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ANS News Vídeo Setembro: Uma janela global sobre o carisma de Dom Bosco e a missão salesiana

Contar a vida salesiana em suas atividades diárias, mostrar de forma clara o trabalho apostólico da Família Salesiana (FS) e engajar o maior número possível de pessoas na missão de Dom Bosco: esses são, em síntese, os propósitos do «ANS News Video» – informativo mensal em vídeo multilíngue, no formato televisivo – disponibilizado, há mais de três anos, pela Agência iNfo Salesiana, a todos os Benfeitores, Apoiadores e Amigos do Mundo Salesiano.

Num ambiente midiático cada vez mais dominado por imagens e vídeos digitais, o ANS News Video oferece uma contribuição modesta, mas relevante, para retratar a realidade vibrante do mais que extenso Movimento de Pessoas, que, em todas as latitudes e contextos globais, se empenham pelo desenvolvimento integral e a salvação dos jovens, buscando proporcionar um toque salesiano ao vasto mar de informações que circula diariamente na web.

Lançado em janeiro de 2022, o ANS News Video vem buscando, em cada um de seus episódios, apresentar uma vitrine multimídia da variada realidade salesiana num espaço de aproximadamente 30 minutos, destacando os eventos mais significativos do mês anterior nas diversas obras e realidades de toda a Congregação — e, mais amplamente – de toda a Família Salesiana.

Dos compromissos oficiais do Reitor-Mor e dos demais membros do Conselho Geral, até aos confins da missão — passando por iniciativas sociais, eventos, conferências, simpósios pedagógicos, notícias missionárias, encontros programáticos... — o ANS News Video é, há mais de 40 meses, um fiel indicador que visa promover o conhecimento e a divulgação das atividades salesianas a partir de uma perspectiva de 360°.

Com uma estrutura modular facilmente identificável e apreciada pelo público, o ANS News Video é produzido mensalmente empregando as mais avançadas tecnologias digitais — incluindo as possibilidades proporcionadas pela IA. Entretanto, o principal elemento para sua realização é o empenho de diversas pessoas que colaboram entre si, muitas vezes à distância, unidas pelo propósito de promover a missão dos Filhos Espirituais de Dom Bosco.

Por esse motivo, o atual Conselheiro Geral de Comunicação Social, P. Fidel Maria Orendain também valoriza tal produto e, em seu recente encontro virtual com os Delegados para a Comunicação Social da Região Ásia Leste-Oceânia, incentivou sua exibição em todas as Comunidades e Obras salesianas, sobretudo em oratórios e atividades educativas para jovens. O objetivo é promover um panorama abrangente da realidade salesiana global e servir como recurso em debates em grupo, criando espaços abertos para que os participantes possam identificar ressonâncias, boas práticas e oportunidades para réplica futura.

Todos os meses, o ANS News Video traz a realidade tangível da missão salesiana para as Casas da Família Salesiana em todo o Mundo. Assim, cada Inspetoria é convidada a promovê-lo, divulgá-lo e colaborar com ele, compartilhando seus eventos mais relevantes.

 

Fonte: ANS e Inspetoria São João Bosco

Rumo à canonização da Irmã Maria Troncatti FMA: Documentário produzido pela Inspetoria do Equador

Se as Inspetorias das Filhas de Maria Auxiliadora da Itália-Lombardia (ILO) e do Peru (PER) produziram inestimáveis ​​subsídios informativos em vista da canonização da Irmã Maria Troncatti, a Inspetoria das FMA do Equador – que teve a graça de acolher e vivenciar a presença materna, missionária e reconciliadora da religiosa – não podia deixar de produzir um documentário breve e fiel, que lhe narrasse a vida e seu apostolado.

O filme mostra a vida e a dedicação missionária da Ir. Maria Troncatti, religiosa do Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora (IFMA), a qual desde 1922 dedicou sua vida ao serviço na Amazônia Equatoriana, acompanhando, com profunda Fé e amor, os colonos da região e o povo indígena ‘Shuar’ (Chuar) levando, não apenas assistência médica e educacional mas também um testemunho vivo do Evangelho.

O vídeo de 20 minutos retrata o poder transformador de suas ações, a manifestação de sua Fé e sua escolha radical em prol dos mais necessitados. Elementos gráficos, fotografias históricas animadas, e diversas cenas, ajudam a reconstituir os momentos mais importantes de sua missão, destacando a sua habilidade em responder à realidade conforme os valores do Evangelho.

O documentário foi lançado na véspera da sua festa litúrgica, 24 de agosto de 2025, na cidade onde ela atuou como missionária, Sucúa, na Prefeitura Municipal, local que guarda a memória da dedicação missionária da Beata salesiana.

A cerimônia contou com a presença das Filhas de Maria Auxiliadora de várias comunidades do país, de Dom Néstor Montesdeoca, Bispo do Vicariato Apostólico de Méndez, e do Dr. Sebastián Rodríguez, Prefeito do Departamento de Sucúa, além de Coirmãos Salesianos, integrantes da Família Salesiana, Autoridades locais, Jovens, Religiosas do Vicariato e Apoiadores da Obra salesiana.

Na ocasião, a Inspetora da UCE, Ir. Lupe Erazo ressaltou que a Ir. Maria Troncatti, nutrida pela graça, tornou-se “uma incansável mensageira do Evangelho, uma especialista em humanidade e uma profunda conhecedora do coração humano”, capaz de converter a oração em ação apostólica e serviço efetivo ao próximo. “Podemos afirmar -disse - que ela vivenciou o «Eu vou!» salesiano, com generosidade, entregando-se de forma incondicional à missão que lhe foi atribuída”.

O breve documentário, diz ainda a Irmã Lupe, “vai além de uma simples coleção de imagens e recordações: é um convite para observar de perto o coração de uma mulher que soube responder à dor com ternura, ao conflito com paz, à adversidade com Fé”.

O filme visa divulgar a vida e o testemunho de uma mulher, da Irmã Maria Troncatti, que, seguindo Cristo pelos moldes de Dom Bosco e de Madre Mazzarello, permanece como um símbolo de Esperança para a Igreja e para a Sociedade contemporânea.

O documentário “Irmã Maria Troncatti, uma vida em missão” pode ser assistido no canal do YouTube das FMA do Equador, disponível em espanhol e italiano.

Para obter mais informações, visite o site criado especialmente para a canonização da Ir. Maria Troncatti: https://www.mariatroncatti.org/ 

 

“Dilexi te”: Papa Leão XIV recorda Dom Bosco em exortação sobre o amor aos pobres

Em sua primeira exortação apostólica, intitulada Dilexi te (“Eu te amei”), o Papa Leão XIV convida toda a Igreja a redescobrir o amor pelos pobres como um caminho de fidelidade ao Evangelho e de renovação da missão cristã. Publicado em 4 de outubro de 2025, o documento retoma o coração da mensagem de Jesus: “tudo o que fizerdes ao menor dos meus irmãos, é a mim que o fazeis”  e propõe que o amor preferencial pelos pobres seja vivido como dimensão constitutiva da fé.

Ao longo do texto, o Papa afirma que amar os pobres não é uma opção opcional, mas parte essencial da identidade cristã: “A fé que não se traduz em amor concreto corre o risco de se tornar palavra vazia”. O Santo Padre reforça que o cuidado com os pobres deve ir além da assistência, buscando transformar estruturas de injustiça, promover dignidade e fazer com que os excluídos sejam protagonistas de sua própria história.

Dom Bosco: o amor educativo que gera dignidade

Entre as referências históricas que ilustram o amor ativo e transformador, o Papa Leão XIV cita São João Bosco, reconhecendo nele um exemplo luminoso de evangelização e serviço aos mais pobres:

“Com o mesmo espírito, na Itália, São João Bosco iniciou a grande obra salesiana, fundamentada sobre os três princípios do método preventivo: razão, religião e amabilidade.”

Ao recordar o fundador dos Salesianos, o Papa destaca o valor da educação como forma de caridade social, expressão concreta de amor que liberta e gera oportunidades. Dom Bosco compreendeu que os jovens pobres e abandonados não precisavam apenas de pão, mas de um projeto de vida, de acompanhamento e esperança. Seu método preventivo, baseado no diálogo, na confiança e na presença amorosa, continua sendo um caminho eficaz para prevenir o mal e promover a dignidade.

