27/11/2023

Toma posse o novo Inspetor da Inspetoria SDB de São Paulo

Toma posse o novo Inspetor da Inspetoria SDB de São Paulo

No último sábado (25), na Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, em Campinas (SP), aconteceu a cerimônia de posse do Pe. Alexandre Luis de Oliveira como 23º Inspetor Salesiano da Inspetoria de Nossa Senhora Auxiliadora. Durante a solenidade, perante todos os presentes, o padre salesiano assumiu oficialmente o serviço de Inspetor, inspirado por seu lema sacerdotal: “Tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim” (Jo 13, 1).

A missa foi presidida pelo Pe. Ricardo Castro, Presidente da CISBRASIL e Vice-Presidente da RSB, escolhido como representante do Reitor-Mor para dar posse ao novo Inspetor. Também estiveram presentes o Bispo Emérito de Passo Fundo, Dom Antônio Carlos Altieri; o Bispo Auxiliar de Belém, Dom Antônio de Assis Ribeiro; o Bispo de Santos, Dom Tarcísio Scaramussa; e o Bispo de Saitama, no Japão, Dom Mario Michiaki Yamanouchi. Sacerdotes salesianos de todas as regiões, especialmente da Inspetoria de São Paulo, também compareceram para prestigiar esse momento importante e simbólico.

Na homilia, o celebrante destacou a importância de o pastor exalar o cheiro de suas ovelhas, assim como o inspetor deve se conectar com seu povo. As cartas de Paulo reforçam a alegria completa em Deus. Pe. Ricardo dirigiu palavras encorajadoras ao novo Inspetor, desejando-lhe a força de Sansão, a paciência de Jó e a sabedoria de Salomão para assumir a missão em São Paulo, tendo sempre os jovens no coração, como Dom Bosco. “Deus está contigo. De agora em diante, faça exercer o seu serviço em união com nosso Reitor-Mor, com caridade e sentido pastoral, visando a formação de uma comunidade fraterna e inspetorial“, ressaltou o celebrante.

Como parte da solenidade, o secretário Inspetorial, Pe. Narciso Ferreira, leu o decreto de nomeação do novo Inspetor, reforçando a união com o Reitor-Mor perante a animação da vida religiosa e a ação apostólica da comunidade inspetorial.  Na sequência Pe. Alexandre Luis e Pe. Maurício Tadeu fizeram a profissão de fé, proclamaram o juramento e assinaram as atas. Num marco de amizade e apoio, os salesianos presentes cumprimentaram o novo Inspetor e o Vice Inspetor diante dos aplausos da comunidade presente.

Para marcar a transição, Pe. Piccinini, por meio de um gesto simbólico, entregou ao novo Inspetor uma imagem de Nossa Senhora Auxiliadora reforçando que é ela quem acompanha todos os inspetores que já passaram por essa missão.

EIS- ME AQUI!

“Quando recebi a ligação do Reitor-Mor e o convite para ser Inspetor, dizia a ele de minha incapacidade, da minha inadequação a este serviço, de minhas fragilidades, mas que diante de Deus e da minha consciência não poderia dizer outra palavra a Dom Bosco, à Igreja, aos jovens, senão, apesar dos meus limites, sim. Sim a tudo, sim a Deus, sim nas horas fáceis e difíceis, enfim, eis-me aqui, queridos irmãos salesianos, querida família salesiana, eis-me aqui”, assegurou com emoção o novo Inspetor Salesiano Pe. Alexandre Luis de Oliveira.

   

Fonte: Inspetoria Salesiana de Nossa Senhora Auxiliadora / Texto: Larissa Barreiros e Larissa Freitas / Fotos: Giuliano Celms 

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Tema da Estreia 2026 é revelado por P. Fábio Attard

