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Dia de Nossa Senhora Aparecida e a Inspetoria Salesiana das FMA

No dia 12 de outubro, os brasileiros celebram Nossa Senhora Aparecida, a padroeira do Brasil. A história da santa remonta ao ano de 1717, quando três pescadores — Domingos Garcia, João Alves e Felipe Pedroso —, no rio Paraíba do Sul, próximo à vila de Guaratinguetá (SP), viviam uma situação de escassez de peixes. Após várias tentativas sem sucesso, eles jogaram suas redes mais uma vez e retiraram do rio o corpo de uma imagem da Virgem Maria sem a cabeça. Minutos depois, encontraram a cabeça, e, após reunirem as peças, as redes começaram a transbordar de peixes. A partir desse momento, a imagem passou a ser venerada pelos pescadores e, gradualmente, sua fama se espalhou entre os devotos.

A imagem, esculpida em terracota, é conhecida por sua cor escura, que muitos relacionam à sua longa permanência no rio. Com o tempo, a devoção à "Aparecida" cresceu e, em 1834, foi iniciada a construção de uma capela, que posteriormente se transformou no Santuário Nacional de Aparecida, o maior centro de peregrinação mariana do mundo.

A DEVOÇÃO À PADROEIRA DO BRASIL

Em 1930, o Papa Pio XI proclamou Nossa Senhora Aparecida como padroeira do Brasil, consolidando sua importância para o catolicismo no país. A devoção a Nossa Senhora Aparecida transcende fronteiras religiosas e culturais. O Santuário Nacional, localizado em Aparecida (SP), recebe milhões de peregrinos todos os anos, especialmente no dia 12 de outubro, quando ocorrem grandes celebrações e momentos de oração dedicados à santa.

O Papa João Paulo II, em sua visita ao Brasil em 1980, coroou a imagem de Nossa Senhora Aparecida, fortalecendo ainda mais os laços entre os brasileiros e sua padroeira. Em 2007, o Papa Bento XVI também visitou o Santuário, destacando a importância da fé e da devoção popular no país. Para muitos, Nossa Senhora Aparecida representa uma figura de proteção, conforto e esperança em tempos difíceis.

Em 2013, o Papa Francisco também visitou o Santuário de Aparecida onde celebrou sua missa da viagem ao Brasil. No ambiente conhecido como Capela dos 12 Apóstolos, ele venerou a imagem de Nossa Senhora. Essa foi a primeira vez que um papa entra na sala. Francisco fez uma oração pelos jovens e pela Jornada Mundial da Juventude e também pediu que Nossa Senhora acompanhasse e guiasse os devotos dela, principalmente nos momentos mais difíceis. Ao final, depositou flores junto à imagem. 

A INSPETORIA SALESIANA NOSSA SENHORA APARECIDA

Em agosto de 2013, as nove Inspetoras das Filhas de Maria Auxiliadora (FMA) no Brasil, durante um encontro no Rio de Janeiro, receberam da então Madre Geral, Irmã Yvonne Reungoat, e de seu Conselho, a convocação para pensarem em uma nova configuração para ressignificar o Carisma e qualificar a presença e missão das FMA, no Brasil. Em resposta a essa solicitação, teve início o processo da nova configuração no Brasil, com a participação de todas as Filhas de Maria Auxiliadora das nove Inspetorias. 

De 2018 a 2020, as nove Inspetorias foram se organizando internamente para que, no início de 2021, fossem oficialmente instituídas as quatro novas Inspetorias com novas sedes, novos nomes, novas personalidades jurídicas e novos governos. Assim nasceu a Inspetoria Nossa Senhora Aparecida, nome escolhido pelos três Conselhos Inspetoriais: Campo Grande, Porto Alegre e São Paulo, em uma reunião, em Porto Alegre, em dezembro 2018. “Por ser a Padroeira do Brasil, seria um nome significativo após a unificação das três Inspetorias, indicando a unidade das FMA e a proteção sobre a nova Inspetoria. A sede seria em São Paulo, por isso teria mais sentido ser chamada Inspetoria Nossa Senhora Aparecida”, conta a Inspetora, Irmã Alaíde Deretti.

Sobre a relação de Nossa Senhora Aparecida com a missão salesiana em prol dos jovens, Ir. Alaíde comenta o essencial papel de proteção materna que a padroeira do Brasil representa. “Nossa Senhora Aparecida é a figura de mãe, guia, protetora e intercessora, isso contribui na missão salesiana com os jovens porque eles necessitam de uma mãe que os acolha, os escute, seja próxima, os acompanhe, os projeta e interceda por eles quando, muitas vezes, são marginalizados, julgados e condenados por grupos, órgãos públicos e privados, e até mesmo pela própria família. O importante é que Ela continua a dizer-nos: ‘Fazei tudo o que Ele vos disser’, para que o milagre da transformação, do ‘vinho novo’, aconteça também hoje, nos corações dos adultos, dos jovens e crianças, através de nossa presença, palavra e testemunho. Aparecida nas águas do Rio Paraíba, Nossa Senhora Aparecida vem para nos ensinar que sempre é possível o milagre acontecer, só precisamos crer. Ela trouxe os peixes aos pescadores e hoje ajuda a crescer na fé todos que a ela se consagrarem”.

Com sede no Colégio de Santa Inês, em São Paulo, a Inspetoria Nossa Senhora Aparecida é responsável pela missão salesiana das FMA presente nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul.

O DIA DE NOSSA SENHORA APARECIDA E O DIA DAS CRIANÇAS

Curiosamente, o Dia de Nossa Senhora Aparecida coincide com o Dia das Crianças em 12 de outubro. Embora não haja uma relação direta entre as duas comemorações, a data unificada é um reflexo do calendário brasileiro. O Dia das Crianças foi oficializado em 1924 por meio de um decreto do presidente Arthur Bernardes, mas só ganhou força comercial a partir da década de 1960. Ainda assim, a coincidência entre as duas celebrações traz uma mensagem especial. Nossa Senhora Aparecida é frequentemente associada à proteção dos mais vulneráveis, o que inclui as crianças. Muitas famílias aproveitam o dia para reforçar valores de fé e devoção, levando seus filhos ao Santuário ou participando de atividades religiosas em suas comunidades.

O dia 12 de outubro, carrega um duplo significado para os brasileiros. De um lado, a profunda reverência a Nossa Senhora Aparecida, que simboliza o amor e a fé de um povo que recorre à santa em busca de consolo e proteção. Do outro, a celebração da infância, uma oportunidade de lembrar a importância das crianças e de seu papel na construção do futuro da humanidade. Assim, seja pela fé ou pela celebração da vida, o dia 12 de outubro continua a ser uma data marcante no calendário nacional, unindo tradição, espiritualidade e família em torno de dois dos maiores símbolos de esperança no Brasil.

