"O sonho que vos faz sonhar"
30/12/2023

"O sonho que vos faz sonhar"

"O sonho que vos faz sonhar"

Neste ano de 2024, completam-se 200 anos do momento em que Joãozinho Bosco, o nosso Dom Bosco, teve o sonho que a Família Salesiana de todo o mundo conhece como o sonho dos 9 anos. E parece-me que este 200º aniversário de um sonho que "condicionou todo o modo de viver e de pensar de Dom Bosco" e, em particular, o modo de sentir a presença de Deus na vida de cada um e na história do mundo"1, merece ser o argumento central, merece ser o tema central da Estreia deste ano, e o tema que guiará toda a Família Salesiana durante o ano pastoral, assim como tantas intervenções educativas e tantas ações sociais e evangelizadoras em todo o mundo salesiano desta grande família que o Espírito inspirou em nosso Pai.

 

E ACONTECEU UM SONHO... MUITO ESPECIAL 

É verdade, há 200 anos, João Bosco teve um sonho que o "marcou" para o resto da sua vida, isto é, um sonho que o marcou de forma indelével, a ponto de só no fim da sua vida ter compreendido o que significava esse sonho. São vários os relatos do sonho na vida de Dom Bosco. Vou referir-me a um muito significativo, e vários irmãos e irmãs especialistas em salesianidade valorizam-no de modo muito particular, pois acontece que Dom Bosco conta o sonho pessoalmente a Dom Barberis, mas, em 1875 quando já tinha 60 anos, Ele tinha visto nascer a Congregação Salesiana (18 de dezembro de 1859), a Arquiconfraria de Maria Auxiliadora (18 de abril de 1869), o Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora (5 de agosto de 1872), e a Pia Sociedade dos Salesianos Cooperadores - segundo o nome original dado por Dom Bosco - aprovada em 9 de maio de 1876.

O sonho, com o seu contexto narrativo, é descrito da seguinte forma: "Entretanto sonhos particulares vinham consolar D. Bosco, e ocupavam-no toda a noite, como ele contou pela primeira e última vez, só a Pe. Júlio Barberis e ao escritor destas páginas, a 2 de fevereiro de 1875. Nestas misteriosas aparições entrelaçavam-se repetidamente imagens, variadas e novas, mas sempre com reproduções dos sonhos anteriores, e até com outros aspetos maravilhosos simultâneos que convergiam para um único ponto: o futuro do Oratório. Eis o relato de D. Bosco: "Pareceu-me estar numa grande planície cheia de um número infinito de jovens, uns rindo, outros blasfemando. Uns brigavam, outros blasfemavam. Aqui roubavam, ali ofendiam os bons costumes. Vê-se uma chuva de pedras no ar, atiradas por aqueles que lutam. Eram jovens abandonados pelos seus familiares e pela sociedade. Estava prestes a afastar-me dali, quando vi uma Senhora ao meu lado que me disse: "Avança entre esses jovens e trabalha. Avancei, mas o que fazer? Não havia lugar para retirar nenhum deles: ela queria fazer-lhes bem: dirigiu-me a pessoas ao longe que estavam a ver e que me podiam ter ajudado; mas ninguém me ouviu e ninguém me ajudou. Então, dirigi-me a essa _Matrona, que me disse: - Aqui há um quarto; - e mostrou-me um prado. - Mas aqui não é mais do que um prado, disse eu. Ela respondeu-me: - O meu filho e os Apóstolos não tinham um palmo de terra onde reclinar a cabeça. - Comecei a trabalhar naquele prado, admoestando, pregando e confessando, mas vi que, na maior parte dos casos, todos os esforços eram inúteis, a não ser que se encontrasse um lugar fechado e com alguns edifícios onde se pudessem reunir e onde se pudessem acolher alguns que estavam completamente abandonados pelos pais, rejeitados e desprezados pelos outros cidadãos. Então, aquela Senhora conduziu-me um pouco mais para fora e disse: "Olha! E eu olhei e vi uma pequena igreja baixa, um pequeno pátio e jovens em grande número. Retomei ao meu trabalho. Mas como esta igreja se tinha tornado apertada, recorri de novo a Ela, e Ela mostrou-me outra igreja muito maior, com uma casa perto. Neste lugar onde os gloriosos Mártires de Turim, Adventor e Octávio, sofreram o seu martírio, nestes campos banhados e santificados pelo seu sangue, quero que Deus seja honrado de um modo muito especial. - Assim dizendo, avançou um pé colocando-o no local do martírio e indicou-mo com precisão, queria colocar algum sinal para o localizar quando eu voltasse a esse campo noutra altura, mas não encontrei nada à minha volta; nem um par, nem uma pedra: no entanto, guardeio na minha memória2 com precisão. Corresponde exatamente ao canto interior da capela dos Santíssimos Mártires, antigamente chamada de Santa Ana, ao lado do Evangelho, na igreja de Maria Auxiliadora. "Entretanto, vi-me rodeado por um número imenso e cada vez maior de jovens; mas, à medida que olhava para a Senhora, os meios e o lugar cresciam também, e vi então uma igreja muito grande, precisamente no lugar onde ela me tinha mostrado que tinha tido lugar o martírio dos santos da legião tebana, com muitos edifícios à volta e um belo monumento no meio. "Enquanto estas coisas aconteciam, eu, sempre em sonho, tinha padres e clérigos que me ajudavam um pouco e depois fugiam, tentava com grande esforço atraí-los para junto de mim, e eles pouco depois iam embora e deixavam-me sozinho. Então voltei-me de novo para aquela Senhora, que me disse: "Queres saber como se faz para que eles não te fujam mais? Toma esta fita e ata-a à testa deles. - Peguei com reverência na fitinha branca da sua mão e vi que nela estava escrita esta palavra: Obediência. Procurei logo fazer o que a Senhora me dizia, e comecei a atar com a fita a cabeça de alguns dos meus coadjutores voluntários, e vi logo um grande e admirável efeito: e este efeito crescia à medida que eu prosseguia na missão que me era confiada, pois eles deixavam de todo o pensamento de ir para outro lado, e paravam para me ajudar. Assim se estabeleceu a Congregação. Vi muitas outras coisas que não é agora o caso de vos dar a conhecer (parece que ele aludia a grandes acontecimentos futuros), mas basta dizer que, a partir de então, andei sempre pelo lado seguro, quer em relação aos Oratórios, quer em relação à Congregação, quer em relação ao modo como me devia comportar nas relações com as pessoas de fora investidas de qualquer autoridade. Vejo muito bem, parte por parte, tudo o que está para vir, e caminho em frente com uma luz clara. Foi depois de ter visto as igrejas, as casas, os pátios, os jovens, os clérigos e os padres que me ajudam, e a maneira de conduzir tudo isso, que falei aos outros e lhes contei como se já estivesse feito. E foi por isso que muitos acreditaram que eu estava a delirar, e fui tomado por louco.

