27/08/2024

S. Mônica, mãe de S. Agostinho, bispo

De origem berbere, Mônica nasceu no ano 331, em Tagaste, norte da África, no seio de uma família opulenta, mas de antigas raízes cristãs. Aplicou-se, com dedicação, aos ensinamentos da Sagrada Escritura; sua forte espiritualidade foi forjada pela oração e assídua prática dos Sacramentos, além dos quais se coloca ao serviço da comunidade eclesial. Casou-se com Patrício, homem ambicioso, pagão, irascível, de caráter difícil, que também lhe foi infiel. Mônica, doce, benévola, capaz de dialogar nos momentos oportunos, com o seu método, composto de espera, paciência e oração, - que o sugere até às suas amigas, que lhe confiam seus problemas e incompreensões conjugais – consegue vencer as rudezas do marido, a ponto de levá-lo a abraçar a fé.

Esposa e mãe

Aos 22 anos, Mônica dá à luz ao primogênito Agostinho, seguido por outro filho, Navígio, e uma filha, da qual não se sabe o nome, e os educa segundo os princípios cristãos. Tornando-se viúva, aos 39 anos, administra os bens da família, dedicando-se, com amor incomensurável à sua prole. Quem mais causou preocupações à cuidadosa e astuta mãe foi Agostinho, o “filho de tantas lágrimas”; de coração irrequieto e ambicioso retórico, na busca da verdade, ele se distancia da fé católica e vaga de uma filosofia à outra. Mônica jamais deixa de rezar por ele; pelo contrário, segue todas as vicissitudes da sua vida e lhe permanece sempre ao lado. Por isso, transfere-se para Cartagena e, depois, para a Itália, quando o filho, no ápice da sua carreira, como docente de retórica, vai morar em Milão. Seu carinho materno e as suas orações acompanham a conversão de Agostinho, que, ao receber o batismo pelo santo Bispo Ambrósio, decidiu voltar para Tagaste, onde fundou uma Comunidade de servos de Deus. Mônica estava com ele, quando tiveram que embarcar no porto de Óstia com destino à África. Porém, ao esperar o navio, foram obrigados a passar alguns dias ali.

Êxtase em Óstia e a morte

No entanto, Mônica e Agostinho mantêm intensos diálogos espirituais. A um destes se refere o chamado “êxtase em Óstia”, narrado nas suas Confissões (XIX, 10, 23-27): «Aconteceu... encontrar-nos a sós, eu e ela, apoiados em uma janela que dava para o jardim interior da casa em que morávamos. Era em Óstia, sobre a foz do Tibre, onde, longe da multidão, depois do cansaço de uma longa viagem, recobrávamos forças para a travessia do mar. Ali, sozinhos, conversávamos com grande doçura, esquecendo o passado, ocupados apenas no futuro, indagávamos juntos, na presença da Verdade, que és tu, qual seria a vida eterna dos santos... percorremos uma a uma todas as coisas corporais, até o próprio céu... E subimos ainda mais em espírito, meditando, celebrando e admirando tuas obras, e chegamos até o íntimo de nossas almas. E fomos além delas, para alcançar a região da abundância inesgotável... onde a vida é a própria Sabedoria... E enquanto assim falávamos dessa Sabedoria e por ela suspirávamos, chegamos a tocá-la com supremo ímpeto de nosso coração».

Assim, Mônica sente ter atingido o ápice da sua vida e confessa ao filho: “No que me diz respeito, esta vida já não tem mais nenhum atrativo para mim. O que estou fazendo ainda aqui? Não sei. As minhas expectativas aqui na terra já se esgotaram. Somente uma coisa me fazia permanecer aqui em baixo...: ver, antes de morrer, que você se tornou cristão católico. Meu Deus me satisfez completamente, porque vejo que você até despreza a felicidade terrena para servir a Ele. O que estou fazendo aqui?”.

Alguns dias depois, Mônica adoece e morre aos 56 anos. Seu corpo foi enterrado em Óstia Antiga, na atual igreja de Santa Áurea. O tempo, provavelmente, é uma basílica paleocristã com uma necrópole ao lado.

As relíquias de Santa Mônica

Os restos mortais de Santa Mônica descansam, por muitos séculos, na igreja de Santa Áurea. Hoje, no lugar, pode-se ver apenas uma lápide, porque, no século XV, o Papa Martinho V quis que as relíquias fossem transladadas para Roma, na igreja de São Trifão, confiada aos frades Agostinianos – depois englobada a uma grande Basílica dedicada a Santo Agostinho. Ali, ainda hoje, encontram-se respostas aos tantos porquês diante de um sarcófago de mármore verde, na capela decorada com afrescos, em 1885, por Pietro Gagliardi.

Fonte: Vatican News

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Primeiro Giro RSB de 2025 marca início das atividades com integração e planejamento estratégico

No dia 13 de janeiro de 2025, a sede da Rede Salesiana Brasil (RSB), em Brasília, acolheu o primeiro Giro RSB do ano, reunindo todos os colaboradores que trabalham no escritório nacional. O encontro, que acontece na primeira semana de cada mês, tem como objetivo promover integração, alinhamento e troca de conhecimentos entre os setores da rede. A abertura do evento contou com mensagens inspiradoras de Ir. Silvia Aparecida, Diretora-Executiva da RSB, Pr. Sérgio Baldin, também Diretor-Executivo, e Maria Dantas, Coordenadora Executiva da RSB. Cada um destacou a importância da união, do profissionalismo e do compromisso coletivo para alcançar os objetivos estratégicos em rede. Para Ir. Silvia, o início do ano é uma oportunidade especial para reforçar os laços entre os colaboradores e renovar os propósitos da missão salesiana. “Mais do que um espaço de trabalho, a Rede é nosso espaço de encontro, de relacionamento, amizade e conquistas. Portanto, é bastante significativo começar o ano juntos.” Já Pe. Sérgio Baldin enfatizou os desafios e oportunidades que 2025 trará. “O ano de 2025 nos exigirá uma maior profissionalização e níveis de gestão mais estruturados. Precisamos conversar muito entre os setores para que a gente ataque alguns pontos críticos com mais agilidade e efetividade, em sintonia com as necessidades das inspetorias do Brasil. Começamos essa experiência na Edebê e agora queremos fazer esse caminho como rede.” Maria Dantas destacou o caráter colaborativo do encontro, reforçando a importância da partilha e do alinhamento entre as equipes. “Essa reunião é um momento de partilha, conversa e alinhamento, pois esse ano temos muita coisa boa para entregar que vai exigir muito da gente, profissionalizando cada vez mais as nossas entregas.” PAT 2025 - O destaque do encontro foi a apresentação do Plano Anual de Trabalho (PAT) 2025, que estabelece as diretrizes estratégicas e operacionais da Rede Salesiana Brasil para o ano. O documento busca dar continuidade às ações de sucesso e ampliar os projetos que contribuem para a missão pastoral, educativa e social da rede. Além disso, o plano está alinhado aos três grandes projetos propostos para o triênio, reforçando o compromisso da RSB em fortalecer sua imagem, as presenças e a existência do Projeto Educativo-Pastoral Salesiano. Com o início promissor do Giro RSB, a Rede Salesiana Brasil dá mais um passo em direção a um ano de crescimento, alinhamento e transformação, mantendo o legado de Dom Bosco e Madre Mazzarello vivo em cada ação e projeto. Angélica Novais da Comunicação da Rede Salesiana Brasil

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