O tão aguardado tema da Estreia para 2026 foi oficialmente revelado pelo Reitor-Mor, P. Fábio Attard, mostrando à Família Salesiana (FS) uma perspectiva clara e minuciosa da decisão tomada para o ano e caminhada espiritual que se aproxima. O novo tema - "Fazei tudo o que Ele vos disser – Com Fé e livres para servir" - está fortemente ligado ao Evangelho e ao coração do carisma salesiano, convocando todos os integrantes da FS a uma renovação da Fé, da liberdade, do serviço generoso.  A Estreia do Reitor-Mor para 2026, apresentada em momento importante para a comunidade salesiana, fundamenta-se na energia do Ano Jubilar e na reflexão inspirada pela Estreia de 2025, intitulada "Ancorados na Esperança, Peregrinos com os Jovens". Nesta nova Estreia, o P. Attard foca nas palavras de Maria nas bodas de Caná (Jo 2,5), interpretando-as como um forte chamado à Fé ativa, confiante, aberta. Não se trata de questão de obediência passiva, mas de uma ação dinâmica de amor e coragem, de um incentivo a ouvir Cristo de forma profunda e responder com liberdade genuína. A Estreia deste ano é especialmente importante, pois coincide com o Sesquicentenário da Primeira Expedição Missionária Salesiana e da Fundação da Associação dos Salesianos Cooperadores (ASSCC). O exemplo de Dom Bosco, marcado por uma ação repleta de esperança e pela atenção aos sinais dos tempos, continua sendo uma luz orientadora que testemunha a "audácia da Fé". O P. Attard escreve: "A Fé autêntica não é tímida, mas corajosa, dispõe-se a correr riscos em favor do Reino. É a audácia de quem sabe que pode contar não com as próprias forças, mas com o poder de Deus". A Estreia 2026 também sublinha a importância da "inteligência espiritual" para compreender o momento atual, reconhecendo a presença de Deus na história, sobretudo na vida dos jovens. Essa perspectiva profundamente salesiana incita a FS a passa<r de uma Fé expressa em palavras para uma Fé concretizada em ações, fundamentada no Evangelho, receptiva dos desafios do mundo. A exposição do P. Attard vai além da simples apresentação de um tema; é um chamado a uma caminhada pessoal e comunitária. Exorta a uma Fé que esteja atenta à presença de Deus ao longo da história, principalmente entre os jovens, e evidencia a conexão fundamental entre Fé, liberdade, serviço. “Aqui está o alvo exato de toda a caminhada: do enraizamento na Fé rumo à liberdade e da liberdade rumo ao serviço: - tudo como expressão natural do crescimento progressivo do amor recebido”. Com o lançamento da Estreia para 2026, a FS é convidada a percorrer este caminho junto, interpretando a realidade com inteligência espiritual, fundamentada no Evangelho e impulsionada pelo serviço generoso. Com a Estreia, o P. Attard incentiva todos a celebrarem seu próprio patrimônio e a responderem ao chamado de serem credentes verdadeiramente livres, para servir especialmente aos jovens necessitados. O cartaz oficial da Estreia 2026 será apresentado a toda a Família Salesiana no mês de outubro. O texto integral da apresentação do Padre Attard está disponível aqui, em língua portuguesa. Fonte: Agência Info Salesiana

