Mulheres que impactaram o mundo
08/03/2023

Mulheres que impactaram o mundo

Mulheres que impactaram o mundo

Anualmente, em 08 de março, comemora-se o Dia Internacional da Mulher. Data esta que faz lembrança não apenas de um fato isolado, como a tragédia de Nova York, mas das décadas de luta das mulheres por igualdade de direitos. Nesse contexto, confira a trajetória de algumas mulheres que mudaram a história do mundo em suas localidades, se tornando exemplo para as próximas gerações:

A TERESA DE CALCUTÁ SALESIANA - NANCY PEREIRA

Imagine um banco que financiasse oportunidades de vida para pessoas em situação de vulnerabilidade social. Foi exatamente isso que a Ir. Nancy Pereira fez em Bangalore, na Índia. Nos anos 70, Ir. Nancy criou um programa de recuperação social e de emancipação cultural que, a partir de 1993, se chamará FIDES (Family Integral Development Education Scheme). Trata-se de uma organização sem fins lucrativos, destinada ao desenvolvimento de famílias nas aldeias e subúrbios de Bangalore, contando com a abertura do programa “Fundo para os pobres”, modelado no esquema de microcrédito. Os clientes deste banco singular deveriam ser os pobres dos subúrbios e vilarejos, os despossuídos que assim teriam a oportunidade de construir uma nova vida para si mesmos. Aqueles que queriam um empréstimo tinham que provar que haviam economizado uma pequena quantia durante um ano e depois deveriam participar de reuniões do grupo de gestão de crédito. A taxa de juros anual era apenas o suficiente para cobrir os custos operacionais.

O projeto “Banco dos Pobres” envolve toda a família e reconhece as necessidades de cada membro. Com o tempo, o FIDES tem facilitado a promoção integral de muitas pessoas, numerosas famílias e até mesmo vilarejos inteiros.

Com sua solidariedade criativa, Ir. Nancy fundou numerosos grupos para a promoção das mulheres SHG (Grupos de Autoajuda) e elaborou vários programas de desenvolvimento: IGP (Incombe Generating Programme) para que os pobres pudessem viver uma existência digna, alcançando a autonomia econômica.

Um dia uma jovem mulher, uma viúva com três filhos, veio à comunidade das Irmãs para pedir alguma comida. Depois que a mulher, junto com seus filhos, comeu, Ir. Nancy lhe disse: “Eu lhe dei o que você precisa, mas lhe ensinarei como ganhá-lo”. Primeiro, ela a acompanha ao jardim da casa, colhendo flores e dividindo-as em vários maços; depois foram à estação onde ela lhe ensina a melhor maneira de vender as flores para os viajantes. “A Indira aprendeu a lição rapidamente. No dia seguinte ela ganhou quatro rúpias [moeda local], no dia seguinte duas vezes mais. Em poucos anos ela conseguiu abrir uma floricultura, que em tempos recentes assumiu as dimensões de um negócio”.

Por suas ações em vida, Ir. Nancy recebeu 5 prêmios internacionais e vário títulos como, por exemplo, o dado pelo Papa Wojtyła de “Empresária dos Pobres”, mas também era conhecido como “Empresária Incansável”, “Heroína dos Intocáveis da Índia”, “Irmã do Banco dos Pobres” ou “Irmã Banqueira”, “Arquiteta de Desenvolvimento da Mulher” e “Madre Teresa do Sul da Índia”. Sua influência na vida das pessoas foi tão forte que mesmo após sua morte, grupos voluntários e jovens formados por ela e pelos Grupos Alcoólicos Anônimos ajudaram a continuar seu trabalho de forma eficiente e frutífera.

ELA FUNDOU A PASTORAL DA CRIANÇA - ZILDA ARNS

Em 1983, a pedido da CNBB, a Dra. Zilda Arns criou a Pastoral da Criança juntamente com Dom Geraldo Majela Agnello, na época, Arcebispo de Londrina. Foi então que desenvolveu a metodologia comunitária de multiplicação do conhecimento e da solidariedade entre as famílias mais pobres, baseando-se no milagre da multiplicação dos dois peixes e cinco pães que saciaram cinco mil pessoas, como narra o Evangelho de São João (Jo 6, 1-15). A educação das mães por líderes comunitários capacitados revelou-se a melhor forma de combater a maior parte das doenças facilmente preveníveis e a marginalidade das crianças. 

