Notícias

Educação Salesiana e a Realidade da Criança Negra: Sonho e Desafio de Dom Bosco no Brasil de Hoje

Dom Bosco sonhou com uma educação capaz de transformar vidas, tirando jovens da pobreza e conduzindo-os ao protagonismo social. Seu projeto educativo nasceu da compaixão diante de uma juventude abandonada, marginalizada e sem perspectivas. Para ele, a educação deveria ser um caminho de transformação. No entanto, ao olhar para o Brasil contemporâneo, especialmente para as crianças negras, percebemos que esse sonho ainda não se concretizou.

A criança negra é, muitas vezes, a face mais visível da pobreza estrutural que marca nossa sociedade. Vive em contextos onde o acesso à educação de qualidade é um percurso árduo, frequentemente interrompido pela fome, pela violência e pela exclusão. Mesmo quando encontra acolhimento e oportunidades, como nas escolas ou obras sociais inspiradas no carisma salesiano, persiste o drama da desigualdade: estudar de barriga vazia, voltar para casas sem saneamento, enfrentar preconceitos e estigmas cotidianos. A fome, inimiga silenciosa do aprendizado, rouba sonhos e apaga sorrisos.

É preocupante constatar que, em um mundo marcado por avanços tecnológicos e grande capacidade produtiva, tantas crianças ainda necessitam do mínimo necessário para viver com dignidade. Enquanto se fala em inteligência artificial e inovação, milhões de meninos e meninas continuam privados de alimentação adequada, saúde e acesso ao conhecimento. Não por falta de capacidade, mas por falta de justiça social. Essa contradição interpela todos nós, discípulos de Dom Bosco, que acreditamos na potência transformadora do amor educativo.

O carisma salesiano nos convida a ver Cristo nos rostos jovens, especialmente nos mais pobres. Quando esse rosto é o de uma criança negra, é preciso um olhar ainda mais atento, capaz de reconhecer as marcas de uma história de exclusão e resistência. Lembrar o 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, à luz da espiritualidade salesiana, é mais do que celebrar a cultura e a herança afro-brasileira: é reafirmar o compromisso de lutar por equidade, romper as amarras da pobreza e promover a formação integral de crianças e jovens que continuam travando uma batalha diária contra a fome e o esquecimento.

Dom Bosco acreditava que cada jovem, independentemente de sua origem, traz em si uma “semente de bem”. Essa semente, porém, precisa de solo fértil para germinar. Quando o ambiente social é hostil e faltam condições básicas, o potencial humano é sufocado. Por isso, educar à maneira salesiana hoje significa também denunciar as estruturas que mantêm a pobreza e anunciar caminhos de transformação. Significa lutar por políticas públicas que garantam alimentação escolar digna, promover a cultura da paz, incluir e valorizar a história e a identidade negra no espaço educativo.

O sonho de Dom Bosco permanece vivo quando seus filhos e filhas se colocam ao lado dos que mais sofrem. Contudo, não basta acolher; é necessário cuidar, proteger e transformar. A educação salesiana não é neutra: ela é profética. Deve ser sinal de esperança em meio à injustiça, de vida em meio à morte social. Quando um educador salesiano dá de comer, acolhe, orienta e evangeliza uma criança faminta, realiza o coração do sonho de Dom Bosco e anuncia o Reino de Deus.

Lembrar o 20 de novembro é, assim, renovar nossa missão. É reconhecer que a verdadeira enculturação do Evangelho passa pela escuta da dor do povo negro, pela valorização de sua cultura e pela retomada do ideal educativo que une fé, razão e amor. O sonho de Dom Bosco continua atual, mas só se tornará realidade quando nenhuma criança, no Brasil ou em qualquer parte do mundo, tiver que escolher entre aprender e comer.

 

P. Carlos José da Silva, SDB, da Comissão de Diversidade e Inculturação da Inspetoria São João Bosco

Ex-Educando Salesiano tem projeto reconhecido como uma das 100 inovações educativas mais impactantes do ano

A iniciativa “Penso, Logo Escrevo”, criada pelo Professor Wagner Garcia Siqueira, que atualmente leciona na Escola Estadual “Fadlo Haidar”, em São Paulo-Itaquera-SP, foi reconhecida como uma das 100 inovações educativas mais impactantes e escaláveis do mundo, para a edição de 2026 do catálogo da “HundrED” - organização global, com sede na Finlândia, que identifica e divulga práticas transformadoras em educação. O anúncio foi feito no dia 11 de novembro.

Agora, os 100 projetos selecionados em todo o mundo serão apresentados durante 100 dias na plataforma da HundrED. O projeto do Prof. Wagner deve ir ao ar em 30 de janeiro de 2026. Os trabalhos selecionados neste ano, para o catálogo do ano que vem, são de 52 diferentes países e beneficiam 63 milhões de alunos ao redor do Planeta.

Com mais de 31 anos de experiência no ensino de língua portuguesa, Wagner celebra o reconhecimento internacional do projeto, desenvolvido com alunos da rede estatal: “O fato de nós sermos reconhecidos internacionalmente nos mostra justamente a conexão que uma prática do Brasil está sendo vista por outros profissionais, por outros educadores e especialistas, ao redor do mundo; e isso nos dá uma sensação maravilhosa”, afirma o Prof. Wagner.

Ex-Educando, Ex-Oratoriano e Membro da Paróquia Nª Sª Aparecida

O Professor Wagner Garcia Siqueira tem uma relação antiga com a ‘Obra Social Dom Bosco’, do Bairro Itaquera; e fez questão de agradecer ao ‘P. Rosalvino Morán Viñayo’, Precursor da presença salesiana na Região, por toda a contribuição na sua trajetória:

“Gratidão. Essa é a palavra que desejo expressar ao P. Rosalvino e à Comunidade Salesiana de Itaquera, por todo o trabalho em prol da educação de crianças, jovens e adultos, na periferia da Cidade de São Paulo, por meio da ‘Obra Social Dom Bosco’. Sou filho dessa Obra, que impactou decisivamente minha carreira como Professor, pois aprendi que, segundo Dom Bosco, “a educação é coisa do coração”. Foi uma enorme alegria poder anunciar ao querido ‘Padre Rosalvino’ que o Projeto ‘Penso, Logo Escrevo’ – Project ‘I think, therefore I write’ – foi reconhecido pela Fundação HundrED, da Finlândia, como uma das iniciativas mais inovadoras, impactantes e escaláveis, sendo selecionado para integrar a Coleção Global 2026”.

Sobre o projeto

Criado há 21 anos, o “Penso, Logo Escrevo” nasceu da percepção de Wagner sobre a insegurança dos alunos diante das avaliações que exigiam produção textual. A partir disso, o professor decidiu transformar o ensino da escrita num processo colaborativo, no qual os alunos participam ativamente, da escolha dos temas à correção dos textos.

