15/05/2023

Dia do(a) Assistente Social: uma profissão essencial para a juventude

Dia do(a) Assistente Social: uma profissão essencial para a juventude

No dia 15 de maio, comemora-se o Dia do(a) Assistente Social. Essa data celebra uma profissão essencial para a sociedade, de forma especial, para a vida da juventude. O(A) assistente social é um(a) profissional capacitado para atuar em diversos campos, sempre buscando promover a igualdade social e o bem-estar dos indivíduos, sendo suas atribuições muito diversas, podendo variar de acordo com o campo de atuação e a área de especialização. Algumas das principais funções desempenhadas por um(a) assistente social são:

  • Planejamento, gestão e execução de programas e projetos sociais;
  • Atendimento e acompanhamento social;
  • Mediação de conflitos e promoção de diálogo social;
  • Defesa e garantia dos Direitos Humanos. 

Assim, conheça alguns(as) dos(as) Assistentes Sociais da Rede Salesiana Brasil que atuam diariamente na transformação de vida da juventude em situação de vulnerabilidade social do país:

 

Celso Kubichem Rodrigues

Centro Educativo Dom Bosco de Ji-Paraná (RO)

Inspetoria Salesiana São Domingo Sávio

 

COMO TUDO COMEÇOU PARA O CELSO

“As visitas domiciliares que realizei quando entrei na obra salesiana, para trabalho em uma oficina de serigrafia em maio de 2023, foram impactantes para mim, pois o acesso a outras realidades das famílias muitas vezes chocava de muitas formas. Isso me fez querer entender porque as pessoas estavam em condições tão precárias. Depois de certo tempo, organizei uma visita dos alunos a uma universidade aqui do município para que pudessem tirar dúvidas sobre a profissão que queriam escolher. Neste dia, vi uma apresentação do curso de serviço social e decidi fazê-lo. Foi a melhor escolha profissional que fiz!”

DESAFIOS E ALEGRIAS

“Estar permanentemente estudando e pesquisando sobre a realidade social é um desafio para os assistentes sociais, pois a efetividade e os resultados de sua ação dependem desta capacidade. A alegria é poder alcançar a transformação da realidade das famílias, seja por fazer valer um direito, ou ampliar novos direitos, ou ainda poder realizar projetos, bem como contribuir para a construção de leis. Quando você vê uma pessoa se beneficiando de um trabalho que tem a sua contribuição e ele transforma a vida de centenas, milhares de pessoas, não há melhor satisfação.”

A RIFA DO CAMINHÃO

“Certa vez, um benfeitor do município convidou quatro instituições para uma reunião e dentre elas estava o Centro Educativo Dom Bosco. Ele queria realizar uma doação de um veículo (um caminhão) para estas instituições e propôs a venda e divisão do valor para as quatro instituições. Porém, o valor do veículo variava entre 60 e 80 mil, então cada instituição poderia ficar com um valor entre 15 e 20 mil a depender do valor da venda. As instituições reuniram-se e resolveram fazer uma contraproposta: fazer uma rifa com 144 unidades no valor de mil reais cada, ao qual cada instituição ficaria responsável em vender 36 unidades. A ideia foi um sucesso e o valor arrecadado para cada instituição foi de 36 mil reais. O mais bacana foi que uma instituição ajudou a outra na venda das rifas e todas foram vendidas. E qual instituição vendeu o bilhete premiado? O Centro Educativo Dom Bosco!”

  

 

Charlene Lassalete Abreu Santana.