Após 30 anos, a Pastoral acompanha mais de 1 milhão de crianças menores de seis anos, 60 mil gestantes e 860 mil famílias pobres, em 3.665 municípios brasileiros. Seus mais de 175 mil voluntários levam fé e vida, em forma de solidariedade e conhecimentos sobre saúde, nutrição, educação e cidadania para as comunidades mais pobres.

Em 2004, a Dra. Zilda Arns recebeu da CNBB outra missão semelhante: fundar, organizar e coordenar a Pastoral da Pessoa Idosa. Mais de 163 mil idosos são acompanhados todos os meses por aproximadamente 19 mil voluntários.

Dra. Zilda Arns Neumann recebeu o título de Cidadã Honorária de 11 estados e 37 municípios brasileiros, 19 prêmios (nacionais e internacionais) e dezenas de homenagens de governos, empresas, universidades e outras instituições, pelo trabalho realizado na Pastoral da Criança.

Pelo seu trabalho na área social, Dra. Zilda Arns recebeu condecorações tais como: Woodrow Wilson, da Woodrow Wilson Fundation (EUA), em 2007; o Opus Prize, da Opus Prize Foundation (EUA), pelo inovador programa de saúde pública que ajuda a milhares de famílias carentes, em 2006; Heroína da Saúde Pública das Américas (OPAS/2002); 1º Prêmio Direitos Humanos (USP/2000); Personalidade Brasileira de Destaque no Trabalho em Prol da Saúde da Criança (Unicef/1988); Prêmio Humanitário (Lions Club Internacional/1997); Prêmio Internacional em Administração Sanitária (OPAS/ 1994); títulos de Doutor Honoris Causa das Universidades: Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Universidade Federal do Paraná, Universidade do Extremo-Sul Catarinense de Criciúma, Universidade Federal de Santa Catarina e Universidade do Sul de Santa Catarina.

A REPÓRTER PIONEIRA - GLÓRIA MARIA

Glória Maria foi a primeira mulher a entrar ao vivo na TV em cores pelo Jornal Nacional, em 1977. Antes disso, já havia sido a primeira repórter a aparecer na TV, uma vez que, antes, os repórteres não apareciam. Em 2007, a jornalista realizou a primeira transmissão em HD da televisão brasileira e seu pioneirismo é reconhecido como inspiração para uma geração de mulheres negras.

Ao longo de cinco décadas de carreira, Glória mostrou mais de 100 países em suas reportagens e protagonizou momentos históricos. Entrevistou chefes de Estado e celebridades como Michael Jackson e Madonna.

Também cobriu a Guerra das Malvinas, em 1982; a invasão da embaixada brasileira do Peru por um grupo terrorista, em 1996; os Jogos Olímpicos de Atlanta, também em 1996; e a Copa do Mundo de 1998, na França.

Na TV Globo deste 1970, passou ainda por Bom Dia Rio, RJTV, Jornal Hoje, Fantástico e Globo Repórter, último programa do qual fez parte.

Glória Maria Matta da Silva nasceu no Rio. Filha do alfaiate Cosme Braga da Silva e da dona de casa Edna Alves Matta, estudou em colégios públicos e sempre se destacou. "Aprendi inglês, francês, latim e vencia todos os concursos de redação da escola", lembrou em entrevista ao Memória Globo.

A jornalista deixa duas filhas: Maria, de 15 anos, e Laura, de 14, adotadas em 2009 e um legado de representatividade e protagonismo, especialmente relacionado às mulheres negras e à luta contra o racismo.

UMA MÃE PARA O INSTITUTO DAS FMA E UMA FUTURA NOVA SANTA PARA O MUNDO - MADRE ROSETTA MARCHESE

O dia 8 de março, no qual se celebra o Dia Internacional da Mulher, marca o aniversário do nascimento ao céu da Serva de Deus Madre Rosetta Marchese (1922 -1984), Superiora Geral do Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora de 1981 a 1984, que, no decorrer da sua vida, suscitou e acompanhou processos de mudança no ambiente em que viveu e trabalhou com fé, sabedoria e paixão educativa.