O método se divide em cinco etapas:
– os alunos se reúnem em grupos para sugerir temas;
– as propostas são levadas à votação geral da turma;
– cada aluno produz sua redação;
– o professor faz a correção individual; e
– por fim, se fazem leituras públicas, primeiro em sala e depois para toda a escola, num evento anual.

Além de preparar os alunos para o ‘Provão Paulista’, ‘Enem’ e ‘Vestibulares’, o projeto “Penso, Logo Escrevo” tem como foco principal desenvolver a expressão e o domínio da linguagem.

“A importância de reconhecer projetos como o ‘Penso, Logo Escrevo’ vem de mostrar - aos Professores do Brasil e do Mundo - o trabalho que se faz na prática; um trabalho que é fruto de prática concreta; uma ação que responde a um desafio: fazer com que a educação/instrução se faça e que o aluno aprenda e cresça muito mais” – destaca Wagner.

O passo a passo de implementação do projeto agora está disponível na plataforma da HundrED, permitindo que escolas de todo o mundo conheçam e repliquem a iniciativa.

Atualmente, Wagner leciona na Escola Estadual Fadlo Haidar, em Itaquera, Zona Leste de São Paulo-SP, mas o projeto já passou por outras unidades, como a Escola Estadual Profra. Ruth Cabral Troncarelli e a Escola Estadual Jardim Iguatemi.

O reconhecimento internacional soma-se a outras premiações conquistadas pelo Educador ao longo da carreira, entre elas o Prêmio Professores do Brasil (MEC, 2009) e o 4º lugar na V Mostra de Inovações Pedagógicas em Língua Portuguesa, promovida pelo SESC de Belo Horizonte, em 2005.

Antes de chegar aos 100 melhores projetos do ano, o Professor já inspirava outras aulas. O “Penso, Logo Escrevo” é realizado pelas Professoras Ingrid Soma (da Escola Estadual Sumie Iwata, também localizada na Zona Leste), e Geane Kênia (da Escola Estadual Prof. Bicalho, localizada na cidade de Grão-Mogol, em Minas Gerais); e foi estudado na Universidade Federal de Campina Grande, na Paraíba, na disciplina de planejamento e avaliação, com a Profra. Dra. Milene Bazarim, do Curso de Letras.

 

Fonte: Agência Info Salesiana

A Família Salesiana se prepara para os XLIV Dias de Espiritualidade: “Fazei o que Ele vos disser. Crentes, livres para servir”

 De 15 a 18 de janeiro de 2026, a Família Salesiana de todo o mundo se reunirá em Turim para participar da 44ª edição dos Dias de Espiritualidade (DEFS), anual encontro já tradicional, que reúne consagrados, leigos, jovens e amigos de Dom Bosco em torno da Estreia do Reitor-Mor. A edição de 2026 será a primeira sob a orientação do Reitor-Mor, P. Fábio Attard, e terá como foco o tema: “Fazei o que Ele vos disser. Crentes, livres para servir” – um convite a redescobrir a Fé como fonte de liberdade interior e de doação generosa na vida cotidiana e no empenho apostólico.

Na carta de convocação, o Secretariado da Família Salesiana convida todos os grupos a se prepararem para uma experiência espiritual capaz de renovar a Fé e de fortalecer a unidade do carisma. A Estreia proposta pelo Reitor-Mor, que norteará todo o percurso dos Dias, volta o olhar para a atitude de Maria nas bodas de Caná: uma Fé que escuta, confia, liberta, torna disponível para o serviço. Uma Fé concreta, que moldou a vida de Dom Bosco, de Madre Mazzarello, dos primeiros missionários, de tantos membros da FS, que, ao longo do tempo, transformaram a dedicação diária em testemunho credível.

O evento começará na quinta-feira, 15 de janeiro, com a recepção dos participantes, a sessão inaugural e a apresentação da Estreia pelo Reitor-Mor, momentos que marcarão a abertura oficial dos Dias. A celebração da Eucaristia na Basílica e uma noite de fraternidade darão o tom característico a esse encontro: um equilíbrio entre oração, reflexão, comunhão.

A sexta-feira, 16 de janeiro, será dedicada ao aprofundamento bíblico e teológico do tema, com uma Lectio Divina conduzida pelo Diácono Paolo De Martino e, em seguida, partilhas em grupos linguísticos — espaço privilegiado para um diálogo realista sobre os desafios da Fé hoje. À tarde, o programa oferecerá aos participantes, atividades para conhecer melhor a recém-proclamada santa, Ir. Maria Troncatti, incluindo uma visita guiada à mostra “Asas de Maria Troncatti” e uma leitura teatral sobre a missionária das FMA. A Eucaristia será celebrada na igreja de São José Bento Cottolengo, destacando a figura deste santo piemontês e reafirmando o vínculo entre a espiritualidade salesiana e a tradição de caridade social que marca Turim. O dia se encerrará com a Vigília de oração organizada pela Associação de Maria Auxiliadora (ADMA).

sábado, 17 de janeiro, será dedicado ao diálogo com a realidade dos jovens e dos grupos leigos: a manhã será reservada à reflexão sobre como despertar e acompanhar a Fé de adolescentes e jovens, com apoio de testemunhos e boas práticas já existentes. Na parte da tarde, haverá o momento comemorativo dos 150 Anos de Fundação dos Salesianos Cooperadores, com recordações históricas, uma análise do presente e uma visão para o futuro — além de uma mostra especial sobre os Grupos leigos nascidos da FS. A noite fraterna concluirá o dia.

último dia, domingo, 18 de janeiro, oferecerá aos participantes um espaço de síntese e releitura: após a Oração da manhã e a Eucaristia presidida pelo Reitor-Mor, a Assembleia seguirá para a avaliação final, com encontros em pequenos grupos e, depois, na reunião plenária conclusiva, antes do envio final — um apelo para que todos vivam a Fé como abertura ao serviço cotidiano, especialmente em favor dos jovens mais vulneráveis.

As inscrições para participar dos DEFS devem ser feitas on-line até 14 de dezembro, pelo site www.famigliasalesiana.org.

Agência Info Salesiana

IV seminário de Espiritualidade Salesiana: uma vida carismática portadora de esperança

O evento, realizado na Sede Inspetorial da Inspetoria Madre Mazzarello , foi fonte de luz para o caminho vocacional, mantendo vivo o legado de Dom Bosco e Madre Mazzarello


Nos dias 13 e 14 de novembro, na sede Inspetorial da Inspetoria Madre Mazzarello-BMM, aconteceu o
IV seminário de Espiritualidade Salesiana, evento que tem como objetivo aprofundar através de estudos biográficos ou temáticas carismáticas o conhecimento sobre a espiritualidade Salesiana.

Durante o seminário, coordenado por Irmã Vani Moreira,  as biografias salesianas  apresentadas pelas aspirantes  e postulantes foram: São Francisco de Sales, Mamãe Margarida, Venerável Giuseppe Quadrio, Beato Miguel Rua, Beato  Don Filipi Rinaldi,  Miguel Magone, Francisco Besucco, Zeferino Namucurá, Santo Artemide Zatti, Venerável Pe. Rodolfo Komorek e, por último, o tema desenvolvido pela juniorista Irmã Fabiane Rosa: "150 anos de Missão Salesiana: Sinal de esperança."