Centro Juvenil Dom Bosco, Fortaleza (CE)

Inspetoria Salesiana Maria Auxiliadora

 

A ASSITÊNCIA SOCIAL NA PANDEMIA

“Nossa atuação profissional foi e é fundamental! Atuamos nas mais diversas áreas, com contribuição significativa no atendimento à população, sempre na perspectiva de acesso e garantia de direitos, tanto na saúde, assistência e previdência social, o que se intensificou na pandemia. Com a necessidade de isolamento social, instalou-se a grande preocupação com o bem-estar e a saúde mental dos beneficiários. Buscamos alternativas e modos de reinventar o cotidiano dentro da realidade da distância, envolvendo familiares e/ou responsáveis. Todo esse trabalho fortaleceu o sentimento de pertencimento à instituição, o que é muito importante, especialmente naquela conjuntura. O maior desafio foi repensar e reinventar a intervenção profissional durante o período pandêmico, foi ultrapassar o que era do nosso cotidiano, afinal a maior parte dos profissionais trabalham em contato direto com a população. A maior alegria é saber que garantimos ao outro o pensar de sua condição humana, a busca e a concretização da superação.” 

RECEPÇÃO COM BALDE D’ÁGUA

“Foram tantas situações, por vezes inusitadas, provavelmente em todos os sentidos que se possa imaginar, mas lhe digo que a primeira não se esquece. Já fui recepcionada em uma visita domiciliar com balde de água e sabão, e garanto que a agilidade no desvio foi excepcional, na ocasião.”

  

 

Cristiane Machado de Souza

Instituto Medianeira - Casa Da Criança, Rio Pardo (RS)

Inspetoria Nossa Senhora Aparecida

 

COMO TUDO COMEÇOU PARA A CRISTIANE

“A desigualdade social existe e, infelizmente, sempre existirá. O racismo, a discriminação de gênero, o preconceito, a disparidade de trabalho e renda só agravam a desigualdade brasileira, segui a carreira de Assistente Social por ser muito gratificante, apesar dos desafios. Vejo como uma profissão que tem como objetivo melhorar a vida da população, prestar apoio e amparar pessoas que por algum motivo não estão tendo total acesso aos seus direitos.”

A ASSISTÊNCIA SOCIAL NA PANDEMIA

“O distanciamento é físico, não é social! Seguimos na linha de frente, sem fazer o isolamento social, e isso se dá pela natureza da nossa profissão, que age no caos da desproteção à vida. O Assistente Social seguiu seu papel, acolhendo as famílias, garantindo os vínculos entre os atendidos e a Obra Social, trabalhando no atendimento a demanda na perspectiva do acesso e garantia de direitos e acesso às políticas públicas. Pós-pandemia, as sequelas sociais que ficaram são enormes, inúmeras situações de vulnerabilidade social, desemprego, saúde mental abalada, luto pela perda de entes queridos, dificuldade de acesso aos serviços e políticas públicas. O Assistente Social tem seu papel na busca de uma sociedade mais justa e igualitária.” 

DESAFIOS E ALEGRIAS

“O maior desafio é enfrentar, de forma coerente e criativa, as situações de vulnerabilidade social, defendendo os direitos sociais, e lutar pela eliminação de todas as formas de preconceito, buscando a superação dessas situações e a melhor qualidade de vida dos usuários. A maior alegria é ver a emancipação dos atendidos, a superação das dificuldades enfrentadas e as famílias conseguindo ir em busca de melhor qualidade de vida para seus membros.”

BICHO-DE-PÉ DURANTE RESGATE

Quando iniciei minha carreira profissional a 18 anos atrás, trabalhei na Prefeitura Municipal de Rio Pardo - RS, o que me trouxe muitos aprendizados, pois foi o ano em que a Política Nacional estava sendo estruturada. Como uma iniciante, eu queria poder ajudar todos de todas as formas possíveis, e em meu município teve um episódio de enchente em um balneário e fui juntamente com a Defesa Civil ajudar nos resgates, atravessei de barquinho a remo a enchente para atender as famílias. Depois do acolhimento, como eu estava de sapato aberto, tipo sandália, no entra e sai da água eu peguei Tunga Penetrans, conhecido como bicho-de-pé, custei para perceber, mas fui ao posto de saúde e retiraram.”