Escrito por Janaína Lima, com informações e fotos da Inspetoria Nossa Senhora Aparecida

Foto: Istituto Figlie di Maria Ausiliatrice

Dia Internacional das Meninas e das Adolescentes 2024

No dia 11 de outubro de 2024 celebra-se o Dia Internacional das Meninas e das Adolescentes, instituído pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 2011, para sensibilizar a opinião pública sobre a situação das meninas no mundo. O Dia recorda que cada menina faz florescer as suas potencialidades e possibilidades se recebe educação, se é valorizada e se são garantidos os seus direitos humanos. O empoderamento das adolescentes é fundamental para o desenvolvimento de sociedades sustentáveis, pacíficas e justas e para a promoção do bem comum.

O tema do Dia de 2024, “A visão das meninas para o futuro”, sublinha a necessidade de liberar plenamente as potencialidades das mais de 1,1 mil milhões de meninas do mundo através de apoio, educação e oportunidades de protagonismo.

Desigualdades, discriminação, violências, injustiças, matrimônios infantis, trabalho infantil e diversidade de tratamento de saúde são, de fato, alguns dos desafios que as adolescentes devem enfrentar cotidianamente em todo o mundo. A UNICEF informa que aproximadamente 1 em cada 5 adolescentes ainda não completou a Escola Secundária inferior e quase 4 adolescentes sobre 10 não completam a Escola Secundária superior.

Além disso, cerca de 90% das adolescentes e das jovens mulheres adolescentes, nos países de baixo rendimento, não têm acesso à Internet, enquanto os seus pares do sexo masculino têm duas vezes mais probabilidades de estar on-line. Em nível Global, as meninas entre os 5 e os 14 anos passam cada dia 160 milhões de horas de trabalho doméstico e de mais cuidados não remunerados em comparação aos meninos da mesma idade. 3 sobre 4 adolescentes continuam a registrar 3 novas infecções por HIV. Quase uma adolescente sobre quatro, casada ou que coabita, entre os 15 e os 19 anos, sofreu violência física ou sexual por parte de um parceiro ao menos uma vez na vida. Após a pandemia de COVID-19, o risco de matrimônio infantil aumentou.

“As adolescentes já têm a sua própria visão de um mundo onde podem realizar-se. Trabalham para transformar esta visão em realidade e pedem que a sua voz seja escutada. Chegou o momento de escutá-las”, afirma o Secretário Geral das Nações Unidas, Antônio Guterres, na Mensagem do Dia. Sublinha ainda que “a coragem, a esperança e a determinação das adolescentes são uma força a se levar em consideração. Já é tempo de que o mundo se adiante e contribua a transformar as suas visões e aspirações em realidade”.

O Instituto Internacional Maria Auxiliadora (IIMA) de Genebra está sempre empenhado em fazer progredir as adolescentes nos 97 países em que está presente, promovendo os direitos e a dignidade, em particular o direito à educação, dotando-as de competências e instrumentos de proteção dos direitos humanos para o pleno desenvolvimento das suas potencialidades; valorizando a sua capacidade de participar, em particular, nos processos de tomada de decisão e de ser líder na criação de um novo humanismo, de um mundo melhor.

Este empenho emerge claramente nas respostas das 70 Inspetorias do Instituto ao questionário da Secretaria de Direitos Humanos do IIMA sobre as iniciativas realizadas em consonância com os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas, de 2020 a 2023.

Dos dados provenientes de 87 países, fica claro que as Irmãs Salesianas e as Comunidades Educativas trabalham incansavelmente para garantir uma educação inclusiva e equitativa de qualidade e para promover oportunidades de aprendizagem permanente para todos (ODS 4), fornecendo educação pré-escolar a 157.998 crianças; educação primária a 507.758 crianças; ensino secundário a 376.243; formação profissional a 66.257 pessoas; e cursos de alfabetização digital (compreendendo-se a educação às mídias, as competências informáticas e a prevenção do cyberbullying) a 245.270 adolescentes e jovens.

Para alcançar a igualdade de gênero e o empoderamento de todas as mulheres e das adolescentes (ODS 5), estas Inspetorias promoveram diversos programas como a eliminação do matrimônio precoce (154.655 beneficiários); a eliminação da violência contra as mulheres e os meninos (296.208 beneficiários); a eliminação do tráfico de seres humanos (60.434 beneficiários); a eliminação do trabalho infantil (76.680 beneficiários); a promoção das adolescentes em STEM – Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática (76.803 beneficiários).

Embora a lista não seja exaustiva, estes números refletem o compromisso do Instituto das FMA em investir no futuro das meninas com objetivos e estratégias bem definidos.

A confiança no dever de cada pessoa, especialmente das mais vulneráveis, está profundamente enraizada na convicção salesiana de que cada ser humano é criado à imagem de Deus e em cada um é semeada a semente do bem. O Papa Francisco, no seu Discurso aos jovens em Veneza, no dia 28 de abril de 2024, lembrou-lhes que devem crer e abraçar com senso de admiração a sua beleza interior e a dos outros: “…a criação convida-nos a ser à nossa volta criadores de beleza. Por favor, não esqueçais isto: ser criadores de beleza e fazer algo que não existia antes”.

Fonte: Istituto Figlie di Maria Ausiliatrice

Foto: Vatican Media

Reflexões e Chamados à Paz na Segunda Semana do Sínodo sobre a Sinodalidade

A segunda semana do Sínodo sobre a Sinodalidade foi marcada por uma série de encontros e debates cruciais para a Igreja, tanto no âmbito espiritual quanto no social. Um dos momentos centrais foi a discussão sobre o papel do bispo de Roma no diálogo ecumênico, impulsionada pela publicação da versão francesa do documento “O Bispo de Roma” do Dicastério para a Promoção da Unidade dos Cristãos. Este evento, ocorrido em uma mesa-redonda em Roma, reuniu católicos, protestantes e ortodoxos para refletirem sobre a sinodalidade e a primazia do Papa, promovendo maior convergência entre as denominações cristãs.

A semana também trouxe à tona questões de evangelização no espaço digital. A Irmã Xiskya Valladares, membro do Sínodo e missionária digital, destacou a importância de expandir a evangelização para os meios virtuais, mencionando a criação de escritórios de missão digital em várias Conferências Episcopais da América Latina. Ela também abordou a necessidade de superar a polarização nas redes sociais e promover a comunhão.

Também o tema “Por uma Igreja sinodal: participação, comunhão e missão”, que está a decorrer em Roma, a ampla participação de mulheres é um dado muito significativo. Esta segunda sessão sinodal tem 368 membros com direito a voto e tal como aconteceu na primeira sessão em 2023, mais de 50 votantes são mulheres. Com efeito, o aprofundamento “do lugar das mulheres na Igreja” e a “sua participação nos processos de decisão e na condução das comunidades” são temas objeto da reflexão de um dos grupos de trabalho formados pelo Papa no âmbito do processo sinodal.

