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Delegação do Dom Bosco Green participa do “Simpósio Internacional - Igreja Católica na COP30”, em Belém

A Igreja Católica promoveu, na tarde do dia 12 de novembro, o “Simpósio Internacional – Igreja Católica na COP30”, que reuniu aproximadamente 500 lideranças de diferentes regiões do Brasil e do mundo, com o objetivo de refletir e dialogar sobre os caminhos da ecologia integral, a justiça climática e a conversão ecológica.

O evento foi realizado durante a Conferência das Partes sobre as Mudanças Climáticas (COP30), sediada na Amazônia brasileira. Ele integrou o itinerário de reflexões promovido pela Igreja Católica, chamado Pré-COP, que percorreu as cinco macrorregiões do Brasil, onde diferentes interlocutores refletiram e dialogaram sobre o compromisso com a justiça climática e a ecologia integral.

O simpósio teve início com a bênção de Nossa Senhora de Nazaré, conduzida pelo arcebispo de Belém (PA), Dom Júlio Akamine, que também foi o primeiro a saudar os participantes, atuando como anfitrião do encontro na mesa de abertura.

A mesa contou com a participação de Dom Giambattista Diquattro (Núncio Apostólico no Brasil), Dom Jaime Spengler (presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB), Cardeal Filipe Neri (presidente das Conferências Episcopais da Ásia), Cardeal Fridolin Ambongo (presidente do Simpósio das Conferências Episcopais da África e Madagáscar – SECAM), Cardeal Ryan Rimenes (presidente da Conferência Episcopal do Pacífico) e Cardeal Ladislav Nemet (vice-presidente do Conselho das Conferências Episcopais da Europa – CCEE).
Durante a mesa, os participantes refletiram sobre temas como “Transição energética e cuidado dos pobres”, “O ser humano no centro de uma nova economia”, “Ilhas submersas no Pacífico” e “Igreja na Europa e a conversão ecológica”.

Na sequência da abertura, foi realizado o painel “Diálogos pela Ecologia Integral”, mediado por Dom Vicente de Paula Ferreira, presidente da Comissão Especial para a Mineração e a Ecologia Integral. Participaram da mesa:

  • Marinez Rosa dos Santos Bassotto, bispa da Igreja Anglicana do Brasil, que abordou o tema “Ecoespiritualidade e missão profética da Igreja na Amazônia”;
  • Cardeal Leonardo Steiner, arcebispo de Manaus (AM), que aprofundou o tema “Caminhos da Ecologia Integral para a Conversão Ecológica”;
  • Kleber Karipuna, representante da APIB, que falou sobre “A presença dos povos originários da Amazônia brasileira com suas lutas e perspectivas”;
  • e a professora e ecóloga Ima Vieira, que apresentou um diagnóstico científico sobre as mudanças climáticas, com evidências e soluções práticas.

Representando a Inspetoria São João Bosco (ISJB) na delegação da Dom Bosco Green na COP 30 , Camila de Paula destacou a importância do simpósio e dos demais momentos de diálogo que vêm acontecendo durante a COP30.
Segundo ela, “nesses dias estamos sendo convidados a ampliar nossa percepção sobre a crise climática, especialmente em relação aos efeitos provocados pela forma como habitamos o planeta Terra e nos relacionamos com toda a criação”.

Após esse momento de reflexão e diálogo, os participantes realizaram uma procissão em memória dos mártires que lutaram pela defesa dos povos originários e da vida no bioma amazônico, em direção à Basílica de Nossa Senhora de Nazaré.

O evento foi concluído com a Celebração Eucarística presidida pelo Cardeal Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre e presidente da CNBB e do Conselho Episcopal Latino-Americano e do Caribe (CELAM). Em sua homilia, Dom Jaime convidou à conversão interior, diante da crescente crise ambiental e humana que afeta o planeta.

 

 

2º Encontro On-line de Boas Práticas Comunicacionais e Produção Cultural destaca a força da comunicação salesiana em rede

Na manhã desta quarta-feira, 12 de novembro, a Rede Salesiana Brasil promoveu o 2º Encontro On-line de Boas Práticas Comunicacionais e Produção Cultural, reunindo comunicadores, educadores e colaboradores de diversas presenças salesianas do país. O encontro, foi marcado pelo espírito de comunhão, partilha de experiências e fortalecimento da missão comunicacional que sustenta a presença salesiana no ambiente digital e cultural.

A abertura foi conduzida pela Ir. Kelly Gaioso, Coordenadora de Comunicação da Inspetoria Maria Auxiliadora, que animou o grupo com uma acolhida fraterna e lembrou que comunicar, no carisma salesiano, é sempre um gesto de proximidade, esperança e serviço educativo. A comunicação, em suas palavras, continua sendo “um lugar de missão”.

Podcasts que evangelizam e conectam

O encontro apresentou iniciativas inspiradoras que mostram a criatividade e a atualidade da comunicação salesiana.

O Pe. Antônio João do Nascimento Neto, SDB, da Inspetoria Salesiana do Nordeste, compartilhou o processo de criação, produção e objetivo pastoral do podcast “Vamos Juntos”, que busca dialogar com jovens e educadores a partir de temas formativos e espirituais.

Clique e acesse aqui o link do podcast "Vamos Juntos".  

Na sequência, representantes das rádios parceiras apresentaram o podcast “Minuto Salesiano em Rede”, um projeto colaborativo que integra diversas emissoras ligadas ao carisma:

  • Marcos Mariano, Coordenador das Rádios Parceiras - Rádio AMA
  • Wilson Firmo, Diretor da Rádio Amanhecer Online - Rádio AMA
  • Jamil Feitosa, Coordenador de RH - FM Dom Bosco de Fortaleza/CE
  • Francisco Mário, Gerente – FM Padre Cícero (Juazeiro/CE)
  • Thais Cândido, Jornalista – FM Padre Cícero (Juazeiro/CE)
  • Angélica Novais, Analista de Comunicação - Escritório da RSB

O grupo apresentou os bastidores da produção, a metodologia de trabalho em rede e os impactos positivos da iniciativa, que já se tornou um espaço de formação e informação salesiana no ambiente radiofônico.

Acesse aqui o "Minuto Salesiano em Rede".  

A Inspetoria São João Bosco trouxe ao encontro a experiência do Estúdio da Pastoral Juvenil Salesiana (PJS) e do “Boa Noite Podcast”, mostrando como os jovens e as equipes de comunicação estão protagonizando novos formatos de evangelização.

Albanusa Costa, Analista de Comunicação da PJS contextualizou a origem da iniciativa de criar um estúdio de gravação da PJS, bem como o objetivo do “Boa Noite Podcast” e o processo de definição de pautas.

A proposta demonstra como o ambiente digital pode ser um verdadeiro “pátio”, onde a linguagem, o estilo e a presença comunicativa se moldam ao universo juvenil, sem perder a profundidade da espiritualidade salesiana.

Acesse aqui o “Boa Noite Podcast”.

