Integrando ativamente a Don Bosco Green America (Aliança Verde Dom Bosco América), o Colégio Dom Bosco, situado na cidade de Americana (SP), ganhou grande visibilidade como uma das diversas instituições de ensino que aderiram a essa iniciativa internacional de promoção da sustentabilidade em todo o mundo. Diante dessa situação, os estudantes salesianos de Americana empreenderam um notável projeto dedicado à preservação das abelhas, reconhecendo a importância desses insetos e a interdependência de todas as espécies.
Pensando pela urgente necessidade de proteger as abelhas, que estão ameaçadas de extinção devido ao estilo de vida atual da humanidade, os alunos optaram por estabelecer e manter um projeto de longo prazo voltado para a preservação e a criação de meliponários, que são coleções de colmeias de abelhas nativas sem ferrão. O êxito desse projeto foi tal que ele recebeu reconhecimento em um concurso alinhado com a Agenda 2023 da ONU, reafirmando seu impacto positivo na promoção da sustentabilidade e da biodiversidade.
A proposta surgiu a partir da observação da natureza local e da percepção da existência de enxames perdidos. Notou-se que, no Colégio, as abelhas fazem suas colmeias em pilares, muros, canos e painéis de energia elétrica. Foi então que se perguntaram como poderiam ajudar as abelhas com “casas mais apropriadas” e descobriram a “meliponicultura” – criação de abelhas sem ferrão em ambientes urbanos – como uma das formas de preservar algumas espécies de abelhas.
“O nosso Colégio começou com esse projeto em meio a pandemia da COVID-19. Nós observamos junto aos alunos. Na verdade, partiu deles a ideia de observar todos os cantos da natureza dentro do nosso Colégio. Nesses cantos, os alunos começaram a observar as colmeias, as abelhas nativas do Brasil, as abelhas sem ferrão. Então nós descobrimos um meliponário urbano, foi aí que começou os estudos das crianças. Os alunos mais velhos vieram falar com os alunos mais novos e as mães dos alunos também se disponibilizaram para contar com a ajuda delas. Tudo isso para que as crianças pudessem conhecer e ter mais informações sobre essas abelhas que são nativas do nosso país”, comenta a orientadora pedagógica e uma das idealizadoras do projeto, Paula Aparecida Parolin.
Com o meliponário, o Colégio Dom Bosco acaba sendo um espaço de um "Estudo do Meio". O local já recebeu cerca de 3 escolas para conhecerem a iniciativa, além de várias visitas guiadas durante os eventos do Colégio, como por exemplo na Mostra de Projetos.
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PROATIVISMO
Mesmo com as dificuldades impostas pela pandemia de COVID-19, foi possível dar continuidade às ações, uma vez que os alunos Théo Cardoso Lusvordes, do 6º ano do Ensino Fundamental II, e Pedro Henrique Buzinaro, do 2º ano do Ensino Médio, que já possuíam pequenos meliponários em suas residências, aceitaram colaborar com as pesquisas.
No dia 21 de junho de 2022, os estudantes Théo e Pedro, acompanhados de suas mães, Vania Buzinaro e Mariana Lusvordes, levaram ao Colégio algumas espécies de abelhas sem ferrão, como a Jataí e a Mandaçaia. O encontro proporcionou uma troca de aprendizagem e conscientização sobre a preservação das abelhas para o ciclo da cadeia alimentar.
PREMIAÇÕES
Em dezembro de 2021, o projeto “Vamos Polinizar Essa Ideia?”, do Colégio Salesiano Dom Bosco de Americana (SP) foi reconhecido na premiação global Rainforest Kids Challenge pelo trabalho de proteção das abelhas que constituem uma parte muito importante no equilíbrio da cadeia alimentar e da vida no planeta Terra.
Participando do concurso alinhado com a Agenda 2030 da ONU, o projeto se enquadrou no Objetivo 15, que estabelece: "Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres". O projeto do Colégio Dom Bosco de Americana foi vencedor do concurso, recebendo uma premiação em forma de recursos financeiros.
Uma parcela do valor recebido foi direcionada para a Vila do Mel Mamãe Margarida, localizada dentro do próprio Colégio. Este espaço abriga cinco espécies de abelhas nativas sem ferrão e, tanto alunos quanto professores podem visitá-lo a qualquer momento. Essa iniciativa representa um verdadeiro estudo interno sobre o meio ambiente, onde cada espécie de abelha é valorizada por suas características únicas e papel na polinização. A outra parte dos recursos recebidos foi doada para a Organização Não Governamental (ONG) "Bee or not to Bee", situada em Ribeirão Perto, que compartilha o compromisso de preservação das abelhas. A ONG permanece empenhada no desenvolvimento de diversos projetos voltados para a proteção e disseminação de informações cruciais sobre a importância das abelhas no ecossistema.
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INSPIRAÇÃO E EXEMPLO
A mobilização no Colégio não se limitou aos seus muros e agora a prefeitura de Americana está em obras para criar o "Jardim das Abelhas", um espaço público que tem o objetivo de destacar a importância das abelhas e da biodiversidade, proporcionando um espaço especial de visita para toda a comunidade.
Já em Santa Barbara D'Oeste, o Centro Ecológico foi inaugurado, com destaque para um meliponário inspirado no projeto do Colégio, onde os visitantes podem aprender sobre a vitalidade das abelhas na polinização e na manutenção dos ecossistemas locais, promovendo a conscientização ambiental na região.
Por Equipe de Comunicação da Rede Salesiana Brasil