Assim como Dilexi te propõe uma “Igreja para os pobres”, Dom Bosco sonhou com uma Igreja dos jovens e dos simples, onde ninguém se sentisse excluído do amor de Deus. Para ele, educar era evangelizar; e evangelizar era amar — especialmente os mais frágeis.

O carisma salesiano em sintonia com o apelo do Papa

O documento do Papa Leão XIV encontra profunda sintonia com o carisma salesiano, cuja missão é “formar bons cristãos e honestos cidadãos”. Ao falar de conversão pastoral e estrutural, o Santo Padre reforça aquilo que move a Rede Salesiana Brasil: a educação integral que transforma vidas, promove justiça e constrói uma sociedade mais fraterna.

A Dilexi te também retoma a Espiritualidade Juvenil Salesiana, ao indicar que o amor deve ser vivido de modo alegre, criativo e encarnado na realidade concreta, uma espiritualidade “Sempre; Alegre; Com Cristo; Na Igreja; Para o mundo; Como Maria”, expressão tão próxima da experiência salesiana de fé e ação.

Um chamado à missão

Acreditamos que, para a Família Salesiana, esta exortação é mais que um documento: é um chamado à coerência entre fé e vida, entre oração e compromisso. O Papa Leão XIV recorda que amar os pobres é amar Cristo, e que toda obra educativa, pastoral ou social deve ser lugar de encontro, justiça e fraternidade.

Assim, o testemunho de Dom Bosco e o apelo do Papa se unem num mesmo horizonte: fazer do amor um projeto educativo e missionário, capaz de transformar realidades e renovar corações.

“Não se pode separar a fé do amor pelos pobres. É ali que a Igreja reencontra o rosto vivo de Cristo.” (Dilexi te, Papa Leão XIV).

Leia a exortação apostólica completa pelo link Dilexi te — Sobre o amor para com os pobres (vatican.va).

Lançamento da 3ª edição do Relatório de Impacto Social da Inspetoria São João Bosco

No dia 7 de outubro, aconteceu o lançamento da 3ª edição do Relatório de Impacto Social da Inspetoria São João Bosco (ISJB).

O evento reuniu cerca de 180 colaboradores das presenças salesianas em Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Goiás, Tocantins e Distrito Federal, promovendo um importante momento de diálogo e reflexão sobre a ação educativa pastoral desenvolvida com crianças, adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade social.

A nova edição do Relatório traz como novidade as editorias:

  • ‍Espaços de incidência e representatividade
  • Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), conectando-se com os princípios do Cuidado com a Casa Comum e da ecologia integral.

    Segundo o Padre Inspetor Natale Vitali, SDB, "Este relatório social quer contribuir para a mudança urgente de proteção à nossa casa comum. Os jovens exigem de nós, adultos, uma mudança; interrogam-se como se pode pretender construir um futuro melhor, sem pensar na crise do meio ambiente e nos sofrimentos dos excluídos."

Neste ano, a Congregação Salesiana celebra o Jubileu Ordinário de 2025, proclamado pelo Papa Francisco sob o lema Spes non confundit (Rm 5,5) – A esperança não engana, além dos 150 anos da Primeira Expedição Missionária Salesiana enviada por Dom Bosco à Argentina.

O Padre Sedney Manja, novo Vigário do Inspetor e Diretor da Casa Inspetorial, reforçou a identidade salesiana destacando o Artigo 6 das Constituições Salesianas, que define a missão como evangelizadora, educativa e a serviço dos mais pobres e excluídos.

Carolina Neves, Gerente da Ação Social da ISJB, enfatizou:
“Tudo o que fazemos, na vida e no trabalho, precisa ser feito com amor e excelência, porque fazemos para Deus e para os jovens, especialmente os mais pobres. Cada relatório, cada número e cada história aqui representada são reflexo de mãos, corações e sonhos a serviço da vida.”

Além de apresentar os principais resultados das ações da ISJB, o Relatório de Impacto Social também busca estreitar o relacionamento com organizações dos setores público, privado e do terceiro setor, fomentando parcerias, projetos e captação de recursos que fortaleçam a missão salesiana.‍

Clique aqui e conheça a 3ª edição do Relatório de Impacto Social da Inspetorial São João Bosco.

A caminho da canonização de Ir. Maria Troncatti: subsídios ajudam a conhecer mais sobre a futura santa salesiana

Em preparação para a canonização da Irmã Maria Troncatti, Filha de Maria Auxiliadora (FMA), que será celebrada no próximo domingo, 19 de outubro de 2025, diversas Inspetorias salesianas pelo mundo têm desenvolvido subsídios formativos para apresentar sua vida e espiritualidade a diferentes públicos.

Reconhecida como missionária incansável e artesã da paz, Ir. Maria Troncatti deixou um testemunho de fé e doação que continua a inspirar a Família Salesiana. Seu lema de canonização, “Mãe de todos, missionária incansável e artesã da paz”, traduz a essência de sua santidade cotidiana, vivida entre os mais simples e marcada pela alegria evangélica.

Na Itália, as jovens Irmãs da Inspetoria Sagrada Família das FMA da Lombardia (ILO), junto com postulantes, noviças e seminaristas, prepararam materiais educativos voltados para crianças, adolescentes e jovens. Os conteúdos, que podem ser usados em encontros de catequese, momentos de oração ou no tradicional bom-dia salesiano, apresentam uma biografia breve da Irmã Troncatti, reflexões sobre sua fé, maternidade espiritual e compromisso com a paz, sempre adaptados à linguagem de cada faixa etária.

Além dos subsídios formativos, destaca-se a produção de uma história em quadrinhos publicada na revista La Fiaccolina, escrita pela jornalista Ylenia Spinelli e ilustrada por Bruno Dolif, com apoio do Pe. Michele Galli, Vice-Reitor do Seminário de Milão.

Na América Latina, a Inspetoria Santa Rosa de Lima (PER), do Peru — terra que acolheu a Irmã Troncatti como missionária — elaborou o programa “A Ir. Maria Troncatti e a Espiritualidade Juvenil Salesiana”. O material, disponível em espanhol, italiano e inglês, foi desenvolvido pelas equipes de Pastoral Juvenil e Missões e oferece sete fichas de reflexão voltadas para oratórios, centros juvenis, grupos vocacionais e comunidades educativas.

Com base na Espiritualidade Juvenil Salesiana (EJS), o itinerário convida os jovens a mergulhar na vida da Ir. Troncatti e a encontrar nela um espelho de fé, alegria e esperança, refletindo sobre como seguir o mesmo caminho: “Sempre; Alegre; Com Cristo; Na Igreja; Para o mundo; Como Maria.”

Esses materiais, frutos do amor e da criatividade da Família Salesiana, têm como objetivo fortalecer a formação integral de crianças e jovens, despertando neles o desejo de viver com generosidade, alegria e fé, assim como fez a Irmã Maria Troncatti — que, inspirada por Dom Bosco e Madre Mazzarello, respondeu com coragem ao chamado de Deus e fez da sua vida um dom.

Mais informações sobre a canonização e os materiais disponíveis podem ser encontradas no site oficial:
👉 www.mariatroncatti.org

Comunicação da Rede Salesiana Brasil com informações da ANS

Papa Leão XIV publica a primeira Exortação Apostólica: “Dilexi te”

Publicada a primeira exortação apostólica de Robert Prevost, um trabalho iniciado por Francisco sobre o tema do serviço aos pobres, em cujo rosto encontramos “o sofrimento dos inocentes”. O Papa denuncia a economia que mata, a falta de equidade, a violência contra as mulheres, a desnutrição, a emergência educacional. Ele faz seu o apelo de Bergoglio pelos migrantes e pede aos fiéis que façam ouvir “uma voz que denuncie”, porque “as estruturas da injustiça devem ser destruídas com a força do bem"

Dilexi te, “Eu te amei”. O amor de Cristo que se encarna no amor aos pobres, entendido como cuidado dos doentes; luta contra a escravidão; defesa das mulheres que sofrem exclusão e violência; direito à educação; acompanhamento aos migrantes; esmola que “é justiça restabelecida, não um gesto de paternalismo”; equidade, cuja falta é “a raiz de todos os males sociais”. Leão XIV assina sua primeira exortação apostólica, Dilexi te, texto em 121 pontos que brota do Evangelho do Filho de Deus que se tornou pobre desde sua entrada no mundo e que relança o Magistério da Igreja sobre os pobres nos últimos cento e cinquenta anos. “Uma verdadeira mina de ensinamentos”.