Caminho de rede, avaliação e próximos passos

Ao longo do encontro, os participantes registram feedback e sugestões, reforçando o compromisso com a construção colaborativa e transparente das ações comunicacionais da RSB.

A diversidade das experiências apresentadas confirma que a comunicação salesiana permanece viva, dinâmica e missionária, um espaço de evangelização, cultura, diálogo e criatividade, fiel ao espírito de Dom Bosco e de Madre Mazzarello.

 

Comunicação da Rede Salesiana Brasil

MENSAGEM DO SANTO PADRE LEÃO XIV PARA O IX DIA MUNDIAL DOS POBRES

MENSAGEM DO SANTO PADRE LEÃO XIV
PARA O IX DIA MUNDIAL DOS POBRES

XXXIII Domingo do Tempo Comum
16 de novembro de 2025

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Tu és a minha esperança (cf. Sl 71,5)

1. «Tu és a minha esperança, ó Senhor Deus» (Sl 71,5). Essas palavras emanam de um coração oprimido por graves dificuldades: «Fizeste-me sofrer grandes males e aflições mortais» (v. 20), diz o Salmista. Apesar disso, o seu espírito está aberto e confiante, porque firme na fé reconhece o amparo de Deus e o professa: «És o meu rochedo e a minha fortaleza» (v. 3). Daí deriva a confiança inabalável de que a esperança n’Ele não decepciona: «Em ti, Senhor, me refugio, jamais serei confundido» (v. 1).

No meio das provações da vida, a esperança é animada pela firme e encorajadora certeza do amor de Deus, derramado nos corações pelo Espírito Santo. Por isso, ela não decepciona (cf. Rm 5, 5) e São Paulo pode escrever a Timóteo: «Pois se nós trabalhamos e lutamos, é porque pomos a nossa esperança no Deus vivo» (1 Tm 4, 10). O Deus vivo é, verdadeiramente, o «Deus da esperança» (Rm 15, 13), que em Cristo, pela sua morte e ressurreição, se tornou a «nossa esperança» (1 Tm 1, 1). Não podemos esquecer que fomos salvos nesta esperança, na qual precisamos permanecer enraizados.

2. O pobre pode tornar-se testemunha de uma esperança forte e confiável, precisamente porque professada numa condição de vida precária, feita de privações, fragilidade e marginalização. Ele não conta com as seguranças do poder e do ter; pelo contrário, sofre-as e, muitas vezes, é vítima delas. A sua esperança só pode repousar noutro lugar. Reconhecendo que Deus é a nossa primeira e única esperança, também nós fazemos a passagem entre as esperanças que passam e a esperança que permanece. As riquezas são relativizadas perante o desejo de ter Deus como companheiro de caminho porque se descobre o verdadeiro tesouro de que realmente precisamos. Ressoam claras e fortes as palavras com que o Senhor Jesus exortou os seus discípulos: «Não acumuleis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem os corroem e os ladrões arrombam os muros, a fim de os roubar. Acumulai tesouros no Céu, onde a traça e a ferrugem não corroem e onde os ladrões não arrombam nem furtam» (Mt 6, 19-20).

3. A pobreza mais grave é não conhecer a Deus. Recordou-nos isso o Papa Francisco quando escreveu na Evangelii gaudium: «A pior discriminação que sofrem os pobres é a falta de cuidado espiritual. A imensa maioria dos pobres possui uma especial abertura à fé; tem necessidade de Deus e não podemos deixar de lhe oferecer a sua amizade, a sua bênção, a sua Palavra, a celebração dos Sacramentos e a proposta dum caminho de crescimento e amadurecimento na fé» (n. 200). Há aqui uma consciência fundamental e totalmente original sobre como encontrar em Deus o próprio tesouro. Realmente, insiste o apóstolo João: «Se alguém disser: “Eu amo a Deus”, mas tiver ódio ao seu irmão, esse é um mentiroso; pois aquele que não ama o seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê» (1 Jo 4, 20).

É uma regra da fé e um segredo da esperança: embora importantes, todos os bens desta terra, as realidades materiais, os prazeres do mundo ou o bem-estar económico não são suficientes para fazer o coração feliz. Frequentemente, as riquezas iludem e conduzem a situações dramáticas de pobreza, sendo a primeira dessas ilusões pensar que não precisamos de Deus e conduzir a nossa vida independentemente d’Ele. Vêm-me à mente as palavras de Santo Agostinho: «Seja Deus todo motivo de presumires. Sente necessidade d’Ele para que Ele te cumule. Tudo o que possuíres fora d’Ele é imensamente vazio» (Enarr. in Ps. 85,3).

4. A esperança cristã, à qual a Palavra de Deus remete, é certeza no caminho da vida, porque não depende da força humana, mas da promessa de Deus, que é sempre fiel. Por isso, desde os primórdios, os cristãos quiseram identificar a esperança com o símbolo da âncora, que oferece estabilidade e segurança. A esperança cristã é como uma âncora, que fixa o nosso coração na promessa do Senhor Jesus, que nos salvou com a sua morte e ressurreição e que retornará novamente no meio de nós. Esta esperança continua a indicar como verdadeiro horizonte da vida os «novos céus» e a «nova terra» (2 Pe 3, 13), onde a existência de todas as criaturas encontrará o seu sentido autêntico, visto que a nossa verdadeira pátria está nos céus (cf. Fl 3, 20).

Consequentemente, a cidade de Deus compromete-nos com as cidades dos homens, que, desde agora, devem começar a assemelhar-se àquela. A esperança, sustentada pelo amor de Deus derramado nos nossos corações pelo Espírito Santo (cf. Rm 5, 5), transforma o coração humano em terra fértil, onde pode germinar a caridade para a vida do mundo. A Tradição da Igreja reafirma constantemente esta circularidade entre as três virtudes teologais: fé, esperança e caridade. A esperança nasce da fé, que a alimenta e sustenta, sobre o fundamento da caridade, que é a mãe de todas as virtudes. E precisamos de caridade hoje, agora. Não é uma promessa, mas uma realidade para a qual olhamos com alegria e responsabilidade: envolve-nos, orientando as nossas decisões para o bem comum. Em vez disso, quem carece de caridade não só carece de fé e esperança, mas tira a esperança ao seu próximo.

5. O convite bíblico à esperança traz consigo o dever de assumir, sem demora, responsabilidades coerentes na história. Com efeito, a caridade é «o maior mandamento social» (Catecismo da Igreja Católica, 1889). A pobreza tem causas estruturais que devem ser enfrentadas e eliminadas. À medida que isso acontece, todos somos chamados a criar novos sinais de esperança que testemunhem a caridade cristã, como fizeram, em todas as épocas, muitos santos e santas. Os hospitais e as escolas, por exemplo, são instituições criadas para expressar o acolhimento aos mais fracos e marginalizados. Eles deveriam fazer parte das políticas públicas de todos os países, mas as guerras e as desigualdades frequentemente ainda o impedem. Hoje, cada vez mais, as casas-família, as comunidades para menores, os centros de acolhimento e escuta, as refeições para os pobres, os dormitórios e as escolas populares tornam-se sinais de esperança: são tantos sinais, muitas vezes ocultos, aos quais talvez não prestemos atenção, mas que são muito importantes para se desvencilhar da indiferença e provocar o empenho nas diversas formas de voluntariado!