153 Anos de Fundação do Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora

Fundado em 5 de agosto de 1872, o Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora (FMA), também conhecidas como Irmãs Salesianas, comemora em 2024 seus 152 anos de história e missão. A fundação do Instituto é um testemunho do trabalho conjunto entre São João Bosco, Fundador da Congregação Salesianas, e Santa Maria Domingas Mazzarello, Cofundadora e primeira superiora do Instituto.Dom Bosco, com sua visão de promover a educação e a formação cristã dos jovens, encontrou em Maria Domingas Mazzarello uma colaboradora ideal. Nascida em Mornese, Itália, Mazzarello tinha uma profunda devoção a Deus, e as circunstâncias da vida a levaram a servi-lo por meio do amparo às jovens locais. A parceria entre Dom Bosco e Madre Mazzarello resultou na criação de um Instituto que se dedicaria à educação e ao cuidado das meninas e jovens, especialmente aquelas mais necessitadas. Desde sua fundação, a missão do Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora tem sido a educação integral da juventude. Inspiradas pelo carisma salesiano e guiadas por Nossa Senhora Auxiliadora, as Irmãs Salesianas trabalham para criar um ambiente onde os jovens possam crescer em conhecimento, fé e valores cristãos.  MONUMENTO VIVO DE GRATIDÃODom Bosco quis que as FMA fossem um "monumento vivo de sua gratidão a Nossa Senhora Auxiliadora". Esse título reflete a profunda devoção que tanto ele quanto as Irmãs tinham por Maria, reconhecendo-a como guia e protetora de suas obras. A espiritualidade mariana é um pilar fundamental do Instituto e a devoção a Nossa Senhora Auxiliadora é vivida e transmitida diariamente nas comunidades e instituições confiadas às FMA. Conheça algumas das Filhas de Maria Auxiliadora que fazem parte da Rede Salesiana Brasil e descubra como, diante dos desafios de 152 anos de história, elas vivem concretamente o ser “monumento vivo de Gratidão à Nossa Senhora Auxiliadora”: IRMÃ CELIA APPARECIDA DA SILVAInspetoria Nossa Senhora Aparecida - São Paulo “Para mim, hoje, como ontem, ser Monumento Vivo de Gratidão a Maria Auxiliadora é caminhar à luz do seu olhar, à escuta e em resposta ao ‘seu mandato’: “Fazei tudo o que meu Filho lhe disser’ (Jo 2,5), ‘reavivando com alegria e responsabilidade a nossa pertença radical a Jesus Cristo’ (CG. XXIV, n. 18). Manter os ‘olhos abertos para a hora de Deus que hoje, também, se manifesta no progresso humano e até mesmo em sua fragilidade’ (CG. XXIV, n. 18). Olhos abertos para a realidade - especialmente dos e das jovens no mundo de hoje - e empenho de ‘sinodalidade missionária’ como um estilo de vida que gera novas modalidades de participação, animação e governo (CG. XXIV, n. 35.2). Como Maria, na Anunciação, estarmos abertas à ação do Espírito e generosas no ‘sim’, ‘na busca de soluções para desaprender, aprender e reaprender’ (CG. XXIV, n. 4). Como Maria, em Caná, sermos presença feminina que intui, que vê, que providencia, que recorre e conduz à fonte da vida. Conscientes do amor que recebemos de Deus, sermos sempre portadoras desse amor, ‘valorizando as pessoas em todos os estágios da vida’ (CG. XXIV, n. 11).Abertas ao ‘da mihi animas’ e dispostas ao ‘cetera tolle’, sermos no dia a dia - com as luzes do Espírito Santo e o auxílio de Maria - transparências da bondade da nossa Mãe; sermos auxiliadoras com a Auxiliadora.Que nossa vida seja realmente um Magnificat aos olhos de Deus que nos criou, nos chamou, nos enviou e nos deu uma Mãe e Mestra em cuja escola podemos, como Dom Bosco, nos tornar sábias, humildes e fortes na fé, apontando para os(as) jovens Aquele que é o Caminho, a Verdade, a Vida!” IR. FRANCISCA DIAS PEREIRAInspetoria Maria Auxiliadora - Recife “Completando, no dia 24 de janeiro de 2025, 60 anos de vida consagrada, sinto-me feliz em celebrar os 152 anos de fundação do nosso Instituto. No hoje da história, em tempos novos e desafiadores, é possível ser Monumento Vivo de Gratidão a Nossa Senhora Auxiliadora vivendo com fidelidade a própria vocação, cultivando um amor vivo, radical e comprometido como Maria, Mãe e Mestra nossa e das juventudes. Para ser esse Monumento Vivo de Gratidão a Nossa Senhora faz-se necessário ter, cotidianamente, o olhar voltado para Dom Bosco e Madre Mazzarello, isto é, para as origens, e, ao mesmo tempo, contemplar a realidade na qual estão imersos os jovens para trazer com vestes novas o carisma com o nosso jeito de ser, viver e agir. É importante alimentar forte o sentido de pertença para celebrar os 152 anos de fundação do nosso Instituto com fervor, alegria e entusiasmo em qualquer lugar, função ou missão que desempenhamos. Celebrando os 152 anos do Instituto das FMA, os nossos corações se elevam para agradecer a Deus a presença materna de Maria com a certeza de que, desde as origens, ‘foi ela quem tudo fez!’” IR. LILIANA MARIA DAOU LINDOSO Inspetoria Nossa Senhora da Amazônia - Manaus “Tenho 40 anos de Profissão