De 3 a 24 de julho foram realizadas “Semanas Missionárias” da Inspetoria Nossa Senhora Aparecida – BAP (São Paulo - Brasil), envolvendo 170 missionários, entre adolescentes, jovens, educadores leigos, noviças e postulantes, FMA e também jovens em discernimento vocacional.
As “Semanas Missionárias” são um projeto desenvolvido pelo Âmbito da Pastoral das Escolas e Obras Sociais, e já é uma tradição de muitos anos, que se concretiza no projeto “Juventude Missionária Salesiana”.
Depois de dois anos de pausa, por causa da pandemia da Covid-19, as “Semanas Missionárias” conseguiram criar muito envolvimento, não só por parte das comunidades paroquiais e famílias que acolheram os diferentes grupos, mas sobretudo por parte dos adolescentes, jovens e educadores que se dispuseram a viver esta experiência.
Foram 14 grupos de missionários distribuídos em paróquias e comunidades de 7 cidades dos estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina, todos “Igreja em saída”, movidos pela alegria do Evangelho, segundo o convite do Papa Francisco. As “Semanas Missionárias” são também uma resposta concreta às necessidades das comunidades eclesiais locais e aos desafios da evangelização.
Os missionários tiveram encontros sistemáticos de formação e preparação nos últimos três meses e, antes de partir em missão, participaram da “Celebração de Envio”, apoiados por seus familiares e representantes das comunidades educativas.
No cronograma organizado e bem variado, as “Semanas Missionárias” tiveram diariamente “momentos de mística” para iluminar a ação evangelizadora com a Palavra de Deus, momentos celebrativos com as comunidades locais (Terço missionário, Leitura orante, Celebração Eucarística, Adoração...), visita às famílias com a bênção das casas, “pastoral da escuta”, Oficinas e Oratório Salesiano, uma prática educativa que envolveu não só crianças e adolescentes, mas também adultos, especialmente as mães, e também momentos formativos, de revisão e avaliação da própria prática missionária.
Como a pandemia reforçou muito a questão do distanciamento e do isolamento, nesta retomada das “Semanas Missionárias” era visível a ansiedade dos participantes. Há que se destacar a postura de alguns educadores adultos que se inscreveram como “voluntários” e decidiram dedicar alguns dias de suas férias escolares para apoiar os adolescentes e jovens neste trabalho de evangelização.
Todos os anos, os missionários partem com a intenção de levar a Palavra de Deus e muita alegria às pessoas que vão encontrar. No entanto, o que se percebe a cada nova edição é que também os missionários são evangelizados pelas pessoas que encontram, afinal acontece uma grande integração e interação com as comunidades locais, que vibram pelo fato de terem sido escolhidas para acolher os missionários.
É o que se contata no depoimento de uma das mães da Paróquia Santo Antônio, de Tambaú (SP): «Quando fiquei sabendo que haveria uma missão aqui em Tambaú, fiquei muito feliz porque esta missão em grande parte é feita por jovens, de idade e de alma, os santos de tênis, os fiéis que a Igreja precisa. Quando recebi o grupo de jovens na minha casa fiquei imensamente feliz e grata por partilhar da alegria de Cristo, um respiro no meio de tantos afazeres e preocupações, poder compartilhar um pouquinho da minhas experiências e poder escutá-los...».
Também os missionários destacam a importância desta integração com as pessoas do lugar que são «gente alegre, divertida, atenciosas... cada uma com suas problemáticas e dores. Tivemos tempo para estar com a comunidade, ouvir suas histórias e descobrir o bonito caminho já construído. As famílias que nos acolheram, todas sempre nos esperavam com alguma delicadeza, fomos formando uma família alargada».
Os missionários demonstram em seus relatos o impacto do que viveram na ação evangelizadora: «Uma experiência que já está me deixando saudades. Todas as relações que construí aqui ficarão para sempre em minha memória. A conexão que criei com Deus também me impressionou: nunca tinha sentido tanto e pensando tanto n’Ele. Quero muito voltar mais vezes», disse Lara que atuou na cidade de Americana.
«Essa missão teve um impacto gigante na minha vida e mostrou diversas coisas que ainda não havia percebido», disse um outro missionário, que também destacou o fato de ficar «sem celular. Aproveitamos melhor os momentos».
«Na semana passei por momentos incríveis, pois consegui me desconectar dos ruídos que estavam impedindo-me de sentir a presença concreta de Deus em minha vida. E como Deus é bom! O tempo todo ele preparou e capacitou pessoas que me auxiliaram nesta caminhada», afirmou o missionário Ricardo.