Confira na íntegra o texto do 10º Sucessor de Dom Bosco, Reitor-Mor dos Salesianos e Cardeal Ángel Fernández Artime clicando aqui.

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Pe. Luis Eugenio é o novo Animador Espiritual da ADMA

A Associação de Maria Auxiliadora (ADMA) acolhe com alegria a nomeação do Pe. Luis Eugenio Vargas Isaza, salesiano colombiano de Medellín, como novo Animador Espiritual Mundial. Ordenado sacerdote em 2002, o novo animador traz consigo uma profunda vivência pastoral, marcada pelo amor a Maria Auxiliadora e pelo compromisso com a Família Salesiana. Pe. Luis Eugenio recebeu a nomeação com espírito de fé e disponibilidade, afirmando: “Aceito essa tarefa com grande surpresa e fé, com a esperança de viver a vontade de Deus e de servir com amor e obediência a minha Congregação e a Associação de Maria Auxiliadora, que tanto amo. Considero-a uma grande responsabilidade e um campo de ação evangelizadora salesiana onde o Senhor nos pede para O servirmos e, se é a Sua vontade, Ele mesmo nos sustentará e nos dará força.” Ligado há anos à ADMA, o sacerdote já a acompanhou em diversas realidades locais, como Cali e Medellín. Desde 2020, atuava como Conselheiro da Associação, promovendo com entusiasmo a formação espiritual e a comunhão com toda a Família Salesiana. Atualmente, ele se prepara para transferir suas responsabilidades no Santuário de Maria Auxiliadora em Medellín ao seu sucessor, antes de assumir a nova missão em Turim, berço do carisma salesiano. Durante este período de transição, o Pe. Gabriel Cruz Trejo continuará acompanhando as atividades programadas da ADMA até a chegada do novo animador. A Associação expressa profunda gratidão a ele por sua dedicação e disponibilidade, preparando também um momento especial de despedida. A Família Salesiana confia esta nova etapa à intercessão de Maria Auxiliadora e ao abraço espiritual de Dom Bosco, na certeza de que Pe. Luis Eugenio conduzirá a ADMA com coração salesiano e zelo apostólico, fortalecendo ainda mais a missão de evangelizar e difundir a devoção mariana no mundo. Angélica Novais com informações da ADMA

Leão XIV reza o Ângelus em seu aniversário: 'Agradeço a Deus e a meus pais'