Naquela época, Ir. Rosetta Marchese organizou uma peregrinação ao Vaticano, para que as jovens da escola e outras jovens pudessem participar da Missa presidida pelo Papa.  Conseguiu convocar 2.000 jovens das casas das FMA de Roma.  Conta-se que permitiu que as meninas posassem em fotos com os Padres Conciliares, ao saírem da Aula Conciliar e passarem pela Praça São Pedro, a fim de tornar as figuras daqueles Pastores mais familiares e próximas.

Criativamente, convidou as alunas da escola a se engajarem em atos de amor e pequenos sacrifícios e a colocarem um grão de trigo para cada um, como sinal do compromisso oferecido pelo Concílio. Os diversos grãos, transformados em farinha, eram então usados ​​para as Hóstias a serem entregues aos Bispos e Cardeais para a Celebração Eucarística.

Com verdadeira paixão apostólica e eclesial promoveu, junto com as irmãs da Comunidade, a escola para catequistas, para formar meninas de mais idade a serem evangelizadoras entre as crianças pobres das paróquias periféricas de Roma. Madre Rosetta favoreceu a colaboração dos leigos e confiou nas adolescentes, acreditando em seu potencial ao bem.  As FMA atingiram assim 30 paróquias e quase 4000 crianças.

Em 1981, acompanhou com coração de mãe o Instituto para celebrar o Centenário da morte de Santa Maria D. Mazzarello, estimulando caminhos de conversão e renovação, amadurecidos pelo conhecimento mais profundo da Cofundadora e também pela graça da entrega, a cada FMA, das Constituições renovadas.  A própria doença e morte se transformaram em fonte de nova fidelidade e empenho de santidade entre as filhas espalhadas pelo mundo.

São estes alguns dos brotos de vida nova que Madre Rosetta soube sustentar, acompanhar e fazer crescer.

Providencial é a coincidência do nascimento ao céu de Madre Rosetta Marchese com o Dia Internacional da Mulher e com o mês dedicado a São José, padroeiro do Instituto. No dia 1° de julho de 2019, o Postulador Geral das Causa dos Santos da Congregação Salesiana, Pe. Pierluigi Cameroni, e a Secretária Geral do Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora (FMA), Ir. Piera Cavaglià, entregaram ao Cardeal Angelo De Donatis, Vigário de Sua Santidade o Papa Francisco, através do Tribunal diocesano do Vicariato de Roma, o pedido oficial (Súpplex libéllus) para que seja aberto o Processo Diocesano sobre a vida, as virtudes heroicas, a fama de santidade e de sinais, da Madre Rosetta Marchese. É o primeiro importante passo para o reconhecimento eclesial da santidade da Madre Rosetta.

O OLHAR FEMININO DO CARISMA SALESIANO - MADRE MAZZARELLO

Madre Mazzarello era uma jovem forte, cheia de vitalidade que de repente se encontra fragilizada, perde as suas forças físicas, o que a deixa impossibilitada de dar continuidade aos trabalhos que realizava no campo.  Porém, o sofrimento, a crise, o amadurecimento espiritual, nesta fase da vida em que se encontrava, permitiu alargar os horizontes da sua existência e da sua missão. Após a superação da enfermidade inicia o caminho em direção a uma intuição educativa, que muda a sua vida de direção. Trilhando os caminhos de Mornese, Madre Mazzarello compartilha com a amiga Petronilla a sua visão em relação ao futuro e aos projetos que Deus inspira no seu coração. Sente-se inspirada a realizar uma missão educativa para as meninas mornesianas, dando a elas oportunidade de desenvolvimento integral e saudável. Essa inspiração nasce de uma voz interior que a interpela: “A ti as confio”. Essa voz interior representa a inspiração de viver uma vocação como educadora e da missão de cuidar das pessoas nas suas diversas dimensões humanas, espirituais, sociais e culturais.