«A missão para mim foi um momento de me reencontrar com Deus. Algumas semanas antes da missão eu me afastei literalmente de tudo. Mas aí o grande dia chegou... ver todo mundo animado fez com que eu me questionasse: por que eu me afastei de Deus? Qual o propósito disso? Essa semana que passou foi a melhor semana que já me aconteceu», concluiu a missionária Samantha.
«Não me arrependi nem um pouco do meu sim, e acho que todos que participaram da Semana Missionária também não se arrependeram, pelo contrário, agradecem a oportunidade».
«Afirmo, com todo meu coração, que essa experiência foi a mais retificadora na minha vida. Espero que Dom Bosco e Madre Mazzarello estejam orgulhosos em nos ver calçando os mesmos sapatos que eles. Agradeço a Deus por ter me escolhido. Me sinto muito amada e privilegiada. Obrigada, Obras Salesianas, por perpetuarem a Salesianidade», ressaltou a missionária Maria.
As “Semanas Missionárias” foram encerradas com a celebração do “Dia Missionário”, na qual os jovens e adolescentes se comprometeram a continuar sendo missionários na própria realidade: família, escola, trabalho, vida social...
Em 2022, retomar as “Semanas Missionárias” foi ainda mais significativo para a Inspetoria Nossa Senhora Aparecida. No dia 5 de agosto, as Irmãs Salesianas vão celebrar os 150 anos de fundação da Congregação (1872 – 2022), que nasceu do coração missionário de São João Bosco e de Santa Maria Domingas Mazzarello, com um projeto bem específico voltado para a ação missionária e a evangelização, especialmente da juventude mais pobre e abandonada.
31/07/2022
Semana Missionária promove esperança, solidariedade e evangelização
Social
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12ª edição do Dia de Doar promove a generosidade entre os brasileiros
Data comemorada em 02 de dezembro traz expectativa de crescimento para a onda de doações se espalhar por mais municípios do país Todos os anos, desde 2013, acontece o Dia de Doar no Brasil. E neste ano, a 12ª edição vai acontecer em 02 de dezembro. A data tem o objetivo de incentivar o país a ser mais generoso e solidário, mobilizando pessoas físicas, empresas e campanhas comunitárias para arrecadar recursos e aumentar o impacto positivo de organizações do terceiro setor. A data visa estimular a doação de pessoas, empresas e organizações e tem um papel fundamental ao mostrar que todos podem participar, fortalecendo a cultura da doação no cotidiano das pessoas. Já as organizações sem fins lucrativos podem realizar ações para receber doações virtuais ou presenciais. A expectativa é que milhões de pessoas sejam estimuladas no país para realizarem ações de generosidade, em uma grande onda de solidariedade. Na última edição, milhões de pessoas de diversas cidades de todas as regiões do país se envolveram com a mobilização do Dia de Doar, totalizando 80 campanhas comunitárias e arrecadando mais de 5 milhões de reais em doações. Em 2025, a expectativa é que a iniciativa atinja um número maior de pessoas em mais municípios brasileiros. Para isso ocorrer, diversas empresas entraram na iniciativa e realizarão ações em seus espaços, visando mobilizar sua equipe e clientes. Além disso, terá a participação de campanhas comunitárias, que no ano passado contabilizaram 80 em todo o país. Para acessar o site e conferir a mais próxima da sua região, acesse www.diadedoar.org.br e confira endereços e cronograma. Como surgiu o Dia de Doar O Dia de Doar faz parte de um movimento mundial chamado #GivingTuesday (terça-feira de doação). A iniciativa aconteceu pela primeira vez nos Estados Unidos, em 2012, e é realizada sempre na terça-feira após o Dia de Ação de Graças (Thanksgiving), uma resposta solidária à Black Friday e à Cyber Monday. No Brasil, a primeira edição foi em 2013 e, no ano seguinte, o país entrou oficialmente no movimento global. Liderado pela ABCR, o Dia de Doar faz parte da rede do Movimento por uma Cultura de Doação e, neste ano, conta com a parceria do Instituto Mol. No site é possível encontrar a lista de campanhas comunitárias que já foram realizadas no país, saber como liderar uma campanha e até um modelo de projeto de lei para cidades que quiserem formalizar a celebração do Dia. Mais informações estão disponíveis no site www.diadedoar.org.br, pelo email contato@diadedoar.org.br ou nas redes sociais @diadedoar. Sobre o Dia de Doar A ABCR é a representante do #GivingTuesday no Brasil e lidera o Dia de Doar desde 2013, como parte da rede do Movimento por uma Cultura de Doação. Em 2022, o Dia de Doar engajou milhões de pessoas para celebrar a generosidade em diversas partes do Brasil. A página do Dia de Doar na internet é http://www.diadedoar.org.br e as redes sociais são todas @diadedoar. Associação Brasileira de Captadores de Recursos
5º Fórum Nacional de Boas Práticas ODS é promovido on-line pelo Instituto Selo Social; inscrições são gratuitas
O Instituto Selo Social promove no dia 26 de novembro, a 5ª edição do Fórum Nacional de Boas Práticas ODS, evento on-line que reunirá cases de destaque e especialistas nacionais que vêm fortalecendo a implementação da Agenda 2030 no Brasil. A programação será transmitida ao vivo pelo YouTube do Selo Social, das 9h às 11h. As inscrições, necessárias para emissão de certificado, estão abertas na plataforma Sympla.
