06/09/2025

Jubileu dos Jovens reúne milhares em Aparecida para celebrar o Ano Santo da Esperança

Evento promovido pela CNBB acontece de 3 a 6 de setembro, com participação especial da Juventude Salesiana

O maior Santuário Mariano do Brasil, em Aparecida (SP), recebe de 3 a 6 de setembro de 2025 o Jubileu dos Jovens, promovido pela Comissão Episcopal para a Juventude da CNBB. O evento integra as celebrações do Ano Santo com o tema "Peregrinos de Esperança" e tem como ponto alto a Romaria Nacional da Juventude, no sábado (6).

A expectativa é reunir milhares de jovens de diversas dioceses para um dia de celebração e testemunho da fé, marcado por missas, momentos de oração, catequeses e atividades culturais. A programação se concentra no Centro de Eventos do Santuário Nacional, com procissão ao longo da esplanada.

Juventude Salesiana marca presença com encontro nacional

A Rede Salesiana Brasil participa do evento com o "Encontro Esperançar da Juventude", organizado pela Articulação da Juventude Salesiana do Brasil (AJS). O encontro começou no dia 3 de setembro, com jovens de todas as inspetorias salesianas do país se dirigindo a Aparecida para credenciamento no Hotel Rainha do Brasil.

Programação da AJS:

Dia 4 de setembro: Os jovens visitaram a presença social dos Salesianos de Pindamonhangaba, onde conheceram a réplica exata da casa de Dom Bosco. O dia incluiu momentos formativos, celebração eucarística, dinâmicas de grupos, oficinas, apresentação teatral e adoração ao Santíssimo.

Dia 5 de setembro: Visita à cidade de Guaratinguetá, com ida ao Memorial das Filhas de Maria Auxiliadora. As atividades incluíram acolhida, o tradicional "bom dia" salesiano, momento catequético, dinâmicas, atividades em grupos, plenárias com partilhas, celebração eucarística, feirinha da AJS e jantar no formato luau.

Ainda no dia 6 de setembro, dia vai começar cedo com a saída dos jovens para o Centro de Eventos Padre Victor Coelho, onde farão o credenciamento para a Romaria Nacional da Juventude. A programação incluiu momento de oração, reflexão sobre o Jubileu dos Jovens, peregrinação até o santuário, missa, almoço, animações e adorações no Centro de Eventos, show com Diego Fernandes e encerramento com peregrinação do terço luminoso até o Santuário, finalizada com o Ângelus e bênção final.

No dia Dia 7 de setembro os jovens terão manhã livre para passeio e descanso, com finalização do encontro da AJS às 12h.

Caminho sinodal e compromisso com a esperança

O Jubileu dos Jovens é parte do caminho sinodal da Igreja, que convida todos os fiéis a viverem a esperança como virtude cristã e compromisso com a transformação da realidade. Para a juventude, representa uma oportunidade de renovar a fé, assumir o protagonismo juvenil e aprofundar a identidade como discípulos missionários.

Durante os três dias, os participantes refletem sobre os desafios da evangelização da juventude, a sinodalidade na ação pastoral e o papel dos jovens no contexto social e eclesial. A programação inclui momentos de espiritualidade, oficinas e partilha de experiências regionais.

Vozes dos participantes

"Juntos com outros jovens, das mais diversas inspetorias do país, nos reunimos aqui em Aparecida para vivenciarmos o Jubileu dos Jovens. Como forma de gratidão e para perpetuar esse sonho, decidimos organizar um encontro para a AJS em nível nacional, o Esperançar da Juventude", explicou a jovem Carol, da Inspetoria São João Bosco.

"É uma oportunidade de partilharmos sobre o nosso movimento, nossa caminhada, nossos desafios e, claro, as perspectivas para o futuro. É com muita esperança e gratidão a Deus que encerramos esse encontro com a expectativa de uma caminhada cada vez mais firme e ancorada no caminhar de Deus, sob a intercessão de São João Bosco e Madre Mazzarello", completou.