 

Eliane Maria de Castro Silva

Inspetoria Salesiana São Luiz Gonzaga, Recife (PE)

 

A ASSISTÊNCIA SOCIAL NA PANDEMIA

“O Assistente Social, assim como outros profissionais, ficou na comissão de frente e/ou na retaguarda do processo pandêmico com o qual todos nos deparamos e que norteou para os limites entre o profissional e o pessoal. Foi desafiador esse período, mas, apesar das restrições e medidas de segurança mundial, conseguimos contribuir no atendimento ao público beneficiário das Obras Sociais e dos Colégios Salesianos, com os cuidados devidos e respeitando as orientações do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS). A pandemia ressaltou a fragilidade da sociedade, principalmente no que diz respeito ao sistema de garantia de direitos -  o acesso ao atendimento nas áreas da saúde, educação, alimentação, bens e serviços que permitiriam o bem-estar dessa população mais vulnerável, por vezes foi negado. Hoje continuamos com as mesmas problemáticas de acesso aos bens e serviços prestados pelas políticas públicas e o sistema econômico vigente continua a privilegiar uma pequena parcela da sociedade, acentuando ainda mais a desigualdade social. As restrições e perdas de toda ordem (humanas, materiais e financeiras), que abalaram a população de forma global, trazendo consequências físicas, psicológicas e comportamentais, que emergem da Questão Social em suas faces e configurações na atualidade, gerando novos desafios.” 

DESAFIOS E ALEGRIAS

“O maior desafio é assegurar que os beneficiários atendidos pelo serviço social tenham seus direitos constitucionalmente reconhecidos e efetivados, de forma igualitária e com equidade na sociedade. A maior alegria é quando encontro presencialmente e pelas redes sociais, os ex-alunos e ex-participantes dos projetos sociais sendo protagonistas e com seus Projetos de Vida concretizados (formados, trabalhando, sendo pais e mães...) mostrando que aquela semente que plantamos, cultivamos, renderam frutos e, de algum modo, fizemos a diferença na vida deles.

A “NOITE DO TERROR” DA ASSISTENTE SOCIAL

“Num passeio realizado pela Obra Social com os adolescentes entre 12 e 16 anos, fomos a um parque de diversão. Era o mês de outubro e o mesmo estava trabalhando a temática de “Noite do Terror”, onde uma das atrações era uma casa com personagens caracterizados de monstros. Um grupo de adolescentes pediu para eu acompanha-los, estava receosa de entrar (era medo mesmo), mas o grupo disse que ficariam junto de mim. Aí pensei: ‘eles estão com cuidado para comigo e, como educadora, a ‘assistência/presença’ faz parte. Assim fui. Minha gente, quando entramos, tudo estava escuro e não tinha como voltar, aí os ‘monstros’ começaram a correr atrás da gente e os meus ditos ‘protetores’ foram embora nas carreiras e eu fique para trás. Até hoje não sei quem gritava mais, se era eu ou os adolescentes”. 

  

 

Gilcelia Maria Dos Santos
Obra Social Dom Bosco, Itaquera (SP) 

Inspetoria Salesiana de Nossa Senhora Auxiliadora

 

COMO TUDO COMEÇOU PARA A GILCELIA

“Foi a vontade de poder ajudar as pessoas que se encontravam em situação desfavorável, que não conheciam os seus direitos e nem os órgãos competentes para fazer prevalecer os seus direitos. Foi o que me instigou a me tornar uma Assistente Social. Atuo há 8 anos na Obra Social Dom Bosco, mas possivelmente, foi durante a pandemia que a Assistência Social passou por momentos desafiadores. Durante a pandemia, em várias situações, nos tornamos um dos elos mais fortes para a população que estava carente e assustada com os problemas causados pela COVID-19. Porque o distanciamento foi físico, mas não foi social, tivemos que acolher, escutar, mediar, visitar, acompanhar, encaminhar, intervir e garantir um pouco de dignidade devido ao grande número de desempregados.”

DESAFIOS E ALEGRIAS

“O maior desafio, na minha opinião, é o reconhecimento e a valorização da profissão. E a maior alegria é quando conseguimos fazer com que os direitos dos nossos atendidos sejam garantidos. Através da nossa formação técnica e metodológica, podemos orientar a população em situação de vulnerabilidade a se reintegrar à sociedade de maneira justa e igualitária.”