Com patrocínio nacional da Rede Salesiana Brasil e da Editora Edebê, o Fórum trará palestras e experiências de órgãos públicos, empresas e organizações da sociedade civil que são referência em ações de impacto social e sustentabilidade.
Entre os destaques está Diego Carbonell, especialista em Sustentabilidade e ESG, diretor de Sustentabilidade da LIGA RJ e referência nacional na incorporação de práticas sustentáveis no Carnaval do Rio de Janeiro. Carbonell atua também como consultor das ligas de escolas de samba de São Paulo (LIGA SP), Belém (ESA) e Florianópolis (LIESF), além de colaborar com a empresa Boomerang, responsável pela gestão de resíduos e sustentabilidade em grandes eventos, como o show da Lady Gaga em Copacabana e o GP de Fórmula 1 de São Paulo.
O evento recebe ainda Daniel Silva Balaban, Diretor e Presidente do Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas no Brasil (UN World Food Programme). Economista, mestre em Relações Internacionais, Balaban está à frente do Centro de Excelência Contra a Fome desde 2011, conduzindo iniciativas de combate à fome e promoção da segurança alimentar. É ainda membro da Agenda de Conselheiros Globais do Fórum Econômico Mundial.
Para abordar os desdobramentos da COP30, o Fórum contará com Rafaela Junqueira de Oliveira, diplomata e Segunda-Secretária na Coordenação-Geral de Desenvolvimento Sustentável do Ministério das Relações Exteriores. Especialista em temas de energia, meio ambiente, comércio e cooperação internacional, Rafaela trará detalhes da atuação da diplomacia brasileira com outros países, os acordos firmados e quais as perspectivas para o futuro a partir desses avanços na Conferência, com foco no Desenvolvimento Sustentável.
Painel de Boas Práticas
A programação inclui também um painel dedicado a experiências de impacto social desenvolvidas por organizações certificadas pelo Selo Social em diversas cidades brasileiras.
O Selo Social
O Instituto Selo Social é uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos, dedicado a criar ambientes propícios à corresponsabilidade pelo desenvolvimento social local e qualidade de vida da população. Entre as ações, desenvolve o programa Selo Social há mais de uma década em diferentes regiões do país. Atualmente, é o maior certificador social do Brasil de iniciativas sociais ligadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – ODS. Na sua trajetória já reconheceu mais de 20.000 impactos sociais em todas as regiões brasileiras. Desde 2023, o Selo Social integra a Comissão Nacional Para os ODS – CNODS, do Governo Federal, representando a sociedade civil nos espaços de discussões para o avanço da Agenda 2030 no país.
Fonte: Instituto Selo Social
A Comissão Episcopal para a Juventude da CNBB realizou o Encontro Nacional Juventude na COP30, entre os dias 13 e 16 de novembro, no distrito de Icoaraci, em Belém (PA). As atividades realizadas e a carta divulgada no último dia de encontro marcaram a presença e o compromisso da juventude católica com o cuidado da vida do planeta.
O encontro foi realizado em conjunto com o Setor Juventude da Arquidiocese de Belém e a Pastoral Juvenil do Regional Norte 2 da CNBB, com atividades no Santuário São João Batista e Nossa Senhora das Graças, em Icoaraci. O local foi escolhido como um dos polos organizados pela arquidiocese de Belém para refletir sobre temas sociais, de educação e saúde, de sustentabilidade e de juventude.
Mais de 100 jovens participaram de diversas atividades, como mesas redondas, palestras, ações culturais, corrida e uma visita missionária à Ilha de Cotijuba. Os debates e as reflexões trataram especialmente sobre a ecologia integral a partir da encíclica Laudato Si’.
Visita Missionária
Junto com o presidente da Comissão Episcopal para a Ação Missionária da CNBB, dom Maurício Jardim, cerca de 70 jovens participaram da visita missionária à Ilha de Cotijuba, no dia 14 de novembro de 2025.