O encontro com Dom Bosco permitiu um caminho de aproximação de realização de um grande projeto de comunhão nas intenções de concretização de um carisma educativo. Madre Mazzarello se empenha em colaborar efetivamente com Dom Bosco na missão de fundação do Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora tornando-se a cofundadora do projeto idealizado por ele e que hoje se espalha pelo mundo em prol dos(as) jovens, com uma predileção especial àqueles(as) que se encontram em situação de vulnerabilidade social.

MAIS QUE A MÃE DE UM SANTO (MAMÃE MARGARIDA)

Margarida Occhiena era uma mulher de grande fé. Deus estava sempre em cima de todos os seus pensamentos e sempre em seus lábios. O amor do Senhor foi tão intenso que formou o coração de uma mãe nela. Educadora sábia e mão solo após a morte do marido, foi capaz de combinar paternidade e maternidade, doçura e firmeza, vigilância e confiança, familiaridade e diálogo, educando seus filhos com amor altruísta, paciente e exigente.

Ouvindo o sonho dos 9 anos do pequeno João Bosco, ela foi a única que pôde lê-lo à luz do Senhor: "Quem sabe se você não deve se tornar um padre". 

Quando, em 1846, Dom Bosco ficou seriamente doente, Margarida foi ajudá-lo, descobrindo o bem que ele fez pela juventude abandonada. Pedida para segui-lo, ela responde: "Se você acredita que esta é a vontade do Senhor, eu estou pronta para vir". A presença de Margarida transforma o oratório em uma família. Durante dez anos, sua vida se confundiu com a de seu filho e com os primórdios da obra salesiana: ela foi a primeira e mais importante cooperadora de Dom Bosco; tornando-se o elemento materno do Sistema Preventivo; ela é, sem saber, uma "cofundadora" da Família Salesiana.

Mamãe Margarida morreu em Turim, atingida por pneumonia, em 25 de novembro de 1856, aos 68 anos. Muitos meninos a acompanham ao cemitério. Por toda sua dedicação aos meninos de Dom Bosco, gerações de Salesianos e Salesianas a chamam até hoje de "Mamãe Margarida".

Fonte: Equipe de Comunicação da Rede Salesiana Brasil, com informações da FIDES Bangalore, Pastoral da Criança, g1.comsalesianos.brsdb.org e cgfmanet.org

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RSB lança vídeo comemorativo pelos 150 anos da Primeira Expedição Missionária Salesiana

A Rede Salesiana Brasil (RSB) lançou um vídeo especial em homenagem aos 150 anos da Primeira Expedição Missionária Salesiana, marco que expressa o ardor evangelizador iniciado por Dom Bosco e que continua a inspirar a missão salesiana no mundo inteiro. A produção apresenta a canção “Sempre Juntos”, composta por Jean Lopes, que resgata, em melodia e poesia, o espírito missionário que move a Família Salesiana desde os sonhos de Valdocco até as diversas presenças educativas e sociais espalhadas pelo Brasil e pelo mundo. A música celebra os primeiros missionários enviados para a Patagônia e relembra o coração que bate forte pela evangelização, sempre guiado por Maria Auxiliadora e pelo Menino Jesus. O vídeo destaca a chama missionária que, há mais de um século, impulsiona jovens, consagrados e leigos a levar esperança, alegria e o amor de Deus onde a presença salesiana se faz necessária. É um convite à comunhão, à gratidão e à renovação do compromisso com a missão. Assista ao vídeo completo: Ficha técnica Composição: Jean Lopes Intérpretes: Pe. Vinicius Ricardo de Paula, Clívia Adriele (Noviça FMA) e Jean Lopes Arranjos: Maestro Toninho Neto Realização: Rede Salesiana Brasil  