   

 

Maria José de Andrade Freire Rodrigues

Centro Social Madre Mazzarello, Porto Velho (RO)

Inspetoria Salesiana Nossa Senhora da Amazônia

 

A ASSISTÊNCIA SOCIAL NA PANDEMIA

“Ficou mais visível aos olhos públicos e privados a sua importância [do Assistente Social] em praticamente todos os serviços oferecidos à sociedade de um modo geral. Ficou bem claro que foi e é um profissional essencial no enfrentamento a pandemia. Fazer doação é fácil, difícil é doar-se! Aprendi na pandemia quando participei do projeto ‘É tempo de amar e servir’, promovido pela igreja, onde atendia os moradores de rua. Fui ser voluntária na desinfecção dos banheiros a cada utilização pelos atendidos e refleti como é difícil se doar, mas foi uma experiência que me ajudou muito a exercitar a empatia. Foi  uma experiência  inesquecível!”

AGORA SIM, ASSISTENTE SOCIAL!

“Uma senhora de 60 anos queria ter direito a uma aposentadoria, sem ter contribuído com a previdência. Revoltada, dizia que só iria me reconhecer como Assistente Social no dia em que estivesse aposentada, então ela falava bem alto e para várias pessoas na obra durante cinco anos, até chegar o tempo de ter direito ao Benefício de Prestação Continuada (BPC). Hoje ela se diz feliz e que antes eu não era Assistente Social, pois não conseguia sua a aposentadoria.”

   

 

Nivea Jaqueline Manoel

Centro Salesiano do Adolescente Trabalhador (CESAM-MG), Belo Horizonte (MG)

Inspetoria Salesiana São João Bosco

 

COMO TUDO COMEÇOU PARA A NIVEA

“Minha decisão de ser Assistente Social nasceu quando eu comecei a enxergar a realidade social ao meu derredor, minha família sempre contribuiu em caráter caritativo e nos ensinou isso, mas era pontual e hoje eu entendo ainda mais que era de forma assistencialista. Eu tenho uma sobrinha que, naquele tempo, trabalhava no Conselho do Idoso de Belo Horizonte e ela me falava do quanto os idosos, bem como os demais públicos prioritários que ela tinha acesso pelos outros conselhos, sofriam devido a muitas violações de direitos. Por isso, meu intuito sempre foi trabalhar nestes locais em prol da garantia da dignidade daqueles que mais precisam. Em 2013, eu iniciei o estágio no CESAM-MG e, após a formação na faculdade, vim trabalhar com crianças, adolescentes e jovens, trabalho esse que me conquistou e hoje não é só atuação profissional, mas sim Missão.”

A ASSISTÊNCIA SOCIAL NA PANDEMIA

“Durante a pandemia, a atuação dentro do âmbito social foi crucial e de uma relevância que trouxe ainda mais confirmação de que nós precisamos ampliar e fortalecer nossa luta em prol da garantia e da defesa de direitos dos nossos atendidos que, na maioria das vezes, não são só carentes de bens materiais, mas também de informação e de orientação. No CESAM-MG, em especial, foi um período sem descanso e nossa ação estratégica foi pautada no acompanhamento das famílias de forma ainda mais incisiva, além do apoio e suporte às mesmas na alimentação, concedida através da entrega de cestas básicas, no encaminhamento, na intervenção e escuta que, por testemunho dos próprios atendidos, fez muita diferença.”