Em todas as participantes do seminário, seja quem fez as experiências das partilhas dos estudos, ou quem estava prestigiando o evento, constatou-se em unanimidade uma grande alegria e gratidão pela rica vivência. Algumas formandas assim expressaram sobre seus sentimentos e aprendizagem durante o seminário:

"O seminário foi um momento de muito aprendizado e crescimento vocacional. Foi um mergulhar no carisma salesiano. Recordar pessoas que são  exemplos de santidade é uma forma de reavivar em nós as virtudes e os valores que Dom Bosco tanto se dedicou a nos ensinar." (Rafaela Orveney - Apirante)

"O seminário foi de profunda aprendizagem. Destaco que foi um tempo de estudo e preparação que não vivi sozinha. Recebi ajuda das irmãs, que me incentivaram, deram ideias e sugestões,  fomos construindo juntas. Falar sobre Francisco de Sales é lembrar e reviver a fonte da nossa espiritualidade, um Santo que evangelizou amando, que se revestiu inteiramente de Cristo,  manso e humilde de coração. Sua espiritualidade me questionou sobre a maneira de viver o Evangelho e a cultivar com paciência as virtudes que tanto preciso, a exemplo de São Francisco de Sales." (Larisse Karine - Postulante)

"Participo pela quarta vez do seminário de espiritualidade e quanto foram importantes para minha vida. Eles me ajudaram no confronto com minha história pessoal e a ressignifica lá para uma melhor resposta vocacional. Os seminários me motivam a buscar o conhecimento e o desejo de aprofundar o conhecimento carismático." (Ir. Fabiane N. Rosa - Juniorista) 

Concluímos afirmando que viver a realização do seminário de Espiritualidade Salesiana é manter viva a fidelidade carismática nascido do coração de Dom Bosco e Madre Mazzarello, pois, o conhecimento conquistado através dos estudos sobre os  santos reconhecidos pela Igreja ou não, faz despertar sempre mais a querer por uma vida parecida com a deles. Rica de espiritualidade, amor carismático e doação pelos que mais necessitam. Eles foram uma resposta no seu tempo ao amor de Deus e hoje somos chamadas também a viver em nosso tempo, em nossa história a grande resposta ao chamado que o Senhor nos faz.

 

Inspetoria Madre Mazzarelo - BMM

 

 

RSB lança vídeo comemorativo pelos 150 anos da Primeira Expedição Missionária Salesiana

A Rede Salesiana Brasil (RSB) lançou um vídeo especial em homenagem aos 150 anos da Primeira Expedição Missionária dos Salesianos de Dom Bosco (SDB), em 11 de novembro de 1875 e a Primeira Expedição Missionária das Filhas de Maria Auxiliadora (FMA), em em 14 de novembro de 1877. Estes marcos expressam o ardor evangelizador iniciado por Dom Bosco e Madre Mazzarello e que continua a inspirar a missão salesiana no mundo inteiro.

A produção apresenta a canção “Sempre Juntos”, composta por Jean Lopes, que resgata, em melodia e poesia, o espírito missionário que move a Família Salesiana desde os sonhos de Valdocco até as diversas presenças educativas e sociais espalhadas pelo Brasil e pelo mundo. A música celebra os primeiros missionários enviados para a Patagônia e relembra o coração que bate forte pela evangelização, sempre guiado por Maria Auxiliadora e pelo Menino Jesus.

O vídeo destaca a chama missionária que, há mais de um século, impulsiona jovens, consagrados e leigos a levar esperança, alegria e o amor de Deus onde a presença salesiana se faz necessária. É um convite à comunhão, à gratidão e à renovação do compromisso com a missão.

Assista ao vídeo completo:

Ficha técnica: 

Composição: Jean Lopes

Intérpretes: Pe. Vinicius Ricardo de Paula, Clívia Adriele (Noviça FMA) e Jean Lopes

Arranjos: Maestro Toninho Neto

Realização: Rede Salesiana Brasil

 

Comunicação da Rede Salesiana Brasil

Rede Salesiana Brasil participa de painel na COP30 sobre educação, impacto social e sustentabilidade, promovido pelo Instituto Selo Social

Professor Ary Barbosa Correia Júnior representou a Rede Salesiana Brasil no debate promovido pelo Instituto Selo Social

A Rede Salesiana Brasil (RSB) participou, nesta segunda-feira (17), do painel “Educação, impacto social e sustentabilidade: o papel das universidades”, promovido pelo Instituto Selo Social dentro da programação oficial da COP30, em Belém (PA). Representando a RSB, o professor Ary Barbosa Correia Júnior apresentou experiências, reflexões e práticas que evidenciam como a educação salesiana tem contribuído para a formação de uma geração mais consciente, crítica e comprometida com o cuidado da Casa Comum.

A presença da RSB no evento reforça seu compromisso histórico com a educação integral, com a promoção humana e com a construção de um futuro ambientalmente responsável. Como patrocinadora do Instituto Selo Social, a Rede reafirma seu papel como agente formador e articulador de ações que unem ciência, fé, juventude e transformação social.

Educação, ciência e compromisso socioambiental: um olhar salesiano na COP30

O painel promovido pelo Selo Social destacou como universidades, redes educativas e instituições de pesquisa podem impactar diretamente a transição para modelos mais sustentáveis. A participação da RSB, por meio do professor Ary, ampliou esse debate ao trazer a perspectiva salesiana, profundamente enraizada na missão de Dom Bosco e Madre Mazzarello: educar para a vida, para o bem comum e para o cuidado com a criação.

Segundo o professor Ary, fortalecer o papel dos jovens na agenda climática exige investir em formação sólida e espaços de participação real.

“O mais importante é garantir que os nossos jovens tenham acesso à informação a partir de um letramento climático. Precisamos que participem de projetos reais em suas escolas e tenham espaço para falar, propor e decidir.”

As experiências salesianas apresentadas na COP30

Durante o painel, o professor Ary apresentou um conjunto de projetos realizados no Colégio Mazzarello Recife, que integram educação climática, inovação e protagonismo juvenil. Entre eles estão:

Projeto Ecocapibaribe – iniciativa de leitura do território e preservação ambiental;
Projeto Telhado Verde – experiência prática de sustentabilidade, mitigação térmica e educação ecológica;
Protótipo do aplicativo Econect – ferramenta desenvolvida com estudantes para monitoramento e engajamento em ações ambientais.

“Essas ações envolvem educação climática, projetos de sustentabilidade, leitura do território e atividades práticas com os estudantes. É a educação transformando a realidade a partir da vivência.”

Impacto e legado: a educação como chave para um futuro sustentável

A participação na COP30 também foi um momento de inspiração e renovação de compromisso. Para o professor Ary, a experiência reafirmou a potência da juventude e o papel da educação salesiana na construção de caminhos de esperança.

