Entre os dias 27 e 30 de outubro, a Rede Salesiana Brasil (RSB) esteve representada por Sandra Sahd, Gestora Nacional de Captação de Recursos, na Imersão em Captação de Recursos da Rede Filantropia, realizada em São José dos Campos (SP). Foram quatro dias de formação intensa, reflexões e trocas de experiências sobre o papel da captação de recursos na sustentabilidade das organizações sociais, sempre à luz do propósito e da missão.
“Mais do que uma formação técnica, foi uma experiência de reencantamento com o propósito, um convite para repensarmos não apenas como captar, mas por que e para quem fazemos isso”, destaca Sandra.
Logo na abertura do encontro, conduzida por Dr. Danilo Tisel e Michel Freller, os participantes foram convidados a refletir sobre o sentido estratégico da captação. Foi destacado que, antes de buscar recursos, é essencial ter clareza de propósito, compreender qual transformação se deseja promover no mundo e qual é o investimento necessário para que ela aconteça.
A reflexão reforçou a importância de que toda equipe caminhe unida em torno de um mesmo ideal. A captação, segundo Sandra, não é um setor isolado, mas um movimento coletivo. Quando todos compreendem o propósito e o impacto da missão, captar recursos deixa de ser uma tarefa técnica e se torna uma ação viva e coerente com a identidade institucional.
Ética, tecnologia e o futuro da mobilização
O segundo dia trouxe uma imersão em temas contemporâneos, como o uso da inteligência artificial e a ética na captação. Com Jaques Grinberg, os participantes descobriram o potencial da IA como ferramenta para aprimorar campanhas e fortalecer relacionamentos com doadores. Já Carla da Nóbrega e Ricardo Baboo destacaram que nenhuma inovação é sustentável sem ética, propósito e transparência.
“Aprendi que não existe recurso que valha o risco de perder nossa integridade. A meta não pode ultrapassar o limite do que é ético, e o investimento em captação deve ser justo e transparente”, reforça Sandra.
Na oficina com Carol Zanotti, o aprendizado foi profundo: escrever projetos é advogar por uma causa. Captar recursos é, na verdade, mobilizar pessoas e consciências em torno de uma transformação social concreta.
Relacionamentos que transformam
No terceiro dia, a tônica foi o poder das conexões humanas. Com Thiago Massagardi e Flávia Lang, os participantes refletiram sobre o valor do relacionamento com doadores e parceiros. Captar recursos não é pedir, mas oferecer uma oportunidade de transformação.
“As empresas não doam; elas se conectam com causas que refletem seus valores e compromissos. Por isso, precisamos estar preparados, com uma narrativa clara e contrapartidas bem definidas”, compartilha Sandra.
O dia também trouxe contribuições de Márcio Zepellini, Cássio Aoqui e Danilo Jungers, que enfatizaram a importância da profissionalização e da diversificação de fontes, sempre com base em dados e práticas éticas.
Comunicação que inspira e emociona
Encerrando a imersão, o quarto dia foi dedicado à comunicação estratégica. Especialistas como Amarildo Clemente, Marco Iarussi e Fabiana Dias reforçaram que a emoção é o motor da mudança e que a comunicação precisa estar centrada nas pessoas.
“A comunicação estratégica é, antes de tudo, intencionalidade. É saber o que queremos despertar nas pessoas quando falamos da nossa causa. Muitas vezes falamos da organização, mas não da causa, e o verdadeiro poder está em deixar claro por que existimos”, reflete Sandra.
Uma missão que continua
Ao final da imersão, Sandra Sahd trouxe uma síntese que ecoa o carisma salesiano:
“A captação de recursos, quando feita com propósito, é pastoral, educativa e evangelizadora. É o gesto concreto de tornar viável o sonho de Dom Bosco em nosso tempo.”
Mais do que técnicas e estratégias, a imersão reforçou que o grande diferencial está nas pessoas, na capacidade de sonhar juntos, planejar com seriedade, agir com ética e comunicar com emoção.
Comunicação da Rede Salesiana Brasil