No contexto das guerras em curso, o Sínodo foi palco de orações pela paz. Em 6 de outubro, o Papa Francisco conduziu uma peregrinação à Basílica de Santa Maria Maior, rezando o terço pela paz, seguido de um Dia de Oração e Jejum em 7 de outubro, em memória do aniversário do ataque terrorista do Hamas contra Israel. O arcebispo-mor de Kiev, Sviatoslav Shevchuk, ressaltou a importância dessa iniciativa como um movimento do Espírito Santo, refletindo o papel do Papa como protagonista da paz.

Testemunhos emocionantes de prelados como dom Mounir Khairallah, do Líbano, e dom Launay Saturné, do Haiti, também marcaram a semana. Ambos compartilharam as dores de seus países devastados por guerras e conflitos, apelando à reconciliação e à necessidade urgente de paz. Khairallah destacou a capacidade do Líbano de se manter como uma mensagem de convivência pacífica, enquanto Saturné expressou o desespero do povo haitiano frente à insegurança.

Essa semana mostrou a vitalidade e a complexidade dos desafios enfrentados pela Igreja, tanto em sua missão interna quanto no papel que desempenha no mundo. O convite do Papa à oração e ao jejum reforça a busca por paz e justiça, enquanto as reflexões sobre a sinodalidade continuam a moldar o futuro da Igreja Católica.

Escrito por Janaína Lima, com informações do Vatican News

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Dia de Nossa Senhora do Rosário e a súplica do Papa

Uma súplica de paz e um dia de oração e jejum: este foi o anúncio feito pelo Papa Francisco na celebração da Santa Missa de abertura da segunda sessão da Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, na Praça São Pedro, na manhã da quarta-feira (02). A proposta é de que, hoje (07), dia em que a Igreja celebra Nossa Senhora do Rosário, e data que também marca o brutal massacre do Hamas contra cidadãos israelenses majoritariamente civis (07/10/2023), cristãos e cristãs do mundo todo se unam em oração e jejum pela paz.

O Bispo de Roma, nos últimos meses, continuou gritando, sem ser ouvido, pedindo um cessar-fogo e caminhos de paz. Hoje, este grito torna-se ainda mais coral e dirige-se ao Céu, na esperança de que o Senhor da história abra os corações dos líderes das nações e sejam alcançadas “negociações honestas” e “compromissos honrosos” para pôr fim à loucura da guerra. Porque mesmo a paz mais imperfeita e precária é preferível ao horror da guerra, mesmo aquela considerada mais “justa”.

O DIA DE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO

celebrado em 7 de outubro, o Dia de Nossa Senhora do Rosário é uma das mais antigas e significativas festividades marianas da Igreja Católica. A data remonta a um momento crucial da história cristã e reflete a profunda devoção ao Rosário, uma das orações mais populares e poderosas para os católicos. Essa celebração reúne fiéis ao redor do mundo, marcando uma jornada de fé e gratidão à Virgem Maria, reconhecida por sua intercessão nos momentos de maior dificuldade.

A festa de Nossa Senhora do Rosário tem suas raízes históricas na Batalha de Lepanto, travada em 7 de outubro de 1571. Naquela ocasião, as forças cristãs da Liga Santa enfrentaram o poderoso Império Otomano, em uma batalha naval decisiva no Mediterrâneo. Temendo uma derrota que poderia abrir portas para a invasão da Europa, o Papa Pio V convocou toda a cristandade a rezar o Rosário, pedindo a intercessão de Nossa Senhora. Contra todas as expectativas, os cristãos venceram a batalha. Em agradecimento, o Papa instituiu a festa de "Nossa Senhora da Vitória", que posteriormente se tornou "Nossa Senhora do Rosário", em honra ao poder desta oração.

O QUE É O ROSÁRIO?
O Rosário é uma forma de oração meditativa composta por repetidas recitações de orações tradicionais, como o Pai-Nosso e a Ave-Maria, intercaladas pela contemplação de mistérios da vida de Jesus e Maria. Essa prática tem suas origens no século XII, quando os monges utilizavam contas para contar suas orações. O Rosário, em sua forma moderna, foi promovido por São Domingos de Gusmão, que, segundo a tradição, recebeu a oração das mãos da própria Virgem Maria como uma poderosa arma espiritual.

Dividido em quatro conjuntos de mistérios — Gozosos, Dolorosos, Gloriosos e Luminosos —, o Rosário convida a meditar sobre momentos fundamentais da vida de Cristo e de Maria. O Papa João Paulo II, grande devoto dessa oração, chamou o Rosário de "compêndio do Evangelho", por sua profundidade espiritual e alcance devocional.

A DEVOÇÃO A NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO
A devoção a Nossa Senhora do Rosário é um símbolo de fé e confiança no poder intercessor de Maria. Ao longo dos séculos, a Igreja Católica promoveu o Rosário como uma prática de oração que leva os fiéis a uma comunhão mais profunda com Deus, pela intercessão de Sua Mãe. 

Numerosos papas e santos recomendaram o Rosário como um instrumento de paz e conversão. A própria aparição de Nossa Senhora em Fátima, em 1917, reforçou essa devoção quando Maria pediu que os fiéis rezassem o Rosário diariamente pela paz no mundo. A prática também está associada à ideia de proteção divina, especialmente em tempos de guerra, crise ou calamidade.

A devoção a Nossa Senhora do Rosário lembra a todos os católicos que, em tempos de dificuldade, a fé e a oração podem trazer força, paz e vitória.

Escrito por Janaína Lima, com informações do Vatican News

Foto: sdb.org

Celebração Litúrgica de Alberto Marvelli

Nascimento: 21/03/1986
Venerável: 22/03/1986
Beato: 05/09/2004
Celebração Litúrgica: 5 de outubro
Falecimento (nascimento para o céu): 05/10/1946

Nascido em Ferrara, Itália, no dia 21 de março de 1918, segundo de seis irmãos, cresceu numa família verdadeirame nte cristã, em que a vida de piedade se unia à atividade caritativa, catequética e social.

Transferindo-se com a família em 1930 para Rimini, frequenta o oratório salesiano e a Ação Católica onde, a exemplo de Domingos Sávio, amadurece a fé com uma opção definitiva: “o meu programa sintetiza-se numa palavra: santo”. Reza com recolhimento, faz catequese com convicção, manifesta zelo, caridade, serenidade. É forte de caráter, firme, decidido, volitivo, generoso; tem um aguçado senso de justiça e uma grande ascendência entre os companheiros. É um jovem esportista e dinâmico, ama todos os esportes: tênis, vôlei, atlética, futebol, natação, excursões na montanha. Mas a sua maior paixão será a bicicleta, também como meio privilegiado de apostolado e ação caritativa.