“Levo um sentimento de responsabilidade ainda maior. Volto para casa com novas ideias, novas parcerias e a certeza de que a educação é uma das chaves para enfrentar a crise climática. E, acima de tudo, levo a inspiração de ver tantos jovens engajados, mostrando que o futuro já está acontecendo agora.”

A atuação da RSB nesta COP30 reforça sua missão de formar pessoas boas e honestas, capazes de cuidar de outras pessoas, do território e da Casa Comum, unindo valores, ciência, espiritualidade e compromisso social.

Parceria com o Instituto Selo Social

Como patrocinadora da iniciativa do Instituto Selo Social, a RSB reforça seu compromisso com parcerias que ampliam o impacto social, fortalecem o protagonismo juvenil e incentivam projetos institucionais voltados à responsabilidade socioambiental. A participação no painel integra um conjunto de ações que expressam, de forma concreta, o compromisso salesiano com a defesa da Casa Comum e com caminhos educativos que promovam inclusão, esperança e transformação.

Assista a transmissão ao vivo da abaixo:

Comunicação da Rede Salesiana Brasil

2º Encontro On-line de Boas Práticas Comunicacionais e Produção Cultural destaca a força da comunicação salesiana em rede

Na manhã desta quarta-feira, 12 de novembro, a Rede Salesiana Brasil promoveu o 2º Encontro On-line de Boas Práticas Comunicacionais e Produção Cultural, reunindo comunicadores, educadores e colaboradores de diversas presenças salesianas do país. O encontro, foi marcado pelo espírito de comunhão, partilha de experiências e fortalecimento da missão comunicacional que sustenta a presença salesiana no ambiente digital e cultural.

A abertura foi conduzida pela Ir. Kelly Gaioso, Coordenadora de Comunicação da Inspetoria Maria Auxiliadora, que animou o grupo com uma acolhida fraterna e lembrou que comunicar, no carisma salesiano, é sempre um gesto de proximidade, esperança e serviço educativo. A comunicação, em suas palavras, continua sendo “um lugar de missão”.

Podcasts que evangelizam e conectam

O encontro apresentou iniciativas inspiradoras que mostram a criatividade e a atualidade da comunicação salesiana.

O Pe. Antônio João do Nascimento Neto, SDB, da Inspetoria Salesiana do Nordeste, compartilhou o processo de criação, produção e objetivo pastoral do podcast “Vamos Juntos”, que busca dialogar com jovens e educadores a partir de temas formativos e espirituais.

Clique e acesse aqui o link do podcast "Vamos Juntos".  

Na sequência, representantes das rádios parceiras apresentaram o podcast “Minuto Salesiano em Rede”, um projeto colaborativo que integra diversas emissoras ligadas ao carisma:

  • Marcos Mariano, Coordenador das Rádios Parceiras - Rádio AMA
  • Wilson Firmo, Diretor da Rádio Amanhecer Online - Rádio AMA
  • Jamil Feitosa, Coordenador de RH - FM Dom Bosco de Fortaleza/CE
  • Francisco Mário, Gerente – FM Padre Cícero (Juazeiro/CE)
  • Thais Cândido, Jornalista – FM Padre Cícero (Juazeiro/CE)
  • Angélica Novais, Analista de Comunicação - Escritório da RSB

O grupo apresentou os bastidores da produção, a metodologia de trabalho em rede e os impactos positivos da iniciativa, que já se tornou um espaço de formação e informação salesiana no ambiente radiofônico.

Acesse aqui o "Minuto Salesiano em Rede".  

A Inspetoria São João Bosco trouxe ao encontro a experiência do Estúdio da Pastoral Juvenil Salesiana (PJS) e do “Boa Noite Podcast”, mostrando como os jovens e as equipes de comunicação estão protagonizando novos formatos de evangelização.

Albanusa Costa, Analista de Comunicação da PJS contextualizou a origem da iniciativa de criar um estúdio de gravação da PJS, bem como o objetivo do “Boa Noite Podcast” e o processo de definição de pautas.

A proposta demonstra como o ambiente digital pode ser um verdadeiro “pátio”, onde a linguagem, o estilo e a presença comunicativa se moldam ao universo juvenil, sem perder a profundidade da espiritualidade salesiana.

Acesse aqui o “Boa Noite Podcast”.

Caminho de rede, avaliação e próximos passos

Ao longo do encontro, os participantes registram feedback e sugestões, reforçando o compromisso com a construção colaborativa e transparente das ações comunicacionais da RSB.

A diversidade das experiências apresentadas confirma que a comunicação salesiana permanece viva, dinâmica e missionária, um espaço de evangelização, cultura, diálogo e criatividade, fiel ao espírito de Dom Bosco e de Madre Mazzarello.

 

Comunicação da Rede Salesiana Brasil

Delegação do Dom Bosco Green participa do “Simpósio Internacional - Igreja Católica na COP30”, em Belém

A Igreja Católica promoveu, na tarde do dia 12 de novembro, o “Simpósio Internacional – Igreja Católica na COP30”, que reuniu aproximadamente 500 lideranças de diferentes regiões do Brasil e do mundo, com o objetivo de refletir e dialogar sobre os caminhos da ecologia integral, a justiça climática e a conversão ecológica.

O evento foi realizado durante a Conferência das Partes sobre as Mudanças Climáticas (COP30), sediada na Amazônia brasileira. Ele integrou o itinerário de reflexões promovido pela Igreja Católica, chamado Pré-COP, que percorreu as cinco macrorregiões do Brasil, onde diferentes interlocutores refletiram e dialogaram sobre o compromisso com a justiça climática e a ecologia integral.

O simpósio teve início com a bênção de Nossa Senhora de Nazaré, conduzida pelo arcebispo de Belém (PA), Dom Júlio Akamine, que também foi o primeiro a saudar os participantes, atuando como anfitrião do encontro na mesa de abertura.

A mesa contou com a participação de Dom Giambattista Diquattro (Núncio Apostólico no Brasil), Dom Jaime Spengler (presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB), Cardeal Filipe Neri (presidente das Conferências Episcopais da Ásia), Cardeal Fridolin Ambongo (presidente do Simpósio das Conferências Episcopais da África e Madagáscar – SECAM), Cardeal Ryan Rimenes (presidente da Conferência Episcopal do Pacífico) e Cardeal Ladislav Nemet (vice-presidente do Conselho das Conferências Episcopais da Europa – CCEE).
Durante a mesa, os participantes refletiram sobre temas como “Transição energética e cuidado dos pobres”, “O ser humano no centro de uma nova economia”, “Ilhas submersas no Pacífico” e “Igreja na Europa e a conversão ecológica”.