LEGALMENTE ADOTADA E JOVEM APRENDIZ DO CESAM

“Uma vez atendi no CESAM-MG uma adolescente que, com um ano de idade, havia sido entregue pela mãe à vizinha. Segundo ela, era somente alguns minutos para comprar uns pães, e ela foi embora. Desde então, a menina foi cuidada por essa vizinha que nunca buscou resolver a situação com receio de perder o vínculo ou que a mãe retornasse e pegasse a guarda de volta. Já havia se passado 15 anos do abandono da mãe, então nós orientamos e encaminhamos essa vizinha, visto que é necessário um responsável legal para o adolescente ingressar no trabalho protegido, fizemos o encaminhamento a Vara da Infância e Juventude e, em pouco tempo, a vizinha obteve a guarda legal desta adolescente e foi muito emocionante para nós e para a família. Logo depois, ela ainda foi contratada como Jovem Aprendiz do CESAM.”

  

 

Priscila Pêgo Belisário

Centro Juvenil Salesiano Santa Maria Mazzarello, Linhares (ES)

Inspetoria Salesiana Madre Mazzarello

 

A ASSISTÊNCIA SOCIAL NA PANDEMIA

“Promover o acesso às políticas públicas e oferecer assistência a quem dela é de direito é o que me move. Na pandemia, o trabalho do(a) Assistente Social se tornou ainda mais importante, muitas famílias se depararam com uma nova realidade, o que já era difícil se tornou ainda mais. A nossa Obra foi agraciada com parceiros que realizam até hoje doações de alimentos que beneficiam nossas famílias.”

A IMPORTÂNCIA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL

“A importância se dá a partir do momento em que começamos a ocupar espaços não só de assistência social, mas também nos espaços de gestão, contribuindo nas análises da nova realidade, propondo ações concretas, sejam elas, de prevenção, reparação, na perspectiva do acesso e garantia de direitos. O maior desafio hoje é a busca sistemática por parcerias financeiras. A maior alegria é ver uma criança ou adolescente sendo protagonista da sua própria história, tendo autonomia na sua fala e buscando sempre a garantia de seus direitos.” 

CORRENDO DA MANADA

“Eu não trabalhava na Obra Social, e sim em outra instituição. Era visita domiciliar no interior (roça) e o acesso à casa da família era bem difícil, estrada de chão, muitos morros, até que chegamos na casa. Realizei a visita, mas na volta tivemos que correr de uma manada (risos) e o carro estava um pouco distante da casa. Eu e a psicóloga tivemos até que passar por cerca de arame farpado. Mas chegamos sãs e salvas no carro.”

   

 

Tania Pacheco Paz

Instituto Assistencial Dom Bosco, Guarapuava (PR)

Inspetoria Salesiana São Pio X

 

COMO TUDO COMEÇOU PARA A TANIA

“Sou ex-aluna da instituição na qual trabalho atualmente. Antigamente, era chamado de Instituto Educacional Dom Bosco. Passei boa parte da minha adolescência frequentando os pátios desse lugar. [...] Na época, eu e minha família enfrentávamos muitas dificuldades financeiras. Passar pelo Instituto Dom Bosco e ser Jovem Aprendiz em uma empresa parceira proporcionou a mim e a minha família sonhar mais além. Pela primeira vez eu senti que era possível eu ser alguém na vida, estudar, fazer a diferença. Na época, duas educadoras e uma assistente social me incentivavam a estudar, fazer vestibular e que se eu gostava da área social era para buscar isso. Nos atendimentos com a técnica, percebi que era aquilo que eu queria. Estudar mais sobre questão social e política pública para adolescentes”

A ASSISTÊNCIA SOCIAL NA PANDEMIA

“Durante a pandemia de COVID-19, muitos profissionais estavam na linha de frente e um desses profissionais foi o Assistente Social [...] As crianças e adolescentes ficaram ainda mais suscetíveis aos riscos de desistência escolar, trabalho infantil, abuso e violência física e sexual. A fome aumentou e o desemprego também. Todas essas questões são matéria de Serviço Social, objetos de intervenção. O papel do Assistente Social durante e pós pandemia se tornou cada vez mais necessário e urgente, não somente pela sua prática técnica, mas também pela sua visão dialética, teórico-metodológica e ético-política da realidade social.”