Amadurece na universidade a formação cultural, e a espiritual na Federação Universitária Católica Italiana (FUCI). Escolhe Piergiorgio Frassati, hoje beato, como modelo. Obtida a láurea em engenharia mecânica em 30 de junho de 1941, deve partir como militar em 7 de julho. A Itália está em guerra; uma guerra que Alberto condena com lúcida firmeza: “Desça logo a paz com justiça para todos os povos, a guerra desapareça do mundo para sempre”. Dispensado, porque outros três irmãos já estão no front, trabalha por breve período na FIAT de Turim.

Após os trágicos acontecimentos de 25 de julho de 1943, com o bombardeamento do sul da Itália pelos aliados, a queda do fascismo, a proclamação do armistício com os aliados em 8 de setembro de 1943 e a consequente ocupação alemã do solo italiano, Alberto volta para casa em Rimini. Ele sabe qual é a sua missão: torna-se operário da caridade. Depois de cada bombardeamento, é o primeiro a ir em socorro dos feridos, encorajar os sobreviventes, assistir os moribundos, tirar das ruínas os sepultados vivos. Não só ruínas, mas também fome. Alberto distribuía aos pobres tudo o que conseguia recolher: colchões, cobertores, panelas. Ia até os agricultores e negociantes e comprava todo tipo de víveres. Depois, com a bicicleta carregada de sacolas, ia aonde sabia que havia fome e doença. Voltava, às vezes, para casa sem sapatos ou sem bicicleta: dera a quem mais precisava. No período da ocupação alemã, salvou muitos jovens das deportações e conseguiu, com uma ação corajosa e heroica, abrir os vagões, já trancados e em partida na estação de Santarcangelo, e libertar homens e mulheres destinados aos campos de concentração.

Após a libertação da cidade, em 23 de setembro de 1945, foi criada a primeira junta do Comitê de Libertação. Entre os assessores também está Alberto Marvelli; não está inscrito nem nenhum partido, não foi partigiano (‘guerrilheiro’ contra a ocupação estrangeira), mas todos reconheceram e apreciaram o enorme trabalho feito por ele em favor dos desalojados. É um jovem de apenas 27 anos, mas tem firmeza e competência para enfrentar os problemas, coragem nas situações mais difíceis e disponibilidade sem limites. Confiam-lhe a tarefa mais difícil: a comissão de alojamento, que deve disciplinar a distribuição dos alojamentos na cidade, resolver controvérsias, requisitar apartamentos, não sem os inevitáveis ressentimentos. Depois, confiam-lhe a tarefa da reconstrução, como colaborador da seção especial de obras públicas.

Em seu pequeno caderno de anotações, Alberto escreve: “Servir é melhor do que ser servido. Jesus serve”. Leigo cristão, crescido no oratório salesiano de Rimini, expressa a sua fé cristã sobretudo no compromisso político e social, entendido como serviço ao bem comum: “Com a ajuda de Nosso Senhor, desejo e proponho ser sempre de exemplo aos companheiros e defender a minha fé em todas as ocasiões, sem respeito humano, mas com a mente sempre voltada para a maior glória de Deus”. É com esse espírito de serviço que Alberto enfrenta a atividade cívica. Quando os partidos renascem em Rimini, inscreve-se no partido da Democracia Cristã. Sentiu e viveu o empenho na política como um serviço à coletividade organizada; a atividade política podia e devia ser a expressão mais elevada da fé vivida.

Nesse ínterim, o bispo chama-o para dirigir os “Católicos Laureados”. Seu empenho poderia ser sintetizado em duas palavras: cultura e caridade. “Não se deve levar a cultura apenas aos intelectuais, mas a todo o povo”. Desse modo, dá vida a uma universidade popular. Abre um refeitório para os pobres. Convida-os ao refeitório, reza com eles; depois, distribui a sopa e escuta as necessidades deles. Sua atividade em favor de todos é incansável; está entre os fundadores das ACLI (Associações Católicas de Trabalhadores Italianos); cria uma cooperativa de trabalhadores da construção civil, a primeira cooperativa “branca” (não comunista) na Romanha “vermelha”.

A intimidade com Jesus Eucarístico nunca é um fechar-se em si mesmo, alienado dos compromissos e da história. Antes, quando percebe que o mundo ao seu redor está sob o signo da injustiça e do pecado, a Eucaristia torna-se para ele força para iniciar a ação de redenção e libertação, capaz de humanizar a face da terra.
Na noite de 5 de outubro de 1946, de bicicleta, vai fazer um comício eleitoral; ele também é candidato às eleições da primeira administração municipal. Às 20h:30min, um caminhão militar investe sobre ele. Morrerá com apenas 28 anos, poucas horas depois, sem retomar a consciência. A mãe, Maria, forte na dor, está ao seu lado. Sua morte causou grande comoção em toda a Itália. A figura de Alberto Marvelli, na história do apostolado dos leigos, é a de um autêntico precursor do Concílio Vaticano II, no que se refere ao compromisso dos leigos na animação cristã da sociedade. Foi, como queria Dom Bosco, um bom cristão e um cidadão honesto, empenhado na Igreja e na sociedade com coração salesiano.

Fonte: sdb.org

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Dia de São Francisco de Assis fecha o Tempo da Criação 

O dia 4 de outubro marca a celebração de São Francisco de Assis, uma das figuras mais reverenciadas da Igreja Católica, conhecido por seu profundo amor pela natureza, simplicidade de vida e dedicação aos pobres. Nascido na cidade italiana de Assis, Giovanni di Pietro di Bernardone, seu nome de batismo, passou de jovem rico e boêmio a um dos maiores exemplos de renúncia e devoção.

Filho de um próspero comerciante de tecidos, Francisco inicialmente viveu uma vida de luxos e privilégios. Contudo, após uma série de eventos que incluíram uma experiência mística enquanto estava preso durante uma guerra e, mais tarde, um chamado direto de Cristo na capela de São Damião, Francisco abandonou seus bens materiais e se dedicou a uma vida de pobreza e serviço aos necessitados. Sua famosa decisão de renunciar às riquezas paternas marcou o início de uma nova jornada espiritual que culminou na fundação da Ordem dos Frades Menores, mais conhecida como Ordem Franciscana.

A missão de São Francisco era clara: viver conforme os ensinamentos de Jesus Cristo, em simplicidade, caridade e respeito pela criação. Seu exemplo cativou milhares de seguidores, e sua pregação sobre a importância do amor ao próximo, ao pobre e à natureza ecoa até os dias de hoje.

O LEGADO DE SÃO FRANCISCO
São Francisco de Assis foi canonizado pelo Papa Gregório IX em 1228, apenas dois anos após sua morte. Seu legado inclui não apenas a fundação da Ordem Franciscana, que se espalhou pelo mundo, mas também sua profunda influência sobre o conceito de humildade e cuidado com o meio ambiente na Igreja Católica. O Papa João Paulo II o declarou padroeiro dos ecologistas, reforçando seu papel como defensor da criação divina.