O P. Orendain apresenta uma nova perspectiva para a comunicação salesiana

Num passo significativo para o fortalecimento da missão comunicativa da Família Salesiana (FS) em todo o mundo, o P. Fidel Orendain, Conselheiro Geral para a CS, realizou na quinta-feira, 6 de novembro de 2025, um encontro on-line com os Delegados Regionais de Comunicação Social, reunindo Responsáveis de três C ontinentes para definir um novo rumo para o Setor. O encontro virtual conectou os Delegados de Comunicação Social da Região Europa Centro-Norte com seus colegas da Interamérica e da Ásia Leste-Oceânia, criando um fórum verdadeiramente global para o diálogo e o planejamento estratégico. Além de apresentar o novo Conselheiro Geral, a sessão também foi um momento importante para conectar e alinhar as Inspetorias e Regiões. Uma perspectiva que se concretiza O P. Orendain aproveitou da ocasião para compartilhar tanto sua trajetória pessoal quanto o trabalho já realizado nos primeiros meses de seu mandato. Sua apresentação ofereceu aos Delegados uma visão ampla do cenário em transformação e da direção estratégica do Setor de Comunicação Social. O Conselheiro detalhou cuidadosamente as responsabilidades distintas e complementares dos diversos papéis dentro da estrutura do Setor — Delegados Inspetoriais, Coordenadores Regionais e a Sede central em Roma. Essa clareza funcional, observaram os participantes, fornece uma base essencial para uma colaboração mais eficaz no futuro. CG29: um roteiro para a comunicação Um dos pontos centrais da fala do P. Orendain foi a implementação do Capítulo Geral 29, apresentado como particularmente relevante e urgente para a missão comunicativa no atual panorama digital em rápida evolução. Ele explicou como as diretrizes do Capítulo irão influenciar e moldar a evangelização, a formação e a ação pastoral mediante os meios de comunicação. Inspirando-se na visão do Capítulo Geral, o Conselheiro traçou as prioridades estratégicas que guiarão o Setor da Comunicação Social nos próximos três-seis anos. Essas prioridades, destacou, refletem tanto os valores permanentes do carisma salesiano quanto as novas exigências da comunicação contemporânea a serviço dos jovens. Diálogo e discernimento A apresentação estruturada deu espaço a um longo momento de perguntas e diálogo aberto, em que os Delegados puderam interagir diretamente com o Conselheiro Geral sobre temas que iam desde os desafios práticos de implementação de programas até questões mais amplas de evangelização digital e ética da mídia. Os participantes expressaram sincera admiração pela clareza e profundidade da apresentação do P. Orendain, bem como pelo tom inspirador que ele conferiu ao futuro trabalho do Setor. Muitos observaram que o encontro ofereceu não apenas orientações práticas mas também nova motivação para o papel essencial da comunicação na missão salesiana. Um começo promissor Ao término do encontro, os participantes demonstraram um sentimento palpável de otimismo quanto ao caminho a ser seguido. A reunião representou mais que um simples informe administrativo: marcou um empenho pela colaboração autêntica entre Regiões e uma consciência compartilhada de que a comunicação eficaz é indispensável para chegar até aos jovens na era digital. A ênfase do P. Orendain tanto nos fundamentos espirituais da comunicação salesiana quanto nas exigências práticas da Mídia moderna encontrou forte eco entre os participantes, que deixaram o encontro revigorados e preparados para continuar a missão em seus respectivos contextos. O próprio formato digital do encontro demonstrou a adoção consciente das ferramentas tecnológicas para construir comunhão e colaboração – um testemunho vivo da missão que o Setor representa. Sob a guia do P. Orendain, o Setor da CS promete um novo capítulo, lançando bases sólidas para um período de renovada vitalidade e impacto no apostolado comunicativo da FS em todo o mundo. Fonte: Agencia Info Salesiana

COP30: Representantes da Igreja Católica de quatro continentes mostram unidade em torno do cuidado com a Casa Comum