Religiosa. Sou uma Filha de Maria Auxiliadora feliz e faço da minha vida doação na Casa Mamãe Margarida, Obra Social que trabalha com crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social, vítimas de abuso sexual, maus tratos e negligências por parte de seus responsáveis. Na Casa Mamãe Margarida trabalhamos em três sistemas de atendimento: socioeducativo em meio aberto para 140 meninas; escola para 150 meninas com disfunção idade-série conveniada com a Secretaria de Educação do município de Manaus-Amazonas; e o acolhimento institucional para 20 crianças e adolescentes que sofreram de forma grave e abusiva ‘ataques’ contra suas vidas. Elas são o coração da Casa Mamãe Margarida. É por elas, que precisam de amor, que meu coração chora com seus sofrimentos e se alegra com suas vitórias. Nestes 152 anos do Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora, me sinto uma feliz Religiosa, e vivo concretamente o chamado a ser ‘monumento vivo de gratidão a Nossa Senhora’. Para cada menina que chega, digo com confiança e certeza que quem a trouxe à Casa Mamãe Margarida foi Maria, a nossa mãe e grande intercessora junto ao seu filho Jesus. Ser monumento vivo de gratidão é o compromisso de toda Filha de Maria Auxiliadora. A missão é exigente, mas nosso amor a Jesus e a Maria nos move diariamente a vivermos com muito amor, criatividade e confiança na Divina Providência. O lema que impulsiona a nossa ação é: Acolher, promover e defender a vida, em atenção a Palavra de Jesus, o Bom Pastor, que ‘veio para que todos tenham vida, e a tenham em abundância’!”  IR. MARIA AMÉRICO ROLIMInspetoria Maria Auxiliadora - Pernambuco “Para mim, o monumento de gratidão de Dom Bosco à Auxiliadora está vivo, hoje:- Na perseverança de tantas Filhas de Maria Auxiliadora que, ancoradas no amor fiel e sempre novo de Deus, recomeçam a cada amanhecer, confiantes na sua Palavra: ‘Sei muito bem do projeto que tenho em relação a vós: garantir-vos um futuro, uma esperança!’ (Jr 29,11); - No abraçar, com coragem e determinação, os caminhos de unificação das Inspetorias, processos às vezes dolorosos, mas assumidos na fé e no desejo de revitalizar o carisma, disponíveis a estar ‘em saída’ para os campos de missão que, como nos tempos de Joãozinho Bosco, Maria nos convida hoje a trabalhar;- No compromisso com a educação integral dos jovens nas unidades educacionais e socioeducativas, nas missões e nas atividades e processos pastorais, sendo presenças que geram vida no coração dos jovens, também no esforço para entrar nos pátios digitais que eles frequentam, acessíveis a todos que reconhecem a ‘corda que vibra’ no interior deles, que pulsa forte quando há confiança e empatia;- No cuidado da ‘casa comum’, que supõe abraçar um caminho sistemático de conversão à ecologia integral, nas trilhas das novas fronteiras geográficas e existenciais; - Nas ações concretas em resposta convite do Papa Francisco - Pacto Educativo Global – que expressam o compromisso de ‘promover um novo tipo de educação, que permita superar a atual globalização da indiferença e a cultura do descarte’.  O Monumento vivo se torna mais luminoso quando nos empenhamos em somar esforços para tornar possível ‘uma nova educação que fomente a transcendência da pessoa humana, o desenvolvimento humano integral e sustentável, o diálogo intercultural e religioso, a preservação do meio ambiente, os encontros pela paz e a abertura a Deus’.Há tantos outros processos em ato e ações empreendidas que garantem a qualidade e a visibilidade do Monumento vivo de gratidão, mas creio que ele se tornará visível e crível se nos empenharmos decididamente na assunção de novos caminhos para atuarmos em rede como Família Salesiana, cujos membros são os mais aptos a assegurar a fecundidade carismática em nossa missão educativa. Creio também na fecundidade vocacional, fruto de uma pastoral de processos continuados, avaliados e reprojetados em comunidades educativas que sejam ‘proposta vocacional para os jovens’ de hoje. Estou convicta de que a sinodalidade está em profunda sintonia com o Sistema Preventivo, de que no respeito e na acolhida das diferenças nos tornamos facilitadoras de uma comunicação que leva à paz. Que tal aprofundarmos a ‘presença criativa que abre para o inédito’ (XXIV CG, 23.24) também nas escolhas em favor dos jovens empobrecidos, cujos rostos são parte do Monumento vivo de gratidão de Dom Bosco a Maria Auxiliadora? É preciso acreditar na fecundidade da ação educativa, caminho de humanização, esperança de transformação da sociedade.”  A celebração dos 152 anos do Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora é uma ocasião para reconhecer a contribuição inestimável das Irmãs Salesianas na formação de gerações de jovens em todo o mundo. Inspiradas pelo carisma salesiano e pelo exemplo de Nossa Senhora Auxiliadora, as FMA continuam a ser "monumentos vivos de gratidão" e um pilar de esperança para todos os que passam por suas instituições.