Lideranças destacam importância do encontro

Para Irmã Claudiane da Silva Cavalcante, Animadora da Pastoral Juvenil da Inspetoria Maria Auxiliadora, o evento representa um marco importante: "O Jubileu da AJS constitui um marco muito importante em nossa caminhada como Pastoral Juvenil Salesiana. Uma experiência fecunda de encontro, partilhas de vida, escuta e, sobretudo, de protagonismo juvenil. A AJS é um sinal vivo de esperança na Igreja e revela o quanto o carisma salesiano é um instrumento de Deus na vida de tantos jovens. Acreditamos que este encontro trará ainda mais frutos em nossa ação evangelizadora."

Irmão Manoel Messias da Silva, Animador da Pastoral Juvenil da Inspetoria São Luiz Gonzaga, destacou a continuidade do trabalho iniciado em Turim: "Um ano após termos sediado o Sínodo da Juventude Salesiana em Turim, na Itália, com a presença de jovens do mundo todo, estamos tendo a graça de sediar o nosso Sínodo da AJS aqui no Brasil, com jovens representantes de nossas 10 inspetorias."

"Para mim, como delegado da Pastoral Juvenil Salesiana, é uma graça estar com todos esses jovens e escutá-los. Escutar esses jovens cheios de sonhos e expectativas e, maior ainda, poder ver que nesses dias de encontro – nos momentos de partilha, convivência, celebração e oração – os jovens fazem propósitos que com certeza irão ajudar em nossa caminhada. Esperamos que tenhamos daqui uma grande caminhada e que cada jovem se sinta amado pelos Salesianos e Salesianas", concluiu.

Romaria como expressão de unidade

A Romaria Nacional da Juventude é considerada a maior expressão da unidade da juventude católica brasileira. Em Aparecida, os jovens são acolhidos na Casa da Mãe, confiando à intercessão de Nossa Senhora os desafios e esperanças da nova geração católica do país.

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Carlo Acutis: de Turim ao coração da Família Salesiana

Carlo Acutis, o jovem que será canonizado amanhã, 7 de setembro, pelo Papa Leão XIV, de certo modo também foi influenciado em sua trajetória de Fé pela espiritualidade de Dom Bosco. Seu amor pela Eucaristia, considerada "o caminho para o Céu", marcou sua vida e suas ações, em sintonia com a espiritualidade salesiana, que prioriza o encontro com Deus e que Dom Bosco propôs como alicerce de seu Sistema Educativo, juntamente com a devoção a Maria Imaculada. Em conversa telefônica com o P. Pierluigi Cameroni, Postulador Geral para as Causas dos Santos da Família Salesiana, a mãe de Carlos, Antonia Salzano, falou da presença de Dom Bosco e da Beata Alexandrina Maria da Costa, Salesiana Cooperadora e mística da Eucaristia na vida de Carlos. Antonia lembrou que Carlos tinha feito uma cópia de um livro sobre o Catecismo de São Pio X que continha episódios da vida de Dom Bosco. Ela também lembra das várias vezes que ela e o filho foram à Basílica de Maria Auxiliadora, em Turim, para assistir à Santa Missa e rezar nas Urnas do Santo da Jventude (Dom Bosco) e de São Domingos Sávio, que Carlos considerava um modelo, especialmente por seu empenho com o "ensino do catecismo". Ao comentar a conexão entre Carlos e Domingos Sávio, Antonia mencionou um incidente que ocorreu numa escola frequentada por Carlos. Numa sala de aula, havia um quadro de São Domingos Sávio que alguém queria remover, alegando que era um santo ‘ultrapassado’. Carlos se opôs veementemente, citando a exemplaridade de sua vida e a relevância de seu testemunho. Na exposição organizada por Carlos Acutis a respeito dos milagres eucarísticos, Dom Bosco é apresentado como um santo de profunda devoção à Eucaristia, com citações de diversos textos em que enfatiza a relevância desse Sacramento. Ele descreve o episódio em que, com apenas oito hóstias restantes no cibório, Dom Bosco iniciou a multiplicá-las para poder atender às 360 crianças presentes na Missa. Quanto à sua ligação com a Beata Alexandrina Maria da Costa, Antonia relata que Carlos ficou maravilhado com a experiência da Mística portuguesa, que viveu por aproximadamente 13 anos, sustentada unicamente pela Eucaristia, além de Ela ser a destinatária da solicitação de Jesus para consagrar o Mundo ao Imaculado Coração de Maria, em consonância com a Mensagem de Fátima. "Mesmo nas exposições dedicadas ao Inferno, ao Purgatório e ao Paraíso, e na exposição Anjos e Demônios, Carlos fala de Dom Bosco, da Beata Alexandrina e de São Domingos Sávio, relatando algumas de suas visões e experiências relacionadas às Realidades últimas da Vida Cristã." A dedicação de Carlos à tecnologia e a habilidade de utilizar seus recursos, para propagar o Evangelho, estão alinhadas com a metodologia salesiana de evangelização, que busca atrair os jovens por meio de métodos modernos e inovadores. Dom Bosco empregou estratégias inovadoras para se comunicar com os Jovens, e Carlos Acutis seguiu seu exemplo, empregando a tecnologia como um instrumento para a santidade. A mãe de Carlos também confidenciou como o Carlos, inspirado pelo Sistema Preventivo de Dom Bosco, aconselhou um uso cuidadoso e vigilante da nova mídia, reconhecendo seu valor, mas também seus riscos e perigos. Em síntese, Carlos Acutis encarna o espírito salesiano através de sua intensa espiritualidade eucarística, do uso criativo da tecnologia na evangelização e do seu amor ao próximo, demonstrando que a santidade é possível mesmo em contextos atuais e que pode ser testemunhada mediante tangíveis de amor. Aos jovens de hoje, ele oferece o seu "kit para tornar-se santo": um grande desejo de santidade, missa, comunhão, terço cotidianos, uma porção diária de Bíblia, adoração eucarística, confissão semanal e disposição de renunciar a algo pelos outros. Fonte: Agência Info Salesiana - ANS