O papa Leão XIV rezou o Ângelus de domingo com os fiéis hoje (14) em uma data especial: seu 70.º aniversário. Desde o início da manhã, a praça de São Pedro encheu-se de peregrinos com faixas, cartazes de felicitações e bandeiras de felicitações. «Parece que vocês sabem: hoje eu completo 70 anos», disse o Pontífice com um sorriso, improvisando algumas palavras de agradecimento. «Agradeço ao Senhor e aos meus pais, e a todos aqueles que se lembraram de mim nas suas orações». O papa mostrou-se visivelmente emocionado ao ouvir as bandas musicais que, na praça do Vaticano, tocaram Parabéns a Você. Os milhares de participantes acompanharam o gesto com aplausos e vivas, agitando os seus cartazes com mensagens de gratidão e bênçãos. Durante seu discurso após a oração do Angelus, Leão XIV lembrou os 60 anos da criação do Sínodo dos Bispos por são Paulo VI, e encorajou um compromisso renovado com a sinodalidade na missão da Igreja. As suas reflexões durante o Angelus centraram-se na Exaltação da Santa Cruz, que a Igreja Católica celebra neste domingo. Ao comentar o evangelho do dia, o encontro de Jesus com Nicodemos (cf. Jo 3,13-17), ele assegurou que o líder judeu «tem necessidade de luz, de orientação, procura Deus e pede ajuda ao Mestre de Nazaré, porque nele reconhece um profeta, um homem que realiza sinais extraordinários». Jesus revela-se como o Filho de Deus ao dizer-lhe: «Deus amou tanto o mundo que entregou o seu Filho único, para que todo aquele que nele crê não morra, mas tenha a vida eterna». No entanto, Nicodemos «não compreende plenamente o sentido destas palavras», mas compreenderá após a morte e «depois da crucificação, ajudará a sepultar o corpo do Salvador». Deus, para redimir os homens, fez-se homem e morreu na cruz «Compreenderá então que Deus, para redimir os homens, fez-se homem e morreu na cruz», explicou o Papa. “Deus salvou-nos revelando-se a nós, oferecendo-se como nosso companheiro, mestre, médico, amigo, até se tornar por nós pão partido na Eucaristia. E para realizar esta obra, serviu-se de um dos instrumentos de morte mais cruéis que o homem jamais inventou: a cruz”. Para Leão XIV, esta é a “exaltação” da cruz. Ele definiu-a como uma celebração que “fazemos pelo amor imenso com que Deus, abraçando-a para a nossa salvação, a transformou de meio de morte em instrumento de vida, ensinando-nos que nada pode separar-nos Dele e que a sua caridade é maior do que o nosso próprio pecado”. O papa concluiu a sua reflexão antes da oração pedindo com Maria «que também em nós se enraíze e cresça o seu amor que salva, e que também nós saibamos doar-nos uns aos outros, como Ele se doou inteiramente a todos». Mensagem do Reitor-mor dos salesianos Neste dia de alegria em que a Igreja universal dá graças a Deus pelos 70 anos de vida do Santo Padre Leão XIV, o Reitor-Mor dos Salesianos, em nome da Congregação e de toda a Família Salesiana, expressa ao Papa seus votos, proximidade e oração. Em sua mensagem, ele assegura ao Sucessor de Pedro, a fidelidade filial e o serviço da Família de Dom Bosco, reconhecendo n’Ele um guia profético que convida à paz, à unidade e à renovada Fé em Jesus Cristo. Acesse aqui a Mensagem do Reitor-Mor ao Santo Padre.  Fonte: Com informações de Victoria Cardiel da ACI Digital e ANS.

Madre Chiara Cazzuola acolhe participantes do Projeto Mornese em Roma

No dia 10 de setembro, quarta-feira, na Casa Sagrado Coração, em Roma, a Madre Chiara Cazzuola, Superiora Geral das Filhas de Maria Auxiliadora (FMA), dirigiu a tradicional “Boa Noite” salesiana aos 34 participantes do Projeto Mornese em Português, vindos do Brasil, Angola, Madagascar, Moçambique e Portugal, entre estes, 20 leigos. Maria Dantas, coordenadora executiva da Rede Salesiana Brasil e participante do projeto, ao falar sobre o que mais a marcou nesta jornada até agora, ressaltou que todos os momentos e partilhas vividos foram profundamente significativos. “A alegria das Filhas de Maria Auxiliadora contagiou a todos os participantes deste projeto e fez grande diferença. Viver e experimentar o carisma salesiano renova o sentido da vida, fortalece a fé e reaviva a esperança”.  Maria complementou, dizendo que “estar no coração do catolicismo, na casa do Santo Padre; participar da canonização de Carlo Acutis e Giorgio Frassati; conhecer mais de perto o Instituto; e estar em comunhão com a Madre Geral Chiara, entre tantas outras experiências, renovaram em nós a certeza da fé e do imenso amor de Deus por cada um de nós”. Em sua mensagem, a Madre convidou os presentes a viverem a experiência de Mornese e Valdocco com o coração aberto, confiando a Maria Domingas Mazzarello e a Maria Auxiliadora suas intenções pessoais, familiares e missionárias. Recordou ainda a figura de Suor Maria Troncatti, que será canonizada em outubro, destacando-a como “mãe, missionária e artesã da paz e da reconciliação”. A Madre Chiara sublinhou que a educação é um instrumento fundamental para promover a paz e encorajou todos a assumirem essa missão em seus contextos. Ao final, cada Inspetoria presenteou a Madre com símbolos de sua terra, gesto retribuído com uma imagem de Suor Maria Troncatti. Comunicação da Rede Salesiana Brasil

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