Os pobres não são um passatempo para a Igreja, mas sim os irmãos e irmãs mais amados, porque cada um deles, com a sua existência e também com as palavras e a sabedoria que trazem consigo, levam-nos a tocar com as mãos a verdade do Evangelho. Por isso, o Dia Mundial dos Pobres pretende recordar às nossas comunidades que os pobres estão no centro de toda a ação pastoral. Não só na sua dimensão caritativa, mas igualmente naquilo que a Igreja celebra e anuncia. Através das suas vozes, das suas histórias, dos seus rostos, Deus assumiu a sua pobreza para nos tornar ricos. Todas as formas de pobreza, sem excluir nenhuma, são um apelo a viver concretamente o Evangelho e a oferecer sinais eficazes de esperança.

6. Este é o convite que emerge da celebração do Jubileu. Não é por acaso que o Dia Mundial dos Pobres seja celebrado no final deste ano de graça. Quando a Porta Santa for fechada, deveremos conservar e transmitir os dons divinos que foram derramados nas nossas mãos ao longo de um ano inteiro de oração, conversão e testemunho. Os pobres não são objetos da nossa pastoral, mas sujeitos criativos que nos estimulam a encontrar sempre novas formas de viver o Evangelho hoje. Diante da sucessão de novas ondas de empobrecimento, corre-se o risco de se habituar e resignar-se. Todos os dias, encontramos pessoas pobres ou empobrecidas e, às vezes, pode acontecer que sejamos nós mesmos a possuir menos, a perder o que antes nos parecia seguro: uma casa, comida suficiente para o dia, acesso a cuidados de saúde, um bom nível de educação e informação, liberdade religiosa e de expressão.

Promovendo o bem comum, a nossa responsabilidade social tem o seu fundamento no gesto criador de Deus, que dá a todos os bens da terra: assim como estes, também os frutos do trabalho do homem devem ser igualmente acessíveis. Com efeito, ajudar os pobres é uma questão de justiça, muito antes de ser uma questão de caridade. Como observa Santo Agostinho: «Damos pão a quem tem fome, mas seria muito melhor que ninguém passasse fome e não precisássemos ser generosos para com ninguém. Damos roupas a quem está nu, mas Deus queira que todos estejam vestidos e que ninguém passe necessidades sobre isto» (Comentário à 1 Jo, VIII, 5).

Desejo, portanto, que este Ano Jubilar possa incentivar o desenvolvimento de políticas de combate às antigas e novas formas de pobreza, além de novas iniciativas de apoio e ajuda aos mais pobres entre os pobres. Trabalho, educação, habitação e saúde são condições para uma segurança que jamais se alcançará com armas. Congratulo-me com as iniciativas já existentes e com o empenho que é manifestado diariamente a nível internacional por um grande número de homens e mulheres de boa vontade.

Confiemos em Maria Santíssima, Consoladora dos aflitos, e com Ela entoemos um canto de esperança, fazendo nossas as palavras do Te Deum: «In Te, Domine, speravi, non confundar in aeternum – Em Vós espero, Meu Deus, não serei confundido eternamente».

Vaticano, 13 de junho de 2025, memória de Santo António de Lisboa, Patrono dos pobres

LEÃO PP. XIV

Acesse a imagem original aqui

Copyright © Dicastério para a Comunicação - Libreria Editrice Vaticana

O P. Orendain apresenta uma nova perspectiva para a comunicação salesiana

Num passo significativo para o fortalecimento da missão comunicativa da Família Salesiana (FS) em todo o mundo, o P. Fidel Orendain, Conselheiro Geral para a CS, realizou na quinta-feira, 6 de novembro de 2025, um encontro on-line com os Delegados Regionais de Comunicação Social, reunindo Responsáveis de três C ontinentes para definir um novo rumo para o Setor.

O encontro virtual conectou os Delegados de Comunicação Social da Região Europa Centro-Norte com seus colegas da Interamérica e da Ásia Leste-Oceânia, criando um fórum verdadeiramente global para o diálogo e o planejamento estratégico. Além de apresentar o novo Conselheiro Geral, a sessão também foi um momento importante para conectar e alinhar as Inspetorias e Regiões.

Uma perspectiva que se concretiza

O P. Orendain aproveitou da ocasião para compartilhar tanto sua trajetória pessoal quanto o trabalho já realizado nos primeiros meses de seu mandato. Sua apresentação ofereceu aos Delegados uma visão ampla do cenário em transformação e da direção estratégica do Setor de Comunicação Social.

O Conselheiro detalhou cuidadosamente as responsabilidades distintas e complementares dos diversos papéis dentro da estrutura do Setor — Delegados Inspetoriais, Coordenadores Regionais e a Sede central em Roma. Essa clareza funcional, observaram os participantes, fornece uma base essencial para uma colaboração mais eficaz no futuro.

CG29: um roteiro para a comunicação

Um dos pontos centrais da fala do P. Orendain foi a implementação do Capítulo Geral 29, apresentado como particularmente relevante e urgente para a missão comunicativa no atual panorama digital em rápida evolução. Ele explicou como as diretrizes do Capítulo irão influenciar e moldar a evangelização, a formação e a ação pastoral mediante os meios de comunicação.

Inspirando-se na visão do Capítulo Geral, o Conselheiro traçou as prioridades estratégicas que guiarão o Setor da Comunicação Social nos próximos três-seis anos. Essas prioridades, destacou, refletem tanto os valores permanentes do carisma salesiano quanto as novas exigências da comunicação contemporânea a serviço dos jovens.

Diálogo e discernimento

A apresentação estruturada deu espaço a um longo momento de perguntas e diálogo aberto, em que os Delegados puderam interagir diretamente com o Conselheiro Geral sobre temas que iam desde os desafios práticos de implementação de programas até questões mais amplas de evangelização digital e ética da mídia.

Os participantes expressaram sincera admiração pela clareza e profundidade da apresentação do P. Orendain, bem como pelo tom inspirador que ele conferiu ao futuro trabalho do Setor. Muitos observaram que o encontro ofereceu não apenas orientações práticas mas também nova motivação para o papel essencial da comunicação na missão salesiana.

Um começo promissor

Ao término do encontro, os participantes demonstraram um sentimento palpável de otimismo quanto ao caminho a ser seguido. A reunião representou mais que um simples informe administrativo: marcou um empenho pela colaboração autêntica entre Regiões e uma consciência compartilhada de que a comunicação eficaz é indispensável para chegar até aos jovens na era digital.

A ênfase do P. Orendain tanto nos fundamentos espirituais da comunicação salesiana quanto nas exigências práticas da Mídia moderna encontrou forte eco entre os participantes, que deixaram o encontro revigorados e preparados para continuar a missão em seus respectivos contextos.

