16/06/2023

Ser Missionário Salesiano nos Dias de Hoje

Ser Missionário Salesiano nos Dias de Hoje

No mundo contemporâneo, onde a globalização e a interconectividade são cada vez mais presentes, o papel do missionário tem evoluído, trazendo consigo novos desafios e oportunidades. Ser missionário salesiano nos dias de hoje vai além da tradicional imagem do indivíduo que parte para terras distantes, carregando uma mensagem de fé. Neste texto, conheça um pouco da história de Emmanuel Jeremia Mganda, missionário salesiano na Amazônia desde 2021, promovendo o bem e a construção de pontes culturais no apoio às comunidades carentes da Inspetoria São Domingos Sávio.

Emmanuel é tanzaniano, nascido em Zanzibar. “Eu cresci numa ilha onde que quase 99% de população era da religião muçulmana. Minhas experiências na infância não foram tão boas assim devido às injustiças com os menores (cristões), especialmente na educação”, comenta Emmanuel. “Eu acredito que, compartilhar as minhas experiências pode causar um impacto recíproco entre os jovens e eu”, completa.

Após cuidadoso discernimento, em 2021, Emmanuel apresentou sua disponibilidade missionária ao Reitor-Mor dos Salesianos de Dom Bosco (SDB), Pe. Ángel Fernández Artime, sendo enviado ao Brasil para trabalho missionário nas presenças da Inspetoria Salesiana São Domingos Sávio, no estado do Amazonas. “Sou muito grato a Deus pela oportunidade que a Congregação me deu de viver a vocação missionária entre os Yanomami, tribo indígena que vive em comunidade em Maturacá, na Amazônia. O trabalho missionário enriqueceu o meu relacionamento pastoral e espiritual com os jovens, especialmente na área da religião e da educação”, comenta Emmanuel. “Como educador salesiano, com a ajuda do gestor da Escola Estadual Indígena, utilizamos o sistema educativo salesiano. A prática do Sistema Preventivo e a humildade da missão me fez feliz como educador no Amazonas”, completa.

  

Os missionários salesianos têm a oportunidade de estabelecer pontes culturais entre diferentes povos e crenças. Eles desempenham um papel crucial na promoção do diálogo inter-religioso, na compreensão mútua e na construção de um mundo mais tolerante e inclusivo. “Quando cheguei na comunidade indígena de Maturacá, as pessoas acharam que eu era um garimpeiro venezuelano. No domingo, o padre me apresentou e as pessoas me reconheceram como salesiano missionário e educador. Os Yanomami me acolheram em suas comunidades e me mostraram que me consideravam um deles. Me chamavam de ‘Yanomami Inxi Inxi’, termo carinhoso que significa ‘Yanomami negro’. Mais do que ‘ensinar’ os Yanomami, acabo aprendendo muito com eles. Convivendo e trabalhando com eles, percebi a importância de assumir a responsabilidade comum de proteger a Criação. Tenho observado que eles fazem de tudo para evitar que ‘espíritos malignos’ destruam a harmonia cósmica a qual traz paz e bem-estar à comunidade. Ao refletir sobre isso, percebi que é uma aplicação prática do Sistema Preventivo de Dom Bosco na cultura local”, conta Emmanuel sobre algumas de suas experiências no norte do Brasil.

  

Uma abordagem integral da missão nos dias de hoje envolve uma compreensão ampla das necessidades humanas. Essa abordagem busca promover a dignidade humana e a justiça social em todas as suas formas. “Algumas pessoas que não conhecem a realidade das missões têm diferentes percepções sobre a questão de alfabetização e aprendizagem, por exemplo [...] As pessoas nas missões são capazes e merecem o melhor, mesmo vivendo em lugares remotos, com muitos desafios sociais, econômicos e geográficos”, defende Emmanuel.