Sua obra "Cântico das Criaturas", que expressa seu louvor a Deus por meio da natureza, ainda hoje inspira aqueles que veem a Terra como uma dádiva divina. Em suas palavras, Francisco via os elementos da natureza – o sol, a lua, o vento e a água – como irmãos e irmãs, todos integrantes de uma grande família criada por Deus.

O Dia de São Francisco de Assis é celebrado em várias partes do mundo com missas, procissões e bênçãos de animais, já que o santo também é amplamente reconhecido como patrono dos animais. A bênção dos animais, tradição em muitas paróquias católicas, destaca o amor de Francisco por todas as criaturas de Deus.

A CELEBRAÇÃO DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS E O TEMPO DA CRIAÇÃO
São Francisco está intimamente ligado ao Tempo da Criação, uma celebração ecumênica anual que ocorre de 1º de setembro a 4 de outubro. Iniciado pelo Patriarca Ecumênico Dimitrios I em 1989, esse período visa conscientizar os cristãos de todo o mundo sobre a necessidade de cuidar da Terra. O encerramento do Tempo da Criação no Dia de São Francisco de Assis sublinha a importância do cuidado com o meio ambiente, algo que se tornou ainda mais relevante com a exortação do Papa Francisco, Laudato Si', que homenageia o santo ao destacar a responsabilidade humana sobre a Casa Comum.

“O Tempo da Criação é um tempo para renovar a nossa relação com o nosso Criador e toda a criação através da celebração, da conversão e do compromisso coletivo. Durante o Tempo da Criação, nos unimos às nossas irmãs e irmãos da família ecumênica em oração e ação pela nossa Casa Comum” lê-se no site seasonofcreation.org.

Como representação salesiana, a Filha de Maria Auxiliadora (FMA), Ir. Alessandra Smerilli, do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral do Vaticano, compõe o Conselho Consultivo que apoia o Comitê Diretivo do Tempo da Criação através de sua experiência teológica e litúrgica, bem como da experiência programática e em projetos de seus parceiros.

O exemplo de São Francisco é um convite para uma vida de respeito, gratidão e harmonia com o Criador e com sua criação. Sua mensagem de simplicidade e reverência à natureza é mais urgente do que nunca em um mundo marcado pela degradação ambiental.

Escrito por Janaína Lima, com informações do seasonofcreation.org

Foto: Vatican Media

O Sínodo sobre a Sinodalidade: Uma Jornada de Escuta e Renovação

A segunda sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, que teve início em 2 de outubro de 2024, traz o tema da sinodalidade ao centro da reflexão da Igreja. O evento, que reúne bispos, leigos e consagrados de todo o mundo, tem como objetivo aprofundar o conceito de "Igreja sinodal", discutindo formas de fortalecer a comunhão, a participação e a missão. Em um momento marcado por desafios globais, como a guerra e a crise humanitária, o Papa Francisco convoca a Igreja a refletir sobre seu papel no mundo contemporâneo e a buscar um caminho de unidade e paz.

No dia de abertura, o Papa Francisco celebrou a missa na Praça São Pedro, marcando o início oficial da Assembleia. Inspirado pela celebração dos Santos Anjos da Guarda, o Pontífice propôs à reflexão três imagens centrais: a voz, o refúgio e a criança. A escuta da "voz do anjo" simboliza a necessidade de discernimento espiritual, onde a Igreja é chamada a ouvir atentamente as vozes que surgiram ao longo dos três anos de preparação para o Sínodo. Francisco destacou que o caminho sinodal não é um exercício parlamentar, mas sim uma jornada de comunhão.

Ao falar sobre o refúgio, o Papa utilizou a imagem das asas protetoras, simbolizando um espaço de paz e abertura, onde todos são chamados a se expressar com liberdade, sem se fecharem em convicções rígidas. A criança, por sua vez, foi apresentada como um lembrete de que, apesar dos temas complexos e universais que o Sínodo aborda, é essencial manter a humildade e a abertura ao próximo.

CONVITE À ORAÇÃO E JEJUM PELA PAZ
Diante dos conflitos que assolam o mundo, o Papa Francisco fez um apelo global durante a celebração, convocando os fiéis para um dia de oração e jejum pela paz no dia 7 de outubro. Ele também anunciou que, no dia 6, rezará o Santo Rosário na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, convidando os participantes do Sínodo e todos os cristãos a se unirem nessa súplica pela paz.

ABERTURA DOS TRABALHOS SINODAIS
Na tarde de 2 de outubro, foi realizada a Primeira Congregação da Assembleia na Sala Paulo VI. Em seu discurso de abertura, o Papa enfatizou que o Sínodo é um processo de aprendizado, onde a Igreja se conhece melhor e discerne os caminhos pastorais mais adequados à sua missão. "O Espírito Santo é o guia seguro desse processo", afirmou Francisco, destacando que a Igreja deve se libertar de arrogâncias e pretensões de exclusividade na escuta da voz de Deus.

O Cardeal Jean-Claude Hollerich, relator geral do Sínodo, também saudou os participantes e reforçou que a segunda sessão, embora seja uma continuação da primeira, tem um caráter distinto: agora, o foco está em discernir as direções para onde a Igreja deve caminhar como uma "Igreja sinodal missionária".

O PAPEL DOS GRUPOS DE ESTUDO
Uma das inovações desta edição do Sínodo é a criação de dez Grupos de Estudo, que se debruçam sobre temas específicos relacionados à sinodalidade. Entre os tópicos abordados estão o papel das mulheres na Igreja, a evangelização no ambiente digital, o diálogo ecumênico e a relação entre os bispos e o povo de Deus. Esses grupos representam um esforço da Igreja em aprofundar teologicamente e pastoralmente os desafios contemporâneos.

O CAMINHO SINODAL: UNIDADE E DIVERSIDADE
O processo sinodal é um caminho de escuta e discernimento, onde todas as vozes são chamadas a contribuir. O Papa Francisco ressaltou a importância de não transformar as contribuições individuais em "agendas a impor", mas sim buscar a unidade no Espírito Santo. "Somos convidados a exercitar-nos juntos numa arte sinfônica", afirmou o Papa, destacando a diversidade de ministérios e carismas presentes na Igreja.

Com o início da XVI Assembleia Geral Ordinária, a Igreja dá mais um passo em sua busca por renovação e comunhão, reafirmando seu compromisso com uma sinodalidade que não é apenas um método de trabalho, mas um estilo de vida e de missão.