O próprio formato digital do encontro demonstrou a adoção consciente das ferramentas tecnológicas para construir comunhão e colaboração – um testemunho vivo da missão que o Setor representa. Sob a guia do P. Orendain, o Setor da CS promete um novo capítulo, lançando bases sólidas para um período de renovada vitalidade e impacto no apostolado comunicativo da FS em todo o mundo.

Fonte: Agencia Info Salesiana

COP30: Representantes da Igreja Católica de quatro continentes mostram unidade em torno do cuidado com a Casa Comum

A Igreja promoveu na tarde do dia 12 de novembro, o “Simpósio Internacional – Igreja Católica na COP30” com o objetivo de refletir e dialogar sobre os caminhos da ecologia integral, a justiça climática e a conversão ecológica. O evento foi  realizado durante a Conferência das Partes sobre as Mudanças Climáticas sediada na Amazônia Brasileira, a COP30. O assessor de comunicação da CNBB, padre Arnaldo Rodrigues, coordenou as falas.

O objetivo da Articulação Brasileira para a COP30, ao realizar o Simpósio, foi apresentar as perspectivas da Igreja Católica e de seus interlocutores destacando seu compromisso com a justiça climática e a ecologia integral.

Um vídeo, no início do Seminário, recuperou o processo de preparação da Igreja Católica para a sua participação na COP30, entre elas as pré0-cops realizadas em todas as cinco macrorregiões brasileiras e a o documento entregue ao Papa Leão XIV com as propostas da Igreja do Sul Global (Ásia, América Latina e Oceania) para o clima.

Fotos: Letícia Florêncio – Movimento Laudato Si’

“Crise climática é também uma crise espiritual e moral. Cuidar da criação é parte indissociável do seguimento a Jesus Cristo. No coração do mundo, permanece o Senhor da vida”, reforça um trecho do vídeo.

Bênção de Nossa Senhora de Nazaré

O seminário iniciou com a bênção de Nossa Senhora de Nazaré, introduzida pelo arcebispo de Belém (PA), dom Júlio Akamini. Que também foi o primeiro a saudar os participantes como anfitrião do encontro na mesa de abertura do evento.

Dom Júlio acolheu os participantes no bioma amazônico e na arquidiocese de Belém, casa do Círio de Nazaré. “Nós os acolhemos com muita alegria”, disse.

O Núncio Apostólico no Brasil, dom Giambatistta Diquattro, faz sua acolhida lembrando do “saudoso do Papa Francisco e seu providencial magistério”. Francisco nos lembrou insistentemente que a mudança climática não pode ser entendida apenas como uma questão técnica ou econômica, mas como uma abordagem ecológica e social que deve integrar a justiça para ouvir tanto o clamor da terra como o clamor dos pobres.

“Toda injustiça contra a terra é também uma injustiça cometida contra o ser humano. Toda ferida infringida à tera torna-se uma ferida do coração humano”, afirmou.

Dom Giambatista reforçou o apelo da Exortação Apostólica Laudate Deum que faz um severo aviso: “o mundo em que vivemos está se desmoronando e talvez esteja em se aproximando de um ponto de ruptura”.

Humanidade reconciliada com Deus

  “A conversão ecológica, segundo nos ensinou o Papa,  não consiste em simplesmente mudar os comportamentos externos, mas renovar o olhar interior e reencontrar em Deus, princípio e sentido da existência. O ser humano não é chamado a explorar a terra, mas para  preservá-la como um administrador sábio dos dons recebidos”, afirmou.

Em referência à Querida Amazônia, o núncio expressou a síntese da Doutrina Social da Igreja: “A justiça em relação à terra e ao ser humano é uma única obra de amor. Quando a Igreja vive essa vocação de cuidado do terra, dos pobres e das gerações futuras torna-se sinal de uma humanidade reconciliada com Deus e com a criação”, reforçou

O arcebispo de Porto Alegre (RS), presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e do Conselho Episcopal Latino-Americano e Caribenho (Celam), dom Jaime Spengler, afirmou que as soluções para a crise ambiental não pode ser reduzida à ajustes técnicos e financeiros. “Se faz necessário integrar as cosmovisões e práticas dos povos indígenas e ribeirinhos”, disse.

“Habitamos o planeta e precisamos de uma conversão sobre o nosso modo de relação com a terra com cuidado e promoção do meio ambiente e da vida. Precisamos colocar o cuidado da vida no centro de nossas decisões. Não podemos fazer média com a cultura da morte, somos chamados a ser sementes de Esperança num mundo novo baseados na ética e fé”, disse.

Transição energética e cuidado dos pobres

O presidente das conferências episcopais da Ásia, o arcebispo de Goa e Damão, cardeal Felipi Neri, falou do documento apresentado ao Papa Leão XIV: “Documento que estabelece um marco ético e espiritual para a crise climática. As conferências episcopais da Ásia denunciam esse modelo de extrativismo do Norte Global, o capitalismo verde e a lógica de mercado de carbono que deixa a todos vulneráveis”, afirmou.

O bispo chamou a atenção para o fato de a Ásia ser uma das regiões mais afetadas pelos efeitos das mudanças climáticas, como as inundações que afetaram países como Bangladesh provocando migrações em massa. “A Ásia é uma das maiores emissoras de carbono e precisa de um processo de transição energética que leve em conta as comunidades locais e os pobres”, afirmou.

O ser humano no centro de uma nova economia

O presidente do Simpósio das Conferências Episcopais da África e Madagascar (Secam), o cardeal Fridolin Ambongo, de Quinxassa, da República Democrática do Congo, falou sobre o processo de empobrecimento, exploração, roubo e saque pelo qual passou o continente Africano.

As nações mais ricas que precisam de minerais e petróleos, segundo ele, agem com urubus nas riquezas da África. “Por causa dos minerais, tem mais de 50 conflitos em nosso continente”, disse. 

Segundo ele, o  processo de espoliação do continente vem resultando em desertificação no continente e também em inundações. O cardeal também falou do documento entregue ao Papa que afirma que o ser humano deve ser o centro de uma nova economia. O documento, com dez propostas para um novo desenvolvimento baseado na Ecologia Integral, foi entregue ao Papa Leão XIV está sendo apresentado na COP30.

Ilhas submergidas no Pacífico

O representante das conferências episcopais da região do pacífico, Ryan Rimenes, presidente da Conferência Episcopal do Pacífico, reforçou que várias catástrofes estão afetando as populações da Oceania.

“As ilhas, em nossa região, correm o risco de serem submergidas ainda em nosso tempo. Ele disse que a mineração no fundo do mar também está adicionando outra camada de destruição. Nossas comunidades já sentem os impactos das mudanças climáticas. Tufões e aquecimento do mar são duas ameaças reais também”, afirmou.

O cardeal disse que a Igreja na região na região do Pacífico trabalha para encontrar soluções concretas para os problemas tendo a encíclica Laudato Si’ como referência. Ele fez referência ao documento elaborado pelas conferências do Sul Global. “Nós bispos da região do pacífico nos comprometemos a cuidar da nossa de nossa Casa Comum e das Ilhas que são o nosso lar”, disse.