Seguindo os passos dos seus antecessores

Com este documento assinado a 4 de outubro, festa de São Francisco de Assis, o Pontífice agostiniano segue assim os passos dos seus antecessores: João XXIII com o apelo aos países ricos na Mater et Magistra para que não permaneçam indiferentes perante os países oprimidos pela fome e pela miséria (83); Paulo VI, com a Populorum progressio e o discurso na ONU “como advogado dos povos pobres”; João Paulo II, que consolidou doutrinariamente “a relação preferencial da Igreja com os pobres”; Bento XIV e a Caritas in Veritate, com sua leitura “mais marcadamente política” das crises do terceiro milênio. Por fim, Francisco, que fez do cuidado “pelos pobres” e “com os pobres” um dos pilares do seu pontificado.

Um trabalho iniciado por Francisco e relançado por Leão

Foi o próprio Francisco que, nos meses que antecederam sua morte, iniciou o trabalho sobre a exortação apostólica. Assim como aconteceu com a Lumen Fidei, de Bento XVI, recolhida em 2013 por Jorge Mario Bergoglio, também desta vez é o sucessor que completa a obra, que representa uma continuação da Dilexit Nos, a última encíclica do Papa argentino sobre o Coração de Jesus. Porque é forte a “ligação” entre o amor de Deus e o amor pelos pobres: através deles, Deus “ainda tem algo a nos dizer”, afirma o Papa Leão. E ele retoma o tema da “opção preferencial” pelos pobres, expressão nascida na América Latina (16) não para indicar “um exclusivismo ou uma discriminação em relação a outros grupos”, mas “a ação de Deus” que se move por compaixão pela fraqueza da humanidade.

Os “rostos” da pobreza

São numerosos os pontos para reflexão, numerosas as motivações para a ação na exortação de Robert Francis Prevost, na qual são analisados os “rostos” da pobreza. A pobreza daqueles que “não têm meios de subsistência material”, de “quem é marginalizado socialmente e não possui instrumentos para dar voz à sua dignidade e suas capacidades”; a pobreza “moral”, “espiritual”, “cultural”; a pobreza “de quem não tem direitos, nem lugar, nem liberdade” (9).

Novas formas de pobreza e falta de equidade

Diante desse cenário, o Papa considera “insuficiente” o compromisso de eliminar as causas estruturais da pobreza em sociedades marcadas por “numerosas desigualdades”, pelo surgimento de novas formas de pobreza “mais sutis e perigosas” (10) e por regras econômicas que aumentaram a riqueza, “mas sem equidade”.

A falta de equidade é a raiz dos males sociais (94)

A ditadura de uma economia que mata

“Quando dizem que o mundo moderno reduziu a pobreza, fazem-no medindo-a com critérios doutros tempos não comparáveis à realidade atual”, afirma Leão XIV (13). Deste ponto de vista, ele saúda “com satisfação” o fato de que “as Nações Unidas tenham colocado a erradicação da pobreza como um dos objetivos do Milênio”. No entanto, o caminho é longo, especialmente numa época em que continua a vigorar a “ditadura de uma economia que mata”, em que os ganhos de poucos “crescem exponencialmente”, enquanto os da maioria estão “cada vez mais longe do bem-estar daquela minoria feliz” e em que se difundem “ideologias que defendem a autonomia absoluta dos mercados e a especulação financeira” (92).

Cultura do descarte, liberdade de mercado, pastoral das elites

Tudo isso é sinal de que ainda persiste – “por vezes bem disfarçada” – uma cultura do descarte que “tolera com indiferença que milhões de pessoas morram de fome ou sobrevivam em condições indignas do ser humano” (11). O Papa condena então os “critérios pseudocientíficos” segundo os quais será “a liberdade do mercado” a levar à “solução” do problema da pobreza, bem como a “pastoral das chamadas elites”, segundo a qual “em vez de perder tempo com os pobres, é melhor cuidar dos ricos, dos poderosos e dos profissionais” (114).

Realmente, os direitos humanos não são iguais para todos (94)

Mudar a mentalidade

O que o Papa invoca é, portanto, uma “mudança de mentalidade”, libertando-se antes de tudo da “ilusão de uma felicidade que deriva de uma vida confortável”. Isso leva muitas pessoas a uma visão da existência centrada na riqueza e no sucesso “a todo custo”, mesmo em detrimento dos outros e por meio de “sistemas político-econômicos injustos” (11).

A dignidade de cada pessoa humana deve ser respeitada já agora, não só amanhã (92)

Em cada migrante rejeitado está Cristo batendo à porta

Leão XIV dedica um amplo espaço ao tema das migrações. Para ilustrar suas palavras, ele usa a imagem do pequeno Alan Kurdi, o menino sírio de 3 anos que se tornou, em 2015, símbolo da crise europeia dos migrantes com a foto de seu corpinho sem vida em uma praia. “Infelizmente, à parte de alguma momentânea comoção, acontecimentos semelhantes estão a tornar-se cada vez mais irrelevantes, como notícias secundárias” (11), constata o Pontífice.

Ao mesmo tempo, ele lembra a obra secular da Igreja em favor daqueles que são forçados a abandonar suas terras, expressa em centros de acolhimento, missões de fronteira, esforços da Caritas Internacional e outras instituições (75).

A Igreja, como mãe, caminha com os que caminham. Onde o mundo vê ameaça, ela vê filhos; onde se erguem muros, ela constrói pontes. Pois sabe que o Evangelho só é crível quando se traduz em gestos de proximidade e de acolhimento; e que em cada migrante rejeitado, é o próprio Cristo que bate às portas da comunidade (75)

Ainda sobre o tema das migrações, Robert Prevost faz seus os famosos “quatro verbos” do Papa Francisco: “Acolher, proteger, promover e integrar”. E do Papa Francisco ele também toma emprestada a definição dos pobres não apenas como objeto de nossa compaixão, mas como “mestres do Evangelho”.

Servir aos pobres não é um gesto a ser feito “de cima para baixo”, mas um encontro entre iguais... A Igreja, portanto, quando se curva para cuidar dos pobres, assume sua postura mais elevada (79)

Mulheres vítimas de violência e exclusão

O Sucessor de Pedro olha então para a atualidade marcada por milhares de pessoas que morrem todos os dias “por causas relacionadas com a desnutrição” (12). “Duplamente pobres”, acrescenta, são “as mulheres que padecem situações de exclusão, maus-tratos e violência, porque frequentemente têm menos possibilidades de defender os seus direitos” (12).

“Os pobres não existem por acaso...”

O Papa Leão XIV traça uma reflexão profunda sobre as causas da pobreza: “Os pobres não existem por acaso ou por um cego e amargo destino. Muito menos a pobreza é uma escolha, para a maioria deles. No entanto, ainda há quem ouse afirmá-lo, demonstrando cegueira e crueldade”, sublinha (14). “Obviamente, entre os pobres há também aqueles que não querem trabalhar”, mas há também muitos homens e mulheres que, por exemplo, recolhem papelão de manhã à noite apenas para “sobreviver” e nunca para “melhorar” a vida. Em suma, lê-se em um dos pontos centrais da Dilexi te, não se pode dizer “que a maioria dos pobres estão nessa situação porque não obtiveram méritos, de acordo com a falsa visão da meritocracia, segundo a qual parece que só têm méritos aqueles que tiveram sucesso na vida” (14).

Ideologias e orientações políticas

Em muitas ocasiões, observa o Papa Leão, são os próprios cristãos que se deixam “contagiar por atitudes marcadas por ideologias mundanas ou por orientações políticas e econômicas que levam a injustas generalizações e conclusões enganosas” (15).

Há quem continue a dizer: “O nosso dever é rezar e ensinar a verdadeira doutrina”. Mas, desvinculando este aspecto religioso da promoção integral, acrescentam que só o Governo deveria cuidar deles, ou que seria melhor deixá-los na miséria, ensinando-lhes antes a trabalhar (114)

A esmola frequentemente desprezada

Sintoma dessa mentalidade é o fato de que o exercício da caridade às vezes é “desprezado ou ridicularizado, como se fosse uma fixação somente de alguns e não o núcleo incandescente da missão eclesial” (15). O Papa detém-se longamente na esmola, raramente praticada e frequentemente desprezada (115).

