O Dia do Trabalhador, comemorado em 1º de maio, é uma data de dupla celebração e significado. Além de ser um marco histórico das lutas e conquistas dos trabalhadores em todo o mundo, também coincide com a festa de São José Operário, celebrado pela Igreja Católica como um símbolo de dignidade e santidade no trabalho.
A origem da data está intrinsecamente ligada à luta por condições dignas e justiça social, tendo origem no final do século XIX, quando milhares de trabalhadores se uniram em Chicago, nos Estados Unidos, para reivindicar melhores condições de trabalho, incluindo a redução da jornada para oito horas diárias. O 1º de maio, portanto, é uma ocasião especial para homenagear não apenas as conquistas dos trabalhadores, mas também para refletir sobre a importância espiritual do trabalho e o exemplo inspirador de São José Operário.
DOM BOSCO E A PROFISSIONALIZAÇÃO DOS JOVENS
Para profissionalizar os jovens, inicialmente Dom Bosco fez contratos com profissionais da cidade e colocou jovens em suas oficinas com contratos de trabalho assinados por ele mesmo e pelo empregador. Depois, construiu oficinas no próprio Oratório e trouxe profissionais que ensinavam a profissão aos jovens e ao mesmo tempo prestavam serviços à comunidade. Depois, ele mesmo ainda contratou profissionais que eram empregados em suas oficinas para que pudesse fazer uma interação entre ação e profissionalização. Finalmente, formou seus salesianos coadjutores para serem educadores nas diversas oficinas.
As oficinas e as profissões foram-se multiplicando. Muitas delas serviam o próprio Oratório em expansão predial. Assim surgiram as oficinas e os ofícios de sapataria, alfaiataria, encadernação, carpintaria, tipografia, ferraria, serralheria, marcenaria, padaria, livraria, encadernador, compositor de tipografia, impressor, chapeleiro, músico, artista, fundidor de caracteres tipográficos, produtor de calcógrafo, litógrafo.
O tipo de contrato ideado e firmado por Dom Bosco é considerado por muitos o primeiro contrato moderno de trabalho. Não só porque muitas das suas cláusulas mais tarde iriam entrar na normal praxe dos relacionamentos trabalhistas, mas também, e sobretudo, porque, pela primeira vez, com um documento que traz bem quatro assinaturas - se sanciona uma aliança que serve ainda hoje de inspiração para a ação dos formadores: aquela entre o empregador, o trabalhador, a família do aprendiz e o educador.
FILHAS DE MARIA AUXILIADORA E BINÔMIO “TRABALHO – TEMPERANÇA”
O Dia do Trabalhador pode ser uma ocasião para aprofundar o binômio “trabalho – temperança” que Dom Bosco indicou como distintivo para seus filhos e filhas. Este também foi o segredo da estima de que se beneficiou também em ambientes abertamente anticlericais. As Filhas de Maria Auxiliadora também se apossaram desse ensinamento, fazendo dele caminho de santidade para si mesmas e para tantas jovens que nas suas casas foram acolhidas.
Madre Catarina Daghero [1856 – 1924), primeira sucessora de Santa Maria Mazzarello à frente do Instituto, escreve em 1909, acompanhando com esta carta a Estreia do Reitor-Mor, Dom Miguel Rua: “Pela filha de Maria Auxiliadora cuja vida se resume no conhecido lema: Trabalho e Oração, creio que o melhor meio para cuidar bem do tempo seja este: 1. trabalhar segundo a obediência; 2. trabalhar com espírito de fé; 3. trabalhar em união com Jesus”. O título da Estreia era “Fili, conserva tempus, et tempus conservabit te”, e ela a traduz assim: “Ó filha, emprega bem o tempo e o tempo bem empregado te conservará pela eternidade”.
Enquanto trabalham, as FMA educam ao trabalho com o trabalho. Com os internatos para as operárias e a preparação das jovens para o trabalho fora de casa, as FMA das primeiras décadas do século XX experimentam uma nova fronteira educativa, colocando-se ao lado das mulheres trabalhadoras e as acompanham no caminho de emancipação.
Em todas as Circulares das Superioras Gerais do Instituto, o tema do trabalho, nas suas múltiplas acepções, é recorrente. Num estudo recentemente desenvolvido por Irmã Susanne Stachl sobre as Circulares de Madre Marinella Castagno, Superiora Geral de 1984 a 1996, sublinha-se: “Para Madre Marinella, a escolha de colocar Cristo no centro da vida compreende também o amor ao trabalho,…nem o sucesso nem a eficiência são as categorias que contam realmente, mas somente se ajuda os jovens a realizar o plano de Deus para a sua vida… [Madre Marinella] descreve como tanto trabalho seja um meio de santificação, mas apenas na medida em que está orientado a Deus e à missão».
Num tempo em que o trabalho parece muitas vezes um direito a ser conquistado ou defendido, a experiência das Filhas de Maria Auxiliadora coloca-se em continuidade com a palavra do Papa Francisco: “O trabalho nada mais é do que a continuação do trabalho de Deus: o trabalho humano é a vocação do homem recebida de Deus no final da criação do universo» (Homilia, 1º de maio de 2020).
AÇÃO SOCIAL SALESIANA E O PROGRAMA JOVEM APRENDIZ
A Rede Salesiana Brasil se orgulha em perpetuar o sonho de Dom Bosco e Madre Mazzarello para as juventudes por meio do Programa Jovem Aprendiz. Encontre a Obra Social Salesiana mais próxima a você que oferece esse serviço clicando aqui.
Fonte: Com informações de Boletim Salesiano Brasil, Inspetoria São João Bosco e Istituto Figlie di Maria Ausiliatrice