Projeto Mornese 2025 retoma os elementos carismáticos do CG XXIV em percurso formativo

De 8 a 23 de setembro, as irmãs Filhas de Maria Auxiliadora e leigos que partilham da missão salesiana participarão do Projeto Mornese em Língua Portuguesa 2025, uma experiência formativa que conduz às fontes do carisma salesiano. A itinerância, que passa por Roma, Turim, Mornese e Nizza, pretende atualizar as intuições do XXIV Capítulo Geral e favorecer uma vivência concreta dos elementos que sustentam a espiritualidade e a missão salesiana no mundo de hoje. A reflexão que guia o encontro foi inspirada pela Conselheira para a Formação, Ir. Nilza Fátima de Moraes, e acolhida pelas animadoras do projeto. Elas destacam como prioridade a redescoberta de uma identidade salesiana sólida, enraizada em Cristo, que se alimenta de formação permanente e conduz a um testemunho coerente. O itinerário também convida os participantes a lerem a própria vocação “com os olhos de Deus”, cultivando a docibilitas e deixando-se guiar pelo exemplo mariano de escuta e disponibilidade. Outro ponto fundamental é a vivência da sinodalidade missionária no estilo do Sistema Preventivo, que chama à corresponsabilidade, ao discernimento comunitário e a uma missão sempre em saída. Unido a isso, surge o compromisso com a Ecologia Integral, compreendida como eixo educativo que dialoga diretamente com os desafios atuais da juventude e da sociedade. A espiritualidade do cuidado, tão presente em Madre Mazzarello, ganha nova força ao se expressar como espiritualidade ecológica: oração e contemplação que se transformam em gestos concretos de atenção à criação e aos mais vulneráveis. Essa perspectiva também ilumina outro aspecto essencial do Projeto: a qualidade da presença. Estar com os jovens, escutá-los, acolhê-los e caminhar ao seu lado, em saída, é parte da pedagogia que dá vida às obras salesianas. A Coordenadora Executiva da RSB, Maria Dantas, é uma das participantes desta edição. Ao falar sobre as expectativas com o projeto, Maria Dantas nos disse que este “será um tempo de profunda imersão no coração da vida e da missão de Madre Mazzarello e Dom Bosco. Vou com gratidão, fé e o coração aberto para acolher esta experiência singular, na certeza de que será um encontro transformador e cheio da presença do carisma salesiano.” O Projeto Mornese reforça a centralidade do acompanhamento. Mais do que uma metodologia, trata-se de um estilo de presença que acompanha processos pessoais e comunitários, garantindo amadurecimento e continuidade vocacional. Assim, o encontro não é apenas uma formação pontual, mas um verdadeiro chamado à renovação da missão salesiana. Cada experiência de oração, partilha, oficinas e celebrações, busca fortalecer em irmãs e leigos a convicção de que o carisma salesiano continua atual e fecundo, especialmente quando vivido em comunhão e com abertura aos desafios do tempo presente. Angélica Novais da Comunicação da Rede Salesiana Brasil