Como cristãos, não renunciemos à esmola. Um gesto que pode ser feito de várias maneiras, e podemos tentar fazer da forma mais eficaz, mas que deve ser feito. E será sempre melhor fazer alguma coisa do que não fazer nada. Em todo o caso, tocar-nos-á o coração. Não será a solução para a pobreza no mundo, que deve ser procurada com inteligência, tenacidade e compromisso social. Mas precisamos praticar a esmola para tocar a carne sofredora dos pobres (119)

Indiferença por parte dos cristãos

Na mesma linha, o Papa destaca “a falta ou mesmo a ausência de compromisso” com a defesa e a promoção dos mais desfavorecidos em alguns grupos cristãos (112). Se uma comunidade da Igreja não coopera para a inclusão de todos, adverte ele, “correrá também o risco da sua dissolução, mesmo que fale de temas sociais ou critique os Governos. Facilmente acabará submersa pelo mundanismo espiritual, dissimulado em práticas religiosas, reuniões infecundas ou discursos vazios” (113).

Há que afirmar sem rodeios que existe um vínculo indissolúvel entre a nossa fé e os pobres (36)

O testemunho dos santos, beatos e ordens religiosas

Para contrabalançar essa atitude de indiferença, há um mundo de santos, beatos e missionários que, ao longo dos séculos, encarnaram a imagem de “uma Igreja pobre e para os pobres” (35). De Francisco de Assis e seu gesto de abraçar um leproso (7) a Madre Teresa, ícone universal da caridade dedicada aos moribundos da Índia “com uma ternura que era oração” (77). E ainda São Lourenço, São Justino, Santo Ambrósio, São João Crisóstomo, seu Santo Agostinho, que afirmava:

“Aquele que diz amar a Deus e não se compadece dos necessitados, mente” (45).

Leão ainda lembra o trabalho dos Camilianos pelos doentes (49), das congregações femininas em hospitais e casas de repouso (51). Ele lembra o acolhimento nos mosteiros beneditinos a viúvas, crianças abandonadas, peregrinos e mendigos (55). E lembra também os franciscanos, dominicanos, carmelitas e agostinianos que iniciaram “uma revolução evangélica” através de um “estilo de vida simples e pobre” (63), juntamente com os trinitários e mercedários que, lutando pela libertação dos prisioneiros, expressaram o amor de “um Deus que liberta não só da escravidão espiritual, mas também da opressão concreta” (60).

A tradição destas Ordens não cessou. Pelo contrário, inspirou novas formas de ação diante das escravidões modernas: o tráfico de pessoas, o trabalho forçado, a exploração sexual, as diversas formas de dependência. A caridade cristã, quando encarnada, torna-se libertadora (61)

O direito à educação

O Pontífice recorda também o exemplo de São José de Calasanz, que fundou a primeira escola popular gratuita da Europa (69), para salientar a importância da educação dos pobres: “Não é um favor, mas um dever”.

Os pequenos têm direito à sabedoria, como exigência básica do reconhecimento da dignidade humana (72)

A luta dos movimentos populares

Na exortação, o Papa também menciona a luta contra os “efeitos destrutivos do império do dinheiro” por parte dos movimentos populares, conduzidos por líderes “colocados muitas vezes sob suspeita e até perseguidos” (80). Eles, escreve, “convidam a superar aquela ideia das políticas sociais concebidas como uma política para os pobres, mas nunca com os pobres, nunca dos pobres” (81).

Uma voz que desperte e denuncie

Nas últimas páginas do documento, Leão XIV apela a todo o Povo de Deus para “fazer ouvir, ainda que de maneiras diferentes, uma voz que desperte, denuncie e se exponha mesmo correndo o risco de parecer estúpidos”.

As estruturas de injustiça devem ser reconhecidas e destruídas com a força do bem, através da mudança de mentalidades e também, com a ajuda da ciência e da técnica, através do desenvolvimento de políticas eficazes na transformação da sociedade (97)

Os pobres, não um problema social, mas o centro da Igreja

É necessário que “todos nos deixemos evangelizar pelos pobres”, exorta o Papa (102). “O cristão não pode considerar os pobres apenas como um problema social: eles são uma questão familiar. Pertencem aos nossos”. Portanto, “a relação com eles não pode ser reduzida a uma atividade ou departamento da Igreja” (104).

Fonte: Vatican News

 

Jubileu da Vida Consagrada: Um carisma que se renova

No Jubileu da Vida Consagrada, num clima de sinodalidade e como Família Salesiana, desejamos compartilhar, de forma sintética, o nosso caminho formativo para nos dar a conhecer, enriquecer mutuamente e crescer juntos na sociedade e na Igreja.

    Créditos: Instituto Filhas de Maria Auxiliadora – FMA

    Com gratidão e espírito de família, apresentamos alguns aspectos que caracterizam a vida da Filha de Maria Auxiliadora, sempre em caminho. Na esperança de ver crescer a herança carismática que Dom Bosco e Madre Mazzarello nos deixaram, olhamos para o futuro, formando as novas gerações de FMA por meio de um programa de formação sólido e significativo.

     

    Quem são as filhas de Maria Auxiliadora?

    “A FMA, inserida na Igreja local, atenta às pessoas e aos desafios do território, combina o seu constante contato criativo com a juventude, testemunhando a sua identidade de mulher consagrada educadora, habitada pelo mistério de Deus, em contínua escuta da sua voz para aprender d’Ele a verdadeira sabedoria da vida.”

    Somos, portanto, mulheres que seguem os passos de Jesus, o Bom Pastor, comprometidas com a salvação dos jovens (Jo 10,11). O amor de Cristo nos impulsiona.

    A contemplação e a acolhida do seu amor em nossa vida nos impulsionam a manifestá-lo aos jovens, a parte mais frágil da humanidade.

    Procuramos ser «sinais e expressão do Amor preveniente do Pai» (C 1)1 . Seguimos Cristo à maneira de São João Bosco e de Santa Maria Domingas Mazzarello.

     

    Uma vida consagrada à missão educativa

    Somos um Instituto com uma espiritualidade harmoniosa, que integra a vida ativa e contemplativa. Não se trata de uma vida monástica complementada por uma atividade apostólica, mas de uma vida apostólica impregnada de contemplação. Este é o caminho de santidade das FMA: mulher consagrada, educadora, discípula missionária. Consagração e missão são duas dimensões inseparáveis ​​que se nutrem mutuamente na unidade vocacional.

    Somos chamadas a tornar perceptível a presença de Jesus Bom Pastor e a solicitude materna de Maria, que cuida de cada um dos seus filhos e filhas, no estilo do Sistema Preventivo.

    As crianças e os jovens são o coração da nossa missão. Com o amor preferencial de Dom Bosco e Maria Domingas Mazzarello, dedicamo-nos aos jovens mais pobres, ou seja, àqueles que, por diversas razões, têm menos possibilidades de sucesso na vida e são, portanto, mais frágeis.

    Realizamos nossa missão na unidade do nosso carisma e na pluralidade das situações socioculturais, com aquele espírito de adaptação, audácia e criatividade que impulsionava Dom Bosco a ir sempre ao encontro dos jovens.

    A originalidade da pastoral juvenil salesiana está bem expressa na fórmula: “Evangelizar educando, e educar evangelizando”.

    Essa pastoral realiza-se em todos os tipos de presença salesiana: internatos, lares familiares, escolas, oratórios, centros juvenis, centros de reinserção para jovens de rua, presenças nas periferias urbanas, universidades.

     

    Jovens candidatas à vida consagrada como FMA

    Nossas comunidades estão abertas às meninas e às jovens que desejam conhecer mais de perto a vida religiosa salesiana. Podem passar alguns dias nas comunidades das FMA, participando livremente da vida de oração e da missão da comunidade que as acolhe. Uma Irmã estará presente para reler, com elas, a experiência vivida e ajudá-las a esclarecer melhor o desejo do seguimento a Cristo.

    Também é possível optar por dedicar um ano inteiro ao discernimento vocacional em uma das comunidades religiosas das FMA. Basta entrar em contato com as Irmãs da comunidade mais próxima para acompanhar e ajudar a esclarecer o que a jovem candidata sente.

    Créditos: Instituto Filhas de Maria Auxiliadora – FMA

    Muitas vezes, ao conversar com uma jovem, pode perceber que carrega dentro de si uma vocação que retorna insistentemente, mesmo que ainda não tenha a certeza de que se trata de uma vocação para a vida salesiana. Ou, talvez, sinta atraída a seguir Cristo e se pergunte se o carisma educativo de Dom Bosco e Madre Mazzarello é o caminho certo para ela.