Igreja na Europa e a conversão ecológica

O  cardeal sérvio Ladislav Nemet, vice-presidente do Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE), afirmou que estão trabalhando para a transformação e conversão ecológica na Europa, continente onde se situam 39 conferências episcopais. “Estamos com uma guerra na Europa (Rússia-Ucrânia) que vem provocando aumento do custo de energia na Europa. Temos muitos problemas também e é necessário encontrar soluções junto ao Sul Global”, disse.

Diálogos pela Ecologia Integral

 

Na sequência à mesa de abertura, foi realizado o painel “Diálogos pela Ecologia Integral”, mediado pelo presidente da Comissão Especial para a Mineração e a Ecologia Integral, dom Vicente de Paula Ferreira.

Participaram da mesa, a bispa da Igreja Anglicana do Brasil, Marinez Rosa dos Santos Bassotto, que abordou o tema da “Ecoespiritualidade e missão profética da Igreja na Amazônia”, o arcebispo de Manaus (AM), o cardeal Leonardo Steiner, que aprofundou o tema “Caminhos da Ecologia Integral para a Conversão Ecológica”, o representante da APIB, Kleber Karipuna, que falou sobre “a presença dos povos originários da Amazônia brasileira com suas lutas e perspectivas” , a professora e ecóloga, Ima Vieira, apresentou o diagnóstico científico (evidências e soluções práticas) sobre as mudanças climáticas.

Veja a íntegra das falas:

 

Exposições temáticas e caminhada do Mártires

Além disso, durante todo o período da manhã, o Colégio Santa Catarina de Sena foi aberto à comunidade com exposições temáticas, sendo um espaço dedicado à partilha dos frutos do caminho percorrido pela Articulação Igreja Rumo à COP 30 e pelas iniciativas locais da arquidiocese de Belém.

Após o simpósio, às 19h, foi realizada a Caminhada pelos Mártires da Casa Comum, com concentração na Praça Santuário de Nazaré. O percurso se encerrou na Basílica de Nossa Senhora de Nazaré, com a celebração eucarística presidida pelo arcebispo de Porto Alegre (RS) e presidente da CNBB, cardeal Jaime Spengler.

Fonte: CNBB

 

 

Conselho de Administração da RSB se reúne em Brasília e reafirma missão e transparência institucional

Nesta quinta-feira, 13 de novembro, a Assembleia do Conselho de Administração da Rede Salesiana Brasil (CAD) reuniu-se na sede da Rede Salesiana Brasil (RSB), em Brasília, para mais um importante momento de avaliação e fortalecimento institucional. A reunião reafirma o compromisso da RSB com seu papel educativo-missionário no Brasil, bem como com a responsabilidade de gerir com transparência os recursos confiados à Rede.

Inspirada no carisma de São João Bosco e de Santa Maria Mazzarello, a RSB pauta sua ação com a pedagogia do amor, da proximidade e da presença educativa junto aos jovens. 

A governança da RSB exige, por sua vez, estruturas coletivas de decisão que assegurem tanto o protagonismo juvenil quanto a prestação de contas à sociedade. Nesse sentido, o CAD representa um elo vital entre missão e gestão. Segundo Pe. Sérgio Baldin, diretor executivo da RSB, o Conselho “desempenha um papel essencial ao servir como elo entre as diretrizes da RSB e a implementação prática de suas iniciativas”.

Ir. Silvia Aparecida da Silva, também Diretora Executiva da RSB, ressaltou a importância deste momento. “Esta reunião do Conselho de Administração constitui um verdadeiro tempo de escuta, partilha e discernimento. A missão salesiana nos convoca a caminhar juntos, e o CAD é expressão concreta dessa comunhão de serviço”, ressaltou.

O CAD da RSB é composto por membros representativos das Inspetorias salesianas, nomeados pela Assembleia Geral para mandato de três anos, com possibilidade de recondução. Na presente composição, constam:

Padre Moacir José Scari, SDB – Ecônomo da Inspetoria São João Bosco;

Padre Robson Barros da Costa, SDB – Ecônomo da Inspetoria São Luiz Gonzaga;

Irmã Mônica Santana, FMA – Diretora Institucional do Colégio Maria Auxiliadora;

Irmã Maria da Paz Milanez, FMA – Ecônoma da Inspetoria Maria Auxiliadora;

Pe. André Luiz Simões, SDB Ecônomo da Inspetoria Nossa Senhora Auxiliadora - BSP;

João Vasconcelos Melo – Gerente Administrativo da Inspetoria Madre Mazzarello.

Além dos membros efetivos, estiveram presentes os Diretores Executivos, Ir. Silvia Aparecida e Pe. Sérgio Baldin, a Coordenadora Executiva, Maria Dantas.

Durante a assembleia, os membros do Conselho avaliaram, acompanharam e validaram o plano de trabalho da RSB, além de supervisionar o orçamento e as prestações de contas da instituição. Essa sistemática propicia um parecer colegiado que será submetido à apreciação da Assembleia Geral, reforçando os princípios de transparência, responsabilidade e corresponsabilidade.

A governança participativa da RSB, tal como vivenciada por meio da Assembleia do CAD, revela-se como alicerce para o crescimento sustentável e missionário da Rede. Convidamos toda a comunidade educativa: inspetorias, escolas, centros de juventude, famílias e jovens a acompanhar-nos nesta caminhada de corresponsabilidade.

 

Comunicação da Rede Salesiana Brasil

“Do olhar ao post: oficina aprimora o olhar técnico e intencional de comunicadores da Rede Salesiana Brasil na edição de fotos e vídeos

Realizada no dia 11 de novembro, das 15h às 17h, a oficina “Do olhar ao post: técnicas e práticas para editar fotos e vídeos” reuniu 75 participantes de todo o país em mais um momento formativo promovido pela Rede Salesiana Brasil (RSB). A atividade busca fortalecer o compromisso salesiano com a qualificação profissional e o uso responsável e criativo das mídias no ambiente educativo.

A oficina foi proposta pelas Coordenações Inspetoriais de Comunicação da RSB, atendendo às necessidades das equipes das presenças salesianas que, após participarem da oficina sobre fotografia digital, realizada em junho, sugeriram nova oficina, para aprofundamento dos recursos de edição de fotos e vídeos. 

A moderação da oficina ficou a cargo de Euclides Fernandes Brites, Coordenador de Comunicação da Inspetoria Missão Salesiana do Mato Grosso, que conduziu o encontro com leveza, acolhida e profundidade, características marcantes da tradição comunicacional salesiana.

Tornar visível o que os jovens são e vivem

O formador convidado, Giuliano Celms De Augustinis, apresentou um percurso dinâmico que partiu do “olhar”, isto é, da sensibilidade e intenção que antecedem o clique, até chegar ao “post”, onde a narrativa visual ganha forma e sentido.

Durante a oficina, Giuliano destacou princípios fundamentais para quem produz conteúdo digital no contexto educativo, sendo elas:

A importância da intencionalidade antes de fotografar ou filmar;

A composição e o enquadramento como aliados para narrar histórias reais de forma ética e atraente;

Técnicas de edição acessíveis para melhorar luz, cor, ritmo e clareza das produções;

Cuidados com a identidade visual institucional, mantendo unidade e coerência com o carisma salesiano;

Humanização da comunicação, valorizando os protagonistas: crianças, adolescentes, jovens, famílias e educadores.