DESAFIOS E ALEGRIAS

“A maior alegria é perceber resultados, em algumas vezes muito singelos, na construção dos direitos e na integridade de toda pessoa atendida: quando um adolescente ou família se reconhece como sujeito de direito, quando é possível contribuir e aliviar o fardo de enfrentarem sozinhos muitas expressões da questão social, quando percebo um trabalho em rede funcionando, quando percebo um adolescente lutando pelos seus sonhos, quando colho pequenas flores pelo caminho, quando consigo, sob a luz do pensamento de Gramsci, ‘causar pequenas rupturas nos sistemas de opressão’ e quando consigo sob a luz de Dom Bosco, fazer compreender que a ‘educação é coisa do coração’. O maior desafio é ter que repetir e repetir e enfrentar dia após dia o desrespeito com a profissão, o assistencialismo tomando lugar da política pública e da garantia de direitos. O desafio é permanecer firme diante de tantas desigualdades e violências, muitas vezes cometias pelo próprio estado e pelos próprios representantes das leis e dos serviços.”

A SALESIANIDADE NA ASSISTÊNCIA SOCIAL

“Quando eu vislumbrava um dia poder trabalhar como Assistente Social, eu sonhava muito em poder contribuir de forma educativa nos serviços. Atuar na política de assistência social sempre foi um desejo, mas a educação social na área da criança e do adolescente sempre me chamou muito. Isso se deve ao fato de eu ter vivido uma experiência de pátio com os educadores salesianos entre os 13 e 18 anos. Trabalhar em uma obra social, especificamente em uma obra social salesiana, significa atuar nessas três esferas de atuação do serviço social: assistência social, educação social e criança, adolescente e juventudes. Um dia entrei nesse espaço como adolescente, retornei como educadora social, voltei novamente como Assistente Social e hoje tenho a oportunidade de dizer que sou a Coordenadora de Projetos do lugar que me impulsionou a sonhar. Esse é meu grande desejo, fazê-los lembrar do seu grande potencial de sonhar e de transformar. Devolver para esta terra aquilo que ela me deu.”  

   

A Rede Salesiana Brasil agradece aos Assistentes Sociais de todo o país, em especial aos/às Assistentes Sociais das presenças Salesianas, por seus inestimáveis esforços em prol da juventude. O comprometimento diário, a dedicação e o apoio de cada um e cada uma são essenciais para o desenvolvimento de uma sociedade mais justa e inclusiva. A formação integral de “bons cristão e honestos cidadãos”, protagonistas de suas próprias histórias passa pelo cuidado de vocês. Obrigada!

Por Equipe de Comunicação da Rede Salesiana Brasil, com o apoio do Comitê de Ação Social Salesiana

 