    Não hesite. Como dizia Dom Bosco: “Basta-me que sejas jovem para que eu te ame tanto”. Cada um tem uma missão nesta terra: basta reconhecê-la, comprometer-se a cultivá-la e fazê-la amadurecer por meio de um caminho de formação.

     

    A formação implementada pelas Filhas de Maria Auxiliadora

    “A formação é um dos melhores investimentos de uma família religiosa: dela dependem a vitalidade carismática dos seus membros, a fecundidade das vocações e a eficácia da missão.”

    O processo formativo oferecido pelas Filhas de Maria Auxiliadora visa uma transformação profunda, progressiva e integral da pessoa até que ela se conforme à imagem do Filho de Deus (C 77). Esse processo abrange todas as dimensões da pessoa ao longo da vida e a orienta em direção à integração e unificação pessoal.

    Nesse dinâmico caminho formativo, deixamo-nos conduzir pelo Espírito Santo (C 79), que continua a ser o principal protagonista da formação.

    “O que caracteriza a formação de uma FMA é a fidelidade à experiência carismática específica, dada pelo Espírito Santo a Dom Bosco e a Madre Mazzarello, para enriquecer a Igreja e a sociedade, alcançando muitas crianças, adolescentes e jovens por meio da educação evangelizadora”2.

    A formação é dividida em duas partes principais: formação permanente e formação inicial.

    A formação permanente

    A formação permanente desempenha um papel fundamental, pois representa um caminho contínuo que acompanha toda a vida da pessoa, promovendo o crescimento constante numa perspectiva humana e cristã. É um caminho que dura a vida toda e serve para formar o coração para que aprenda a nutrir-se dos mesmos sentimentos de Jesus, adotando em seu próprio agir os seus critérios, suas escolhas e intenções. 

    Em geral, o objetivo da formação é tornar a FMA docibilis, ou seja, aberta à escuta e disponível à orientação do Espírito Santo, capaz de acolher o ensinamento e crescer na vida cristã e comunitária; isto é, colocar-se à disposição para aprender com a vida, com cada situação e com cada relação humana, com as atividades ordinárias e extraordinárias, com o discernimento, com a ascese, com o estudo, com o apostolado, com a vida comunitária, etc. É por meio dessa formação permanente que ocorre a formação inicial.  

    Processo da formação inicial

    O percurso de cada etapa complementa-se mutuamente, razão pela qual as formadoras devem dialogar e colaborar estreitamente entre si. “O tempo que precede a profissão perpétua lança as bases para aquele crescimento dinâmico da identidade de Filha de Maria Auxiliadora, que deve continuar ao longo de toda a vida” (C 83).

    As Constituições do Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora reconhecem quatro etapas de formação antes da emissão dos votos perpétuos: o período de discernimento e orientação – aspirantado, o postulado, o noviciado e o juniorato, que se realizam de forma sucessiva e complementar (cf. C 83).

     O período de discernimento e orientação 

    Durante o aspirantado, é proposto às jovens um caminho de discernimento e orientação da sua vocação; elas podem viver esse período em comunidade por vários meses. “É um tempo de discernimento para poderem responder livremente e com maior clareza à própria vocação” (C 86-87). Nesta fase, a jovem procura descobrir se é chamada à vida religiosa salesiana, vivendo junto com as irmãs uma vida fraterna, a oração pessoal e comunitária e a partilha da missão.

    Na comunidade, em particular a irmã responsável por esta etapa, acompanha, com paciência e oração, as jovens, respeitando o ritmo de cada uma para aprofundar, antes de tudo, a fé católica, o seu papel na Igreja e na sociedade, sobretudo na missão educativa. Este período também é uma oportunidade para conhecer bem a jovem e ajudá-la a descobrir a paixão educativa de Dom Bosco e de Maria Domenica Mazzarello.

    Ao final desse percurso, se o chamado para se doar a Deus entre as irmãs salesianas persistir, a jovem pode pedir para iniciar a etapa seguinte, a fim de continuar o caminho de formação e consolidar sua vida em torno de Cristo, seguindo os passos de Dom Bosco e Maria Mazzarello.

    O postulado

    Esta etapa visa aprofundar as experiências vividas no período de discernimento e orientação. As jovens são incentivadas a aprofundar, com maior intensidade, sua experiência de fé por meio de uma participação mais intensa na vida sacramental, na oração, na docilidade nos confrontos com a responsável pela formação e na participação corresponsável na vida comunitária e na missão.

    Para favorecer uma plena assimilação do carisma salesiano, desperta-se, nas jovens e em toda a comunidade, o entusiasmo por conhecer melhor a família salesiana, os fundadores e a história do Instituto, com o objetivo de cultivar uma fidelidade consciente à própria vocação e à paixão educativa que a inspira.

    A experiência vocacional assume um caráter mais profundo e um tom mais explicitamente carismático. O postulantado prepara diretamente para a etapa do noviciado (C88). As postulantes participam de oito dias de exercícios espirituais antes de iniciar o noviciado.

    O noviciado

    Para admitir a jovem ao noviciado, é necessário verificar se ela possui as disposições necessárias para viver a vocação de FMA. É dada especial atenção a alguns requisitos fundamentais para a vida consagrada no Instituto: uma mentalidade de fé, disponibilidade para a obediência, compromisso corresponsável na vida comunitária e abertura à doação de si mesma às jovens e aos jovens, especialmente os mais pobres.

    Créditos: Instituto Filhas de Maria Auxiliadora – FMA

    “O noviciado é o período da verdadeira iniciação à vida religiosa. Por meio do contato com a Palavra de Deus, do estudo e da assimilação vital das Constituições, do compromisso diário com a ascese e da integração entre trabalho e oração, a noviça aprofunda as exigências do seguimento de Cristo na vocação salesiana” (C 90).

    Esta etapa é de grande importância para o futuro do Instituto, pois, sob a orientação da Mestra e da comunidade formativa, a jovem é iniciada na vida religiosa salesiana, aprendendo o que significa viver como Filha de Maria Auxiliadora (FMA) no seguimento de Jesus, segundo a identidade carismática delineada nas Constituições.

    “Para ser admitida à profissão religiosa, a noviça deve ter compreendido a natureza e o valor da mesma e possuir a maturidade necessária para decidir, com vontade livre e sincera, doar-se ao Senhor, assumindo com responsabilidade os compromissos próprios da vocação de Filha de Maria Auxiliadora” (C 94).

    O juniorato

    O juniorato corresponde a todo o período dos votos temporâneos. É um tempo formativo de grande importância para o crescimento vocacional e para a preparação para a profissão perpétua” (C 96).

    Recomenda-se que “o juniorato se realize em uma comunidade que ofereça a possibilidade de experiências válidas de vida salesiana” (C 97).

    Nas comunidades, as junioristas são acompanhadas para integrar harmoniosamente os compromissos pastorais, comunitários e de estudo, a fim de adquirir a competência profissional necessária para a missão e aprofundar constantemente o carisma salesiano. A jovem FMA com outras irmãs, participa com humildade e serenidade das atividades comunitárias, colocando à disposição seus dons e oferecendo-se ao Senhor, na alegria de pertencer a Ele e compartilhando o ardor do Da mihi animas, cetera tolle.

    A profissão perpétua representa o ato mais decisivo e maduro do itinerário formativo da FMA, porque implica um compromisso de vida radical e irrevogável. Ela orienta todas as escolhas futuras, selando-as numa doação alegre e total de si a Cristo Esposo, na integração n’Ele de todas as dimensões da própria existência, unificadas na única paixão por Deus e pelos jovens.

    A comunidade, lugar por excelência da formação

    A formação inicial realiza-se de modo sinodal numa comunidade, lugar privilegiado de formação pelo seu clima familiar e testemunho evangélico: […] isto exige que cada irmã membro da comunidade sinta-se responsável pelo clima comunitário favorável ao crescimento vocacional e viva numa atitude de acolhida, de diálogo e de doação apostólica (C 82).