A Igreja promoveu na tarde do dia 12 de novembro, o “Simpósio Internacional – Igreja Católica na COP30” com o objetivo de refletir e dialogar sobre os caminhos da ecologia integral, a justiça climática e a conversão ecológica. O evento foi  realizado durante a Conferência das Partes sobre as Mudanças Climáticas sediada na Amazônia Brasileira, a COP30. O assessor de comunicação da CNBB, padre Arnaldo Rodrigues, coordenou as falas. O objetivo da Articulação Brasileira para a COP30, ao realizar o Simpósio, foi apresentar as perspectivas da Igreja Católica e de seus interlocutores destacando seu compromisso com a justiça climática e a ecologia integral. Um vídeo, no início do Seminário, recuperou o processo de preparação da Igreja Católica para a sua participação na COP30, entre elas as pré0-cops realizadas em todas as cinco macrorregiões brasileiras e a o documento entregue ao Papa Leão XIV com as propostas da Igreja do Sul Global (Ásia, América Latina e Oceania) para o clima. Fotos: Letícia Florêncio – Movimento Laudato Si’ “Crise climática é também uma crise espiritual e moral. Cuidar da criação é parte indissociável do seguimento a Jesus Cristo. No coração do mundo, permanece o Senhor da vida”, reforça um trecho do vídeo. Bênção de Nossa Senhora de Nazaré O seminário iniciou com a bênção de Nossa Senhora de Nazaré, introduzida pelo arcebispo de Belém (PA), dom Júlio Akamini. Que também foi o primeiro a saudar os participantes como anfitrião do encontro na mesa de abertura do evento. Dom Júlio acolheu os participantes no bioma amazônico e na arquidiocese de Belém, casa do Círio de Nazaré. “Nós os acolhemos com muita alegria”, disse. O Núncio Apostólico no Brasil, dom Giambatistta Diquattro, faz sua acolhida lembrando do “saudoso do Papa Francisco e seu providencial magistério”. Francisco nos lembrou insistentemente que a mudança climática não pode ser entendida apenas como uma questão técnica ou econômica, mas como uma abordagem ecológica e social que deve integrar a justiça para ouvir tanto o clamor da terra como o clamor dos pobres. “Toda injustiça contra a terra é também uma injustiça cometida contra o ser humano. Toda ferida infringida à tera torna-se uma ferida do coração humano”, afirmou. Dom Giambatista reforçou o apelo da Exortação Apostólica Laudate Deum que faz um severo aviso: “o mundo em que vivemos está se desmoronando e talvez esteja em se aproximando de um ponto de ruptura”. Humanidade reconciliada com Deus   “A conversão ecológica, segundo nos ensinou o Papa,  não consiste em simplesmente mudar os comportamentos externos, mas renovar o olhar interior e reencontrar em Deus, princípio e sentido da existência. O ser humano não é chamado a explorar a terra, mas para  preservá-la como um administrador sábio dos dons recebidos”, afirmou. Em referência à Querida Amazônia, o núncio expressou a síntese da Doutrina Social da Igreja: “A justiça em relação à terra e ao ser humano é uma única obra de amor. Quando a Igreja vive essa vocação de cuidado do terra, dos pobres e das gerações futuras torna-se sinal de uma humanidade reconciliada com Deus e com a criação”, reforçou O arcebispo de Porto Alegre (RS), presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e do Conselho Episcopal Latino-Americano e Caribenho (Celam), dom Jaime Spengler, afirmou que as soluções para a crise ambiental não pode ser reduzida à ajustes técnicos e financeiros. “Se faz necessário integrar as cosmovisões e práticas dos povos indígenas e ribeirinhos”, disse. “Habitamos o planeta e precisamos de uma conversão sobre o nosso modo de relação com a terra com cuidado e promoção do meio ambiente e da vida. Precisamos colocar o cuidado da vida no centro de nossas decisões. Não podemos fazer média com a cultura da morte, somos chamados a ser sementes de Esperança num mundo novo baseados na ética e fé”, disse. Transição energética e cuidado dos pobres O presidente das conferências episcopais da Ásia, o arcebispo de Goa e Damão, cardeal Felipi Neri, falou do documento apresentado ao Papa Leão XIV: “Documento que estabelece um marco ético e espiritual para a crise climática. As conferências episcopais da Ásia denunciam esse modelo de extrativismo do Norte Global, o capitalismo verde e a lógica de mercado de carbono que deixa a todos