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No dia 19 de outubro de 2024, em Brescia, Itália, será atribuído o Prêmio Carlo Marchini 2024 a uma Irmã Salesiana Filha de Maria Auxiliadora (FMA) da Inspetoria Madre Mazzarello, com sede em Belo Horizonte (MG). No dia 19 de outubro de 2024, no Auditório do Centro de Congressos Capretti, em Brescia, Lombardia, a Associação Carlo Marchini Onlus, dedicada ao apoio à infância no Brasil, atribuirá o Prêmio Carlo Marchini, instituído em 2019 em favor dos missionários brasileiros próximos à Família Salesiana, “em reconhecimento do compromisso assumido em favor das crianças desfavorecidas que vivem nas áreas mais pobres do país”. O Prêmio será concedido à Salesiana Filha de Maria Auxiliadora (FMA), Irmã Maria Helena de Resende, da Inspetoria Madre Mazzarello (BMM) que, “depois de uma experiência de muitos anos como professora e coordenadora de escolas salesianas em diversas cidades, desde 1995 colabora com a nossa Associação para ajudar os menores mais desfavorecidos presentes nos institutos Maria Imaculada em Barbacena e Nossa Senhora Auxiliadora em Cachoeira do Campo”.  Na premiação do dia 19 de outubro, estará presente a Conselheira Geral da Comunicação do Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora, Irmã Maria Ausilia De Siena. No mesmo dia, outros três missionários receberão o “Prêmio Coração Amigo”, concedido anualmente pela Associação Cuore Amico Fraternidade ETS para honrar o mundo missionário: Irmã Elvira Tutolo (Irmãs da Caridade de S. A. Thouret), desde 2021 na República Centro-Africana; Padre João Gentilin (Canossiano), desde 1983 nas Filipinas; Marilena Valvano, leiga, desde 1993 na Venezuela. SOBRE IRMÃ MARIA HELENAIrmã Maria Helena de Resende nasceu em 5 de outubro de 1938, em Resende Costa, uma cidade do interior do estado de Minas Gerais. Como conta ela mesma, aos 15 anos mudou-se para São João Del Rei, onde começou a trabalhar numa fábrica têxtil para ajudar a família, pois o pai estava muito doente e não podia trabalhar. “Foi uma boa experiência, porque, trabalhando há 20 anos com as Obras Sociais, agora percebo as dificuldades enfrentadas pelos pais que têm que deixar os filhos nestas instituições”. Depois de estudar literatura na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de São João Del Rei, passou a lecionar português e inglês em escolas de Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São João Del Rei, Anápolis e Brasília. “Um dia recebi o chamado de uma Irmã que me convidava a trabalhar com ela em um centro de assistência social. Aceitei o convite e, com a aprovação da Inspetora, comecei a trabalhar em Barbacena. Lá permaneci por oito anos e depois fui designada para a obra social Chiara Palazzoli, de Contagem, Belo Horizonte, onde permaneci apenas um ano. Em seguida, a Inspetora precisou de uma irmã como Diretora da Obra social de Cachoeira do Campo, e eis-me aqui”. De fato, atualmente é Diretora da Obra Social Salesiana Instituto Nossa Senhora Auxiliadora (INSA), de Cachoeira do Campo (MG), onde continua a se dedicar incansavelmente e com paixão ao cuidado e à promoção de meninos(as) e adolescentes, com um impacto positivo em suas famílias e no território. “O que faço aqui me entusiasma, pois trabalho com 120 crianças e adolescentes, assistidos por dez educadores que desempenham sua missão com grande amor e dedicação. Temos diversas oficinas para os alunos, como: apoio pedagógico, informática, artesanato, projeto de vida, esportes, música, teatro, dança, etc.” Como Diretora, Irmã Maria Helena acolhe os alunos, assiste no pátio, realiza reuniões para pais e educadores, oferece acompanhamento individual a pais e alunos. “Sou como um patinho no lago, fazendo o que sempre quis fazer”, afirma. SOBRE O INSTITUTO NOSSA SENHORA AUXILIADORA (INSA)O Instituto Nossa Senhora Auxiliadora (INSA) é uma organização civil, sem fins lucrativos, das Filhas de Maria Auxiliadora situada em Cachoeira do Campo, um bairro de Ouro Preto, em Minas Gerais. Os seus objetivos são a promoção da infância e da adolescência, a consolidação dos laços familiares e comunitários, a prevenção das situações de risco, desenvolvendo as potencialidades dos meninos(as) e adolescentes para que se tornem autônomos, protagonistas e cidadãos capazes de contribuir para a transformação da sociedade. Destina-se à população que vive numa situação de vulnerabilidade social derivada da pobreza e das privações devido, entre outros fatores, à falta de renda, ao acesso precário ou inexistente aos serviços públicos e/ou à fragilidade afetiva. Ocupa-se de meninos(as) e adolescentes de 6 a 14 anos, oferecendo-lhes, de segunda a sexta-feira, almoço, merenda e diversas oficinas por meio das quais trabalha-se sobre temas como cidadania, ambiente, valores, Projeto de Vida, música, família, democracia e a cooperação através de atividades esportivas, artísticas e culturais. A metodologia baseia-se no Sistema Preventivo de Dom Bosco e de Madre Mazzarello e é marcada pelo trinômio salesiano Razão, Religião e Amorevorezzza. Fonte: Istituto Figlie di Maria Ausiliatrice / Fotos: Instituto Nossa Senhora Auxiliadora (INSA), Cachoeira do Campo (MG)

