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03/07/2024

Ex-Oratóriano de Valdocco será proclamado Santo

Ex-Oratóriano de Valdocco será proclamado Santo

No Consistório Ordinário para a canonização de vários Beatos, realizado em 1º de julho de 2024 no Vaticano, também foi anunciada a Canonização do Beato Giuseppe Allamano, a acontecer no domingo, 20 de outubro de 2024, Dia Mundial das Missões.

O milagre atribuído à intercessão do Beato Giuseppe Allamano ocorreu na floresta amazônica brasileira, no estado de Roraima, onde Sorino, homem da etnia Yanomami, foi ferido gravemente na cabeça por uma onça, no dia 7 de fevereiro de 1996, primeiro dia da Novena do Beato Giuseppe Allamano. Transportado para o Hospital de Boa Vista, aos cuidados dos Missionários da Consolata, que pediam incessantemente a sua recuperação por intercessão do Pai Fundador, Sorino recuperou milagrosamente a saúde em poucos meses: e ainda vive na sua comunidade indígena.

BREVE BIOGRAFIA

Giuseppe Allamano nasceu em 1851 em Castelnuovo d'Asti, na mesma localidade de São João Bosco, seu diretor espiritual quando criança e adolescente no Oratório Salesiano de Valdocco.

Ordenado sacerdote em 1873, aceitou por obediência o cargo de Reitor do Santuário da Consolata, que ninguém queria assumir devido às más condições do edifício e à difícil situação do internato para a preparação dos jovens sacerdotes. Ele, porém, fez de tudo para que o ‘Consolata’ voltasse a ser um centro espiritual da cidade de Turim, interessando-se pelos problemas dos trabalhadores e tornando-se um pioneiro da imprensa católica.

Atraído desde menino pelo ideal missionário, percebeu com extrema clareza que a missão ‘ad gentes’ era a realização máxima da vocação sacerdotal. Assim, em 1901, fundou o Instituto Missionários da Consolata. Sentindo também a necessidade urgente de mulheres, consagradas à causa da evangelização em tempo integral, fundou, nove anos depois, o Instituto Missionário da Consolata. Faleceu em 16 de fevereiro de 1926. Foi beatificado por São João Paulo II, em 7 de outubro de 1990.

GIUSEPPE ALLAMANO E DOM BOSCO

Durante o processo de canonização de Dom Bosco, o Pe. Allamano afirmou ter conhecido e conversado com Dom Bosco em Castelnuovo, quando era menino. O verdadeiro encontro, porém, ocorreu em 1862, em Valdocco, quando Allamano entrou para o Oratório, junto com seu irmão, Natale, acompanhados pelo tio, Pe. João Allamano. Nada sabemos sobre o primeiro encontro entre Dom Bosco e Allamano, mas sabemos com certeza que, a partir daquele momento, se estabeleceu um bom relacionamento entre os dois: “O Venerável Dom Bosco foi amado por todos por sua bondade e recebeu sinais de reverência e carinho de todos. Ele costumava conquistar corações; nunca soube que alguém reclamasse dele".

Dom Bosco, como é evidente, tendo em conta a sua primorosa arte pedagógica, também ajudou e encorajou o caminho formativo de Allamano: “É verdade que tive, e tenho, especial carinho e devoção pelo Venerável, pelo bem que Ele me fez em minha educação inicial, e por ter sido meu confessor regular naquela época". O jovem Allamano também foi repreendido por Dom Bosco quando, no dia 19 de agosto de 1866, saiu de Valdocco sem se despedir: “Você aprontou comigo... Você foi embora sem se despedir!”. Allamano sempre teve uma lembrança positiva de Dom Bosco como educador e fundador, juntamente com a admiração pelo que fizeram os salesianos. No final da vida, confessou: “Muitas vezes me perguntei por qual razão Deus abençoou e abençoa os salesianos de maneira tão extraordinária; e creio que um dos motivos, senão o principal, é que eles respeitavam Dom Bosco. Eles o respeitaram quando ele estava vivo e o respeitaram quando ele estava morto. Sou testemunha disso e lembro como, no meu tempo no Oratório, se realizaram os desejos e vontades de Dom Bosco. É por esta razão que Deus os abençoou e abençoa”.