    O testemunho de cada uma enriquece o caminho formativo, tornando-o mais autêntico e encarnado. Juntas, de fato, vivemos a alegria de pertencer a Jesus como FMA e juntas tendemos, às vezes com esforço, mas sempre com convicção, à santidade no estilo salesiano. Para Madre Mazzarello, a formação não é, antes de tudo, uma transmissão de conteúdos, mas a partilha de uma experiência de vida.

    Ir. Nilza Fátima de Moraes
    Conselheira para a Formação Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora.

    1-Costituzioni e Regolamenti dell’Istituto delle Figlie Di Maria Ausiliatrice – Constituições e Regulamentos do Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora.
    2- Ivi 211.

    CNBB lança cartaz da Campanha da Fraternidade 2026 com foco na moradia digna

    A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançou nesta quinta-feira, 7 de agosto, a identidade visual da Campanha da Fraternidade (CF) 2026. Com o tema “Fraternidade e Moradia” e o lema bíblico “Ele veio morar entre nós” (Jo 1,14), a iniciativa busca despertar a consciência sobre o direito à moradia digna como expressão concreta da fé cristã.

    O assessor do Setor de Campanhas da CNBB, padre Jean Poul Hansen, explicou que a escolha do tema foi motivada por um pedido da Pastoral da Moradia e Favela e acolhida pelo Conselho Episcopal Pastoral da CNBB (Consep). O lema, segundo ele, ilumina teologicamente o debate, a partir do mistério da encarnação.

    “Deus veio morar entre nós, e isso fundamenta a dimensão social da nossa fé. A Campanha da Fraternidade nos convida a construir aqui, entre nós, sinais do Reino de Deus, promovendo dignidade, especialmente nas realidades onde ela é negada”, afirmou.

    Segundo o padre Jean, o Brasil enfrenta um déficit habitacional de 6 milhões de moradias, somado a um déficit qualitativo de 26 milhões de residências inadequadas – sem saneamento básico, com espaços superlotados ou estruturas precárias. “Essa realidade clama por conversão social e ações concretas que garantam um lar digno a todos”, pontuou.

    A mensagem do cartaz

    A imagem escolhida para representar visualmente a Campanha foi desenvolvida pela Assessoria de Comunicação da CNBB e traz elementos simbólicos que provocam reflexão. No centro, destaca-se a escultura “Cristo sem-teto”, criada por um artista católico canadense em 2012, Timothy Schmalz, após a experiência de ver um homem em situação de rua dormindo em um banco de parque, em Toronto.

    Pe. Jean Poul Hansen, secretário executivo de Campanhas da CNBB

    A escultura, que tem réplicas em diversas cidades do mundo – inclusive no Brasil – mostra um homem coberto por um cobertor, com o rosto e as mãos escondidos, mas com os pés feridos, revelando ser Jesus. Há um espaço vazio no banco, convidando quem vê a se aproximar.

    “A mensagem é clara: é preciso se aproximar para reconhecer o Cristo presente nas periferias e entre os empobrecidos. Deus habita nossas cidades, mas muitas vezes está escondido nos que mais sofrem”, explicou padre Jean.

    O fundo do cartaz exibe a silhueta de uma cidade dividida por duas cores contrastantes – marrom e laranja – representando os paradoxos urbanos e sociais. Ao centro, uma igreja com uma cruz simboliza a presença da fé nesse contexto, chamada a ser sinal de esperança e transformação.

    “O cartaz quer nos provocar à conversão: mudar o olhar, reconhecer o Cristo no irmão sem moradia, e assumir um compromisso pessoal, comunitário e social com a dignidade humana”, completou o assessor.

    A Campanha da Fraternidade é realizada anualmente pela Igreja no Brasil durante a Quaresma, como caminho de conversão, solidariedade e compromisso social. Em 2026, ao voltar-se para a realidade da moradia, a Igreja convida todos a construir uma sociedade mais justa, onde ninguém seja excluído do direito de “morar com dignidade”. Seu gesto concreto, a Coleta Nacional da Solidariedade, acontecerá no dia 29 de março.

    Clique (aqui) e faça o download do cartaz da CF 2026.

    Confira a entrevista com o padre Jean Poul:

     

    Fonte: CNBB

     

    Começa o Jubileu da Vida Consagrada: muitos encontros para todos e uma bela contribuição da Família Salesiana

    Começa hoje, 8 de outubro de 2025, o Jubileu da Vida Consagrada, evento tão aguardado e um dos mais desejados de todo o Ano Jubilar. Até o próximo domingo, 12 de outubro, Roma receberá mais de 16.000 Peregrinos, entre os quais Religiosos e Religiosas, Monges e Contemplativos, integrantes de Institutos seculares, Membros da ‘Ordo Virginum’, Eremitas e Participantes das “Novas Formas” de Vida Consagrada (VC). Participarão do Jubileu aproximadamente 100 países, com as maiores delegações provenientes de Itália, Polônia, França, Espanha, Alemanha, Portugal, Croácia, Estados Unidos, Canadá, Brasil, Argentina, México, Colômbia, El Salvador, Filipinas, Índia, Coreia do Sul, Indonésia, Nigéria e Congo.

    O evento do Jubileu começará com alguns eventos abertos ao público: peregrinações às Portas Santas, entre 13h e 17h (UTC+2), que todos poderão experimentar de forma pessoal. Em seguida, às 19h, haverá uma Vigília de Oração na Basílica de São Pedro, presidida pelo Cardeal Ángel Fernández Artime SDB, Pró-Prefeito do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, além de Reitor-Mor Emérito da Congregação Salesiana.

    Em seguida, quinta-feira, 9 de outubro, às 10h30, será realizada Missa na Praça de São Pedro, presidida pelo Papa Leão XIV.

    A partir de quinta-feira à tarde, o Dicastério para os Institutos de VC e as Sociedades de Vida Apostólica (DIVCSVA) promoverá uma série de iniciativas para os 4.000 peregrinos credenciados para esses eventos.

    Das 15h às 17h30, haverá encontros de reflexão divididos por forma de VC: na Sala Paulo VI, os Institutos religiosos; na Universidade Urbaniana, os Institutos contemplativos; na Universidade Santa Cruz, os Institutos seculares; na Sala Nova do Sínodo, as Mulheres consagradas do Ordo virginum; na Sala da Cúria Geral dos Jesuítas, as "Novas Formas" de VC; na sede da União Internacional dos Superiores Gerais (UISG), as Sociedades de Vida Apostólica.

    Outro evento ao qual todos são convidados é ‘Diálogos com a Cidade’, que ocorrerá na noite de 9 de outubro, onde a FS terá um papel de destaque. A iniciativa, de fato, chamada sob o lema “Notas de Vida”, incluirá momentos de encontro entre pessoas consagradas e cidadãos em várias praças de Roma: na Piazza dei Mirti o encontro sobre o tema “Empenho pelos 'últimos' - Ouvir o grito dos pobres”; na Praça Vittorio Emanuele o encontro “Fraternidade universal - Solidariedade”; e na Praça Don Bosco o encontro “Cuidado e guarda da criação - Proteção do ambiente”, em que noviços salesianos e noviças das Filhas de Maria Auxiliadora, com professos perpétuos e consagrados de outras Famílias religiosas, animarão espetáculos artísticos, momentos de oração e reflexões sobre a contribuição da Vida Consagrada ao cuidado da Casa Comum.

    Um dos eventos programados é um momento de oração em diversos pontos da cidade na noite de sexta-feira, dia 10, das 20h às 21h. Os consagrados liderarão a oração em diferentes idiomas em cinco igrejas da URBE: em italiano na igreja de Santa Maria in Via; em inglês na igreja de San Silvestro; em francês na igreja de San Luigi dei Francesi; em português na igreja de Sant'Andrea della Valle; e em espanhol na Basílica de Santa Maria Sopra Minerva.

    No sábado, 11, às 8h, haverá um encontro na Sala Paulo VI sobre o tema “Paz”, para participantes credenciados, enquanto à noite, das 19h às 21h, haverá um momento de Oração para todos, na Basílica de São Paulo Fora dos Muros, com a passagem pela Porta Santa.

    Por fim, no domingo, os peregrinos participarão da Missa presidida por Leão XIV na Praça de São Pedro para o Jubileu da Espiritualidade Mariana.

