Definição de diretrizes, construção de um caminho de mobilização e preparação para a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30) e indicação de ações para os próximos dois anos foi o resultado do Fórum Laudato Si’, realizado na última quarta-feira (06), na Casa Dom Luciano Mendes de Almeida, em Brasília (DF). A atividade, que ocorreu de forma híbrida, com participantes também numa sala virtual, foi organizada pelo Grupo de Articulação da Campanha Laudato Si’ + COP 30 e reuniu dezenas de organizações. Representando a Rede Salesiana Brasil, esteve presente o Captador de Recursos da União pela Vida (UPV), Phelipe Sales.
A proposta do evento foi de finalizar o exercício de Planejamento Estratégico da Campanha para os anos de 2024 e 2025, como um caminho de preparação para a Igreja do Brasil em vista da COP 30. Para tanto, contou com uma programação que articulou conferências e trabalhos de grupo. Entre as apresentações realizadas no período da manhã, houve uma memória do caminho da Campanha Laudato Si’. Logo em seguida, o professor Luiz Marques, da Unicamp, fez uma retomada do caminho das Conferências do Clima e do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, apresentando um cenário de desafios e perspectivas em vista da Conferência que será realizada no Brasil em 2025.
Ainda pela manhã, Moema Miranda, leiga Franciscana e assessora da REPAM-Brasil e da Comissão Especial para a Ecologia Integral e Mineração, falou sobre a caminhada da Igreja Católica por Justiça Climática, destacando os avanços do episcopado do Papa Francisco e as iniciativas e documentos do magistério da Igreja que hoje sustentam as reflexões e ações em vista do cuidado com a Casa Comum.
No período da tarde o grupo retomou as escutas realizadas com mais de 100 organizações católicas, entre os meses de setembro e novembro, e a partir delas e das reflexões da manhã, apontaram diretrizes e iniciativas para orientar a Campanha nos anos de 2024 e 2025. Além disso, o grupo propôs uma série de atividades para o calendário comum nesse itinerário de mobilização e incidência.
Para Phelipe Sales, participar do Fórum foi de grande valia para as ações da Rede Salesiana Brasil. “Posso dizer como foi rico e animado o trabalho em conjunto com várias organizações católicas do Brasil, em prol de um tema tão relevante para nós, que é o cuidado da Casa Comum e a COP 30”.
De acordo com Ir. Maria Irene Lopes, secretária executiva da REPAM-Brasil, assessora da Comissão Episcopal Especial para a Amazônia e membro do Grupo de Articulação da Campanha, o Fórum foi um espaço plural de participação e oportunizou a sinergia entre as organizações. “Além de promover um debate sério e consistente, conseguimos nesse tempo de Campanha reunir muitas organizações e parceiros para somar conosco nessa grande mobilização que precisamos fazer em vista da nossa Casa Comum. O Fórum foi esse espaço em que todos pudemos colocar nossas vozes e oferecer o que nossas organizações, enquanto Igreja, podem realizar nesse grande itinerário”, afirmou a religiosa.
Para Eduardo Nischespois, coordenador de campanhas do Movimento Laudato Si’, o objetivo do Fórum foi cumprido. “Saímos com um indicativo de planejamento, com diretrizes, iniciativas e ações que, agora, vão ser organizados em uma grande agenda para a Campanha”, afirmou. Ainda, segundo Nischespois, muitas outras questões foram levantadas no Fórum que precisarão ser encaminhadas com a presidência da CNBB. “A Campanha cresceu e novas demandas surgiram, o que é muito positivo e aponta que o trabalho tem sido feito com muito dinamismo e comprometimento. Agora, precisamos avaliar com o Grupo de Articulação e CNBB, para entender os próximos passos que precisarão ser dados”, esclareceu.
Fonte: CNBB - Comissão Episcopal para a Amazônia