Na sequência da abertura, foi realizado o painel “Diálogos pela Ecologia Integral”, mediado por Dom Vicente de Paula Ferreira, presidente da Comissão Especial para a Mineração e a Ecologia Integral. Participaram da mesa:

  • Marinez Rosa dos Santos Bassotto, bispa da Igreja Anglicana do Brasil, que abordou o tema “Ecoespiritualidade e missão profética da Igreja na Amazônia”;
  • Cardeal Leonardo Steiner, arcebispo de Manaus (AM), que aprofundou o tema “Caminhos da Ecologia Integral para a Conversão Ecológica”;
  • Kleber Karipuna, representante da APIB, que falou sobre “A presença dos povos originários da Amazônia brasileira com suas lutas e perspectivas”;
  • e a professora e ecóloga Ima Vieira, que apresentou um diagnóstico científico sobre as mudanças climáticas, com evidências e soluções práticas.

Representando a Inspetoria São João Bosco (ISJB) na delegação da Dom Bosco Green na COP 30 , Camila de Paula destacou a importância do simpósio e dos demais momentos de diálogo que vêm acontecendo durante a COP30.
Segundo ela, “nesses dias estamos sendo convidados a ampliar nossa percepção sobre a crise climática, especialmente em relação aos efeitos provocados pela forma como habitamos o planeta Terra e nos relacionamos com toda a criação”.

Após esse momento de reflexão e diálogo, os participantes realizaram uma procissão em memória dos mártires que lutaram pela defesa dos povos originários e da vida no bioma amazônico, em direção à Basílica de Nossa Senhora de Nazaré.

O evento foi concluído com a Celebração Eucarística presidida pelo Cardeal Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre e presidente da CNBB e do Conselho Episcopal Latino-Americano e do Caribe (CELAM). Em sua homilia, Dom Jaime convidou à conversão interior, diante da crescente crise ambiental e humana que afeta o planeta.

 

 

MENSAGEM DO SANTO PADRE LEÃO XIV PARA O IX DIA MUNDIAL DOS POBRES

MENSAGEM DO SANTO PADRE LEÃO XIV
PARA O IX DIA MUNDIAL DOS POBRES

XXXIII Domingo do Tempo Comum
16 de novembro de 2025

___________________________

 

Tu és a minha esperança (cf. Sl 71,5)

1. «Tu és a minha esperança, ó Senhor Deus» (Sl 71,5). Essas palavras emanam de um coração oprimido por graves dificuldades: «Fizeste-me sofrer grandes males e aflições mortais» (v. 20), diz o Salmista. Apesar disso, o seu espírito está aberto e confiante, porque firme na fé reconhece o amparo de Deus e o professa: «És o meu rochedo e a minha fortaleza» (v. 3). Daí deriva a confiança inabalável de que a esperança n’Ele não decepciona: «Em ti, Senhor, me refugio, jamais serei confundido» (v. 1).

No meio das provações da vida, a esperança é animada pela firme e encorajadora certeza do amor de Deus, derramado nos corações pelo Espírito Santo. Por isso, ela não decepciona (cf. Rm 5, 5) e São Paulo pode escrever a Timóteo: «Pois se nós trabalhamos e lutamos, é porque pomos a nossa esperança no Deus vivo» (1 Tm 4, 10). O Deus vivo é, verdadeiramente, o «Deus da esperança» (Rm 15, 13), que em Cristo, pela sua morte e ressurreição, se tornou a «nossa esperança» (1 Tm 1, 1). Não podemos esquecer que fomos salvos nesta esperança, na qual precisamos permanecer enraizados.

2. O pobre pode tornar-se testemunha de uma esperança forte e confiável, precisamente porque professada numa condição de vida precária, feita de privações, fragilidade e marginalização. Ele não conta com as seguranças do poder e do ter; pelo contrário, sofre-as e, muitas vezes, é vítima delas. A sua esperança só pode repousar noutro lugar. Reconhecendo que Deus é a nossa primeira e única esperança, também nós fazemos a passagem entre as esperanças que passam e a esperança que permanece. As riquezas são relativizadas perante o desejo de ter Deus como companheiro de caminho porque se descobre o verdadeiro tesouro de que realmente precisamos. Ressoam claras e fortes as palavras com que o Senhor Jesus exortou os seus discípulos: «Não acumuleis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem os corroem e os ladrões arrombam os muros, a fim de os roubar. Acumulai tesouros no Céu, onde a traça e a ferrugem não corroem e onde os ladrões não arrombam nem furtam» (Mt 6, 19-20).

3. A pobreza mais grave é não conhecer a Deus. Recordou-nos isso o Papa Francisco quando escreveu na Evangelii gaudium: «A pior discriminação que sofrem os pobres é a falta de cuidado espiritual. A imensa maioria dos pobres possui uma especial abertura à fé; tem necessidade de Deus e não podemos deixar de lhe oferecer a sua amizade, a sua bênção, a sua Palavra, a celebração dos Sacramentos e a proposta dum caminho de crescimento e amadurecimento na fé» (n. 200). Há aqui uma consciência fundamental e totalmente original sobre como encontrar em Deus o próprio tesouro. Realmente, insiste o apóstolo João: «Se alguém disser: “Eu amo a Deus”, mas tiver ódio ao seu irmão, esse é um mentiroso; pois aquele que não ama o seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê» (1 Jo 4, 20).

É uma regra da fé e um segredo da esperança: embora importantes, todos os bens desta terra, as realidades materiais, os prazeres do mundo ou o bem-estar económico não são suficientes para fazer o coração feliz. Frequentemente, as riquezas iludem e conduzem a situações dramáticas de pobreza, sendo a primeira dessas ilusões pensar que não precisamos de Deus e conduzir a nossa vida independentemente d’Ele. Vêm-me à mente as palavras de Santo Agostinho: «Seja Deus todo motivo de presumires. Sente necessidade d’Ele para que Ele te cumule. Tudo o que possuíres fora d’Ele é imensamente vazio» (Enarr. in Ps. 85,3).

4. A esperança cristã, à qual a Palavra de Deus remete, é certeza no caminho da vida, porque não depende da força humana, mas da promessa de Deus, que é sempre fiel. Por isso, desde os primórdios, os cristãos quiseram identificar a esperança com o símbolo da âncora, que oferece estabilidade e segurança. A esperança cristã é como uma âncora, que fixa o nosso coração na promessa do Senhor Jesus, que nos salvou com a sua morte e ressurreição e que retornará novamente no meio de nós. Esta esperança continua a indicar como verdadeiro horizonte da vida os «novos céus» e a «nova terra» (2 Pe 3, 13), onde a existência de todas as criaturas encontrará o seu sentido autêntico, visto que a nossa verdadeira pátria está nos céus (cf. Fl 3, 20).

Consequentemente, a cidade de Deus compromete-nos com as cidades dos homens, que, desde agora, devem começar a assemelhar-se àquela. A esperança, sustentada pelo amor de Deus derramado nos nossos corações pelo Espírito Santo (cf. Rm 5, 5), transforma o coração humano em terra fértil, onde pode germinar a caridade para a vida do mundo. A Tradição da Igreja reafirma constantemente esta circularidade entre as três virtudes teologais: fé, esperança e caridade. A esperança nasce da fé, que a alimenta e sustenta, sobre o fundamento da caridade, que é a mãe de todas as virtudes. E precisamos de caridade hoje, agora. Não é uma promessa, mas uma realidade para a qual olhamos com alegria e responsabilidade: envolve-nos, orientando as nossas decisões para o bem comum. Em vez disso, quem carece de caridade não só carece de fé e esperança, mas tira a esperança ao seu próximo.