Escrito por Janaina Lima, com informações do Vatican News

Preservação das Abelhas: Um Alerta para o Futuro do Planeta e a Iniciativa do Colégio Dom Bosco

No Dia Nacional das Abelhas, reforçamos a importância vital desses pequenos insetos para a sustentabilidade do planeta. Responsáveis pela polinização de cerca de 75% das culturas alimentares, as abelhas desempenham um papel crucial na manutenção da biodiversidade e do equilíbrio dos ecossistemas. Contudo, sua sobrevivência está ameaçada por diversas práticas humanas, como o uso excessivo de pesticidas e o desmatamento, o que impacta diretamente a cadeia alimentar e, por consequência, a sobrevivência de todas as espécies, incluindo a humana.

Em resposta a essa emergência ecológica, o Colégio Dom Bosco, em Americana, interior de São Paulo, através de um projeto inovador e transformador. Como parte da Don Bosco Green Alliance, uma iniciativa internacional de promoção da sustentabilidade, os alunos da instituição criaram o projeto "Vamos Polinizar Essa Ideia?", focado na preservação de abelhas nativas sem ferrão, como a Jataí e a Mandaçaia. Essa ação integra esforços globais para proteger a biodiversidade e promover a conscientização ambiental.

O projeto nasceu da observação dos enxames perdidos que se instalavam em locais inadequados dentro do próprio colégio, como pilares e painéis elétricos. Daí surgiu a pergunta: como poderíamos ajudar as abelhas a encontrar "casas mais apropriadas"? A resposta foi a criação de meliponários, espaços especialmente projetados para a criação de abelhas nativas sem ferrão. Assim, o Colégio Dom Bosco se tornou um exemplo de como a educação pode promover a preservação ambiental de forma prática e eficaz.

Mesmo em meio às dificuldades impostas pela pandemia de COVID-19, a iniciativa continuou firme. Estudantes como Théo Cardoso Lusvordes e Pedro Henrique Buzinaro, que já tinham meliponários em casa, trouxeram suas experiências para a escola, enriquecendo as pesquisas e promovendo trocas de conhecimento sobre a importância da preservação das abelhas para o ciclo alimentar.

A dedicação dos alunos e da comunidade escolar foi amplamente reconhecida. Em dezembro de 2021, o projeto foi premiado no Rainforest Kids Challenge, uma competição global alinhada à Agenda 2030 da ONU, focada no Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 15: "Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres". Parte dos recursos recebidos foi utilizada para a criação da "Vila do Mel Mamãe Margarida", um espaço no próprio colégio onde cinco colmeias de abelhas sem ferrão foram instaladas, oferecendo um ambiente de estudo e preservação.

O impacto da iniciativa extrapolou os muros do Colégio Dom Bosco, inspirando outras ações na cidade de Americana e na região. A prefeitura local, por exemplo, está em obras para criar o "Jardim das Abelhas", um espaço público que destacará a importância desses insetos e da biodiversidade para toda a comunidade. Além disso, um meliponário foi inaugurado no Centro Ecológico de Santa Bárbara D’Oeste, inspirado diretamente no projeto do colégio.

A preservação das abelhas não é apenas uma questão ambiental; é um passo essencial para a sobrevivência do planeta. O Colégio Dom Bosco, com sua iniciativa pioneira, mostra como a educação e o engajamento das novas gerações são fundamentais para garantir um futuro sustentável e equilibrado para todos nós.

Foto: Vatican News

Santo André de Soveral e Companheiros Protomártires do Rio Grande do Norte

Festa litúrgica: 3 de outubro. André de Soveral foi o primeiro Santo de São Vicente e discípulo do Padre José de Anchieta. Foi martirizado, em 1645, durante a invasão holandesa, enquanto celebra a Santa Missa, junto com outros 29 companheiros. Ao expirar, balbuciou: “Viva o Santíssimo Sacramento”!

ANDRÉ DE SOVERAL
André de Soveral nasceu em São Vicente, no dia 16 de julho de 1572, de pais portugueses, que lhe transmitiram sólidos ensinamentos cristãos. Deve ter sido batizado na Matriz de São Vicente Mártir, onde recebeu os primeiros Sacramentos e sua Primeira Comunhão.

São Vicente foi a primeira cidade fundada no Brasil, em 1532, por Martim Afonso de Souza. Presume-se que André tenha sido aluno do Padre José de Anchieta, um dos primeiros Jesuítas a chegar à Terra de Santa Cruz, e que tenha estudado no “Colégio Menino Jesus”, fundado por Leonardo Nunes.

No período da ação missionária de São José de Anchieta e Padre José da Nóbrega, André partiu para o Nordeste, onde, em 1597, deu início à evangelização no Rio Grande do Norte, junto outros missionários Jesuítas, provenientes do reino católico de Portugal. Por motivos desconhecidos, deixou a Companhia de Jesus, e se tornou Padre diocesano, em Natal.

MISSÃO EM CUNHAÚ
No Nordeste, Padre André trabalhou em Cunhaú, na Capela de Nossa Senhora das Candeias, nome do navio de Martim Afonso de Sousa, quando chegou às terras brasileiras. Na época, Cunhaú era um centro econômico de grande importância, por isso chamou a atenção dos holandeses.

De fato, Cunhaú era um povoado de Canguaretama, no Rio Grande do Norte, que se formou em torno de um engenho de cana-de-açúcar, uma das riquezas da região, além de suas minas. Era uma espécie de expansão da produção paraibana e pernambucana na região do Norte, berço econômico da comunidade dos índios Potiguares.

TÁTICA DOS CALVINISTAS
No dia 15 de julho de 1645, chegou a Cunhaú Jacó Rabe, um alemão a serviço do Supremo Conselho Holandês, com sede em Recife, que dizia ser portador de uma mensagem aos habitantes de Cunhaú.

No dia seguinte, domingo, aproveitando a participação de um grande número de colonos da Missa, celebrada pelo pároco, Padre André de Soveral, Jacó Rabe mandou afixar na porta da igreja um edital, convocando todos a ouvir, após a celebração, as ordens do Supremo Conselho. Muitos compareceram, mas uma forte chuva, providencial, impediu que o número fosse maior.

Sabe-se que os holandeses calvinistas, ao chegarem à região, restringiram a liberdade de culto dos católicos e os perseguiram, porque eram contra o Império Português no Brasil.
Naquele domingo, 16 de julho de 1645, muitos fiéis, famílias e outros residentes, dirigiram-se à igrejinha de Nossa Senhora das Candeias. Naturalmente, para cumprir o preceito religioso, não portavam armas, proibidas pelas autoridades holandesas.

MASSACRE EM CUNHAÚ
O Padre André de Soveral começou a celebração Eucarística e, na hora da consagração, ao elevar a hóstia e o cálice, Jacó Rabe mandou fechar todas as portas da igreja. Naquele momento, deu-se início à terrível carnificina, com cenas de grande atrocidade: os fiéis em oração, inermes e indefesos, foram covardemente atacados e assassinados pelos flamengos, com a cumplicidade dos índios Tapuias e Potiguares.

Sabendo o que ia acontecer, os fiéis não se rebelaram, pelo contrário, “entre ânsias fatais, confessaram sua fé em Jesus Cristo, pedindo perdão de suas culpas”.