Celebração Litúrgica do Beato Augusto Czartoryski

Augusto Czartoryski nasceu no exílio, em Paris, no dia 2 de agosto de 1858. Há trinta anos, a sua nobre estirpe, ligada à história e aos interesses da dinastia da Polônia, emigrara para a França e, do Palácio Labert, nas margens do Sena, dirigia uma vasta ação entre os compatriotas e junto às chancelarias europeias, com a finalidade de restaurar a unidade da pátria, desmembrada, em 1795, entre as grandes potências. O príncipe Adão Czartoryski, guerreiro e homem político, cedera as rédeas da família, além da atividade patriótica, ao príncipe Ladislau, unindo-se em matrimônio com a princesa Maria Amparo, filha da rainha da Espanha Maria Cristina, e do duque Rianzarez. São estes os pais de Augusto. Ele, primogênito da família, foi visto como ponto de referência para todos os que, depois do terceiro desmembramento da Polônia, sonhavam com o seu renascimento. Contudo, os planos de Deus eram outros. Aos seis anos morre-lhe a mãe devido à tuberculose, herança transmitida ao filho. Quando a doença manifestou seus primeiros sintomas, começou para Augusto uma longa e forçada peregrinação em busca da saúde que jamais readquirirá: Itália, Suíça, Egito, Espanha foram as principais estações do seu girovagar. A saúde, porém, não era o principal objetivo da sua busca; coexistia em seu espírito juvenil outra busca muito mais preciosa, a da vocação. Não demorou muito para compreender que não fora feito para a vida da corte. Aos vinte anos, escrevendo ao pai, dizia entre outras coisas, aludindo às festas mundanas das quais era obrigado a participar: “Confesso-lhe que estou cansado disso tudo. São divertimentos inúteis que me angustiam. Para mim, é desagradável ser obrigado a travar conhecimentos em tantos banquetes”. Muita influência sobre o jovem príncipe foi exercida pelo seu preceptor José Kalinowski. Este tivera no passado dez anos de trabalhos forçados na Sibéria; fizera-se carmelita descalço e foi canonizado por João Paulo II em 1991. Foi preceptor de Czartoryski apenas por três anos (1874-1877), deixando nele profundas marcas. Sabe-se por ele que a orientar o príncipe em sua busca vocacional foram sobretudo as figuras de São Luís Gonzaga e do compatriota Santo Estanislau Kostka. Era entusiasta do lema deste último: Ad maiora natus sum (“nasci para coisas maiores”). “A vida de São Luís, do padre Cepari que me enviaram da Itália – escreve Kalinowski – teve eficácia decisiva no progresso espiritual de Augusto e abriu-lhe o caminho para uma união mais fácil com Deus”. Evento decisivo foi o encontro com Dom Bosco. Augusto tinha 25 anos quando o viu pela primeira vez. Isso se deu em Paris, no palácio Lambert, onde o fundador dos Salesianos celebrou Missa no oratório da família. Ao altar, serviam o príncipe Ladislau e Augusto. “Há algum tempo eu desejava conhecê-lo!”, disse Dom Bosco a Augusto. A partir daquele dia, Augusto viu no santo educador o pai da sua alma e o árbitro do seu futuro. Dom Bosco tornara-se o ponto de referência para o discernimento vocacional do jovem. O padre turinense, contudo, sempre teve uma atitude de grande cautela quanto à aceitação do príncipe na Congregação. Será o papa Leão XIII a dissolver pessoalmente qualquer dúvida. Conhecida a vontade de Augusto, o Papa concluiu: “Diga a Dom Bosco que é da vontade do Papa que ele o receba entre os Salesianos”. “Pois bem, meu caro – respondeu Dom Bosco imediatamente – eu o aceito. A partir de agora, o senhor faz parte da nossa Sociedade e desejo que a ela pertença até a morte”. Em fins de junho de 1887, depois de renunciar a tudo em favor de seus irmãos, o jovem Augusto foi enviado a San Benigno Canavese para um breve período de aspirantado, antes de iniciar o noviciado naquele mesmo ano