Fonte e Foto: Agenzia Info Salesiana (ANS)

Mais Recentes

Dia de São Francisco de Assis fecha o Tempo da Criação 

O dia 4 de outubro marca a celebração de São Francisco de Assis, uma das figuras mais reverenciadas da Igreja Católica, conhecido por seu profundo amor pela natureza, simplicidade de vida e dedicação aos pobres. Nascido na cidade italiana de Assis, Giovanni di Pietro di Bernardone, seu nome de batismo, passou de jovem rico e boêmio a um dos maiores exemplos de renúncia e devoção. Filho de um próspero comerciante de tecidos, Francisco inicialmente viveu uma vida de luxos e privilégios. Contudo, após uma série de eventos que incluíram uma experiência mística enquanto estava preso durante uma guerra e, mais tarde, um chamado direto de Cristo na capela de São Damião, Francisco abandonou seus bens materiais e se dedicou a uma vida de pobreza e serviço aos necessitados. Sua famosa decisão de renunciar às riquezas paternas marcou o início de uma nova jornada espiritual que culminou na fundação da Ordem dos Frades Menores, mais conhecida como Ordem Franciscana. A missão de São Francisco era clara: viver conforme os ensinamentos de Jesus Cristo, em simplicidade, caridade e respeito pela criação. Seu exemplo cativou milhares de seguidores, e sua pregação sobre a importância do amor ao próximo, ao pobre e à natureza ecoa até os dias de hoje. O LEGADO DE SÃO FRANCISCOSão Francisco de Assis foi canonizado pelo Papa Gregório IX em 1228, apenas dois anos após sua morte. Seu legado inclui não apenas a fundação da Ordem Franciscana, que se espalhou pelo mundo, mas também sua profunda influência sobre o conceito de humildade e cuidado com o meio ambiente na Igreja Católica. O Papa João Paulo II o declarou padroeiro dos ecologistas, reforçando seu papel como defensor da criação divina. Sua obra "Cântico das Criaturas", que expressa seu louvor a Deus por meio da natureza, ainda hoje inspira aqueles que veem a Terra como uma dádiva divina. Em suas palavras, Francisco via os elementos da natureza – o sol, a lua, o vento e a água – como irmãos e irmãs, todos integrantes de uma grande família criada por Deus. O Dia de São Francisco de Assis é celebrado em várias partes do mundo com missas, procissões e bênçãos de animais, já que o santo também é amplamente reconhecido como patrono dos animais. A bênção dos animais, tradição em muitas paróquias católicas, destaca o amor de Francisco por todas as criaturas de Deus. A CELEBRAÇÃO DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS E O TEMPO DA CRIAÇÃOSão Francisco está intimamente ligado ao Tempo da Criação, uma celebração ecumênica anual que ocorre de 1º de setembro a 4 de outubro. Iniciado pelo Patriarca Ecumênico Dimitrios I em 1989, esse período visa conscientizar os cristãos de todo o mundo sobre a necessidade de cuidar da Terra. O encerramento do Tempo da Criação no Dia de São Francisco de Assis sublinha a importância do cuidado com o meio ambiente, algo que se tornou ainda mais relevante com a exortação do Papa Francisco, Laudato Si', que homenageia o santo ao destacar a responsabilidade humana sobre a Casa Comum. “O Tempo da Criação é um tempo para renovar a nossa relação com o nosso Criador e toda a criação através da celebração, da conversão e do compromisso coletivo. Durante o Tempo da Criação, nos unimos às nossas irmãs e irmãos da família ecumênica em oração e ação pela nossa Casa Comum” lê-se no site seasonofcreation.org. Como representação salesiana, a Filha de Maria Auxiliadora (FMA), Ir. Alessandra Smerilli, do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral do Vaticano, compõe o Conselho Consultivo que apoia o Comitê Diretivo do Tempo da Criação através de sua experiência teológica e litúrgica, bem como da experiência programática e em projetos de seus parceiros. O exemplo de São Francisco é um convite para uma vida de respeito, gratidão e harmonia com o Criador e com sua criação. Sua mensagem de simplicidade e reverência à natureza é mais urgente do que nunca em um mundo marcado pela degradação ambiental. Escrito por Janaína Lima, com informações do seasonofcreation.org

Preservação das Abelhas: Um Alerta para o Futuro do Planeta e a Iniciativa do Colégio Dom Bosco