Enquanto o Padre André “rezava, às pressas, o ofício da agonia”, foi cruelmente atacado pelos Tapuias. No entanto, falando na língua dos indígenas, os exortava a não tocar a sua pessoa e tampouco a profanar as imagens e objetos do altar, para não cometer sacrilégio. Os Tapuias recuaram, mas os Potiguares não quiseram saber de sermões. Então, atacaram o ministro de Deus “despedaçando seu corpo”. O principal autor do cruento assassinato foi o chefe dos Potiguares, Jererera, que, empunhando uma adaga, deu o golpe fatal ao sacerdote.

Este foi o primeiro episódio do massacre dos Protomártires do Rio Grande do Norte.

MASSACRE EM URUAÇÚ
O segundo ataque, por parte dos holandeses Calvinistas e dos índios hostis aos Católicos, deu-se três meses depois, no dia 3 de outubro de 1645.

Aterrorizados pelo que tinha acontecido em Cunhaú, os católicos de Natal procuravam fugir ou se esconder, inutilmente, em abrigos improvisados. Porém, foram pegos, junto com seu pároco, Padre Ambrósio Francisco Ferro, e levados para perto da cidade de Uruaçu, onde os soldados holandeses os aguardavam com cerca de duzentos índios, que tinham grande aversão pelos católicos. O pároco e seus fiéis foram brutalmente torturados e massacrados após bárbaras mutilações.

Conforme os relatos da época, “os índios arrancavam as entranhas e cortavam as cabeças, pernas e braços das suas vítimas”.

GRUPO DOS MÁRTIRES INDIVIDUADOS:
Padre André de Soveral e Domingos Carvalho, mortos em Cunhaú; Padre Ambrósio Francisco Ferro, Mateus Moreira, Antônio Vilela, com sua filha; José do Porto, Francisco de Bastos, Diogo Pereira, João Lostão Navarro, Antônio Vilela Cid, Estêvão Machado de Miranda e duas filhas; Vicente de Souza Pereira, Francisco Mendes Pereira, João da Silveira, Simão Correia, Antônio Baracho, João Martins e sete companheiros; Manuel Rodrigues Moura e sua esposa; uma filha de Francisco Dias, mortos em Uruaçu.

PROTOMÁRTIRES DO BRASIL
Padre André de Soveral e seus 29 Companheiros mártires do Rio Grande do Norte, foram sacrificados pela intolerância religiosa, pela perseguição contra a fé católica e a fé na Eucaristia.

Padre André de Soveral, herói e mártir de Cunhaú, foi beatificado em 5 de março de 2000 e canonizado, no dia 15 de outubro de 2017, na Praça de São Pedro, pelo Papa Francisco.
A Igreja celebra, no dia 3 de outubro, a festa litúrgica dos Protomártires do Brasil: Padre André de Soveral, Padre Ambrósio Francisco Ferro, o leigo Mateus Moreira e outros 27 Companheiros mártires.

Fonte: Vatican News

Foto: Divulgação

Já está disponível o Documento final do Sínodo Salesiano dos Jovens

Em Valdocco e no Colle Don Bosco, locais que testemunharam tanta história e fidelidade salesiana, o Sínodo Salesiano dos Jovens estudou uma proposta para todo o mundo salesiano. O estudo foi realizado por 375 pessoas, na sua maioria jovens de 94 nacionalidades, jovens e moças com idade média de 23 anos, vindos de muitas nações, com culturas e línguas diferentes, mas todos com a mesma Fé e o mesmo intenso empenho no trabalho iniciado por Dom Bosco.

Graças ao trabalho dos “círculos menores”, ou grupos linguísticos, e da Assembleia, foi elaborado o Documento Final, que já se encontra à disposição de todos. O documento aborda a realidade dos jovens, do mundo e da Igreja, identificando as percepções, emoções e expectativas dos jovens e estimula à reflexão serena e aberta dos agentes pastorais: “O que precisamos mudar para que os jovens passem de espectadores a protagonistas na Igreja e na sociedade? O que os jovens pensam, sentem e querem?”.

“Talvez devêssemos aproveitar deste momento sinodal para pensar em uma pastoral mais mistagógica, que eduque para a interioridade e desperte a experiência de Deus em cada momento, que ajude a descobrir a própria vocação e priorize o acompanhamento pastoral”, diz o Conselheiro Geral para a Pastoral Juvenil Salesiana, Pe. Miguel Ángel García Morcuende.

As propostas do Documento Final aprofundam a experiência da Espiritualidade Juvenil Salesiana em uma dimensão internacional, transformando estas páginas numa grande celebração do caminho de evangelização empreendido em todo o mundo salesiano, além de ajudar a descobrir o coração dos jovens para encontrar aquelas vibrações do Espírito que ajudam a criar novos caminhos e fontes de Fé. “Não há nada nas culturas juvenis que não ressoe em nossos corações”, reitera o Pe. García Morcuende.

No final desses dias de graça, os membros do Setor para a Pastoral Juvenil podem dizer que estiveram presentes num encontro com a história. “Estivemos presentes num momento inesquecível – explicam. No Sínodo, fomos acompanhados pelo sol de verão e pela luz daquele outro Sol que nasce do alto e que recebemos todos os dias na Eucaristia”.

Foi bom constatar que os jovens querem empreender a bela aventura de levar seus companheiros e amigos a Jesus, com quem compartilham grandes ideais, lutas e derrotas na busca pelo advento da civilização do amor, da solidariedade e da paz.

Nos diálogos para chegar a estas conclusões, foi possível constatar a diversidade das culturas, das realidades juvenis e da Igreja, mas também a unidade que o carisma de Dom Bosco oferece, proporcionando uma identificação com os mesmos modos de assumir a vida e a Fé. Ver a participação, a compreensão, o trabalho, o discernimento e a partilha de muitos momentos de reflexão, cultura, oração e proposta, foi motivo de grande alegria.

Confira do Documento Final em língua portuguesa clicando aqui.

Fonte: Agenzia Info Salesiana (ANS)

Foto: ShutterStock ID 2511684151

Em Rede por meio da Música no Dia Internacional da Música

O Dia Internacional da Música, celebrado em 1º de outubro, é uma homenagem à arte que transcende barreiras culturais, sociais e linguísticas. Instituída em 1975 pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), a data visa promover a paz e a amizade por meio da música, destacando o poder desse patrimônio cultural para unir pessoas e fortalecer a identidade humana.

A música, com sua linguagem universal, é capaz de evocar emoções profundas, proporcionar alívio em momentos difíceis e enriquecer a vida cotidiana. Além disso, exerce um papel fundamental na formação intelectual e emocional das pessoas, especialmente no ambiente escolar.