O encontro reforçou que a produção de fotos e vídeos nas obras salesianas não é apenas técnica, mas também missionária: trata-se de comunicar vida, esperança e presença educativa, seguindo o estilo de Dom Bosco e Madre Mazzarello.

Ao longo da oficina, os participantes interagiram por meio do chat e exercícios guiados, demonstrando grande interesse pelas dicas práticas apresentadas. Um dos participantes destacou: “Gostei muito da oficina, pois me ajudou a ter mais ideias para a criação de vídeos e levar em consideração que fazer um roteiro antes ajuda muito.

Um passo a mais na missão de comunicar o bem

Ao final, os participantes saíram não apenas com novas habilidades técnicas, mas com uma compreensão mais profunda da missão educativa que se realiza também pelos meios de comunicação.

A oficina reforça o compromisso da Rede Salesiana Brasil com formações contínuas que unem qualidade técnica, identidade carismática e protagonismo juvenil, pilares fundamentais para que nossas obras continuem comunicando com verdade, beleza e sentido.

 

Comunicação da Rede Salesiana Brasil

A presença da Igreja assusta aqueles que querem destruir a Amazônia

“As comunidades indígenas nos acolhem, felizes pela nossa presença, pedindo-nos para não ir embora. A presença da Igreja é profética: vai além da religião. Protege a vida e aquilo que nos rodeia." As palavras são do padre Wellington Abreu, jovem missionário salesiano, sobre a ação pastoral na Amazônia

A presença da Igreja nas florestas da Amazônia assusta, não as comunidades indígenas, mas a quem quer invadir e desfrutar esse território para obter os minerais e distruir a natureza. Nós somos uma barreira”. As palavras de padre Wellington Abreu foram repercutidas na mídia vaticana justamente enquanto os líderes do mundo estão no Brasil para participar da COP30 em Belém, cidade que é porta de entrada para a região amazônica. Elas nos recordam como o compromisso diário e corajoso para o destino do mundo se lança também, e sobretudo, longe dos holofotes: na concretude dos gestos. 

O compromisso dos salesianos na Amazônia 

Padre Wellington é um jovem sacerdote salesiano, pároco da paróquia de São Miguel Arcanjo, em Iauaretê, na diocese de São Gabriel da Cachoeira, cidade do Estado do Amazonas. Iauaratê significa “Cabeça de Jaguar”. É um cruzamento de trezes etnias e cinco línguas onde o rio é vida, a floresta é casa e certas árvores são sagradas. 

Basta pensar a “Cabeça da Onça”, uma aldeia localizada ao longo do rio Papurí, habitado pelos Hupda, uma população indígena que vive da caça, da pesca e do cultivo da mandioca, privada de acesso à internet.

No ano passado, a presença constante dos salesianos levou a um resultado extraordinário: 47 indígenas, 90% da comunidade Hupda, foram batizados depois de um ano intenso de catecismo.

No entanto, a região Norte da Amazônia permanece um ponto vulnerável: onde existe fronteira, chegam os traficantes de drogas; onde há os minerais, os invasores. E aqui, a lei não basta. O sinal telefônico não existe, o Estado está longe. Quem fica ao lado dessas pessoas? 

Proteger a vida e aquilo que a cerca 

“Nós, graças a Deus, conseguimos estar lá e preservar a natureza, mas as coisas não vão muito bem na região vizinha, Roraima, onde, dois anos atrás, a chegada dos garimpeiros destruiu o rio, matou muitos animais e fez a população adoecer gravemente. Acredito que a nossa presença assusta esses grupos que querem invadir o ambiente. E entendemos isso quando as comunidades indígenas nos acolhem, felizes, pela nossa presença, pedindo-nos para não irmos embora. Diria que a presença da Igreja, que é profética, vai além da religião: Protege a vida e aquilo que nos rodeia. É uma ideia concreta de ecologia integral”, considera padre Wellington. 

Distâncias e narcotráfico: os principais problemas 

Ideia que não é facil de aplicar, no entanto. Na Amazônia, tem, antes de tudo, o problema das distâncias. “A nossa província é a de Manaus e de Manaus a São Gabriel da Cachoeira são quase duas horas de avião ou quatro dias de barco. Depois, de São Gabriel para minha aldeia são necessárias 12 horas de embarcação com um motor de 40 cavalos para, no máximo, oito pessoas. Outro problema: o custo do combustível é altissimo. Às vezes temos que caminhar quatro ou seis horas”, relata o sacerdote. 

Depois, tem que considerar o narcotráfico. “Nós estamos em uma área fronteiriça e no ano passado tivemos problemas com os traficantes que vieram da Colômbia: queriam invadir o nosso espaço para recuperar terra. Com a ajuda dos militares, a situação agora está tranquila, mas o tráfico de drogas passa pela fronteira e chega em outras cidades do Brasil, terminando por envolver também a comunidade indígena e, sobretudo, lamento dizer isso, os mais jovens. Para eles, trata-se de dinheiro fácil”, pontua padre Wellington. 

A esperança nos jovens

Porém, conclui Wellington, “isso torna a nossa presença ainda mais importante: com as nossas seis escolas, queremos ajudar os mais de 300 jovens que estão conosco e ajudar os habitantes da Amazônia a terem consciência da vida, da sua beleza. Estar presentes: não só na relação com Deus, mas em fazer descobrir a alegria da vida”. 

 

 

COP30, Salesianos e Juventude salesiana

O mundo se reúne em Belém do Pará, no Brasil, para a COP30, encontro promovido pelas Nações Unidas, em que os países definem estratégias para enfrentar a crise climática. Com a Amazônia no centro das atenções e inspirada pelo apelo da Encíclica Laudato Si’ do Papa Francisco, que convida a cuidar da Casa Comum, esta edição representa um chamado urgente à ação também para a FS. E, de fato, também participa do evento uma delegação salesiana, guiada pelo P. Mathew Thomas, representante da Congregação Salesiana junto à ONU (Nova York); com o P. Silvio Torres, da Argentina, e um representante brasileiro do ‘Don Bosco Green Team’, representando a ‘Don Bosco Green Alliance’.

A COP30 teve início em 10 de novembro e seguirá até o dia 21, reunindo representantes de praticamente todas as nações. A seguir, um trecho da entrevista concedida pelo P. Thomas durante o evento.

O que é a COP30?

A COP30 é a 30ª Conferência das Partes da Convenção‑Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima. Participam dela quase todos os países do Planeta, negociando formas de reduzir a poluição, enfrentar os impactos climáticos e financiar soluções sustentáveis, sobretudo nos territórios mais vulneráveis. A COP30 está sendo realizada em Belém, no coração da Amazônia, de 10 a 21 de novembro de 2025. Membros da FS participarão do evento, e essa presença é importante: é o momento adequado para a Juventude Salesiana se apresentar, nas sedes da COP e em outras plataformas relacionadas ao meio ambiente em todo o mundo.