vulneráveis”, afirmou. O bispo chamou a atenção para o fato de a Ásia ser uma das regiões mais afetadas pelos efeitos das mudanças climáticas, como as inundações que afetaram países como Bangladesh provocando migrações em massa. “A Ásia é uma das maiores emissoras de carbono e precisa de um processo de transição energética que leve em conta as comunidades locais e os pobres”, afirmou. O ser humano no centro de uma nova economia O presidente do Simpósio das Conferências Episcopais da África e Madagascar (Secam), o cardeal Fridolin Ambongo, de Quinxassa, da República Democrática do Congo, falou sobre o processo de empobrecimento, exploração, roubo e saque pelo qual passou o continente Africano. As nações mais ricas que precisam de minerais e petróleos, segundo ele, agem com urubus nas riquezas da África. “Por causa dos minerais, tem mais de 50 conflitos em nosso continente”, disse.  Segundo ele, o  processo de espoliação do continente vem resultando em desertificação no continente e também em inundações. O cardeal também falou do documento entregue ao Papa que afirma que o ser humano deve ser o centro de uma nova economia. O documento, com dez propostas para um novo desenvolvimento baseado na Ecologia Integral, foi entregue ao Papa Leão XIV está sendo apresentado na COP30. Ilhas submergidas no Pacífico O representante das conferências episcopais da região do pacífico, Ryan Rimenes, presidente da Conferência Episcopal do Pacífico, reforçou que várias catástrofes estão afetando as populações da Oceania. “As ilhas, em nossa região, correm o risco de serem submergidas ainda em nosso tempo. Ele disse que a mineração no fundo do mar também está adicionando outra camada de destruição. Nossas comunidades já sentem os impactos das mudanças climáticas. Tufões e aquecimento do mar são duas ameaças reais também”, afirmou. O cardeal disse que a Igreja na região na região do Pacífico trabalha para encontrar soluções concretas para os problemas tendo a encíclica Laudato Si’ como referência. Ele fez referência ao documento elaborado pelas conferências do Sul Global. “Nós bispos da região do pacífico nos comprometemos a cuidar da nossa de nossa Casa Comum e das Ilhas que são o nosso lar”, disse. Igreja na Europa e a conversão ecológica O  cardeal sérvio Ladislav Nemet, vice-presidente do Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE), afirmou que estão trabalhando para a transformação e conversão ecológica na Europa, continente onde se situam 39 conferências episcopais. “Estamos com uma guerra na Europa (Rússia-Ucrânia) que vem provocando aumento do custo de energia na Europa. Temos muitos problemas também e é necessário encontrar soluções junto ao Sul Global”, disse. Diálogos pela Ecologia Integral   Na sequência à mesa de abertura, foi realizado o painel “Diálogos pela Ecologia Integral”, mediado pelo presidente da Comissão Especial para a Mineração e a Ecologia Integral, dom Vicente de Paula Ferreira. Participaram da mesa, a bispa da Igreja Anglicana do Brasil, Marinez Rosa dos Santos Bassotto, que abordou o tema da “Ecoespiritualidade e missão profética da Igreja na Amazônia”, o arcebispo de Manaus (AM), o cardeal Leonardo Steiner, que aprofundou o tema “Caminhos da Ecologia Integral para a Conversão Ecológica”, o representante da APIB, Kleber Karipuna, que falou sobre “a presença dos povos originários da Amazônia brasileira com suas lutas e perspectivas” , a professora e ecóloga, Ima Vieira, apresentou o diagnóstico científico (evidências e soluções práticas) sobre as mudanças climáticas. Veja a íntegra das falas:   Exposições temáticas e caminhada do Mártires Além disso, durante todo o período da manhã, o Colégio Santa Catarina de Sena foi aberto à comunidade com exposições temáticas, sendo um espaço dedicado à partilha dos frutos do caminho percorrido pela Articulação Igreja Rumo à COP 30 e pelas iniciativas locais da arquidiocese de Belém. Após o simpósio, às 19h, foi realizada a Caminhada pelos Mártires da Casa Comum, com concentração na Praça Santuário de Nazaré. O percurso se encerrou na Basílica de Nossa Senhora de Nazaré, com a celebração eucarística presidida pelo arcebispo de Porto Alegre (RS) e presidente da CNBB, cardeal Jaime Spengler. Fonte: CNBB    

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