5. O convite bíblico à esperança traz consigo o dever de assumir, sem demora, responsabilidades coerentes na história. Com efeito, a caridade é «o maior mandamento social» (Catecismo da Igreja Católica, 1889). A pobreza tem causas estruturais que devem ser enfrentadas e eliminadas. À medida que isso acontece, todos somos chamados a criar novos sinais de esperança que testemunhem a caridade cristã, como fizeram, em todas as épocas, muitos santos e santas. Os hospitais e as escolas, por exemplo, são instituições criadas para expressar o acolhimento aos mais fracos e marginalizados. Eles deveriam fazer parte das políticas públicas de todos os países, mas as guerras e as desigualdades frequentemente ainda o impedem. Hoje, cada vez mais, as casas-família, as comunidades para menores, os centros de acolhimento e escuta, as refeições para os pobres, os dormitórios e as escolas populares tornam-se sinais de esperança: são tantos sinais, muitas vezes ocultos, aos quais talvez não prestemos atenção, mas que são muito importantes para se desvencilhar da indiferença e provocar o empenho nas diversas formas de voluntariado!

Os pobres não são um passatempo para a Igreja, mas sim os irmãos e irmãs mais amados, porque cada um deles, com a sua existência e também com as palavras e a sabedoria que trazem consigo, levam-nos a tocar com as mãos a verdade do Evangelho. Por isso, o Dia Mundial dos Pobres pretende recordar às nossas comunidades que os pobres estão no centro de toda a ação pastoral. Não só na sua dimensão caritativa, mas igualmente naquilo que a Igreja celebra e anuncia. Através das suas vozes, das suas histórias, dos seus rostos, Deus assumiu a sua pobreza para nos tornar ricos. Todas as formas de pobreza, sem excluir nenhuma, são um apelo a viver concretamente o Evangelho e a oferecer sinais eficazes de esperança.

6. Este é o convite que emerge da celebração do Jubileu. Não é por acaso que o Dia Mundial dos Pobres seja celebrado no final deste ano de graça. Quando a Porta Santa for fechada, deveremos conservar e transmitir os dons divinos que foram derramados nas nossas mãos ao longo de um ano inteiro de oração, conversão e testemunho. Os pobres não são objetos da nossa pastoral, mas sujeitos criativos que nos estimulam a encontrar sempre novas formas de viver o Evangelho hoje. Diante da sucessão de novas ondas de empobrecimento, corre-se o risco de se habituar e resignar-se. Todos os dias, encontramos pessoas pobres ou empobrecidas e, às vezes, pode acontecer que sejamos nós mesmos a possuir menos, a perder o que antes nos parecia seguro: uma casa, comida suficiente para o dia, acesso a cuidados de saúde, um bom nível de educação e informação, liberdade religiosa e de expressão.

Promovendo o bem comum, a nossa responsabilidade social tem o seu fundamento no gesto criador de Deus, que dá a todos os bens da terra: assim como estes, também os frutos do trabalho do homem devem ser igualmente acessíveis. Com efeito, ajudar os pobres é uma questão de justiça, muito antes de ser uma questão de caridade. Como observa Santo Agostinho: «Damos pão a quem tem fome, mas seria muito melhor que ninguém passasse fome e não precisássemos ser generosos para com ninguém. Damos roupas a quem está nu, mas Deus queira que todos estejam vestidos e que ninguém passe necessidades sobre isto» (Comentário à 1 Jo, VIII, 5).

Desejo, portanto, que este Ano Jubilar possa incentivar o desenvolvimento de políticas de combate às antigas e novas formas de pobreza, além de novas iniciativas de apoio e ajuda aos mais pobres entre os pobres. Trabalho, educação, habitação e saúde são condições para uma segurança que jamais se alcançará com armas. Congratulo-me com as iniciativas já existentes e com o empenho que é manifestado diariamente a nível internacional por um grande número de homens e mulheres de boa vontade.

Confiemos em Maria Santíssima, Consoladora dos aflitos, e com Ela entoemos um canto de esperança, fazendo nossas as palavras do Te Deum: «In Te, Domine, speravi, non confundar in aeternum – Em Vós espero, Meu Deus, não serei confundido eternamente».

Vaticano, 13 de junho de 2025, memória de Santo António de Lisboa, Patrono dos pobres

LEÃO PP. XIV

Acesse a imagem original aqui

Copyright © Dicastério para a Comunicação - Libreria Editrice Vaticana

O P. Orendain apresenta uma nova perspectiva para a comunicação salesiana

Num passo significativo para o fortalecimento da missão comunicativa da Família Salesiana (FS) em todo o mundo, o P. Fidel Orendain, Conselheiro Geral para a CS, realizou na quinta-feira, 6 de novembro de 2025, um encontro on-line com os Delegados Regionais de Comunicação Social, reunindo Responsáveis de três C ontinentes para definir um novo rumo para o Setor.

O encontro virtual conectou os Delegados de Comunicação Social da Região Europa Centro-Norte com seus colegas da Interamérica e da Ásia Leste-Oceânia, criando um fórum verdadeiramente global para o diálogo e o planejamento estratégico. Além de apresentar o novo Conselheiro Geral, a sessão também foi um momento importante para conectar e alinhar as Inspetorias e Regiões.

Uma perspectiva que se concretiza

O P. Orendain aproveitou da ocasião para compartilhar tanto sua trajetória pessoal quanto o trabalho já realizado nos primeiros meses de seu mandato. Sua apresentação ofereceu aos Delegados uma visão ampla do cenário em transformação e da direção estratégica do Setor de Comunicação Social.

O Conselheiro detalhou cuidadosamente as responsabilidades distintas e complementares dos diversos papéis dentro da estrutura do Setor — Delegados Inspetoriais, Coordenadores Regionais e a Sede central em Roma. Essa clareza funcional, observaram os participantes, fornece uma base essencial para uma colaboração mais eficaz no futuro.

CG29: um roteiro para a comunicação

Um dos pontos centrais da fala do P. Orendain foi a implementação do Capítulo Geral 29, apresentado como particularmente relevante e urgente para a missão comunicativa no atual panorama digital em rápida evolução. Ele explicou como as diretrizes do Capítulo irão influenciar e moldar a evangelização, a formação e a ação pastoral mediante os meios de comunicação.

Inspirando-se na visão do Capítulo Geral, o Conselheiro traçou as prioridades estratégicas que guiarão o Setor da Comunicação Social nos próximos três-seis anos. Essas prioridades, destacou, refletem tanto os valores permanentes do carisma salesiano quanto as novas exigências da comunicação contemporânea a serviço dos jovens.

