiências foi enriquecida pelo relato de projetos exitosos que estão transformando vidas e fortalecendo a presença das FMA nas comunidades. A 30ª Assembleia Geral Extraordinária da CIB reafirmou o compromisso das Filhas de Maria Auxiliadora em trabalhar de forma integrada e dinâmica, valorizando a colaboração entre as inspetorias e o impacto social de suas obras em todo o Brasil. O evento foi mais uma prova de que a força do trabalho em rede, fundamentado na fé e na missão, é essencial para dar continuidade à visão de Dom Bosco e Madre Mazzarello: formar “bons cristãos e honestos cidadãos” em um mundo em constante transformação. Assessoria de Comunicação da RSB

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