Conectar, compartilhar e crescer: ação em rede no trabalho salesiano

A Rede América Social Salesiana (RASS) promove o fortalecimento do trabalho em rede: em nível local, para que as Obras e os Serviços Sociais salesianos compartilhem boas práticas e trabalhem na comunicação e na sinergia dentro das Inspetorias; e em nível global, fortalecendo a colaboração e as sinergias com outras redes salesianas para jovens, de diversas áreas geográficas (a Rede Salesiana do Brasil - RSB; a organização Don Bosco Youth at Risk Social Forum - DB YaR, Índia; Salesianos pelo Social APS - SxS, Itália; e as Plataformas Sociais Salesianas - Espanha). Desta forma, as diversas entidades visam nutrir a experiência partilhada, incentivar o empenho pelo carisma salesiano e procurar soluções sustentáveis. Durante o Encontro Continental das Obras e Serviços Sociais Salesianos da América, realizado de 9 a 13 de setembro, em Aparecida, Brasil, foram apresentadas as boas práticas do que se realiza nas obras sociais das Inspetorias da América e diversas oficinas de acordo com os seguintes temas: mobilidade humana, empregabilidade juvenil, dependências químicas, trabalho infantil, violência juvenil, redes internacionais. Cada mesa de trabalho promoveu um espaço de diálogo no qual foram identificados os pontos fracos, ameaças, forças, oportunidades (análise SWOT) da ação salesiana em cada campo, considerando os critérios transversais de evangelização, direitos humanos e saúde mental dos jovens. Na mesa-redonda “Trabalho em rede em nível internacional”, a partir da análise inicial, os participantes refletiram sobre possíveis estratégias para fortalecer a ação salesiana em nível global; entre essas destacam-se: Fortalecer a comunicação interna e externa; aumentar a participação em espaços de ‘advocacy’: na Congregação e na Política; focalizar a profissionalização em nível local para promover credibilidade e continuidade; implementar a abordagem baseada nos direitos humanos nos processos, de forma transversal; fortalecer a articulação das Redes da Congregação, da Pastoral Juvenil, das Organizações Não Governamentais para o Desenvolvimento (ONG) e dos Escritórios Inspetoriais de Planejamento e Desenvolvimento (EPD). Por exemplo, manter o espaço de troca de experiências do Encontro de Obras e Serviços Sociais da América, dos EPD e das ONG Salesianas, promovido pela RASS cada dois anos; fortalecer estratégias de comunicação e captação de recursos; sensibilizar e criar espaços de diálogo internos e externos sobre a abordagem baseada nos Direitos Humanos; promover espaços conjuntos de formação sobre a abordagem baseada nos Direitos Humanos na Congregação e incentivar o desenvolvimento de Comissões de Direitos Humanos em nível provincial, como no caso das Inspetorias da Colômbia (COB e COM). Este processo de fortalecimento da rede reflete a riqueza da diversidade e a força da unidade. Ao partilhar desafios e sonhos, as obras sociais salesianas tornam-se um organismo global mais coeso, capaz de enfrentar de forma mais eficaz os problemas que surgem nos contextos locais. Assim, cada passo dado na construção dessa Rede Global não somente fortalece a missão salesiana, mas também alimenta o sonho de um mundo em que cada jovem, independentemente de sua situação, pode encontrar um lugar de acolhida, de formação e de esperança. Ao final dos trabalhos em Aparecida (SP), o Conselheiro Geral para a Pastoral Juvenil Salesiana, Pe. Miguel Ángel García Morcuende, juntamente com outros Dirigentes que participaram do evento, enviaram um pequeno vídeo de agradecimento aos organizadores, disponível no ANSChannel. Fonte: Agenzia Info Salesiana (ANS) / Escrito por Soledad Soto, Rede América Social Salesiana (RASS)

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