Diálogo e discernimento

A apresentação estruturada deu espaço a um longo momento de perguntas e diálogo aberto, em que os Delegados puderam interagir diretamente com o Conselheiro Geral sobre temas que iam desde os desafios práticos de implementação de programas até questões mais amplas de evangelização digital e ética da mídia.

Os participantes expressaram sincera admiração pela clareza e profundidade da apresentação do P. Orendain, bem como pelo tom inspirador que ele conferiu ao futuro trabalho do Setor. Muitos observaram que o encontro ofereceu não apenas orientações práticas mas também nova motivação para o papel essencial da comunicação na missão salesiana.

Um começo promissor

Ao término do encontro, os participantes demonstraram um sentimento palpável de otimismo quanto ao caminho a ser seguido. A reunião representou mais que um simples informe administrativo: marcou um empenho pela colaboração autêntica entre Regiões e uma consciência compartilhada de que a comunicação eficaz é indispensável para chegar até aos jovens na era digital.

A ênfase do P. Orendain tanto nos fundamentos espirituais da comunicação salesiana quanto nas exigências práticas da Mídia moderna encontrou forte eco entre os participantes, que deixaram o encontro revigorados e preparados para continuar a missão em seus respectivos contextos.

O próprio formato digital do encontro demonstrou a adoção consciente das ferramentas tecnológicas para construir comunhão e colaboração – um testemunho vivo da missão que o Setor representa. Sob a guia do P. Orendain, o Setor da CS promete um novo capítulo, lançando bases sólidas para um período de renovada vitalidade e impacto no apostolado comunicativo da FS em todo o mundo.

Fonte: Agencia Info Salesiana

COP30: Representantes da Igreja Católica de quatro continentes mostram unidade em torno do cuidado com a Casa Comum

A Igreja promoveu na tarde do dia 12 de novembro, o “Simpósio Internacional – Igreja Católica na COP30” com o objetivo de refletir e dialogar sobre os caminhos da ecologia integral, a justiça climática e a conversão ecológica. O evento foi  realizado durante a Conferência das Partes sobre as Mudanças Climáticas sediada na Amazônia Brasileira, a COP30. O assessor de comunicação da CNBB, padre Arnaldo Rodrigues, coordenou as falas.

O objetivo da Articulação Brasileira para a COP30, ao realizar o Simpósio, foi apresentar as perspectivas da Igreja Católica e de seus interlocutores destacando seu compromisso com a justiça climática e a ecologia integral.

Um vídeo, no início do Seminário, recuperou o processo de preparação da Igreja Católica para a sua participação na COP30, entre elas as pré0-cops realizadas em todas as cinco macrorregiões brasileiras e a o documento entregue ao Papa Leão XIV com as propostas da Igreja do Sul Global (Ásia, América Latina e Oceania) para o clima.

Fotos: Letícia Florêncio – Movimento Laudato Si’

“Crise climática é também uma crise espiritual e moral. Cuidar da criação é parte indissociável do seguimento a Jesus Cristo. No coração do mundo, permanece o Senhor da vida”, reforça um trecho do vídeo.

Bênção de Nossa Senhora de Nazaré

O seminário iniciou com a bênção de Nossa Senhora de Nazaré, introduzida pelo arcebispo de Belém (PA), dom Júlio Akamini. Que também foi o primeiro a saudar os participantes como anfitrião do encontro na mesa de abertura do evento.

Dom Júlio acolheu os participantes no bioma amazônico e na arquidiocese de Belém, casa do Círio de Nazaré. “Nós os acolhemos com muita alegria”, disse.

O Núncio Apostólico no Brasil, dom Giambatistta Diquattro, faz sua acolhida lembrando do “saudoso do Papa Francisco e seu providencial magistério”. Francisco nos lembrou insistentemente que a mudança climática não pode ser entendida apenas como uma questão técnica ou econômica, mas como uma abordagem ecológica e social que deve integrar a justiça para ouvir tanto o clamor da terra como o clamor dos pobres.

“Toda injustiça contra a terra é também uma injustiça cometida contra o ser humano. Toda ferida infringida à tera torna-se uma ferida do coração humano”, afirmou.

Dom Giambatista reforçou o apelo da Exortação Apostólica Laudate Deum que faz um severo aviso: “o mundo em que vivemos está se desmoronando e talvez esteja em se aproximando de um ponto de ruptura”.

Humanidade reconciliada com Deus

  “A conversão ecológica, segundo nos ensinou o Papa,  não consiste em simplesmente mudar os comportamentos externos, mas renovar o olhar interior e reencontrar em Deus, princípio e sentido da existência. O ser humano não é chamado a explorar a terra, mas para  preservá-la como um administrador sábio dos dons recebidos”, afirmou.

Em referência à Querida Amazônia, o núncio expressou a síntese da Doutrina Social da Igreja: “A justiça em relação à terra e ao ser humano é uma única obra de amor. Quando a Igreja vive essa vocação de cuidado do terra, dos pobres e das gerações futuras torna-se sinal de uma humanidade reconciliada com Deus e com a criação”, reforçou

O arcebispo de Porto Alegre (RS), presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e do Conselho Episcopal Latino-Americano e Caribenho (Celam), dom Jaime Spengler, afirmou que as soluções para a crise ambiental não pode ser reduzida à ajustes técnicos e financeiros. “Se faz necessário integrar as cosmovisões e práticas dos povos indígenas e ribeirinhos”, disse.

“Habitamos o planeta e precisamos de uma conversão sobre o nosso modo de relação com a terra com cuidado e promoção do meio ambiente e da vida. Precisamos colocar o cuidado da vida no centro de nossas decisões. Não podemos fazer média com a cultura da morte, somos chamados a ser sementes de Esperança num mundo novo baseados na ética e fé”, disse.

Transição energética e cuidado dos pobres

O presidente das conferências episcopais da Ásia, o arcebispo de Goa e Damão, cardeal Felipi Neri, falou do documento apresentado ao Papa Leão XIV: “Documento que estabelece um marco ético e espiritual para a crise climática. As conferências episcopais da Ásia denunciam esse modelo de extrativismo do Norte Global, o capitalismo verde e a lógica de mercado de carbono que deixa a todos vulneráveis”, afirmou.

O bispo chamou a atenção para o fato de a Ásia ser uma das regiões mais afetadas pelos efeitos das mudanças climáticas, como as inundações que afetaram países como Bangladesh provocando migrações em massa. “A Ásia é uma das maiores emissoras de carbono e precisa de um processo de transição energética que leve em conta as comunidades locais e os pobres”, afirmou.

O ser humano no centro de uma nova economia

O presidente do Simpósio das Conferências Episcopais da África e Madagascar (Secam), o cardeal Fridolin Ambongo, de Quinxassa, da República Democrática do Congo, falou sobre o processo de empobrecimento, exploração, roubo e saque pelo qual passou o continente Africano.