    Fonte: Agência Info Salesiana

    Rumo à canonização da Irmã Maria Troncatti FMA: o milagre que abre o caminho à canonização

    Se a Irmã Maria Troncatti, Filha de Maria Auxiliadora (FMA), vai ser canonizada dentro de dois domingos, em 19 de outubro de 2025, juntamente com vários outros Bem-Aventurados, ou Beatos, isto se deve não só à sua docilidade à ação do Espírito Santo ao longo de sua vida mas também ao reconhecimento da natureza sobrenatural da cura do chuar (‘shuar’) Juwà Bosco — um fato extraordinário que testemunha o valor da oração e da confiança em Deus. Foi o milagre que abriu caminho para sua canonização.

    O milagre é um evento extraordinário que testemunha o valor da invocação e da confiança em Deus, Fonte de todo dom e graça por intercessão dos seus Servos.

    No dia 2 de fevereiro de 2015 às 10h00, enquanto o Sr. Juwa, do povo ‘Shuar’ (chuar), da comunidade de Nunkui Nunka (Equador), agricultor e carpinteiro de profissão, está a trabalhar na floresta amazônica para afiar a lâmina da máquina, um pedaço da lixadeira quebra-se e um grande fragmento de pedra atinge a parte direita da cabeça, provocando uma profunda fratura do crânio com a perda de matéria cerebral.

    É socorrido pelo filho e dois sócios e, em seguida, por uma Enfermeira assistente, do Centro de saúde de Nunkui Nunka, que informa o Hospital Taisha a providenciar o envio de uma ambulância aérea. Improvisa-se uma maca e, depois de ter atravessado o rio Macuma em canoa, chega-se meia hora depois à pista de Yasnunka.

    Juwa está em condições gravíssimas. Com a ambulância chega ao Hospital de Macas onde, após os primeiros socorros, o encaminham ao Hospital de Ambato. Chega ali pelas 17h30. Descobriu-se que tinha um “traumatismo cranioencefálico aberto com exposição do tecido cerebral, em Glasgow 6T sobre 15”. O neurocirurgião ressalta que a situação é muito grave, com sério perigo de vida.

    Após a operação, Juwa é levado para a terapia intensiva: tem uma hemiplagia e ausência de fala. No dia 18 de fevereiro recebeu alta e foi transportado a uma casa alugada em Macas. Os cunhados, ainda antes da intervenção, o haviam confiado à intercessão da Bem-Aventurada Maria Troncatti, na Comunidade educativa das Filhas de Maria Auxiliadora, de Tuutin Entza, cidade natal de Juwa.

    Além disso, no quarto em Macas, na frente da cama de Juwa, colocam um grande quadro da Beata e o animam a confiar-se a ela, que tanto havia trabalhado pelo povo chuar. A família também é incentivada a pedir à Irmã Troncatti pela recuperação de Juwa. Não é efetuada nenhuma reabilitação.

    Na noite entre o final de março e o início de abril de 2015, Juwa sonha com a Irmã Maria Troncatti que o assegura da sua recuperação, prometendo-lhe que na manhã seguinte ele já poderia falar e caminhar. A Beata pergunta onde dói e com uma pomada lhe massageia o pescoço e a perna esquerda. Assegura-lhe que no dia seguinte ele voltaria a caminhar; depois, pergunta-lhe por que não falava...? E, com um toque na boca, diz-lhe que no dia seguinte ele não só caminharia; também falaria.

    Pergunta se ele tem uma carapaça de tartaruga, pois quer colocá-la onde falta o osso da cabeça (no lado direito do crânio, há uma área deprimida de 12 cm de diâmetro e 5 cm de profundidade); mas Juwa não tinha. Além disso, pede-lhe contas acerca de um quadro com a Sua imagem que, ao mudar de casa, havia sido dobrado e guardado em caixa de papelão. Convida-o a recolocar a imagem na frente da cama e... se despede.

    Ao acordar, o Sr. Juwa teve logo a sensação de estar curado. A perna não lhe doía mais. Com sinais, pediu à esposa para ajudá-lo a caminhar. Também começou a dizer alguma...  palavra.

    Depois do sonho, experimenta uma inesperada mudança em suas condições. Da sua radical reviravolta são testemunhas os familiares e quem vai fazer-lhe visita. Recupera primeiro a palavra e depois os movimentos. No dia 5 de abril de 2015, com a ajuda do cunhado, dirigiu-se à Catedral da Puríssima, de Macas; mas para lá volta - sozinho - no dia 6 de julho de 2015 - para participar da Eucaristia.

    O médico que o operou fica maravilhado, pois lhe diz que vê diante de si um morto ressuscitado. De fato, ele o revê em 2017 e o encontra perfeitamente curado.

    A Beata Maria Troncatti, através do milagre obtido de Deus por sua intercessão, confirma a sua vocação de “madrecita” (mãezinha), de missionária do povo chuar, ao qual dedicou toda a sua vida.

    vídeo da entrevista com Juwà Bosco, em espanholestá disponível aqui.

    Para mais informações, acesse o site criado especialmente para a canonização da Ir. Maria Troncatti: https://www.mariatroncatti.org/ 

    Fonte: Agência Info Salesiana

    Comitê de Comunicação da RSB realiza peregrinação jubilar em Manaus

    Os integrantes do Comitê de Comunicação da Rede Salesiana Brasil estiveram em Manaus (AM) onde puderam realizar uma peregrinação, conforme proposta pela Igreja neste ano jubilar. A peregrinação aconteceu na manhã da quinta-feira (25/09) e integrou as celebrações do Jubileu 2025 refletindo o tema “Peregrinos da Esperança”.

    Além dos 10 integrantes do Comitê de Comunicação, a peregrinação em Manaus também contou com a participação de 10 jovens que integram a Pastoral da Comunicação na presença salesiana de Belém. Eles estiveram em Manaus também para participarem do MUTICOM no final de semana.

    Caminho de fé e conversão

    A peregrinação começou no Santuário de São José Operário. O reitor e pároco, P. Francisco Lima (Chicão) fez a motivação e bênção inicial ainda no presbitério da Igreja. P. João Carlos foi o primeiro a carregar a Cruz Jubilar na saída pelas ruas da capital amazonense.

    O trajeto, de aproximadamente três quilômetros, foi marcado por momentos de oração, escuta da Palavra e meditação. Os participantes refletiram sobre o sentido da peregrinação como experiência de conversão e mudança de vida, lembrando que caminhar é também transformar-se. A inspiração bíblica veio da trajetória de Abraão e da viagem de Jesus a Jerusalém, símbolos de confiança e entrega ao chamado de Deus.

    Paradas de oração e espiritualidade salesiana

    Durante a caminhada, feita com cânticos e com a récita do Santo Terço, foram feitas três paradas de oração. A primeira destacou Maria como portadora da esperança. A segunda recordou Dom Bosco e Madre Mazzarello, convidando os salesianos a redescobrirem sua missão evangelizadora. A terceira valorizou o protagonismo juvenil e o papel dos leigos como expressão viva do carisma salesiano.

    Apesar de acontecer nas primeiras horas da manhã, o centro comercial de Manaus já estava movimentado. Mesmo assim, a população tratou com respeito e devoção a passagem dos peregrinos em oração, acompanhando a cruz.

    Chegada à Porta Santa da Catedral

    Ao chegarem à Catedral Metropolitana, os peregrinos passaram pela Porta Santa, recordando as palavras do Evangelho de João: “Eu sou a porta: se alguém entrar através de mim, ele será salvo”. A passagem simbolizou a reconciliação, a comunhão e a paz que a caminhada jubilar deseja renovar na Igreja.

    Bênção e envio

    Na conclusão, os peregrinos rezaram a oração do Ano Jubilar, pedindo a graça de cultivar a esperança e anunciar o Evangelho com gestos de fraternidade e cuidado com a criação. Junto ao presbitério da catedral, foram colocadas as intenções para os destinatários da Graça da Indulgência Plenária, concedida aos peregrinos que passam pela Porta Santa do Ano Jubilar. A bênção final marcou o envio dos comunicadores salesianos como testemunhas de fé, unidos no compromisso de anunciar Cristo com esperança e criatividade.