Por que a COP30 é tão importante agora?

Estamos num momento crucial. O aquecimento da Terra ultrapassa os limites de segurança, exigindo respostas rápidas, concretas. A realização da conferência no Brasil destaca a Amazônia como peça-chave para o equilíbrio climático, a biodiversidade e a vida das comunidades indígenas e tradicionais. Os líderes mundiais são chamados a reforçar seus compromissos ambientais, proteger os mais afetados e garantir financiamento justo para os países que mais necessitam.

Quais são os principais temas da COP30?

primeiro grande objetivo é conter o aquecimento global abaixo de 1,5°C. Cada fração de grau importa para a sobrevivência humana e dos ecossistemas.

Em segundo lugar, é preciso reduzir as emissões e preparar-se para os impactos já em curso, abandonando gradualmente os combustíveis fósseis, melhorando o uso da energia, fortalecendo comunidades contra ondas de calor, tempestades, inundações.

terceiro ponto é o tema econômico, fundamental — recursos e tecnologias precisam chegar aos países mais vulneráveis, de forma justa e eficiente.

Em quarto lugar, a inclusão e a equidade são fundamentais. As mudanças climáticas têm um impacto mais severo sobre as pessoas menos favorecidas, especialmente as populações indígenas, comunidades locais e países do sul global. As decisões devem ser moldadas por sua liderança e suas vozes.

Por fim, as florestas e as soluções naturais são partes fundamentais da resposta. Proteger e restaurar a Amazônia e outros ecossistemas ajuda a armazenar carbono, preservar a água e sustentar os meios de subsistência.

Isso diz respeito a todos: a mim, ao senhor, aos jovens...

As decisões tomadas agora determinarão nosso futuro, nossas carreiras, nossa saúde, nossa segurança e os lugares que consideramos... lar. Os líderes globais e as políticas já estão sendo afetados pelas vozes dos jovens; e a presença da sociedade civil nas COPs está aumentando. A transição para economias mais sustentáveis e equitativas está gerando novas oportunidades nos setores de tecnologia, agricultura, planejamento, educação e trabalho comunitário. E, como compartilhamos uma Casa Comum, o que ocorre em qualquer região afeta a todos nós; suas ações podem beneficiar os demais, e as ações dos demais podem beneficiar você!

Como participar, mesmo sem estar presente, da COP30?

Bem, em primeiro lugar, informando-se sobre o que acontecerá na COP30 e sobre quais são as promessas do seu país no evento. Também é importante tomar medidas locais em sua escola, paróquia, universidade ou comunidade: reduzindo o desperdício e o consumo de energia, cuidando das árvores e da água; e preferindo meios de transporte mais ecológicos; levando adiante as reivindicações dos grupos indígenas e locais, dando crédito e buscando consenso quando eles compartilham suas histórias; solicitando aos líderes políticos informações sobre o plano climático do seu país e o que mais eles farão; alinhando as escolhas diárias aos valores para ser credível; usando arte, música, vídeos e eventos para explicar as questões climáticas em termos simples e humanos, para inspirar outras pessoas.

Qual é o papel dos Salesianos na COP30?

Sem dúvida, nossa principal meta consiste na missão salesiana de educar e direcionar os jovens, a fim de que se tornem defensores da Criação, imbuídos de Esperança, competências e Fé. Este é um momento oportuno para a Família Salesiana (FS). Com Razão, Fé e Amor, podemos auxiliar os jovens a se transformarem em guardiães práticosfelizes, corajosos da Criação. É fundamental apoiar a Amazônia, ouvir as comunidades mais impactadas e agir coletivamente em defesa da nossa Casa Comum. Os avanços modestos feitos hoje podem abrir caminho para um futuro mais justo e esperançoso.

 

Fonte: Agência Info Salesiana

PEM Jovem 2025 reúne juventude salesiana do Cone Sul em experiência de fé e missão na Argentina

Entre os dias 1º e 5 de novembro, a cidade de Junín de los Andes, na Argentina, tornou-se o ponto de encontro da Juventude Salesiana do Cone Sul da América. Jovens do Brasil, Uruguai, Paraguai, Chile e Argentina, juntamente com uma missionária da Bélgica, participaram do Projeto de Espiritualidade Missionária com a Juventude (PEM Jovem 2025), promovido pelo Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora (FMA).

Foram dias de intensa convivência, oração e redescoberta da vocação missionária, vividos com a alegria própria do carisma de Dom Bosco e Madre Mazzarello. Nesta edição, o projeto teve como tema “Retornar às origens missionárias”, retomando o espírito dos primeiros grupos de missionários salesianos enviados à Patagônia e convidando os jovens a fazerem o mesmo movimento interior de escuta, discernimento e envio.

“O PEM Jovem é uma experiência profunda de fé e compromisso. Ele ajuda os jovens a redescobrirem a beleza de seguir Jesus com o coração livre e missionário”, explicou Ir. Teca, da equipe brasileira.

 

1º dia: Acolhida, símbolos e partilha

O encontro teve início no dia 1º de novembro, com um clima de festa e fraternidade. Após a acolhida, os jovens receberam suas camisetas e crachás, símbolos de pertencimento à missão FMA. A Inspetoria Paraguaia conduziu a animação inicial, seguida pela entrada das bandeiras das nações e da Palavra de Deus, que iluminou o caminho espiritual do grupo.

Durante a manhã, foram apresentados os símbolos do projeto:

  • a camiseta, sinal do compromisso com a missão;

  • a mochila, convite a caminhar levando apenas o essencial da fé;

  • a lanterna, que representa a luz de Cristo que dissipa toda escuridão.

Também foi revelada a logo do projeto, construída simbolicamente em forma de quebra-cabeças, convidando cada participante a refletir sobre o seu lugar na missão comum.

O dia seguiu com momentos de partilha e reflexão sobre a vida das primeiras Irmãs Missionárias, fortalecendo o sentimento de pertença à grande família salesiana.

 

2º dia: Caminho com Cristo na Via Christi

No segundo dia, a oração da manhã, conduzida pela Ir. Adair Sberga, preparou o coração dos participantes para uma peregrinação à Via Christi, um percurso de contemplação da vida de Jesus em 23 estações, seguido de uma caminhada até o alto da montanha, na 24ª estação, onde está a imagem do Cristo Ressuscitado.

Cada parada foi um convite a olhar para Cristo e confrontar o Evangelho com as realidades da juventude e da missão. A experiência foi marcada por silêncio, contemplação e comunhão entre culturas.

O dia foi encerrado com a Celebração Eucarística no Santuário de Nossa Senhora das Neves e Laura Vicuña, em um clima de profunda comunhão e gratidão.

 

3º dia: A vida luminosa de Laura Vicuña

O terceiro dia foi dedicado à figura de Laura Vicuña, jovem salesiana e beata que nasceu naquela mesma região. Os participantes percorreram os lugares marcados por sua vida e fé, meditando sobre o exemplo de entrega e amor que ela deixou.