sob a guia do mestre padre Júlio Barberis. Augusto deve alterar muitos costumes: o horário, a alimentação, a vida comum... Deve lutar também contra as tentativas da família, que não se resigna a esta opção. O pai vai visitá-lo e tenta dissuadi-lo. Augusto, porém, não se deixa vencer. Em 24 de novembro de 1887 recebe a batina das mãos de Dom Bosco na basílica de Maria Auxiliadora. “Coragem, meu príncipe– sussurra-lhe o santo ao ouvido – hoje conseguimos uma magnífica vitória. Contudo, posso dizer-lhe, com grande alegria, que virá um dia em que o senhor será sacerdote e, por vontade de Deus, fará muito bem à sua pátria”. Dom Bosco morreu dois meses depois, e sobre a sua sepultura em Valsalice, o príncipe Czartoryski torna-se salesiano, emitindo os votos religiosos.Naqueles anos, em Valsalice, fazia seus estudos para a mesma meta o padre André Beltrami, que se ligou a Augusto com profunda amizade: estudavam juntos as línguas estrangeiras e ajudavam-se a escalar a meta da santidade. Quando a doença de Augusto se agravou, os superiores pediram para André ficar ao seu lado e ajudá-lo. Passaram juntos as férias de verão nos institutos salesianos de Lanzo, Penango d’Asti, Alassio... Augusto era para André um anjo da guarda, mestre e exemplo heroico de santidade. André Beltrami, hoje venerável, dirá dele: “Cuidei de um santo”. A doença faz com que Augusto seja enviado à costa da Ligúria, realizando ali os estudos de teologia. O decurso da doença aumenta a persistência das tentativas da família, que recorre também às pressões dos médicos. Ao cardeal Parocchi, a quem foi pedido que usasse sua influência para tirá-lo da vida salesiana, ele escreve: “Em plena liberdade, eu quis emitir os votos, e o fiz com grande alegria do meu coração. A partir daquele dia, vivendo na Congregação, gozo de uma grande paz de espírito, e agradeço a Nosso Senhor por ter-me feito conhecer a Sociedade Salesiana e ter-me chamado a nela viver”. Preparado pelo sofrimento, em 2 de abril de 1892 é ordenado sacerdote em Sanremo por dom Tomás Regio, bispo de Ventimiglia. O príncipe Ladislau e a tia Isa não participaram da ordenação. A vida sacerdotal do padre Augusto durou apenas um ano, passado em Alassio, num quarto que dava para o pátio dos meninos. Morreu em Alassio na noite de sábado 8 de abril de 1893, na oitava da Páscoa, sentado numa poltrona já usada por Dom Bosco. “Que bela Páscoa!”, dissera na segunda-feira ao coirmão que o assistia, sem imaginar que haveria de celebrar no paraíso o último dia da oitava. Tinha trinta e cinco anos de idade e cinco de vida salesiana. Na lembrança da Primeira Missa escrevera: “Para mim, um dia nos teus átrios é mais do que mil fora deles. Bem-aventurado aquele que habita a tua casa: canta sempre os teus louvores” (Salmo 83). Seus restos mortais foram transportados para a Polônia e tumulados na cripta paroquial de Sieniawa, junto às sepulturas da família, onde um dia Augusto fizera a Primeira Comunhão. Posteriormente, seus despojos foram transladados à igreja salesiana de Przemyśl, onde se encontram até hoje. Augusto Czartoryski, jovem príncipe, elaborou um método eficaz de discernimento dos planos divinos. Apresentava a Deus na oração todas as questões e perplexidades e, depois, no espírito de obediência, seguia os conselhos de seus guias espirituais. Compreendeu assim a própria vocação de iniciar a vida pobre para servir aos pequenos. O mesmo método permitiu-lhe, ao longo da vida, fazer opções tais que hoje se pode dizer que ele realizou os planos da Providência Divina de modo heroico. Confira algumas imagens clicando aqui. Conheça mais Santidades Salesianas no nosso acervo. Acesse: rsb.org.br/acervo-salesiano/santidade-salesiana

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