No Dia Nacional das Abelhas, reforçamos a importância vital desses pequenos insetos para a sustentabilidade do planeta. Responsáveis pela polinização de cerca de 75% das culturas alimentares, as abelhas desempenham um papel crucial na manutenção da biodiversidade e do equilíbrio dos ecossistemas. Contudo, sua sobrevivência está ameaçada por diversas práticas humanas, como o uso excessivo de pesticidas e o desmatamento, o que impacta diretamente a cadeia alimentar e, por consequência, a sobrevivência de todas as espécies, incluindo a humana. Em resposta a essa emergência ecológica, o Colégio Dom Bosco, em Americana, interior de São Paulo, através de um projeto inovador e transformador. Como parte da Don Bosco Green Alliance, uma iniciativa internacional de promoção da sustentabilidade, os alunos da instituição criaram o projeto "Vamos Polinizar Essa Ideia?", focado na preservação de abelhas nativas sem ferrão, como a Jataí e a Mandaçaia. Essa ação integra esforços globais para proteger a biodiversidade e promover a conscientização ambiental. O projeto nasceu da observação dos enxames perdidos que se instalavam em locais inadequados dentro do próprio colégio, como pilares e painéis elétricos. Daí surgiu a pergunta: como poderíamos ajudar as abelhas a encontrar "casas mais apropriadas"? A resposta foi a criação de meliponários, espaços especialmente projetados para a criação de abelhas nativas sem ferrão. Assim, o Colégio Dom Bosco se tornou um exemplo de como a educação pode promover a preservação ambiental de forma prática e eficaz. Mesmo em meio às dificuldades impostas pela pandemia de COVID-19, a iniciativa continuou firme. Estudantes como Théo Cardoso Lusvordes e Pedro Henrique Buzinaro, que já tinham meliponários em casa, trouxeram suas experiências para a escola, enriquecendo as pesquisas e promovendo trocas de conhecimento sobre a importância da preservação das abelhas para o ciclo alimentar. A dedicação dos alunos e da comunidade escolar foi amplamente reconhecida. Em dezembro de 2021, o projeto foi premiado no Rainforest Kids Challenge, uma competição global alinhada à Agenda 2030 da ONU, focada no Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 15: "Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres". Parte dos recursos recebidos foi utilizada para a criação da "Vila do Mel Mamãe Margarida", um espaço no próprio colégio onde cinco colmeias de abelhas sem ferrão foram instaladas, oferecendo um ambiente de estudo e preservação. O impacto da iniciativa extrapolou os muros do Colégio Dom Bosco, inspirando outras ações na cidade de Americana e na região. A prefeitura local, por exemplo, está em obras para criar o "Jardim das Abelhas", um espaço público que destacará a importância desses insetos e da biodiversidade para toda a comunidade. Além disso, um meliponário foi inaugurado no Centro Ecológico de Santa Bárbara D’Oeste, inspirado diretamente no projeto do colégio. A preservação das abelhas não é apenas uma questão ambiental; é um passo essencial para a sobrevivência do planeta. O Colégio Dom Bosco, com sua iniciativa pioneira, mostra como a educação e o engajamento das novas gerações são fundamentais para garantir um futuro sustentável e equilibrado para todos nós.