A IMPORTÂNCIA DA MÚSICA NA ESCOLA
No contexto educacional, a música tem se mostrado uma ferramenta poderosa para o desenvolvimento integral dos estudantes. Segundo especialistas, o ensino de música nas escolas contribui para o desenvolvimento cognitivo, motor e social das crianças e jovens, além de estimular a criatividade e a capacidade de concentração.

Em várias instituições de ensino, como os colégios salesianos, a música é inserida como parte de uma formação humanística e integral. A música não só enriquece o repertório cultural dos estudantes, mas também promove a socialização e a disciplina, sendo um meio de expressão e de fortalecimento da autoestima. Além disso, estudantes envolvidos com a prática musical tendem a desenvolver habilidades como o trabalho em equipe, essencial em atividades de orquestras e corais.

Conheça algumas ações das escolas salesianas do Brasil que utilizam a música como ferramenta de aprendizado:

Orquestra Salesiana prepara apresentação para o Theatro Municipal do RJ

Estudante Salesiana toca no Rock In Rio Lisboa 2024

Conheça a composição “Quero Sonhar”

Vem aí “O Sonho que faz Sonhar”

 

MÚSICA: TRANSFORMAÇÃO PESSOAL E SOCIAL
Além do impacto no ambiente escolar, a música também tem um efeito profundo na vida pessoal de cada indivíduo. Estudos comprovam que ouvir música pode reduzir o estresse, melhorar o humor e até mesmo contribuir para a recuperação de pacientes em tratamentos médicos. A música também é um canal para a expressão de emoções e sentimentos, facilitando a comunicação de experiências que, muitas vezes, não são facilmente traduzidas em palavras.

No contexto social, a música tem o poder de unir pessoas, quebrando barreiras e promovendo a inclusão. Movimentos musicais ao longo da história foram fundamentais em diversas lutas sociais e culturais, reforçando a capacidade da música de ser um instrumento de transformação.

Conheça algumas ações das obras sociais salesianas do Brasil que utilizam a música como ferramenta de transformação:

‘Camerata Jovem ASCP’ realiza primeira apresentação do projeto cultural

Alunos do projeto cultural Salesiano realizam apresentação de danças urbanas

ODIP e o Espetáculo Dançante CulturArte 2023

Orquestra Salesiana celebra conquista cultural e recebe visita especial de FMA

 

EM REDE POR MEIO DA MÚSICA

A Rede Salesiana Brasil (RSB), promovendo o ensinamento de seu fundador que diz que “uma casa salesiana sem música é como um corpo sem alma”, entende o poder de união que a música proporciona. Neste sentido, e fortalecendo o trabalho em prol das juventudes do país, também a RSB se engaja em produções musicais que promovam a paz, a fraternidade, o cuidado com o outro e com a Casa Comum e o fortalecimento da missão salesiana.

Conheça algumas músicas:

“Somos Rede” - Um hino nascido no Encontro Nacional da RSB 

Campanha União Pela Vida

Álbum Madre Mazzarello

Conheça o Hino Oficial em celebração aos 25 anos da Rede América Social Salesiana

Conheça o perfil oficial da Rede Salesiana Brasil no Spotify e nas principais plataformas de streaming.

Neste Dia Internacional da Música, a reflexão que se propõe é sobre o quanto essa arte torna as pessoas mais humanas e como sua presença nas escolas e na vida diária pode moldar um futuro mais harmônico, solidário e criativo. Celebrar a música é, de certa forma, celebrar a vida em todas as suas nuances.

Escrito por Janaína Lima

Foto: ShutterStock ID 1724583847

O Dia da Bíblia e a Celebração de São Jerônimo

Setembro é um mês especial para a Igreja Católica, dedicado à Bíblia e à reflexão sobre a importância da Palavra de Deus na vida dos cristãos. O ápice desta celebração acontece no dia 30 de setembro, quando se comemora o Dia da Bíblia e o Dia de São Jerônimo, reconhecido como o primeiro grande tradutor das Escrituras.

A escolha de setembro como o Mês da Bíblia no Brasil está intimamente ligada à memória de São Jerônimo, cuja dedicação incansável à tradução dos textos sagrados do hebraico e grego para o latim resultou na célebre versão conhecida como Vulgata. Este trabalho, realizado ao longo de mais de 40 anos nas grutas próximas à Basílica da Natividade, em Belém, foi um marco fundamental para a disseminação da Bíblia no mundo ocidental. A Vulgata se tornou, por muitos séculos, a versão oficial utilizada pela Igreja Católica, e a primeira Bíblia impressa por Gutenberg, em 1456, foi justamente uma edição da tradução de São Jerônimo.

São Jerônimo não apenas traduziu a Bíblia, mas também abriu caminhos para que a Palavra de Deus chegasse a mais pessoas, em sua própria língua. Esta missão de tornar as Escrituras acessíveis a todos continua viva até os dias de hoje. Atualmente, a Bíblia está completamente traduzida para 733 idiomas e, parcialmente, para mais de 2.800. Ainda assim, há um longo caminho pela frente. Organizações como a Federação Mundial das Sociedades Bíblicas trabalham arduamente para que, até 2038, a Sagrada Escritura esteja disponível em outras 1.200 línguas, levando a Palavra de Deus a povos e comunidades que ainda não a possuem em sua língua materna.

No Brasil, o Mês da Bíblia de 2024 tem como foco o Livro de Ezequiel, e a reflexão proposta é inspirada pelo lema “Porei em vós meu espírito e vivereis” (Ez 37,14). Segundo Dom Leomar Antônio Brustolin, presidente da Comissão para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB, este mês é uma oportunidade para que as comunidades, em espírito de sinodalidade, se aprofundem na Palavra de Deus, iluminadas pelo exemplo do profeta Ezequiel. O objetivo é que as Escrituras não apenas sejam conhecidas, mas vividas no cotidiano dos fiéis, gerando testemunhos autênticos e comprometidos com o Evangelho. Além disso, o estudo e a leitura orante da Bíblia, especialmente durante este mês, são vistos como uma preparação para o Jubileu de 2025, que será marcado pelo convite do Papa Francisco para que os cristãos sejam "peregrinos da esperança". A caminhada bíblica deste ano visa fortalecer a fé e a esperança em tempos de desafios, resgatando a proximidade com Deus por meio da escuta atenta e orante de sua Palavra.

A celebração de setembro como o Mês da Bíblia, portanto, não é apenas uma homenagem ao feito monumental de São Jerônimo, mas também um convite à reflexão sobre o poder transformador da Palavra de Deus na vida pessoal e comunitária. Ela nos lembra que, assim como São Jerônimo dedicou sua vida à tradução das Escrituras para o latim, ainda há muito a ser feito para que todos os povos do mundo possam ter acesso à Bíblia em sua própria língua, entendendo e experimentando as maravilhas divinas de forma plena e pessoal.

Escrito por Janaína Lima, com informações de Aleteia, Vatican News, CNBB e IHU

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