Teresa Valsè Pantellini: uma espiritualidade centrada no amor

No dia 3 de setembro de 1907, em Turim, com apenas 29 anos, falecia Irmã Teresa Valsè Pantellini (1878 – 1907), Filha de Maria Auxiliadora (FMA) declarada venerável em 12 de julho de 1986 por São João Paulo II. Desta jovem FMA podem-se destacar muitos aspectos que lhe mereceram, entre outras coisas, ter como biógrafo o próprio Ferdinando Maccono, que também foi biógrafo de Santa Maria Mazzarello. Certamente, porém, destaca-se entre todas a sua capacidade de acolher as meninas como eram, sem se deixar intimidar por comportamentos ofensivos ou mesmo violentos. Algumas oratorianas testemunharam: “Numa tarde de domingo, entraram no pátio do oratório [em Roma, Trastevere] quatro ou cinco meninas que nunca tinham sido vistas. Irmã Teresa não estava porque não se sentia muito bem e a superiora me disse para me retirar. Mas não se passou nem um quarto de hora quando, enquanto conversavam com uma Irmã, de repente, arrancaram-lhe o véu. As maiores de nós, que viram o ato grosseiro, correram para defender a Irmã e começou uma briga. Alguma correu para a rua para chamar as policiais e estas vieram e estavam prestes a levar embora aquelas prepotentes, quando Irmã Teresa, avisada do fato doloroso, desceu rapidamente e disse: ‘Não, não! Não devemos deixar levar para a prisão aquelas meninas, porque o Senhor as enviou aqui para que as tornemos boas’ e correu em direção à portaria para chamar as policiais; mas, tanto pela exaustão, quanto pela pequena corrida, desmaiou e caiu. Foi levantada e acompanhada ao quarto. Durante a semana, ela se informou sobre aquelas meninas e conseguiu aproximar-se de algumas delas e soube que tinham sido mandadas ao Oratório por pessoas más, que prometeram dar-lhes vinte e cinco liras se arrancassem o véu e a touca de alguma Irmã, e elas fizeram essa ‘bela proeza’. Irmã Teresa cuidou delas, procurou-lhes trabalho, aceitou uma na sala de trabalho e aos poucos colocou-as todas no caminho certo.” Outras coirmãs confirmam. Irmã Tullia De Berardinis escreveu: “Às vezes reclamava do comportamento das meninas; e ela: ‘Devemos ter pena delas; são pobres meninas abandonadas por todos e expostas a tantos perigos! Agradeçamos ao Senhor por virem ao Oratório e vereis que, com o tempo, elas se tornarão boas. Vamos recomendá-las ao Sagrado Coração de Jesus e à Nossa Senhora’”., E Irmã Ottávia Clerici: “Diante de qualquer afronta e dificuldade das meninas, sempre as defendia dizendo: ‘De cem grosserias ou caprichos, oitenta não sabem que estão fazendo isso’”. O que sustentava uma jovem de família rica com dificuldades de saúde neste compromisso de dedicação a Deus e à educação dos mais pobres? Um belo estudo de Irmã Piera Ruffinatto, Reitora da Pontifícia Faculdade de Ciências da Educação Auxilium, apresenta a sua espiritualidade educativa, “centrada no amor”. Leia o artigo da Irmã Piera em língua italiana clicando aqui. Fonte: Istituto Figlie di Maria Ausiliatrice