Jovens em visita missionária | Foto: reprodução/Jovens Conectados
Em grupos, os jovens visitaram comunidades ribeirinhas pertencentes à paróquia São Francisco das Ilhas.
Confira um vídeo com o resumo da ação missionária:
Carta: vozes da juventude e grito da criação
A carta divulgada ao final do encontro reforçou a esperança e o compromisso dos jovens no cuidado da criação.
“Cremos que a luta pela promoção da harmonia socioambiental é a condição fundamental para o retorno do equilíbrio do planeta e somos convictos que essa é uma tarefa de todas as gerações”, afirmaram os jovens.
No texto, eles alertam e exigem que os líderes mundiais “ouçam as vozes das juventudes e o grito da criação, tomando decisões corajosas e justas, guiadas pelo amor às pessoas e pela preservação do planeta”.
Confira a carta na íntegra:
Icoaraci – Belém/PA, 16 de novembro de 2025.
Queridos irmãos e irmãs,
Louvado seja nosso Senhor pela vida de toda a Criação!
Nós, jovens católicos, reunidos em Belém do Pará, na COP 30, sentimos em nossos corações o chamado de Deus para cuidar da vida e da criação. A Terra é nossa Casa Comum, e nela devemos viver em harmonia com os demais seres, proteger com amor, gratidão e responsabilidade, como seus guardiões.
Vivemos tempos de desafiadores onde os eventos climáticos extremos acontecem cada vez com maior frequência, não perdemos a esperança, pois acreditamos que, com fé e ação, podemos gerar uma transformação social. A Palavra de Deus nos ensina que a criação é sagrada, e que somos chamados a ser cooperadores de Deus na construção de um mundo justo e sustentável.
Entendemos que diante dos diversos acontecimento algo precisa ser feito, como garantir com que os Povos e Comunidades Tradicionais, os ribeirinhos permaneçam em seus territórios, sem sofrer violência com o avanço do Hidromineral Negócio. Só com as Florestas em pé e produtivas, com os mares e ares limpos teremos a garantia de uma nação justa e equânime. A terra é de todos e para todos, e como nos dizia o Papa Francisco, ela é nossa Casa Comum.
Acompanhamos toda a caminhada realizada pela Igreja e grupos das mais diversas espiritualidades, no processo “Igreja Católica na COP30”, do qual nós também somos protagonistas. Como nos exortava o Papa Francisco e como relança com vigor o Papa Leão XIV, é pela força da espiritualidade que podemos abrir novos caminhos de esperança, de cuidado e compromisso pela Casa Comum.
Cremos que a luta pela promoção da harmonia socioambiental é a condição fundamental para o retorno do equilíbrio do planeta e somos convictos que essa é uma tarefa de todas as gerações.
Por isso, nos comprometemos a:
– Valorizar, divulgar e apoiar experiências concretas de cuidado, formação e preservação da natureza, de produção agroecológica sustentável e justa;
– Apoiar as comunidades e os povos da floresta, das águas, do campo e das cidades que clamam por direito à Terra, Teto e Trabalho, porque acreditamos que somos nós, pequenas comunidades aliadas e organizadas, os protagonistas da mudança;
– Respeitar e proteger a natureza, cuidando de cada ser vivo como parte importante da criação;
– Agir em nossas expressões: grupos, pastorais, novas comunidades, congregações, escolas, universidades e famílias para promover a justiça social e ambiental;
– Inspirar outros jovens a valorizar a criação e praticar gestos concretos de cuidado com o planeta;
– Orar, refletir e trabalhar para que nossas decisões respeitem a vida e o equilíbrio da Terra;
– Adotar um estilo de vida sóbrio. Evitar o uso de plásticos e descartáveis em nossas atividades, reduzindo a produção de lixo e incentivando a coleta seletiva e a reutilização de materiais; e
– Defender com os povos originários, tradicionais e ribeirinhos, suas vidas, territórios e todos os biomas.
A casa comum é um lugar para se viver bem, com responsabilidade ecológica, com práticas individuais e coletivas e ações efetivas, para garantir um presente e um futuro com mais qualidade de vida para todos.
Ao final de nosso encontro, alertamos e exigimos que os líderes mundiais ouçam as vozes das juventudes e o grito da criação, tomando decisões corajosas e justas, guiadas pelo amor às pessoas e pela preservação do planeta.
Acreditamos que, juntos, com fé, esperança e ação, podemos cuidar da Casa Comum e construir um futuro de vida, dignidade e harmonia para todos.
Junte-se a nós! Juntos, podemos fazer a diferença! Com amor e esperança!
Fonte: Luiz Lopes Jr. do site da CNBB