Santo André de Soveral e Companheiros Protomártires do Rio Grande do Norte

Festa litúrgica: 3 de outubro. André de Soveral foi o primeiro Santo de São Vicente e discípulo do Padre José de Anchieta. Foi martirizado, em 1645, durante a invasão holandesa, enquanto celebra a Santa Missa, junto com outros 29 companheiros. Ao expirar, balbuciou: “Viva o Santíssimo Sacramento”! ANDRÉ DE SOVERALAndré de Soveral nasceu em São Vicente, no dia 16 de julho de 1572, de pais portugueses, que lhe transmitiram sólidos ensinamentos cristãos. Deve ter sido batizado na Matriz de São Vicente Mártir, onde recebeu os primeiros Sacramentos e sua Primeira Comunhão. São Vicente foi a primeira cidade fundada no Brasil, em 1532, por Martim Afonso de Souza. Presume-se que André tenha sido aluno do Padre José de Anchieta, um dos primeiros Jesuítas a chegar à Terra de Santa Cruz, e que tenha estudado no “Colégio Menino Jesus”, fundado por Leonardo Nunes. No período da ação missionária de São José de Anchieta e Padre José da Nóbrega, André partiu para o Nordeste, onde, em 1597, deu início à evangelização no Rio Grande do Norte, junto outros missionários Jesuítas, provenientes do reino católico de Portugal. Por motivos desconhecidos, deixou a Companhia de Jesus, e se tornou Padre diocesano, em Natal. MISSÃO EM CUNHAÚNo Nordeste, Padre André trabalhou em Cunhaú, na Capela de Nossa Senhora das Candeias, nome do navio de Martim Afonso de Sousa, quando chegou às terras brasileiras. Na época, Cunhaú era um centro econômico de grande importância, por isso chamou a atenção dos holandeses. De fato, Cunhaú era um povoado de Canguaretama, no Rio Grande do Norte, que se formou em torno de um engenho de cana-de-açúcar, uma das riquezas da região, além de suas minas. Era uma espécie de expansão da produção paraibana e pernambucana na região do Norte, berço econômico da comunidade dos índios Potiguares. TÁTICA DOS CALVINISTASNo dia 15 de julho de 1645, chegou a Cunhaú Jacó Rabe, um alemão a serviço do Supremo Conselho Holandês, com sede em Recife, que dizia ser portador de uma mensagem aos habitantes de Cunhaú. No dia seguinte, domingo, aproveitando a participação de um grande número de colonos da Missa, celebrada pelo pároco, Padre André de Soveral, Jacó Rabe mandou afixar na porta da igreja um edital, convocando todos a ouvir, após a celebração, as ordens do Supremo Conselho. Muitos compareceram, mas uma forte chuva, providencial, impediu que o número fosse maior. Sabe-se que os holandeses calvinistas, ao chegarem à região, restringiram a liberdade de culto dos católicos e os perseguiram, porque eram contra o Império Português no Brasil.Naquele domingo, 16 de julho de 1645, muitos fiéis, famílias e outros residentes, dirigiram-se à igrejinha de Nossa Senhora das Candeias. Naturalmente, para cumprir o preceito religioso, não portavam armas, proibidas pelas autoridades holandesas. MASSACRE EM CUNHAÚO Padre André de Soveral começou a celebração Eucarística e, na hora da consagração, ao elevar a hóstia e o cálice, Jacó Rabe mandou fechar todas as portas da igreja. Naquele momento, deu-se início à terrível carnificina, com cenas de grande atrocidade: os fiéis em oração, inermes e indefesos, foram covardemente atacados e assassinados pelos flamengos, com a cumplicidade dos índios Tapuias e Potiguares. Sabendo o que ia acontecer, os fiéis não se rebelaram, pelo contrário, “entre ânsias fatais, confessaram sua fé em Jesus Cristo, pedindo perdão de suas culpas”. Enquanto o Padre André “rezava, às pressas, o ofício da agonia”, foi cruelmente atacado pelos Tapuias. No entanto, falando na língua dos indígenas, os exortava a não tocar a sua pessoa e tampouco a profanar as imagens e objetos do altar, para não cometer sacrilégio. Os Tapuias recuaram, mas os Potiguares não quiseram saber de sermões. Então, atacaram o ministro de Deus “despedaçando seu corpo”. O principal autor do cruento assassinato foi o chefe dos Potiguares, Jererera, que, empunhando uma adaga, deu o golpe fatal ao sacerdote. Este foi o primeiro episódio do massacre dos Protomártires do Rio Grande do Norte. MASSACRE EM URUAÇÚO segundo ataque, por parte dos holandeses Calvinistas e dos índios hostis aos Católicos, deu-se três meses depois, no dia 3 de outubro de 1645. Aterrorizados pelo que tinha acontecido em Cunhaú, os católicos de Natal procuravam fugir ou se esconder, inutilmente, em abrigos improvisados. Porém, foram pegos, junto com seu pároco, Padre Ambrósio Francisco Ferro, e levados para perto da cidade de Uruaçu, onde os soldados holandeses os aguardavam com cerca de duzentos índios, que tinham grande aversão pelos católicos. O pároco e seus fiéis foram brutalmente torturados e massacrados após bárbaras mutilações. Conforme os relatos da época, “os índios arrancavam as entranhas e cortavam as cabeças, pernas e braços das suas vítimas”. GRUPO DOS MÁRTIRES INDIVIDUADOS:Padre André de Soveral e Domingos Carvalho, mortos em Cunhaú; Padre Ambrósio Francisco Ferro, Mateus Moreira, Antônio Vilela, com sua filha; José do Porto, Francisco de Bastos, Diogo Pereira, João Lostão Navarro, Antônio Vilela Cid, Estêvão Machado de Miranda e duas filhas; Vicente de Souza Pereira, Francisco Mendes Pereira, João da Silveira, Simão Correia, Antônio Baracho, João Martins e sete companheiros; Manuel Rodrigues Moura e sua esposa; uma filha de Francisco Dias, mortos em Uruaçu. PROTOMÁRTIRES DO BRASILPadre André de Soveral e seus 29 Companheiros mártires do Rio Grande do Norte, foram sacrificados pela intolerância religiosa, pela perseguição contra a fé católica e a fé na Eucaristia. Padre André de Soveral, herói e mártir de Cunhaú, foi beatificado em 5 de março de 2000 e canonizado, no dia 15 de outubro de 2017, na Praça de São Pedro, pelo Papa Francisco.A Igreja celebra, no dia 3 de outubro, a festa litúrgica dos Protomártires do Brasil: Padre André de Soveral, Padre Ambrósio Francisco Ferro, o leigo Mateus Moreira e outros 27 Companheiros mártires. Fonte: Vatican News
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