As nações mais ricas que precisam de minerais e petróleos, segundo ele, agem com urubus nas riquezas da África. “Por causa dos minerais, tem mais de 50 conflitos em nosso continente”, disse. 

Segundo ele, o  processo de espoliação do continente vem resultando em desertificação no continente e também em inundações. O cardeal também falou do documento entregue ao Papa que afirma que o ser humano deve ser o centro de uma nova economia. O documento, com dez propostas para um novo desenvolvimento baseado na Ecologia Integral, foi entregue ao Papa Leão XIV está sendo apresentado na COP30.

Ilhas submergidas no Pacífico

O representante das conferências episcopais da região do pacífico, Ryan Rimenes, presidente da Conferência Episcopal do Pacífico, reforçou que várias catástrofes estão afetando as populações da Oceania.

“As ilhas, em nossa região, correm o risco de serem submergidas ainda em nosso tempo. Ele disse que a mineração no fundo do mar também está adicionando outra camada de destruição. Nossas comunidades já sentem os impactos das mudanças climáticas. Tufões e aquecimento do mar são duas ameaças reais também”, afirmou.

O cardeal disse que a Igreja na região na região do Pacífico trabalha para encontrar soluções concretas para os problemas tendo a encíclica Laudato Si’ como referência. Ele fez referência ao documento elaborado pelas conferências do Sul Global. “Nós bispos da região do pacífico nos comprometemos a cuidar da nossa de nossa Casa Comum e das Ilhas que são o nosso lar”, disse.

Igreja na Europa e a conversão ecológica

O  cardeal sérvio Ladislav Nemet, vice-presidente do Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE), afirmou que estão trabalhando para a transformação e conversão ecológica na Europa, continente onde se situam 39 conferências episcopais. “Estamos com uma guerra na Europa (Rússia-Ucrânia) que vem provocando aumento do custo de energia na Europa. Temos muitos problemas também e é necessário encontrar soluções junto ao Sul Global”, disse.

Diálogos pela Ecologia Integral

 

Na sequência à mesa de abertura, foi realizado o painel “Diálogos pela Ecologia Integral”, mediado pelo presidente da Comissão Especial para a Mineração e a Ecologia Integral, dom Vicente de Paula Ferreira.

Participaram da mesa, a bispa da Igreja Anglicana do Brasil, Marinez Rosa dos Santos Bassotto, que abordou o tema da “Ecoespiritualidade e missão profética da Igreja na Amazônia”, o arcebispo de Manaus (AM), o cardeal Leonardo Steiner, que aprofundou o tema “Caminhos da Ecologia Integral para a Conversão Ecológica”, o representante da APIB, Kleber Karipuna, que falou sobre “a presença dos povos originários da Amazônia brasileira com suas lutas e perspectivas” , a professora e ecóloga, Ima Vieira, apresentou o diagnóstico científico (evidências e soluções práticas) sobre as mudanças climáticas.

Veja a íntegra das falas:

 

Exposições temáticas e caminhada do Mártires

Além disso, durante todo o período da manhã, o Colégio Santa Catarina de Sena foi aberto à comunidade com exposições temáticas, sendo um espaço dedicado à partilha dos frutos do caminho percorrido pela Articulação Igreja Rumo à COP 30 e pelas iniciativas locais da arquidiocese de Belém.

Após o simpósio, às 19h, foi realizada a Caminhada pelos Mártires da Casa Comum, com concentração na Praça Santuário de Nazaré. O percurso se encerrou na Basílica de Nossa Senhora de Nazaré, com a celebração eucarística presidida pelo arcebispo de Porto Alegre (RS) e presidente da CNBB, cardeal Jaime Spengler.

Fonte: CNBB

 

 

Conselho de Administração da RSB se reúne em Brasília e reafirma missão e transparência institucional

Nesta quinta-feira, 13 de novembro, a Assembleia do Conselho de Administração da Rede Salesiana Brasil (CAD) reuniu-se na sede da Rede Salesiana Brasil (RSB), em Brasília, para mais um importante momento de avaliação e fortalecimento institucional. A reunião reafirma o compromisso da RSB com seu papel educativo-missionário no Brasil, bem como com a responsabilidade de gerir com transparência os recursos confiados à Rede.

Inspirada no carisma de São João Bosco e de Santa Maria Mazzarello, a RSB pauta sua ação com a pedagogia do amor, da proximidade e da presença educativa junto aos jovens. 

A governança da RSB exige, por sua vez, estruturas coletivas de decisão que assegurem tanto o protagonismo juvenil quanto a prestação de contas à sociedade. Nesse sentido, o CAD representa um elo vital entre missão e gestão. Segundo Pe. Sérgio Baldin, diretor executivo da RSB, o Conselho “desempenha um papel essencial ao servir como elo entre as diretrizes da RSB e a implementação prática de suas iniciativas”.

Ir. Silvia Aparecida da Silva, também Diretora Executiva da RSB, ressaltou a importância deste momento. “Esta reunião do Conselho de Administração constitui um verdadeiro tempo de escuta, partilha e discernimento. A missão salesiana nos convoca a caminhar juntos, e o CAD é expressão concreta dessa comunhão de serviço”, ressaltou.

O CAD da RSB é composto por membros representativos das Inspetorias salesianas, nomeados pela Assembleia Geral para mandato de três anos, com possibilidade de recondução. Na presente composição, constam:

Padre Moacir José Scari, SDB – Ecônomo da Inspetoria São João Bosco;

Padre Robson Barros da Costa, SDB – Ecônomo da Inspetoria São Luiz Gonzaga;

Irmã Mônica Santana, FMA – Diretora Institucional do Colégio Maria Auxiliadora;

Irmã Maria da Paz Milanez, FMA – Ecônoma da Inspetoria Maria Auxiliadora;

Pe. André Luiz Simões, SDB Ecônomo da Inspetoria Nossa Senhora Auxiliadora - BSP;

João Vasconcelos Melo – Gerente Administrativo da Inspetoria Madre Mazzarello.

Além dos membros efetivos, estiveram presentes os Diretores Executivos, Ir. Silvia Aparecida e Pe. Sérgio Baldin, a Coordenadora Executiva, Maria Dantas.

Durante a assembleia, os membros do Conselho avaliaram, acompanharam e validaram o plano de trabalho da RSB, além de supervisionar o orçamento e as prestações de contas da instituição. Essa sistemática propicia um parecer colegiado que será submetido à apreciação da Assembleia Geral, reforçando os princípios de transparência, responsabilidade e corresponsabilidade.

A governança participativa da RSB, tal como vivenciada por meio da Assembleia do CAD, revela-se como alicerce para o crescimento sustentável e missionário da Rede. Convidamos toda a comunidade educativa: inspetorias, escolas, centros de juventude, famílias e jovens a acompanhar-nos nesta caminhada de corresponsabilidade.

 

Comunicação da Rede Salesiana Brasil

Siga a RSB nas redes sociais:

2025 © Rede Salesiana Brasil