Ser missionário salesiano nos dias de hoje é abraçar uma causa nobre de amor, serviço e solidariedade. “Gostaria de dizer a todos os jovens salesianos e não salesianos, em processo de discernimento missionário, que a experiência será sempre positiva, apesar dos desafios, e isto simplesmente porque ela os ajudará a crescer humana, espiritual e carismaticamente, como salesianos, professionais, pais, amigos e educadores de jovens de variadas nacionalidades” diz Emmanuel a todos e todas que já estão em processo ou se interessam pela jornada missionária.

Os missionários salesianos atuam como agentes de transformação, buscando levar esperança às crianças, adolescentes e jovens em situação de risco social, construindo pontes entre culturas e religiões, e trabalhando incansavelmente para melhorar as condições de vida das comunidades carentes. O mundo atual necessita desses indivíduos corajosos e dedicados, que carregam consigo uma mensagem de compaixão e empatia.

Se você se interessa pela jornada missionária salesiana, entre em contato pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. ou Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Por Equipe de Comunicação da Rede Salesiana Brasil

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Encontro da Comissão Nacional de Pastoral Juvenil Salesiana 2024

No último sábado (14), no Colégio Santa Inês, em São Paulo (SP), aconteceu o Encontro da Comissão Nacional de Pastoral Juvenil Salesiana (CNPJS), com a presença dos Delegados e das Coordenadoras Inspetoriais de Pastoral Juvenil das Inspetorias dos Salesiano de Dom Bosco (SDB) e das Filhas de Maria Auxiliadora (FMA) do Brasil. Durante a programação foram vivenciados momentos de planejamento da caminhada, em vista de uma maior sistematização dos processos pastorais. A Pastoral Juvenil (PJ) constitui o coração da missão educativa salesiana que busca, através de itinerários de fé, educar evangelizando e evangelizar educando. Segundo as Linhas Orientadoras da Missão Educativa das FMA (nº 78): “A missão educativa das FMA se realiza mediante uma pastoral juvenil inculturada que se inspira no Sistema Preventivo, vivido como espiritualidade radicada na caridade de Cristo e na solicitude materna de Maria. Tal pastoral tem como objetivo prioritário conduzir ao encontro com Jesus de Nazaré.” O Dicastério para a Pastoral Juvenil Salesiana, em seu Quadro de Referencial, afirma (pag. 59): “A meta proposta pela Pastoral Juvenil Salesiana para todo jovem é a construção da própria personalidade, tendo Cristo como referência fundamental; referência que, tornando-se progressivamente explícita e interiorizada, o ajude a ver a história como Ele, a julgar a vida como Ele, a escolher e a amar como Ele, a esperar como Ele ensina, a viver n’Ele a comunhão com o Pai e o Espírito Santo” (cf. CG23, n. 112-115). “O encontro da Comissão Nacional de Pastoral Juvenil é um espaço muito rico em sinodalidade. Juntos, FMA e SDB, compartilhamos nossas experiências vividas nas várias realidades do Brasil e traçamos linhas de ação para promover uma caminhada pastoral processual que corresponda aos apelos juvenis da atualidade. Em rede, nosso trabalho se torna mais fecundo e nossa missão se fortalece ainda mais”, diz a Coordenadora Nacional da PJS e representante da Inspetoria Maria Auxiliadora, Irmã Claudiane Cavalcante. “A experiência da reunião da CNPJS é sempre enriquecedora, pois demonstra a diversidade das inspetorias SDB e FMA, reunidas para planejar as atividades diversas, em nível nacional, unidas pelo mesmo carisma. Daí vem a riqueza da experiência”, conclui o Coordenador Nacional da PJS e representante da Inspetoria São João Bosco, Padre José Ricardo Mole. Escrito por Ir. Claudiane Cavalcante, Coordenadora Nacional da PJS

A Independência do Brasil e o Grito dos Excluídos e Excluídas

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Padre Tarcizio Odelli lança livro sobre São Francisco de Sales

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