    Euclides Fernandes da MSMT

     

    Comitê de Comunicação da Rede Salesiana Brasil reflete sobre Amazônia e comunicação no Muticom

    O Comitê de Comunicação da Rede Salesiana Brasil participou do 14º Mutirão Brasileiro de Comunicação (Muticom), realizado em Manaus entre 25 e 28 de setembro de 2025. O encontro reuniu comunicadores de todas as regiões do país e aprofundou o tema “Comunicação e Ecologia Integral: Transformação e Sustentabilidade Justa”

    O encontro com a Amazônia e a comunicação

    Para Eduardo Schmitz, delegado de Comunicação da Inspetoria Salesiana de Porto Alegre, a experiência trouxe novos olhares para a missão salesiana. “É impossível vir até Manaus e vir só para o evento. A gente acaba fazendo uma experiência também com o entorno do evento e conhecendo as realidades. Isso serve como um revigorar da nossa caminhada na comunicação.” Ele acrescentou que contemplar a floresta e os rios também se torna forma de oração e fortalece o compromisso de levar a comunicação para além das fronteiras da Igreja, conectando-a com os debates da sociedade. “Através da contemplação, da criação, e aqui é um local muito propício pra isso, principalmente quando a gente se depara com a grandiosidade da floresta, dos rios, e tudo isso serve pra gente como um revigorar da nossa caminhada na comunicação, na nossa comissão, de família salesiana nas nossas inspetorias, e claro, trabalhando especificamente a temática da comunicação, é oportunidade pra gente ter novos olhares, como a própria proposta do Muticom sugere, não olhar pra dentro da igreja ou não olhar pra dentro dos nossos processos de comunicação, mas olhar pra fora também, é o que o mundo fala sobre a comunicação eclesial, como a comunicação eclesial pode se inserir nos temas da atualidade. Especificamente aqui tratando sobre a situação da ecologia integral".

    Comunicação que mobiliza

    Igor Gomes da Silva, gerente de Comunicação e Marketing da Inspetoria São João Bosco, enfatizou a centralidade da comunicação diante da crise socioambiental. “A comunicação tem papel central nesse processo: conscientiza, mobiliza e inspira boas práticas de sustentabilidade. Quando orientada pela ecologia integral, ela se torna instrumento de transformação e de justiça socioambiental.” Ele defendeu que a comunicação precisa ser estratégica e comprometida, pois seu alcance pode gerar mudanças concretas no modo como a sociedade cuida da casa comum.

    Sustentabilidade como pauta permanente

    Cícero Albuquerque, delegado de Comunicação da Inspetoria Madre Mazzarello, afirmou que o Muticom reforçou a necessidade de tratar o tema de forma estrutural. “Sustentabilidade tem que estar estruturalmente em todas as nossas ações, nossas atividades.” Para ele, os salesianos precisam assumir esse debate não apenas como pauta de evento, mas como dimensão formativa presente em todos os espaços educativos e pastorais. “Um assunto que a gente tem que trazer para o centro das nossas discussões e levar isso para um caráter tanto formativo quanto informativo nas nossas presenças.”

    Amazônia em sua grandeza

    A Irmã Luzinete Freitas, coordenadora de Comunicação da Inspetoria Nossa Senhora da Amazônia, destacou o aprendizado proporcionado por pesquisadores e jornalistas que conhecem a realidade local. “A mídia aberta trabalha a Amazônia com muita ficção, e o 14º mutirão traz realmente em profundidade a realidade amazônica.” Ela observou também que a riqueza do bioma, comparada a um continente dentro do Brasil, desafia os comunicadores a traduzirem sua complexidade sem cair em simplificações. “Acho que o grande ganho para os jornalistas, que são muitos do restante do Brasil, e para qualquer outro participante, é o contato sobre a veracidade dos fatos, porque a mídia aberta, publica muito mito sobre a Amazônia, trabalha a Amazônia com muita ficção, e o 14º MUTICOM traz realmente, em profundidade, a realidade amazônica".

    Superação de estereótipos

    O padre Francisco Lima, de Manaus, refletiu sobre o contato dos comunicadores de outras regiões com a realidade amazônica. “Levar uma imagem diferenciada, não caricata, mas real com os valores que nós temos aqui, com dificuldades e fragilidades, isso é a primeira coisa.” Ele ressaltou ainda que o Muticom favoreceu o encontro de culturas, permitindo aos participantes perceberem a Amazônia não apenas como patrimônio brasileiro, mas também como bem de relevância global. “Eu acredito que esse contato com a Amazônia passa por diversos níveis de experiência. O primeiro nível é aquele básico, que é o fato de ter se deslocado do próprio lugar e vir até Manaus. A gente já tem contato com pessoas de outras culturas, outras linguagens, outras paisagens, outras expressões comunicacionais também. Depois do próprio evento, ele nos trouxe uma série de temáticas, sejam elas de reflexão, de estudo, de aprofundamento, mas também de experiências que nos ajudam a compreender e a olhar um pouco mais a Amazônia a partir de outras perspectivas para que a gente”.

    Impacto de novas narrativas

    A Irmã Maike Loés, delegada de Comunicação da Inspetoria Nossa Senhora Aparecida, relatou que um dos momentos mais marcantes foi o testemunho de um jovem indígena. “O testemunho de um jovem pataxó no mundo digital, unindo a vida na aldeia e a cultura do seu povo, foi muito grandioso”. Ela afirmou que a experiência provocou os salesianos a se abrirem para novas linguagens e a repensarem a comunicação em diálogo com realidades diversas. “Eu estou extremamente impactada e eu vejo assim o quanto ainda nós salesianos e salesianas precisamos nos abrir e crescer nessa dimensão amazônica que é a proteção da vida, do cuidado, da casa comum, começando pelo cuidado com as pessoas".

    Caminho em sinergia

    Pedro Barreto Elias, da Inspetoria de São Paulo, destacou a importância da unidade entre comunicadores salesianos. “Eu sempre acho que todo mundo sai com várias ideias, com várias reflexões, e também esse pensamento unificado que a gente tem muitas vezes sobre a comunicação salesiana, ajuda a gente a caminhar em sinergia.” Para ele, o encontro foi oportunidade de partilha de ideias e reflexões, mas também de confronto com novas realidades. “A temática é essencial: a reflexão sobre a casa comum, sobre como a gente cuida de tudo, como a gente dialoga com isso e principalmente como que a gente comunica sobre isso é muito importante. Acho que na sociedade a gente está numa disputa de narrativas e isso tem afetado várias pautas importantes porque muitas vezes na defesa de um posicionamento fixo a gente acaba até esquecendo de colocar algumas coisas importantes, alguns detalhes, algumas questões que são muito importantes para a formação das pessoas sobre a discussão, então isso também faz toda a diferença”.

    Ecologia integral como tema comum

    A Irmã Antônia Kelly Gaioso, coordenadora de Comunicação da Inspetoria Maria Auxiliadora, do Nordeste, afirmou que a ecologia integral atravessa todos os territórios, mesmo em contextos distintos. “Cada região do Brasil tem sua peculiaridade quando busca vivenciar essa ecologia integral. Não é que tem tanta diferença, mas existem pontos que são incomuns, tanto para o lado positivo como pontos que são comuns para aquilo que a gente deve crescer dentro da comunicação”. Ela observou que o desafio da comunicação está em traduzir as lutas locais sem perder de vista a dimensão universal da sustentabilidade. "Para nós, como Igreja, a comunicação não é apenas informação, mas também evangelização. Diante do que vivemos hoje, precisamos refletir sobre o que de fato comunicamos e se isso corresponde ao que evangelizamos. Para mim, este momento representa um repensar da comunicação, de nossas práticas e das mensagens que transmitimos".

    Preces compromisso: oração e decisão

    Na celebração de encerramento, os comunicadores assumiram compromissos em forma de oração. Inspirados no Cântico das Criaturas, eles agradeceram pelas dádivas da natureza e pediram força para transformar a comunicação em instrumento de cuidado. As preces trouxeram uma promessa: “Protegeremos a terra e não a depredaremos; semearemos a beleza, e não a poluição nem a destruição.” Os participantes se comprometeram a anunciar a paz, resgatar os abandonados, denunciar sistemas que sacrificam pobres e defender a vida em todas as suas expressões

    Comunicação que testemunha

    A mensagem final do Muticom reforçou que comunicar sobre a criação é também questão de fé. “Num mundo onde os mais frágeis são os primeiros a sofrer os efeitos devastadores das mudanças climáticas, do desmatamento e da poluição, cuidar da criação torna-se uma questão de fé e de humanidade”

    O Muticom deixou aos comunicadores salesianos a tarefa de fazer da comunicação não apenas instrumento de evangelização, mas também de conscientização sobre a importância de que cada um seja um agente de defesa da casa comum.

    Euclides Fernandes

     

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