Inspirados por Laura, os jovens refletiram sobre o sentido da santidade cotidiana e sobre como viver o Evangelho no dia a dia, nas escolas, nas famílias e nas realidades sociais de cada país.

 

4º dia: Encontro com a comunidade de San Ignacio

Na terça-feira, o grupo viveu um dia especial em San Ignacio, onde repousam os restos mortais do Beato Ceferino Namuncurá, outro grande exemplo de santidade juvenil salesiana.

Em clima de oração e convivência com a comunidade local, os participantes descobriram, como expressaram os próprios jovens, que “no vento, nosso bom Deus fala suave ao coração”.

A visita foi um momento de profunda integração cultural e espiritual, reforçando o chamado à missão como serviço e escuta.

 

Juventude em saída missionária

O PEM Jovem 2025 foi um verdadeiro laboratório de espiritualidade e protagonismo juvenil, em que a experiência missionária se tornou concreta na oração, na escuta e na convivência entre culturas.

A proposta do encontro é que os jovens retornem às suas comunidades “com o coração ardente e os pés a caminho”, dispostos a viver e anunciar o Evangelho com alegria, criatividade e solidariedade.

O encontro encerrou-se com a celebração do envio missionário, em que cada participante recebeu o compromisso de ser “luz e presença de Cristo” nas realidades juvenis do Cone Sul, como discípulos e missionários a exemplo de Dom Bosco, Madre Mazzarello, Laura Vicuña e Ceferino Namuncurá.

 

Fonte: Comunicacação da Rede Salesiana Brasil com informações do Instagram do PEM Jovem 2025 e Boletim Salesiano.

Inspetoria São João Bosco participa da COP30 em Belém e reforça compromisso com o cuidado da Casa Comum

A 30ª Conferência do Clima das Nações Unidas, a COP30, acontece em Belém (PA) entre os dias 10 e 21 de novembro de 2025 e reúne lideranças de todo o mundo em torno do desafio climático global.

Entre os participantes, a Congregação Salesiana marca presença por meio da Delegação Dom Bosco Green, representada pelos Padres Silvio Torres (Argentina) e Matthew Thomas (Nova York), além de Camila C. de Paula (Brasil), relações-públicas da Inspetoria São João Bosco (ISJB).

Durante o evento, a delegação salesiana participa de diversas atividades intersetoriais realizadas no Parque da Cidade, um dos espaços oficiais da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima. Na Zona Verde (Green Zone), espaço que conecta sociedade civil, instituições públicas e privadas e lideranças globais, os representantes salesianos se unem a diferentes iniciativas de diálogo, inovação e investimento sustentável.

Além disso, os salesianos integram ações promovidas por organismos da Igreja Católica, como o Simpósio da Igreja no Brasil durante a COP30 (12/11), organizado pela CNBB; os encontros da Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM) (10 a 15/11); as atividades da Arquidiocese de Belém (07 a 21/11) e a Cúpula dos Povos (12 a 21/11).

 

Salesianos e o compromisso com a Casa Comum

Para o Padre Silvio Torres, religioso salesiano e responsável pela Articulação Dom Green na América Cone Sul, a participação na COP30 é uma oportunidade de aprofundar o compromisso da Congregação com o cuidado da Casa Comum, princípio central da encíclica Laudato Si’, do Papa Francisco.

“Estar presente neste encontro é conhecer as iniciativas de diferentes organizações religiosas e civis que trabalham pelo cuidado da Casa Comum e, sobretudo, contribuir para a realização do sonho do Papa Francisco expresso em Laudato Si’. Além disso, é uma oportunidade única de aprender com os povos originários, que nos ensinam, com sua sabedoria ancestral, a cuidar da Casa Comum”, destacou o padre.

A Inspetoria São João Bosco, inspirada nas diretrizes do Capítulo Geral 29 (CG29) e no programa Dom Green, desenvolve há anos o Projeto Salê Sustentável, que promove ações educativas e pastorais voltadas à sustentabilidade em mais de 120 unidades salesianas distribuídas pelos estados de Minas Gerais, Espírito Santo, Goiás, Rio de Janeiro, Tocantins e Distrito Federal.

 

Juventude e sustentabilidade em rede

A relações-públicas da ISJB, Camila C. de Paula, ressalta que a presença salesiana na COP30 fortalece o trabalho em rede com outras organizações da Igreja e amplia o diálogo com os setores público, privado e da sociedade civil.

“Participar dessas iniciativas é essencial para fortalecer a rede de projetos desenvolvidos pela Igreja no Brasil e estreitar parcerias entre instituições comprometidas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), o cuidado com a Casa Comum e, principalmente, com o protagonismo dos jovens, especialmente os em situação de vulnerabilidade social”, afirmou.

De acordo com dados da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), cerca de 50 mil pessoas são esperadas em Belém durante a COP30, incluindo delegados internacionais, negociadores, jornalistas e mais de 15 mil representantes de movimentos sociais, que participarão de debates paralelos na Cúpula dos Povos.

O correspondente do Vatican News, Silvonei José, lembra que os efeitos das mudanças climáticas têm impacto direto sobre as populações mais vulneráveis:

“As mudanças climáticas estão intensificando as perturbações nas economias, sociedades e ecossistemas, afetando mais fortemente os mais pobres e vulneráveis. Apesar do reconhecimento da urgência, o financiamento para adaptação ainda está muito abaixo das necessidades globais.”

Com presença ativa e diálogo aberto, os salesianos da Inspetoria São João Bosco reafirmam, em Belém, o compromisso de educar para o cuidado e a sustentabilidade, ajudando a transformar o sonho do Papa Francisco em ação concreta pela Casa Comum.

Fontes: ISJB, EBC, Vatican News e CNBB.

Gênova celebra os 150 anos da Primeira Expedição Missionária Salesiana com programação especial

Entre os dias 10 e 12 de novembro, a cidade de Gênova, ponto de partida dos primeiros missionários salesianos, será palco de importantes celebrações pelos 150 anos da Primeira Expedição Missionária Salesiana. Foi do Porto de Gênova que, em 1875, dez missionários salesianos, liderados pelo Pe. João Cagliero, embarcaram no navio Saboia rumo a Buenos Aires, dando início à grande aventura missionária de Dom Bosco.

A programação inclui uma sessão de cinema documental, no dia 10 de novembro, no Cinema Dom Bosco – Club Amici Del Cinema, localizado no Instituto Dom Bosco de Gênova – Sampierdarena. No dia 11, haverá uma vigília de oração na Igreja de São João Bosco e São Gaetano, animada por interlúdios musicais do jovem violinista e organista romano Stefano Mhanna.

O encerramento, no dia 12 de novembro, contará com a presença do Reitor-Mor, Pe. Fabio Attard, da Madre Geral das Filhas de Maria Auxiliadora, Ir. Chiara Cazzuola, e dos missionários da 156ª Expedição, em um encontro especial seguido pela Celebração Eucarística e pela inauguração do Museu das Expedições Missionárias.

Comunicação da Rede Salesiana Brasil

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